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Estou aqui em minha residência apreciando as 4 estações de Vivaldi pela segunda vez. No CD há um capítulo a mais. Concerto Alla Rustica in G(sol) entendi. Mas o que seria RV 151?
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RV siglas de pesquisador da obra e catálogoDragonballZ escreveu:Estou aqui em minha residência apreciando as 4 estações de Vivaldi pela segunda vez. No CD há um capítulo a mais. Concerto Alla Rustica in G(sol) entendi. Mas o que seria RV 151?
R de Peter Ryom, o pesquisador, e V de Verzeichnis, "catálogo" em alemão
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Escutando pela terceira vez, consigo perceber algumas diferenças.
Confesso que da primeira vez, lembrei-me de um comercial de alguma marca de sabonetes florais.
Mas vamos ver se entendi a estrutura da peça. Spring , Summer, Autumn e Winter.
Todos com 3 atos? É assim q se fala?
Bem pelo que percebi, é infinita as emoções.
Mas sei que cada um tem uma interpretação, um gosto.
No âmbito geral tudo tem um começo meio e fim. E achei que o final me tocou.
O começo é sedutor, Spring, como se apresentasse uma proposta.leve, fresca, suave e florida.
Daí vai evoluindo de uma forma de altos e baixos.
No “Summer Allegro non molto”, me pareceu conflitos com diversos movimentos.
Sentimento de suspense e coisa parecida. Expectativa. Coisa Ativa.
Já no Autumn me pareceu: - Acorda, o mundo está mudando! Olha a esperança, a confiança, a beleza está de volta!!! Tudo vai estar bem!
No “Winter” parece que tudo se encaixa. Começa com uma expectativa e ai prossegue.
Como que se tudo se resolvesse... Maturidade... Explicações, amparos, soluções, sentimentos, justificativas... Vai aos finalmente sem misericórdia.
Pensei que fosse o “Grand Finale”, mas quando escutei a próxima faixa, que emoção...
“Largo” faixa 11 me emocionou. Esta harmonia em violino quase solo com tanto sentimento!!! Mexeu comigo... Linda, suave, emotiva, como se estivesse dizendo algo de bom e verdadeiro. E acolhedor... Algo confortante! Emocionante, estou realmente emocionado. Como diante da verdade sem mentiras, nu e somente com minha essência. Que linda harmonia. Desarma qualquer um!
Bem, caríssimo , foi o que senti.
Estou emocionado de verdade.
Gratos pela dica.
Vou prosseguir....
Abs,
DBZ.
Confesso que da primeira vez, lembrei-me de um comercial de alguma marca de sabonetes florais.
Mas vamos ver se entendi a estrutura da peça. Spring , Summer, Autumn e Winter.
Todos com 3 atos? É assim q se fala?
Bem pelo que percebi, é infinita as emoções.
Mas sei que cada um tem uma interpretação, um gosto.
No âmbito geral tudo tem um começo meio e fim. E achei que o final me tocou.
O começo é sedutor, Spring, como se apresentasse uma proposta.leve, fresca, suave e florida.
Daí vai evoluindo de uma forma de altos e baixos.
No “Summer Allegro non molto”, me pareceu conflitos com diversos movimentos.
Sentimento de suspense e coisa parecida. Expectativa. Coisa Ativa.
Já no Autumn me pareceu: - Acorda, o mundo está mudando! Olha a esperança, a confiança, a beleza está de volta!!! Tudo vai estar bem!
No “Winter” parece que tudo se encaixa. Começa com uma expectativa e ai prossegue.
Como que se tudo se resolvesse... Maturidade... Explicações, amparos, soluções, sentimentos, justificativas... Vai aos finalmente sem misericórdia.
Pensei que fosse o “Grand Finale”, mas quando escutei a próxima faixa, que emoção...
“Largo” faixa 11 me emocionou. Esta harmonia em violino quase solo com tanto sentimento!!! Mexeu comigo... Linda, suave, emotiva, como se estivesse dizendo algo de bom e verdadeiro. E acolhedor... Algo confortante! Emocionante, estou realmente emocionado. Como diante da verdade sem mentiras, nu e somente com minha essência. Que linda harmonia. Desarma qualquer um!
