Que saudades do tempo em que íamos a um prive com a garantia de satisfação e de um bom atendimento. Hoje em dia, qualquer um abre um cafofo e a gente é quem se fode.
Mês passado eu ví no A Tarde o anúncio “Luana, Itapoan R$ 30” e esta semana outro anúncio já como "Novo privê Itapoan R$ 35". Por telefone disseram que se eu quisesse massagem pagaria mais R$ 15. Quando liguei pra lá me atendeu a Luana, uma menina com uma voz meiga que me cativou no momento. Fiquei desde então, doido pra conhecer seus serviços. Antes não tivesse ido.
Por telefone ela me disse que era um local novo. Que era bem arrumado. Que era discreto. Que tinha uma banheiro arrumado. E o melhor. O atendimento era feito em um bicama ao invés da malditas macas. Por telefone ela ainda me disse que lá além dela, que seria uma morena de 19 anos, seios e coxas médios, falsa magra, tinham mais três outras meninas.
Ontem de tarde, com tempo livre, peguei o bat móvel e hormonalmente apaixonado, atravessei a cidade pra passar uma tarde em Itapoan.
O local fica na Avenida Dorival Caymi sentido Itapoan, em cima de uma casa lotérica, num prédiozinho de um andar, azul e branco, que por sua vez fica em frente ao posto de gasolina que está em reforma.
Subi as escadas e dei (lá ele) num pequeno corredor. Passei pela porta de uma sala de dentista e cheguei na sala 5 que estava entreaberta. Deve ter sido o cão que deixou assim pra me puxar pra dentro. Mesmo estando assim, por educação, bati na porta e me veio a Luana. Moreninha meia boca, simpática, dentes levemente avantajados sendo corrigidos por um aparelho, pensei em dar meia volta mas os tais dos seios médios me chamavam. Lá dentro tinha outra morena bizarra que me olhava com cara de carcereira. Fiquei com medo dela, confesso. Depois chegou uma negra magrinha e mais meia boca que as duas juntas.
Entrei e a porta do inferno se fechou atrás de mim.
Amigos confrades. Se cobra tiver cú, eu tinha acabado de entrar no cú da cobra. O local é uma sala. Isso mesmo. Todo o privê fica concentrado numa pequena sala. Dentro desta pequena sala tem três cabines, provando que aquela teoria de que corpos não ocupam o mesmo espaço não existe. As divisórias são com aquele madeirite verde que usam em obras. Dentro de cada cabine, o espaço é de mais ou menos 1m x 2m. você senta no bicama que fica encostado de um lado da folha de compensado e sua perna fica dobrada. Alguém aqui já fudeu dentro de uma caixa de tv? A caixa é mais confortável.
Discrição ali passou longe. Como o privê todo se resume a uma sala, quem chega encontra com quem sai.
Como eu sou putanheiro e não desisto nunca, aceitei assim mesmo aquela experiência. Pelo menos teria algo pra contar aos netos dos meus amigos.
Fui pro banho num banheiro armengado. A mulher me deu um pedaço de um sabonete que foi cortado em três e que ela deixam num copo descartável para ser reutilizado pelo próximo cliente (ainda bem que sempre pego sabonete nos motéis para estes momentos emergenciais). Dentro do banheiro, um vaso sanitário sem tampa, um chuveiro-cano e um varal com as tolhas usadas por outros companheiros.
Vamos ao fight (a massagem desisti logo de cara). A menina diz: “Já tomei banho, mas se quiser tomo outro”. Claro minha filha. Se pique pro banheiro. Ela volta com uma calcinha vermelha com estapas de bichinhos (?). Quando tirou o sutiã, os seios médios viraram seios caídos. Quando fui mamar, ela disse, que já tinha gente mamando: “CUIDADO QUE ESTÁ SAINDO LEITE DO MEU FILHO”. É mole uma coisa dessa? E ainda ficou me dizendo que estava preocupada com o pai do filho dela que tinha sofrido um acidente qualquer e estava todo fudido. Eu tenho cara de psicólogo? Mas como diria o sábio: "o que é um peido pra quem já está todo cagado?" Vamos em frente pra ver que merda dá.
Coloquei pra fazer oral e a mulher parecia que estava num tratamento de canal. Burocrático. Uma merda.
Já ficando com raiva de Dorival Caymi que disse que era bom passar uma tarde em Itapoan, resolvi terminar logo com aquilo empurrando a madeira pra dentro. Mas como? O espaço era muito pequeno (e olhe que não sou gordo nem nada). Toda posição que eu colocava ela esbarrava no compensado verde. Nem o bicama ajudava porque além de estar encostado na folha do compensado, no pé dele (bem no pé dele) tinha um ventilador que me deixava com medo de perder um dedo. E enquanto eu madeirava, a mulher sequer fingia um gemido.
Liguei a velocidade 5, gozei e caí fora. Nunca mais volto naquele troço.
Isso só pode ter sido praga das meninas de Dona Marta do IAPI porque nunca mais fui lá depois que Monique nos abandonou.