Mas tem um aspecto muito curioso nessa história:
Uma porção (considerável) de pessoas adora aparentar possuir um patrimônio que na verdade não chega nem perto de ter. Creio ser coisa de criação/educação em casa, talvez aquilo que o Lula certa vez se referiu quando soltou o bordão "comer mortadela e peidar peru", nos idos de 1989.
Ser puta de R$200 o programa não é, nem de longe, uma desgraça, por mais que reclamem as putas sobre "ser humilhante", "mexer com o amor próprio", etc. Humilhante, numa sociedade onde as pessoas são valoradas pela conta bancária ou o carro que possuem, é tentar sobreviver ganhando R$200 por mês. O que fazem para conseguir uma renda 100 vezes maior que esta nunca pode ser tido como humilhante, nem se prostituir, se o principal objetivo desta pessoa na vida terrena seja apenas posar de integrante da "alta roda", ter conforto e dinheiro pra torrar. Certamente, uma forma de esquecer que, debaixo de sete palmos de terra, todos somos comida de verme.
Esse "vício" de parecer mais do que é decorre de problemas de auto-estima e necessidade de afirmação. Tem gente que não dá importância, mas eu levo em consideração a conversa preparatória ao telefone com a puta. Se me parecer arrogante, querendo parecer não estar dando bola para a minha pré-proposta comercial, comigo ela perdeu cliente. Como puta não é boneca inflável, a personalidade pra mim conta muito e não pago pra enfrentar nariz empinado de quem come mortadela e arrota peru.
Interessante que esse fenômeno não é exclusivo de putas de alta roda. Cansei de ver putas de privês "vintões" que vivem dizendo possuir carro, casa própria, fazer viagens de férias quando na verdade moram na periferia, num barraco mal-acabado e que tomam 3 conduções pra ir trabalhar todos os dias, inclusive domingos e feriados. A farsa se desfaz quando você encontra a puta 10, 15 anos depois e ela ainda está na mesma.
Não fosse isso o bastante, estranhamente (ou não) muitas putas tendem a querer "iludir" seus clientes no sentido de dizer que estão na crista da onda, que fazem tanto sucesso que suas agendas vivem lotadas, que estão ganhando rios de dinheiro, dando a impressão que os R$200 ou mais que o putanheiro pagou pelo TD não são nada ou são apenas uma ninharia, como se estivessem tais putas fazendo um favor ou uma cortesia ao mancebo. Falar em uma renda de R$20 mil por mês constitui também, nesse caso, uma tática para valorizar os serviçso prestados.
Se essa tática surte algum efeito, sinto muito em dizer-lhes que surte, sim, infelizmente. Cansei de ler TDs onde o putanheiro fala "saiu barato", "R$... pra transar com essa deusa é uma pechincha", etc. Isso é o tipo de coisa que realmente me incomoda quando leio certos TDs aqui no fórum. Neguinho que paga jantares, leva a puta pra viajar em Angra dos Reis, o escambau e ainda fala que "teve o privilégio de estar com essa deusa". Incrível como tem gente que não tem noção do valor do dinheiro. E pode me chamar do que for, já estou acostumado, mas essa desvalorização da carteira do putanheiro em prol da hipervalorização da buceta das putas me deixa incomodado (mas não chega a me tirar o sono).
Feitas essas considerações, respondo a pergunta do honorável Kunta-Kin-Te:
Não me sensibilizo com a choradeira da puta, dou-lhe um tapa na bunda e solta: "vamos parar com o papo furado e partir pra a trepada, porque o relógio tá correndo" (posso usar outras palavras, mas no fundo é isso)!
Abraços, Barak.