Bem, caríssimo , foi o que senti.
Estou emocionado de verdade.
Gratos pela dica.
Vou prosseguir....
Abs,
DBZ.
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Grande DBZ... virando um expert... mas é isso música é sentimento... e pintura... é tudo... e é tão perfeita que é matemática pura na sua construção... mas é isso... cada um a sente de uma forma... o incrível é que a mesma música pode ser sentida de várias formas pelo mesmo ouvinte dependendo o seu dia...
Pelo menos mais um ouvindo coisa boa... o bom Jazz também é isso e os grandes músicos e compositores de Jazz, não duvide, nascem da música clássica...
Pelo menos mais um ouvindo coisa boa... o bom Jazz também é isso e os grandes músicos e compositores de Jazz, não duvide, nascem da música clássica...
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Bom dia!
Voces estão cada vez melhores! Uma verdadeira aula! hehe
Reeducação musical! Coisa que nosso país carece.
Só dando um pitaco, o músico de jazz, em minha modesta opinião, pode e tem que ter influência de música erudita e de popular também. Ele não pode se dar ao luxo de ter uma fonte só, porque tende a estagnar, o que aconteceu a muitos que viveram dos louros de algumas composições e acabaram por não ir adiante disso.
Abs
Voces estão cada vez melhores! Uma verdadeira aula! hehe
Reeducação musical! Coisa que nosso país carece.
Só dando um pitaco, o músico de jazz, em minha modesta opinião, pode e tem que ter influência de música erudita e de popular também. Ele não pode se dar ao luxo de ter uma fonte só, porque tende a estagnar, o que aconteceu a muitos que viveram dos louros de algumas composições e acabaram por não ir adiante disso.
Abs
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O Jazz é isso... investigação e misturas com uma grande base de música erudita... Bem colocado...cwbb escreveu:Bom dia!
Voces estão cada vez melhores! Uma verdadeira aula! hehe
Reeducação musical! Coisa que nosso país carece.
Só dando um pitaco, o músico de jazz, em minha modesta opinião, pode e tem que ter influência de música erudita e de popular também. Ele não pode se dar ao luxo de ter uma fonte só, porque tende a estagnar, o que aconteceu a muitos que viveram dos louros de algumas composições e acabaram por não ir adiante disso.
Abs
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DBZ mais uma dica...
Franz Liszt (1811-1186)
Pianista húngaro de grande talento, compositor e professor considerado geralmente o maior concertista do seu tempo. Liszt foi um artista extravagante, célebre pelo estilo de composição e execução muitas vezes impetuoso. Popularizou o "poema sinfônico", uma peça orquestral influenciada por literatura, arte ou emoções. Um exemplo disso são os Prelúdios. As melodias ciganas húngaras inspiraram suas obras populares para o piano, Rapsódias Húngaras, algumas das quais transcreveu para orquestra. As últimas composições tornaram-se progressivamente mais sombrias. Apoiou o compositor Wagner, que casou com sua filha Cosima.
Rapsódias Húngaras
No.2
No.6
No.8
Franz Liszt (1811-1186)
Pianista húngaro de grande talento, compositor e professor considerado geralmente o maior concertista do seu tempo. Liszt foi um artista extravagante, célebre pelo estilo de composição e execução muitas vezes impetuoso. Popularizou o "poema sinfônico", uma peça orquestral influenciada por literatura, arte ou emoções. Um exemplo disso são os Prelúdios. As melodias ciganas húngaras inspiraram suas obras populares para o piano, Rapsódias Húngaras, algumas das quais transcreveu para orquestra. As últimas composições tornaram-se progressivamente mais sombrias. Apoiou o compositor Wagner, que casou com sua filha Cosima.
Rapsódias Húngaras
No.2
No.6
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DBZ este Cd do Liszt vale a pena:
Franz Liszt
Funérailles. Rhapsodie espagnole. Vallée d'Obermann. Sonata in B minor.
Arnaldo Cohen
BIS CD-1253
Franz Liszt
Funérailles. Rhapsodie espagnole. Vallée d'Obermann. Sonata in B minor.
