LULA É VAIADO NA ABERTURA DOS JOGOS PAN-AMERICANOS

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Dennis Grosso
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#106 Mensagem por Dennis Grosso » 29 Jul 2007, 16:18

INteressante

No meio da semana a O jornal da globo, fez uma matéria cricicando as vaias da torida, mostrando jogadores irritados e as varias vezes em modalidades forma atrapalhadas pelo mal comportamento da torcida. Inclusive imperdindo largagaddas das provas de corridas porque os atleetas não conseguiam ouvir o papito!

Já no outro dia na ginastica artistica a torcida da ginastica artistica apoiou os atletas de outra delegações, no salto em distancia todos os atletas que pediram aplausos receberam, na maratona o atleta da gatemala que liderava a prova recebeu aplauso mesmo estando na frente do brasileiros. Sera coincidencia?!

Acho que é o efeito Rede Globo!!

A globo fala o povo segue, a unica excessão foi a eleição do Lula.

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Roman Barak
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#107 Mensagem por Roman Barak » 29 Jul 2007, 20:02

O Pan se encerra hoje e para minha supresa, confesso, se mostrou uma festa esportiva muito bonita e organizada.
Isto é, dentro dos padrões brasileiros, bem entendido, porque é insuperável para mim a Olimpiada de Moscou de 1980.
Ainda temos de comer muito arroz com feijão pra sediar uma Olimpiada, mas estamos no rumo.

Sobre as vaias do Lula, não gasto muito tempo pra comentar: foram merecidas, apesar de terem sido, sim, "organizadas". A prova do "crime" foram as declarações do César Maia, com discursinho pronto e tudo. Mesmo não tendo sido espontâneo, achei importante o efeito causado, serviu pra mostrar o que é a "pessoa" Lula, um imbecil que não suporta ser contrariado, acostumado com a superveniência dos seus colegas de cachaça no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Aliás, vamos falar sério, sindicalista nunca mais, né?

Agora, quanto ao costume de vaias "adversários" nos esportes, acho inapropriado, senão estúpido, num evento como o Pan-Americano. Não é como partida de futebol entre o Vila Xurupita e Chicainha F.C.

E o imbecil do Oscar puxando vaias e maldições contra ginastas estrangeiros só prova duas coisas:

a) a capacidade cerebral do Oscar não é de Homo Sapiens, talvez nem seja a do Homo Erectus ou do Australopitecus. Quem o ovaciona e pede autógrafo, então, ainda não desceu das árvores para explorar a savana africana.

b) meu professor de educação física do ginásio, nos anos 80, estava errado: basquete não esporte dos inteligentes. Basta ver Oscar, Hortência, etc. E o filho-da-puta não nos deixava jogar futebol. Incrível os danos que o esporte pode causar à capacidade de pensar de alguns...

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Carnage
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#108 Mensagem por Carnage » 30 Jul 2007, 01:37

Roman Barak escreveu:Incrível os danos que o esporte pode causar à capacidade de pensar de alguns...
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

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Dom Braz
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#109 Mensagem por Dom Braz » 30 Jul 2007, 09:28

Dennis Grosso escreveu: Acho que é o efeito Rede Globo!!

A globo fala o povo segue, a unica excessão foi a eleição do Lula.
Bem, posso falar por mim. Mudei meu ponto de vista por questões racionais e não porque a Globo disse que é feio, justo eu que detono a Globo. A Globo é muito corporativista, como diz o maluco do Jorge Kajuru "a Globo com o Esporte não faz jornalismo esportivo, faz negócio"... optei assistir na Band pra não ouvir o Galvão Bueno... Cala a boca Galvão! :evil:
Roman Barak escreveu: as declarações do César Maia, com discursinho pronto e tudo. Mesmo não tendo sido espontâneo, achei importante o efeito causado, serviu pra mostrar o que é a "pessoa" Lula, um imbecil que não suporta ser contrariado, acostumado com a superveniência dos seus colegas de cachaça no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Aliás, vamos falar sério, sindicalista nunca mais, né?
Se tivesse comparecido o negócio ia ficar muito feio para o lado dele. Quando foi citado o agradecimento ao "presidente do Brasil" a galera mandou aquele uhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... bem merecido.

