Apesar de eu ser um ateu por convicção própria, eu não procuro convencer a pessoas que Deus não existe. A maioria das pessoas são tão arraigadas a esta crença, que se eu fizesse isso me sentiria como que revelando a uma criança inocente que Papai Noel não existe.
Tudo o que eu penso sobre Deus e religião foi decorrente de meditar sobre o tema, nunca discuti com ninguém, a não ser minha Regra 3 (não a evangélica) que, por acaso, descobri que pensa da mesma forma.
A mim parece algo tão lógico e cristalino, que não consigo entender como os demais "mortais" não conseguem enxergar o óbvio.
Como mencionado no programa, as pessoas relutam em admitir que a religião não tem lógica. E, pior, é todo um sistema tão feroz, que desde pequenos todos somos induzidos a pensar que o ateísmo constitui-se em grave punição. Eu, talvez, não via o ateísmo desta forma, porque meu avô era ateu e uma pessoa de integridade que eu raramente encontrei em outras pessoas. Foi um exemplo construtivo para todos que o conheceram.
Partindo daí, mesmo dentro de um conceito que admitia a existência de Deus, eu nunca aceitei a idéia de que um ateu tivesse que ser preterido, em detrimento de outras pessoas muito menos éticas e morais, pelo simples fato de não ter uma crença.
Óbvio que é mais confortável viver com a convicção que teremos outra vida melhor para compensar todas as agruras que passamos. Mas se observarmos quanta energia produtiva é desperdiçada no mundo por conta de religiões e quantas mortes, desgraças e exploração essas malditas já provocaram e provocam no mundo todo, a conseqüência disso é o asco.
Para quem se interessa pelo tema recomendo o livro "Deus não é grande - Como as religiões envenenam tudo", de Christopher Hitchens. Tem em qualquer Saraiva ou Siciliano da vida. Foi minha Regra 3 quem me deu de presente. Essa é uma das razões pela qual eu tanto a admiro: é uma das poucas que pensam.