Arnaldo Cohen
BIS CD-1253
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Essa coletânea é boa?
Beethoven 9 Sinfonias - Janos Ferencsik - 6 CD´s- BOX 6 CDs
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Comprando no Submarino?DragonballZ escreveu:Essa coletânea é boa?
Beethoven 9 Sinfonias - Janos Ferencsik - 6 CD´s- BOX 6 CDs
Regente da Hungarian State Orchestra - Não ouvi, mas deve ser bom... em geral as orquestras do leste europeu são boas. Se o preço vale a pena...
Regentes Famosos:
Karajan
Bernstein
Previn
Mutti
Horowitz
Abbado
entre outros
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DBZ...
versão imperdível... mas é só uma não é colet... um pouco caro R$ 76.00 aprox...
Symphony No. 9 - Importado
HERBERT VON KARAJAN (CONDUCTOR) & LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) & BERLIN PHILHARMONIC ORCHESTRA
Artists Agnes Baltsa (Alto; Mezzo-Soprano), José van Dam (Vocalist; Baritone), Peter Schreier (Tenor), Anna Tomowa-Sintow (Soprano)
versão imperdível... mas é só uma não é colet... um pouco caro R$ 76.00 aprox...
Symphony No. 9 - Importado
HERBERT VON KARAJAN (CONDUCTOR) & LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) & BERLIN PHILHARMONIC ORCHESTRA
Artists Agnes Baltsa (Alto; Mezzo-Soprano), José van Dam (Vocalist; Baritone), Peter Schreier (Tenor), Anna Tomowa-Sintow (Soprano)
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Onde Maestro???maestroalex escreveu:DBZ...
versão imperdível... mas é só uma não é colet... um pouco caro R$ 76.00 aprox...
Symphony No. 9 - Importado
HERBERT VON KARAJAN (CONDUCTOR) & LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) & BERLIN PHILHARMONIC ORCHESTRA
Artists Agnes Baltsa (Alto; Mezzo-Soprano), José van Dam (Vocalist; Baritone), Peter Schreier (Tenor), Anna Tomowa-Sintow (Soprano)
Submarino...
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Acompanhado de Black Label ou de chocolate com cognac?DragonballZ escreveu:Já encomendei.... 30 dias corridos.....maestroalex escreveu:isso...DragonballZ escreveu:Onde Maestro???maestroalex escreveu:DBZ...
versão imperdível... mas é só uma não é colet... um pouco caro R$ 76.00 aprox...
Symphony No. 9 - Importado
HERBERT VON KARAJAN (CONDUCTOR) & LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) & BERLIN PHILHARMONIC ORCHESTRA
Artists Agnes Baltsa (Alto; Mezzo-Soprano), José van Dam (Vocalist; Baritone), Peter Schreier (Tenor), Anna Tomowa-Sintow (Soprano)
Submarino...
Estou revendo as 4 estações p/ ver se sinto algo diferente.
Não esqueça de bela menina do lado... fundamental!
Essa obra de Vivaldi é para ser ouvida bem acompanhado por uma bela Musa.
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Para DBZ e os que andam interessados em conhecer alguma coisa de música clássica... Em páginas anteriores já temos alguns músicos e obras recomendadas... Hoje Mozart, mas só com sinfonias recomendadas. A obra é vasta e vais de concertos a missas...
Sinfonias
Köchel numerou as sinfonias de Mozart de 1 a 41. Mais tarde, outras sinfonias foram descobertas, elevando o número total de sinfonias de Mozart para 50. Quando pensamos, porém, nas sinfonias de Beethoven, Schubert, Schumann, Brahms, e Mahler, as primeiras 30 dessas peças não merecem verdadeiramente ser chamadas de sinfonias. São peças curtas, cuja duração às vezes não ultrapassa cinco minutos, e escritas para uma orquestra pequena, que em geral inclui apenas as cordas, dois oboés ou duas trompas. Segundo o conceito actual de Sinfonia, Mozart compôs apenas as 10 que estão numeradas de 31 a 41. Note-se que a Sinfonia No. 37 de Mozart (assim numerada por Köchel), foi composta, de facto, por Michael Haydn (irmão de Franz Joseph Haydn), como se veio a demonstrar mais tarde, ainda que Mozart tenha composto um dos movimentos da obra. As Sinfonias numeradas de 25 a 30 também costumam despertar algum interesse, mas não são, geralmente, consideradas de qualidade comparável à das dez últimas.
