Meu senhor e minha senhora, juro com os dois pés juntos que fui criado rigidamente sendo em mim embutido o valor do pecado, a religião era o unico paradigma de minha adolescência. Mas mesmo assim, o calças curtas aqui, fodia com umas cabritas e galinhas, acreditem minha senhora e meu senhorar, fodia gostoso com os bichinho (que a associação protetora dos animais não nos leia) para depois eu rezar na cama e pedir perdão.
Hoje não como mais galinhas e cabritas mas continuo com o velho hábito de pedir perdão toda vez que saiu com as putas. Peço perdão por trair minha patroa e por trepar com meretrizes. Mas na verdade não ligo mais para dogmas religiosos e não acredito num Deus disciplinador e cruel. Faço isso por pura força do hábito mesmo. Mas o sentimento de culpa é real e por mais que eu negue a tudo isso o sentimento de culpa persiste.
Outro dia me olhei no espelho e vi umas manchas na região do sexo, fiquei com medo. Nem precisei evitar minha esposa pois ela raramente me procura. Fui ao médico e depois de uma bateria de exames me disseram que era apenas umas bactérias inofensivas e nada mais. Fiquei aliviado. Mas até sair o resultado tive a impressão de que havia sido punido por uma força maior.
Com isso tudo deu pra perceber, senhor e senhora, que minha vida de putanheiro é um paradoxo. Já cheguei até a amar uma puta e nesse tempo achava que havia encontrado o sentido da vida. Mas tudo que encontrei na realidade foi sarna pra me coçar.
Mesmo assim eu amo as putas. Antes eu sentia nojo mas agora eu as amo.
Entendam como quizerem, senhoras e senhores, mas é assim que é e é assim que sou.
Um homem de bom coração que ama as putas. Talvez só assim eu encontre algum sentido para a vida mesmo sabendo que ela não tem sentido nenhum.
Disso eu tenho certeza minha senhora e meu senhor ah se tenho.