* Rua Vinícius de Moraes, 49 Rio de Janeiro - RJ, 22411-010 - (0xx)21 2521-3168.
Morar no Paraíso nos ensina que as vantagens do Éden sempre sobrepõem qualquer adversidade.
Estar no Rio é saber que a exuberância da beleza esmaga até os maiores infortúnios.
http://www.youtube.com/watch?v=BFpnWDFYJm0
Dizem que Carioca não gosta de trabalhar, provavelmente, seja verdade. Morando num lugar cercado de praias por todos os lados, sob um céu absurdamente azul, iluminado por um sol generoso, o Carioca sente a obrigação de somente viver.
Nasci Gaúcho e talvez por não ser um Carioca da Gema eu ame essa cidade um pouco mais do que um legítimo filho-da-terra.
Eu ia com o Sucatão, beirando a Lagoa, numa dessas tardes em que o “clima libertino, de sol, de sal e de mar” era o perfume das ruas, das praças e das esquinas. Alcançamos Ipanema, passo pela Vinícius de Moraes e me sinto assolado pelo desejo irrefreável de degustar um chope, daqueles bem bronzeados e suando de gelado. Foi quando surgiu à minha frente um dos ícones da Zona Sul, o Bar Garota de Ipanema.
Estacionei e fui atrás do meu chope.
“Corpos malhados, sorrisos talhados, só flerte, só affair....”
Sim, afeiçoado colega! É isso que se vê numa breve caminhada pelas pistas de Ipanema numa tarde de sol.
Escolhi uma mesa mais próxima da visão da rua, sentei e pedi um chope acompanhado de uma porção de batatas fritas. Delícia!
De repente, no clímax do meu banquete, regado a cevada e petiscos, percebo que estou sendo observado. Um olhar insistente e inconveniente me era lançado por uma mulher da mesa vizinha. Ela estava com um grupo de mais duas garotas: loira, olhos claros, estilo mignon, bonita.
Sou um tímido. E um tímido, quando é acuado, não foge, reage com sua peculiar coreografia. Não escapei à regra. Mesmo para mastigar as crocantes batatas fritas eu perdi a naturalidade.
Olhava para frente, a mulher me olhando, eu desviava para o chão. Olhava para frente, a mulher me olhando, eu olhava para o teto. Olhava para frente, a mulher ainda me olhando, eu olhava para o garçom. Olhava para frente e a porra da mulher continuava me olhando, eu olhava para debaixo da mesa, procurando vergonha na cara.
As batatas fritas? Eu já não engolia, eu ruminava.
Minha existência tímida submergiu naquele universo de terror por uns 15 minutos. Eu estava levando um mole e não sabia como agir. Entendi que não poderia mais permitir aquela situação. Ergui o dedo indicador e sinalizei para a minha vilã como se assobiasse para um cachorro. Definitivamente, a timidez é a mais absoluta inaptidão social que habita um homem.
A menina compreendeu o meu chamado e veio sentar-se comigo.
Acredite, Forista sem Fé! O que eu pensei ser um mole magnífico que uma mulher bonita estava me oferecendo, não passava de um marketing vulgar.
Contam os Profetas que Putanheiros e Putas são como mercúrio: sofrem uma atração irreprimível quando se aproximam.
Com cinco minutos de conversa, a menina me revelou o nome, o preço, a modalidade do atendimento, o local do seu privê e o tempo do jogo.
Chamava-se Alice.
Decepção! Pensei estar prestes a arrumar uma amante numa tarde romântica e descobri que teria que gastar R$ 150,00 por 1 hora de sexo libidinoso e devasso.
Contrato estabelecido, partimos para o privê da loirinha.
Como Ipanema é um local que não favorece o fácil estacionamento, pegamos um táxi.
O prédio da loira fica na divisa entre Ipanema e Leblon. Subimos ao 4º andar e entramos num apartamento penumbroso, cortinas fechadas e cheiro de insenso.
A menina me pede para ficar à vontade, insere um CD num pequeno aparelho sobre a cômoda do quarto e o som de My Way, na voz do Frank Sinatra, se mistura com a meia luz do ambiente.
http://www.youtube.com/watch?v=6E2hYDIF ... re=related
Não sei o porquê, mas aquela música me brochou um pouco. My Way não serve de fundo musical para um momento pornográfico. Enfim, como a garota se apressou em dizer que era fã incondicional do Sinatra, desisti de emitir qualquer censura. Ao ritmo de My Way, fomos nos despindo e ganhando o terreno das preliminares.
Antes que eu me esqueça, preciso dizer. O boquete da Alice é uma obra-de-arte, um David de Michelangelo, só falta falar. A mulher não chupa, ela esculpe delicadamente o nosso pau com a língua, desenha nossa ereção com os lábios. Uma artista do oral. Fabulosa!
Seja forte nessa hora, colega Forista. A pressão daquela boca exerce um poder gravitacional sobre o nosso sêmen. Alice não apenas chupa, ela vampiriza o nosso membro.
A mulher é carinhosa, beija de nos deixar melados. Tive que enxugar o rosto com uma toalhinha depois de alguns minutos de agarração.
Eu a coloco na posição que me excita mais, fica de quatro. Ela é branquinha, com uma pequena tatuagem de rosa em uma das bandas da bunda e possui marquinha de biquíni, que de tão minúscula, é quase invisível a olho nu.
O momento crucial. Ali estava, empinado à minha frente, o tobogã erótico. Protejo o pau com a lona de látex e deslizo para o maravilhoso mundo do útero. A menina geme tão afinada quanto às melhores melodias do seu ídolo, o Sinatra. Na verdade, não geme, nos canta seu prazer. Um show.
Após o gozo, conversamos um pouco. Ela me revelou que o Garota de Ipanema serve de ponto informal para várias GPs, devido a freqüência de turistas e gringos que se aglomeram no bar. Afirmou que frequenta regularmente de quarta-feira a domingo, geralmente no fim da tarde e à noite.
Decidi retornar a pé para o Sucatão, paquerando a alegria vespertina da Visconde de Pirajá. Aciono o motor, escancaro as janelas e traço rota pelo crepúsculo da Lagoa.
Ligo o rádio na Atlântida FM e, para a minha surpresa, a voz de Barry White invade a cabine do carro.
http://www.youtube.com/watch?v=K24FQQZs0wU
Carioca não trabalha. Carioca vive.
Abs.
DANTE