A primeira grande sinfonia de Mozart é a Sinfonia No. 31 em Ré Maior, K297, chamada Sinfonia Paris, composta em 1778 durante uma viagem de Mozart a Paris. É também a mais ricamente orquestrada de todas as sinfonias de Mozart: sua orquestração inclui duas flautas, dois oboés, duas clarinetas (é a primeira vez que Mozart as emprega numa sinfonia), 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 2 tímpanos (ré, lá) e cordas. Mozart nunca usou trombone em nenhuma de suas sinfonias. Aliás, o uso de trombones era raro na época, mesmo em orquestra de ópera, em geral mais rica do que a usada nas sinfonias. Apenas se regista o seu uso nas óperas Idomeneo, Don Giovanni, A Flauta Mágica, e no Requiem. Em Idomeneo, por exemplo, três trombones aparecem numa única cena, em que a voz de Netuno anuncia aos habitantes de Creta as condições para que o tsunami pare de assolar a ilha. Em Don Giovanni, três trombones aparecem na cena do cemitério, em que a estátua do comendador fala com Don Giovanni, e novamente na cena final, em que o fantasma do comendador comparece ao banquete convidado por Don Giovanni. Em A Flauta Mágica, Mozart chegou a usar 5 trombones! No Requiem, um solo de trombone anuncia o Tuba Mirum, de modo que se pode dizer que, em Mozart, o trombone anuncia sempre algum tipo de comunicação com o sobrenatural.
Mozart queria impressionar os parisienses, e a Sinfonia "Paris" começa de maneira bombástica, com quatro acordes em forte na orquestra inteira seguidos de semi-colcheias rapidamente ascendentes nas cordas, flautas e fagotes, dando uma sensação de fogo-de-artifício. O primeiro movimento da sinfonia transcorre num clima festivo, com os "fogos de artifício" explodindo aqui e ali. O segundo movimento, Andante 6/8, é uma dança francesa, delicada e elegante, lembrando um quadro de Fragonard. O terceiro e último movimento, Allegro, começa com uma tremedeira cheia de expectativa só nos violinos, que explode num tutti (acorde de ré), como o estourar de uma rolha de champanhe, e a festa começa.
Outra obra marcante é a Sinfonia No. 36 em Dó Maior, K425 ("Linz"). Mozart e sua mulher deixaram Salzburgo às 9:30 da manhã a 27 de outubro de 1783 com destino a Linz, na Áustria. Assim que lá chegaram, Mozart escreveu uma carta a seu pai, datada de 31 de outubro, na qual dizia: Preciso dar um concerto aqui e, como não trouxe comigo nenhuma sinfonia, estou compondo uma nova o mais rápido que posso. O concerto estava marcado para 4 de novembro, o que significa que Mozart teria 4 dias para compor! E, de fato, a 4 de novembro, a nova sinfonia de Mozart foi apresentada ao público. Nem mesmo um gênio como Mozart poderia compor uma sinfonia como a Linz em apenas quatro dias. Essa carta de Mozart parece só fazer sentido se ele já tinha concebido mentalmente a totalidade da sinfonia quando entrou na carruagem em Salzburgo, já que se calcula que levaria uns três ou quatro dias só para passar a sinfonia para o papel (trabalhando muito rapidamente) mais, talvez, uns dois dias para mandar copiar as partes de cada instrumento e distribuí-las aos músicos (desde que ele tivesse um excelente time de copistas à sua disposição), ensaiar e reger a Linz. O fato é que, mesmo tendo sido composta às pressas, a Sinfonia Linz é um exemplo de arte clássica, bela e bem proporcionada em todas as suas partes, expressando os mais inefáveis e ardentes desejos, num monumento sinfônico digno de figurar ao lado das sinfonias de Mahler e de Beethoven. Podemos ouvir as rodas da carruagem no primeiro movimento da Linz.
