As obrigações das escravas goreanas
Por Christian Sword of GOR <
******>
O mundo de GOR é um mundo de ficção científica/fantástica criado por John Frederich Lange, professor de filosofia no Queens Colege em Nova York sob o pseudônimo de John Norman. Este mundo apresenta uma realidade diversa da realidade da terra e tem por objetivo demonstrar a visão de mundo de John Norman, que é, em maior ou menor grau, partilhada por aqueles que se identificam como goreanos.
Neste mundo fictício a escravidão é uma prática normal e frequentemente mulheres são capturadas e levadas à condição de escravas. As escravas goreanas são chamadas kajiras, que é simplesmente a palavra no idioma goreano para escrava, elas serão assim referidas ao longo deste texto.
Os seguidores da filosofia goreana na terra se organizam em estruturas semelhantes as descritas na obra de Norman(1) assumindo papeis de Mestes e kajiras. O objetivo do presente texto é discutir as principais obrigações das kajiras goreanas(2).
Antes de começar a discutir as obrigações da kajira goreana é importante observar quatro aspectos que separam a kajira de GOR da kajira da terra:
Em GOR a escravidão é uma instituição da sociedade, desta forma a kajira de GOR pode, e geralmente é, escravizada contra a sua própria vontade, enquanto que na terra a kajira o é por escolha, consciência ou natureza.
A mulher goreana, mesmo a mulher livre, é educada para saber tudo o que um kajira deve saber, todas as formas de servir e de agradar a um Mestre. Isso ocorre por que em GOR sempre existe a possibilidade de uma mulher livre ser capturada e feita escrava.
A mulher goreana tem a liberdade de ser plena em sua feminilidade no sentido de que não se espera dela que entre em competição com os homens ou que busque suplanta-los. Ela tem a liberdade de ser mulher, sem as pressões típicas da cultura ocidental da terra.
A kajira de GOR é livre para vivenciar toda a sua sexualidade sem nenhuma forma de limitação ou preconceito(3), isto é decorrente da condição de kajira na qual a completa ausência de direitos é naturalmente acompanhada por uma completa ausência de pudor ou constrangimento.
Estas diferenças devem estar na mente do Mestre Goreano sempre que este estiver lidando com as limitações de suas kajiras, não no sentido que elas devam ser dispensadas de se desenvolverem completamente na sua condição, mas na preocupação do Mestre de ajuda-las com amor, paciência e firmeza a superar tais limitações.
Apesar dessas diferenças pode-se traçar diversas semelhanças entre as obrigações das kajiras de GOR e da terra que podem ser divididas em três categorias: obrigações com seu Mestre; obrigações com outros livres sejam eles goreanos ou não e deveres com a filosofia goreana.
As obrigações com seu Mestre são, e devem sempre ser, a maior preocupação de uma kajira, é ao seu Mestre que ela deve todo seu respeito e temor e a quem ela precisa agradar em primeiro lugar. Entre estas obrigações eles estão:
Obediência incondicional. Sem reservas, tentativa de manipulação ou esquemas.
Disponibilidade total. Os desejos de Mestre devem ser postos acima de outras obrigações.
Buscar o bem estar mais total e completo de seu Mestre. Este deve ser o motivo da existência da kajira e sua maior preocupação.
Transparência total. Uma kajira nunca pode mentir para seu mestre ou por omissão permitir que Ele forme uma idéia errada no limite da sua habilidade e conhecimento.
Ter em mente a sua condição bem como a do Mestre e se comportar de acordo.
Saber quando e como declarar a sua opinião de forma a não ferir nem a transparência nem o comportamento adequado a uma kajira.
Ser agradável a todos os sentido do seu Mestre visão, audição, olfato, paladar, tato e intelecto. Esta obrigação não se limita à presença do Mestre, antes, deve ser um estado permanente da kajira, parte se sua natureza.
Tornar, na medida da sua competência e possibilidade, o ambiente agradável a todos os sentido do seu Mestre.
Antever, na medida da sua habilidade, as necessidades e desejos do seu Mestre. Ela deve ser pro-ativa, inteligente e criativa, sem estas qualidades é impossível ser um boa kajira.
Desenvolver as suas habilidades e competências nos aspectos acima.
Entender que falta de habilidade ou competência não deve ser usada como desculpa para falta de cuidado, de atenção ou de dedicação.
Assumir a responsabilidade por seus erros, e aceitar a punição deles decorrente com submissão.
Respeitar as normas da liturgia definidos por seu Mestre.
Preservar a imagem e a honra de seu Dono frente a outras pessoas através de um comportamento impecável.
Se manter em constante desenvolvimento em todas as dimensðes da sua própria vida e personalidade de forma a estar sempre mais apta a servir o seu Mestre.
Com relação a outros livres, sejam Mestres goreanos, mulheres livres goreanas ou tops do BDSM de qualquer sexo as obrigações de uma kajira são:
Demonstrar respeito primeiramente aos Mestres goreanos, depois às mulheres livres goreanas. Esta ordem representa as hierarquias dentro do universo goreano e devem ser respeitadas. Se houverem membros do conselho dirigente de qualquer grupo goreano estes devem ser respeitados acima de outros Mestres goreanos presentes com exceção unicamente do seu próprio Dono.
Informar o seu estado de kajira e as limitações impostas por seu mestre a quaisquer outros tops que a abordem.
Finalmente, a kajira tem ainda uma última familia de deveres em decorrência da sua obrigação de ser sempre agradável, os comportamentos com outras kajiras, particularmente com as irmãs de coleira(4), isto é, as kajiras de um mesmo Dono, entre eles destacam-se:
Cortesia, gentileza e convívio amigável.
Disponibilidade para ensinar posições, técnicas e aspectos litúrgicos quando conhece-los melhor.
Humildade e disponibilidade para aprender posições, técnicas e aspectos litúrgicos quando em companhia de uma kajira mais experiente.
As listas acima não pretendem ser exaustivas, também não são um conjunto de regras a ser decorado e repetido, mas são tão somente uma orientação para as kajiras sobre o que buscar em si mesmas lembrando sempre que o ser kajira é um processo de crescimento constante e não um estado cristalizado. Também são uma orientação para os Mestres sobre o que esperar e como treinar uma kajira com amor, paciência e firmeza, buscando sempre evitar comportamentos arbitrários que desonrem o nome e a filosofia goreana.
São Paulo, 25 de Março de 2006.