Devir Dom
Há um Dom que me habita, que habitou meus ancestrais, que habitará minha descendência. Não um Dom mundano qualquer mas um que se sustenta pela força recorrente que emerge se sua selvageria primitiva.
Dom é um devir totalmente selvagem. É desejo em movimento. É cavalo indomável. Um Dom é o desejo e o desejo é um Dom. Pouco se sabe sobre onde e quando um começa ou termina. Sabe-se todavia que o Dom insiste em tomar conta, em consumir o outro. Não se fala num consumo de destruição mas num devorar antropofágico donde sempre nasce uma outra coisa, fruto do poder do Dom sob sua presa.
Não se pode falar em tornar-se Dom. Nasce-se Dom, morre-se Dom tal qual a Fênix pode-se renascer Dom. Ser Dom não é travestir um papel, ensaiar um cena. Ser Dom tem mais relação com entrega trágica do que com encenação dramática. Mesmo sob a luz de um ato o Dom não usurpa um papel, apenas dá voz à multidão que lhe habita.
Não se pode ensinar alguém a ser Dom. Pode-se apenas ensinar que alguém cale sua própria voz e coloque atenção nas vozes que lhe habitam para então descobrir o quanto povoado pode ser seu deserto interior.
Ser Dom é um exercício de devir que só se realiza quando não se resiste mais à todo desejo selvagem que insiste em ecoar na mente daquele que nasceu para ser Dom.
Não há Dom sem sub posto que ambos habitam um mesmo ser e buscam eternamente, num eterno retorno, se encontrar. Há quem busque dominar, há quem busque sucumbir, há hora de dominar, há ora de sucumbir.
Há Dom que só emerge das cinzas quando encontra paisagens aprazíveis onde pode bater suas asas de Fênix. Não há local seguro para um Dom. O Dom torna o espaço seguro. O Dom cria seu território em locais pouco habitados, em cantos da mente quase inexplorados, porém preteritamente existentes.
O Dom tem coragem de visitar o princípio da humanidade, de circular pela horda primeira e neste passeio perceber que lhe é possível um lugar no mundo. Não se fala de um lugar cedido, mas de um lugar conquistado, com força e sangue.
Nada seria um Dom sem sua força, que em última análise vem de toda multidão de desejos selvagens que sempre lhe habitaram.
Nada seria um Dom sem sua sub, que em última análise é a Panacéia de seus desejos mais tiranos.
Não se pode matar um Dom. Apenas pode-se mantê-lo adormecido na noite do desejo. Todavia a noite e a escuridão sempre serão a sede de toda pulsão.
Ao Dom cabe apenas, em seu devir, conseguir lidar com limites, tomar seu cavalo pelas mãos, sob pena de perder a sub que lhe mantém vivo. Para tanto um radical exercício de despersonalização se faz necessário, onde sepultam-se todos os Doms ancestrais e faz-se nascer um singular que só emerge e se sustenta nesta relação com a sub.
Um verdadeiro Dom sabe a medida correta da força. Isso o afasta de toda selvageria do desejo e o coloca no mundo possível.
Um Dom é algo que não tem início nem fim. Não se adquire um Dom, um Dom te adquire. Não se controla um Dom, um Dom te controla. Um Dom é um talento raro, uma dádiva celeste na vida daquele que é dominado.Estava o Senhor jejuando no deserto quando foi visitado pelo Diabo:
- Quem sois? Pergunta o Senhor.
- Meu nome é multidão, porque somos muitos. Respondeu o Diabo.
Há um Dom que me habita, que habitou meus ancestrais, que habitará minha descendência. Não um Dom mundano qualquer mas um que se sustenta pela força recorrente que emerge se sua selvageria primitiva.
Dom é um devir totalmente selvagem. É desejo em movimento. É cavalo indomável. Um Dom é o desejo e o desejo é um Dom. Pouco se sabe sobre onde e quando um começa ou termina. Sabe-se todavia que o Dom insiste em tomar conta, em consumir o outro. Não se fala num consumo de destruição mas num devorar antropofágico donde sempre nasce uma outra coisa, fruto do poder do Dom sob sua presa.
Não se pode falar em tornar-se Dom. Nasce-se Dom, morre-se Dom tal qual a Fênix pode-se renascer Dom. Ser Dom não é travestir um papel, ensaiar um cena. Ser Dom tem mais relação com entrega trágica do que com encenação dramática. Mesmo sob a luz de um ato o Dom não usurpa um papel, apenas dá voz à multidão que lhe habita.
Não se pode ensinar alguém a ser Dom. Pode-se apenas ensinar que alguém cale sua própria voz e coloque atenção nas vozes que lhe habitam para então descobrir o quanto povoado pode ser seu deserto interior.
Ser Dom é um exercício de devir que só se realiza quando não se resiste mais à todo desejo selvagem que insiste em ecoar na mente daquele que nasceu para ser Dom.
Não há Dom sem sub posto que ambos habitam um mesmo ser e buscam eternamente, num eterno retorno, se encontrar. Há quem busque dominar, há quem busque sucumbir, há hora de dominar, há ora de sucumbir.
Há Dom que só emerge das cinzas quando encontra paisagens aprazíveis onde pode bater suas asas de Fênix. Não há local seguro para um Dom. O Dom torna o espaço seguro. O Dom cria seu território em locais pouco habitados, em cantos da mente quase inexplorados, porém preteritamente existentes.
O Dom tem coragem de visitar o princípio da humanidade, de circular pela horda primeira e neste passeio perceber que lhe é possível um lugar no mundo. Não se fala de um lugar cedido, mas de um lugar conquistado, com força e sangue.
Nada seria um Dom sem sua força, que em última análise vem de toda multidão de desejos selvagens que sempre lhe habitaram.
Nada seria um Dom sem sua sub, que em última análise é a Panacéia de seus desejos mais tiranos.
Não se pode matar um Dom. Apenas pode-se mantê-lo adormecido na noite do desejo. Todavia a noite e a escuridão sempre serão a sede de toda pulsão.
Ao Dom cabe apenas, em seu devir, conseguir lidar com limites, tomar seu cavalo pelas mãos, sob pena de perder a sub que lhe mantém vivo. Para tanto um radical exercício de despersonalização se faz necessário, onde sepultam-se todos os Doms ancestrais e faz-se nascer um singular que só emerge e se sustenta nesta relação com a sub.
Um verdadeiro Dom sabe a medida correta da força. Isso o afasta de toda selvageria do desejo e o coloca no mundo possível.
Le Teseu.´.E eles lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas.
E eles lhes disse: Basta!