O próprio Mozart esclareceu numa carta o seu processo de composição:
Quer saber como eu componho? Posso dizer-lhe apenas isto: quando me sinto bem disposto, seja na carruagem quando viajo, seja de noite quando durmo, ocorrem-me idéias aos jorros, soberbamente. Como e donde, não sei. As que me agradam, guardo-as como se tivessem sido trazidas por outras pessoas, retenho-as bem na memória e, uma após a outra, delas tomo a parte necessária, para fazer um pastel segundo as regras do contraponto, da harmonia, dos instrumentos, etc. Então, em profundo sossêgo, sinto aquilo crescer, crescer para a claridade de tal forma que a obra mesmo extensa se completa na minha cabeça e posso abrangê-la de um só relance, como um belo retrato ou uma bela mulher... Quando chego neste ponto, nada mais esqueço, porque boa memória é o maior dom que Deus me deu.
A Sinfonia No. 38 em Ré Maior, K504 ("Praga") foi composta em Viena em 1786. Em janeiro de 1787, Mozart fez uma viagem a Praga, onde ele estreou sua sinfonia no dia 19 daquele mês. Assim como a Linz, esta sinfonia também tem uma introdução lenta. Haydn quase sempre punha uma introdução lenta nas suas sinfonias; Mozart raras vezes o fazia. Este é um monumento sinfônico comparável à Linz, com um segundo tema extremamente comovente no primeiro movimento.
A Sinfonia No. 40 em Sol Menor, K550 é a única dessas dez em tonalidade menor. Seu tom de angústia é, ao mesmo tempo, tão comovente que levou Schubert a exclamar: Na sinfonia em sol menor de Mozart, pode-se ouvir o canto dos anjos.
As sinfonias nos. 39 e 40 foram inicialmente escritas sem clarinetas. Clarinetas eram raras no tempo de Mozart; o instrumento havia sido recentemente inventado, e Mozart foi um dos primeiros a compor para ele. Mozart não esperava contar com uma orquestra que possuísse clarinetas para poder executar as suas sinfonias. Mais tarde, porém, ele mudou de idéia e resolveu refazer a orquestração das sinfonias no. 39 e 40 para incluir duas clarinetas (para isto, ele só precisou realmente alterar as partes de oboé). A versão que nós ouvimos dessas duas sinfonias hoje em dia é quase sempre a versão com as clarinetas.
Por fim temos a Sinfonia No. 41 em Dó Maior, K551 ("Sinfonia Júpiter"). Quem lhe deu este título foi o editor musical inglês que publicou a partitura após a morte de Mozart, pela "alta elevação de idéias e nobreza de tratamento." É o deus grego passeando por entre as nuvens, exibindo sua beleza e majestade. Está orquestrada para flauta, dois oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos (do, sol) e cordas. É interessante notar que, sempre que aparecem tímpanos em Mozart, aparecem também trompetes. Só existe um exemplo de tímpanos sem trompetes na música de Mozart: na Serenata Notturna, K239. Os tímpanos, quando aparecem, são sempre dois: um na tônica, outro na dominante.
Sinfonias
Köchel numerou as sinfonias de Mozart de 1 a 41. Mais tarde, outras sinfonias foram descobertas, elevando o número total de sinfonias de Mozart para 50. Quando pensamos, porém, nas sinfonias de Beethoven, Schubert, Schumann, Brahms, e Mahler, as primeiras 30 dessas peças não merecem verdadeiramente ser chamadas de sinfonias. São peças curtas, cuja duração às vezes não ultrapassa cinco minutos, e escritas para uma orquestra pequena, que em geral inclui apenas as cordas, dois oboés ou duas trompas. Segundo o conceito actual de Sinfonia, Mozart compôs apenas as 10 que estão numeradas de 31 a 41. Note-se que a Sinfonia No. 37 de Mozart (assim numerada por Köchel), foi composta, de facto, por Michael Haydn (irmão de Franz Joseph Haydn), como se veio a demonstrar mais tarde, ainda que Mozart tenha composto um dos movimentos da obra. As Sinfonias numeradas de 25 a 30 também costumam despertar algum interesse, mas não são, geralmente, consideradas de qualidade comparável à das dez últimas.
