Eu luto todos os dias contra a tentação de entrar em um bordel, boate ou clínica e fechar um programa logo com três garotas de uma vez.
Estou vencendo a minha luta, até o presente momento, já são 365 dias e mais três meses sem fazer sexo, marca a completar-se em 05 de abril próximo.
Mas a mente do viciado em sexo (bem como a mente do viciado em qualquer outra coisa) continua sempre trabalhando em função do vício.
Outro dia mesmo, eu estava transitando pela Rua Teodoro Sampaio, em São Paulo, a caminho de um serviço na Doutor Arnaldo, enfrentando o congestionamento habitual numa boa, sem pensar em nada específico, quando, ao parar na fila para ultrapassar o cruzamento com a H. Schaumann, viro minha cabeça para a direita e vejo um rapaz jovem, moreno, de baixa estatura, com uma bermuda jeans compridona (que faz o cara parecer mais baixo ainda), de aparência normal, postar-se ansioso e inseguro diante de uma portinhola de ferro pintada de verde-folha, bastante amassada, com aqueles espetos em cima, e com um adesivo (de letras pequenas, mas de tamanho suficiente para que eu pudesse lê-las de dentro do carro, através do vidro do passageiro) com os dizeres: "DEUS ESTÁ LHE VENDO".
Fiquei com pena do moleque... um puta calor, o cara olhando repetidamente para um lado e outro, aguardando ansiosamente que a maldita porta do bordel fosse aberta... não deu tempo de [tentar] visualizar o número da sobreloja, porque o trânsito andou... mas era do lado direito do tráfego na Teodoro Sampaio, pouco antes do cruzamento com a H. Schaumann.
Por que ? Por que tamanha humilhação é necessária ? Não será mais proveitoso para o ser humano do sexo masculino que não consegue ter parceira sexual pelas vias ditas (e hipócritamente ditas) "normais", simplesmente abdicar desse SEXO MALDITO ?
Tantas e tantas vezes eu me humilhei diante de estacionamentos de boate e portas de bordel, até mesmo na minha primeira relação sexual, que já foi com GP, eu tomei uma puta vaia dos caras que vinham no carro atrás de mim... Deveria ter entendido que este era um sinal para que eu desistisse e CONSERVASSE MINHA CASTIDADE.
Lamento muito pela prostituição... Estou sem fazer sexo, mas a mente do viciado continua sempre à espreita, sempre agauardando uma pequena brecha ou fraqueza para fazer o cara descer lamentavelmente a ladeira da humilhação e da desgraça.
Eu luto TODOS OS DIAS contra a MALDITA vontade de fazer sexo.
LUTEM VOCÊS TAMBÉM !
SALVEM-SE ENQUANTO HÁ TEMPO !