Aos que não tiveram a humanidade (ou inteligência) de entender o recado gostaria de esclarecer algumas coisas.
Mas antes, devo dizer que, se vocês postaram suas respostas para os outros verem o quando acham que sou bobo, sem dúvida, não tiveram trabalho à toa. Mas se o alvo dos “ovos e tomates verbais” fui eu, lamento, mas perderam tempo. De muitas respostas, só li uma ou duas linhas. Outras, nem me dei ao trabalho de ler. E não vou ficar respondendo um a um as bobagens que escreveram.
Agora, os esclarecimentos:
· Para começar vou explicar algo que realmente não ficou bem exposto: a CARINA NÃO ME FEZ UMA ÚNICA RECLAMAÇÃO DA VIDA DELA E NEM FICOU CHORANDO AS MÁGOAS. Ela contou aquilo que falei, sim, mas não como alguém triste ou sem esperança na vida. Ela estava até bastante conformada e com bom astral. Foi falando da vida dela como alguém que diz “fiz administração no Mackenzie”. Fui eu quem captei o recado nas entrelinhas.
· A alguns que me criticaram por estar sugerindo “caridade com putas”, como se eu fosse um imbecil que acha que só elas passam necessidade, respondo que colaboro mensalmente com duas creches e um hospital que presta tratamento a vítimas de câncer, além de ajudar várias outras pessoas (idosos, principalmente) que realmente precisam. Também nunca sugeri a ninguém que dê uma cesta básica ou uns trocados à Carina (ou qualquer outra), nos moldes de um Fome Zero da vida. Não é disso que estou falando. Mas não vou repetir, até porque se alguém não teve a inteligência de entender antes, não é agora que vai.
· Um dos poucos posts que li na íntegra foi o do karlmarx (15/12/05, 15:13) reproduzindo o post do gigi, que foi enganado por uma puta (essa sim, digna desta palavra, em todas as acepções possíveis). E vou acrescentar que a minha primeira experiência, ou tentativa de experiência, foi um desastre total. Eu era novo, ingênuo e estava bastante nervoso na hora. A puta se aproveitou de minha timidez, fez gozação de tudo que podia. Fui ofendido e humilhado. Nem precisa dizer que broxei feio. Só perdi dinheiro e fiquei muito tempo traumatizado. Então, não sou nenhum otário que acha que todas elas são umas coitadinhas, que nunca tiveram nada na vida e estão condenadas a viver num pulgueiro. E quando não servirem mais para essa profissão vão morrer de fome por não saberem fazer mais nada. Existem as que estão nesta vida porque querem mais dinheiro do que se estivessem fazendo outra coisa. Outras porque gostam. Outras, por pura safadeza. Mas também existem algumas que nunca tiveram alternativa. Quem quiser acreditar que a Carina está nessa última, que acredite. Acha que me faz alguma diferença?
· Ao cadelão, o forista “bonzinho” que ofereceu R$ 500,00 num emprego “digno” para a Carina, sugiro que vá lá e ofereça pessoalmente a vaga. Mas é bom lembrar algumas coisinhas: 1. se ela parar de trabalhar no privê, certamente não poderá mais morar lá. Você resolve esse problema? Por favor, não venha dizer que com R$ 500,00 por mês alguém que não tenha ninguém mais com quem contar arruma um lugar em SP, ainda que modesto, consegue comprar comida, roupas e satisfazer outras necessidades básicas. 2. o horário de serviço vai ter que permitir que ela estude; 3. você pediu um currículo. Eu lhe dou, resumidamente a experiência profissional dela: prostituta desde os 15 anos (sem registro, suponho). O que mais você quer para lhe dar a vaga? Experiência com computadores? Fluência em inglês? Só mais uma perguntinha: para quantas GPs você já fez essa proposta generosa?
E para acabar, quer dizer então que ninguém aqui acha que uma GP (ou puta, vagabunda, meretriz, mulher de vida fácil ou qualquer outro dos mais de 100 apelidos que existem para essa antiqüíssima profissão) merece alguma compaixão? Nenhuma delas tem sentimentos, honra; nenhuma delas sofre ou tem crise de consciência? Bem que eu gostaria de ouvir umas respostas objetivas à isso.
Feliz Natal a todos os que me criticaram