A primeira grande sinfonia de Mozart é a Sinfonia No. 31 em Ré Maior, K297, chamada Sinfonia Paris, composta em 1778 durante uma viagem de Mozart a Paris. É também a mais ricamente orquestrada de todas as sinfonias de Mozart: sua orquestração inclui duas flautas, dois oboés, duas clarinetas (é a primeira vez que Mozart as emprega numa sinfonia), 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 2 tímpanos (ré, lá) e cordas. Mozart nunca usou trombone em nenhuma de suas sinfonias. Aliás, o uso de trombones era raro na época, mesmo em orquestra de ópera, em geral mais rica do que a usada nas sinfonias. Apenas se regista o seu uso nas óperas Idomeneo, Don Giovanni, A Flauta Mágica, e no Requiem. Em Idomeneo, por exemplo, três trombones aparecem numa única cena, em que a voz de Netuno anuncia aos habitantes de Creta as condições para que o tsunami pare de assolar a ilha. Em Don Giovanni, três trombones aparecem na cena do cemitério, em que a estátua do comendador fala com Don Giovanni, e novamente na cena final, em que o fantasma do comendador comparece ao banquete convidado por Don Giovanni. Em A Flauta Mágica, Mozart chegou a usar 5 trombones! No Requiem, um solo de trombone anuncia o Tuba Mirum, de modo que se pode dizer que, em Mozart, o trombone anuncia sempre algum tipo de comunicação com o sobrenatural.
Mozart queria impressionar os parisienses, e a Sinfonia "Paris" começa de maneira bombástica, com quatro acordes em forte na orquestra inteira seguidos de semi-colcheias rapidamente ascendentes nas cordas, flautas e fagotes, dando uma sensação de fogo-de-artifício. O primeiro movimento da sinfonia transcorre num clima festivo, com os "fogos de artifício" explodindo aqui e ali. O segundo movimento, Andante 6/8, é uma dança francesa, delicada e elegante, lembrando um quadro de Fragonard. O terceiro e último movimento, Allegro, começa com uma tremedeira cheia de expectativa só nos violinos, que explode num tutti (acorde de ré), como o estourar de uma rolha de champanhe, e a festa começa.
Outra obra marcante é a Sinfonia No. 36 em Dó Maior, K425 ("Linz"). Mozart e sua mulher deixaram Salzburgo às 9:30 da manhã a 27 de outubro de 1783 com destino a Linz, na Áustria. Assim que lá chegaram, Mozart escreveu uma carta a seu pai, datada de 31 de outubro, na qual dizia: Preciso dar um concerto aqui e, como não trouxe comigo nenhuma sinfonia, estou compondo uma nova o mais rápido que posso. O concerto estava marcado para 4 de novembro, o que significa que Mozart teria 4 dias para compor! E, de fato, a 4 de novembro, a nova sinfonia de Mozart foi apresentada ao público. Nem mesmo um gênio como Mozart poderia compor uma sinfonia como a Linz em apenas quatro dias. Essa carta de Mozart parece só fazer sentido se ele já tinha concebido mentalmente a totalidade da sinfonia quando entrou na carruagem em Salzburgo, já que se calcula que levaria uns três ou quatro dias só para passar a sinfonia para o papel (trabalhando muito rapidamente) mais, talvez, uns dois dias para mandar copiar as partes de cada instrumento e distribuí-las aos músicos (desde que ele tivesse um excelente time de copistas à sua disposição), ensaiar e reger a Linz. O fato é que, mesmo tendo sido composta às pressas, a Sinfonia Linz é um exemplo de arte clássica, bela e bem proporcionada em todas as suas partes, expressando os mais inefáveis e ardentes desejos, num monumento sinfônico digno de figurar ao lado das sinfonias de Mahler e de Beethoven. Podemos ouvir as rodas da carruagem no primeiro movimento da Linz.
