Well... conhecendo os dois lados do balcão, palpito:
SIM, o custo financeiro está mais arraigado no valor dos produtos do que imagina o pobre (ou rico) consumidor. Normalmente algo entre 5% e 20% do valor final de venda é custo financeiro.
Veja bem... você só vende o que comprou, certo? Ou seja, aquele produto, já pago, precisa voltar a ser capital e ainda tem que sobrar alguma coisa no bolso. Quanto antes isto acontecer, melhor! Dado o exemplo, as moças investiram em roupas, academia, cremes, cirurgias, fama, etc, etc... e isto para elas custou um X valor por um Y período - sem contar seu investimento em hora-mulher de trabalho e a necessidade de lucro sobre o valor investido, que neste caso, em se tratando de um produto/serviço absolutamente passional, é calculado sem nenhuma base matemática, inutilizando as ponderações anteriores - talvez possa-se usar uma leve referência de mercado, mas variando substancialmente de acordo com a necessidade (tesão e grau alcólico) do cliente. Resultado: na putaria nada é preciso!
Sobre matemática em questão, vejamos... se um produto custo $1000 e pode ser pago em 10x, considerando o valor médio do financiamento de capital de giro disponível no mercado, temos:
1) valor de venda = $1000
2) forma de pagto = 10x
Em 99,5% dos casos o vendedor trabalha em parceria com uma instituição financeira que irá lhe adiantar o valor financiado, abatendo aí os juros, risco e sua própria margem de lucro.
3) Valor efetivamente recebido pelo vendedor = $840 à $900
Sob o ponto de vista do cliente, pagar $900 à vista ou $1000 a prazo, sem dúvida mais vantagem é pagar $1000 em 10x. Se o valor ainda não convertido em parcelas ficar numa aplicação qualquer a chance de, no final do período, os rendimentos superarem o desconto concedido para pagamento à vista é muito (muito!) grande - ou seja, menos capital é disposto para a compra de determinado produto/serviço. Só vale a pena pagar a vista se o desconto for superior ao rendimento total sobre a diferença do valor pago.
Entretando deve-se levar outros fatores em conta:
- possibilidade de variação de valor do produto/serviço no período.
- limites disponíveis nas linhas de crédito dos envolvidos.
- "circunstâncias" contábeis.
- paz de espírito.
Claro que nada disso, na prática, funciona... O que adianta economizar $30, $40 aqui e alí se o putanheiro vai para a chimbação, bebe o que tem de mais caro e ainda paga drinks (sem álcool!!) para as primas, comprometendo assim todo o esforço matemático previamente realizado?
Já dizia o Sr. Setúbal: O negócio não quebra da rentabilidade, quebra no caixa!