O próprio Mozart esclareceu numa carta o seu processo de composição:
Quer saber como eu componho? Posso dizer-lhe apenas isto: quando me sinto bem disposto, seja na carruagem quando viajo, seja de noite quando durmo, ocorrem-me idéias aos jorros, soberbamente. Como e donde, não sei. As que me agradam, guardo-as como se tivessem sido trazidas por outras pessoas, retenho-as bem na memória e, uma após a outra, delas tomo a parte necessária, para fazer um pastel segundo as regras do contraponto, da harmonia, dos instrumentos, etc. Então, em profundo sossêgo, sinto aquilo crescer, crescer para a claridade de tal forma que a obra mesmo extensa se completa na minha cabeça e posso abrangê-la de um só relance, como um belo retrato ou uma bela mulher... Quando chego neste ponto, nada mais esqueço, porque boa memória é o maior dom que Deus me deu.
A Sinfonia No. 38 em Ré Maior, K504 ("Praga") foi composta em Viena em 1786. Em janeiro de 1787, Mozart fez uma viagem a Praga, onde ele estreou sua sinfonia no dia 19 daquele mês. Assim como a Linz, esta sinfonia também tem uma introdução lenta. Haydn quase sempre punha uma introdução lenta nas suas sinfonias; Mozart raras vezes o fazia. Este é um monumento sinfônico comparável à Linz, com um segundo tema extremamente comovente no primeiro movimento.
A Sinfonia No. 40 em Sol Menor, K550 é a única dessas dez em tonalidade menor. Seu tom de angústia é, ao mesmo tempo, tão comovente que levou Schubert a exclamar: Na sinfonia em sol menor de Mozart, pode-se ouvir o canto dos anjos.
As sinfonias nos. 39 e 40 foram inicialmente escritas sem clarinetas. Clarinetas eram raras no tempo de Mozart; o instrumento havia sido recentemente inventado, e Mozart foi um dos primeiros a compor para ele. Mozart não esperava contar com uma orquestra que possuísse clarinetas para poder executar as suas sinfonias. Mais tarde, porém, ele mudou de idéia e resolveu refazer a orquestração das sinfonias no. 39 e 40 para incluir duas clarinetas (para isto, ele só precisou realmente alterar as partes de oboé). A versão que nós ouvimos dessas duas sinfonias hoje em dia é quase sempre a versão com as clarinetas.
Por fim temos a Sinfonia No. 41 em Dó Maior, K551 ("Sinfonia Júpiter"). Quem lhe deu este título foi o editor musical inglês que publicou a partitura após a morte de Mozart, pela "alta elevação de idéias e nobreza de tratamento." É o deus grego passeando por entre as nuvens, exibindo sua beleza e majestade. Está orquestrada para flauta, dois oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos (do, sol) e cordas. É interessante notar que, sempre que aparecem tímpanos em Mozart, aparecem também trompetes. Só existe um exemplo de tímpanos sem trompetes na música de Mozart: na Serenata Notturna, K239. Os tímpanos, quando aparecem, são sempre dois: um na tônica, outro na dominante.
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Que tal um clássico provocador?
Conheci Carmina Burana aos 16 e fiquei fã do Carl Orff.
Tudo gira em torno do dinheiro, por isso a abertura e o fechamento da obra é igual: O Fortuna. Tudo começa e acaba por dinheiro.
Carmina Burana, nem todos sabem, faz parte de uma trilogia.
Boa audição.
http://www.hepsiburada.com/productdetai ... n15#tablnk
Pra quem curte jazz, como eu, uma banda pra lá de incomum a verdadeira "mosca branca"
Stompers
Sugiro ouvir este:
http://www.steamboatstompers.cz/discogr ... ie_cd5.htm
:-´
Conheci Carmina Burana aos 16 e fiquei fã do Carl Orff.
Tudo gira em torno do dinheiro, por isso a abertura e o fechamento da obra é igual: O Fortuna. Tudo começa e acaba por dinheiro.
Carmina Burana, nem todos sabem, faz parte de uma trilogia.
Boa audição.
http://www.hepsiburada.com/productdetai ... n15#tablnk
Pra quem curte jazz, como eu, uma banda pra lá de incomum a verdadeira "mosca branca"
Stompers
Sugiro ouvir este:
http://www.steamboatstompers.cz/discogr ... ie_cd5.htm
:-´
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