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Eterno Apaixonado
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#110 Mensagem por Eterno Apaixonado » 30 Jul 2007, 10:39

Muito longe de defender o sapo barbudo ou seus " Companheiros e companheiras ", muito longe de ter saudades de FHC e o seu " assim não dá, assim não pode ", hoje a turma do PSDB é comandada pelo nefasto e incompetente (com ares de inteligente ) do Serra ( o que ele fez de bom até hojé ?. Muito menos tenho saudades de Collor, Itamar, e Sarney , e menos ainda dos tempos da ditadura, a curto prazo não tenho esperança de melhoria, pois não tem partido ou canditado que demonstre ser confiavel ou competente, meu sonho não é ver o Brasil, num regime como a Democracia Americana, muito menos o Socialismo de alguns Paises ricos da Europa, meu sonho é um pais com um sistema parlamentarista, aonde o governo obedece ao povo, como na Suiça e nos países nórdicos ( Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia ), aonde existe mais justiça e melhor divisão de renda ( talves istio seja uma utopia ), mas lá o povo não depende do Governo, eles tomam as decisões e o governo faz apenas a parte burocrática.

Mas porque estou falando isto ? porque por pior que seja, ainda a lugares piores, fiquei extremamente chocado com o que aconteceu com a delegação de Cuba, confesso, que torci muito para eles começarem a perder , pois torci para o Brasil ficar em 2º lugar, então eles não podiam ganhar, torcia até para os Americanos , para o Brasil ter mais chance, mas sinceram ente quando vi aquelas cenas, fiquei indignado, como nós podemos aceitar , que aqui no Ocidente ( o planeta terra é divido em duas partes ) , ainda podemos aceitar, que uma figura como este tal de Fidel Castro, tenha todo este poder, de manipular as pessoas, como escravos, como refens, como bonecos de fantoche, depois de tudo que eles fizeram pelo seu país , são tratados como animais, tirados dos seus alojamentos, sem direito a nem perguntar, a questionar, simplesmente tem que obedecer a esta figura patética. Isto é revoltante, e acho que a imprensa deu pouca importância, talves até com medo de reprensão do Fidel, ou talvés do Lula que é muito amiguinho desta figura. alias :

Alguem poderia me explicar, como o PT, que tanto critica a Ditadura, apoia este ditador ? que contradição enorme.

Mas nesta hora dei graças, pela nossa liberdade, de não sermos como Cuba, e daquilo que falei no começo deste tema, fiquei orgulhoso e convicto de como o Brasil tem um potencial enorme, estas 160 medalhas que oBrasil ganhou, foram todas de pessoas comuns, simples, a maioria sem apoio do Governo, o que reforça a minha idéia de que não precisamos de um governo nos mandando, e sim de um governo apenas para controlar as exigencias de um povo, de um povo que tem raça, vontade, e que quando quer consegue ir muito longe.

Fiquei satisfeito com o Pan, o Brasil está crescendo , está se tornando uma potencia nos esportes, sem méritos alguns para os políticos, mas para empresários que apoiam, para pessoas como o treinadora da Ginástica ( Georgete, não me lembro o sobrenome ), que se dedicam, que se esforçam, pessoas assim é que fassem a diferenças, e merecem todos os nossos aplausos.

Parabenizo também o Sr Nuzman, presidente do COB, pessoa sensata e competente, que merece também os aplausos, para mim tirou leite de pedra.

Nesta momento não vou vaiar o Lula , pelo simples fato de termos ainda esta liberdade, de podermos comentar, reclamar e esperar por um futuro melhor , jamais podemos pensar num futuro como o povo Cubano está tendo , simplesmente lamentável.

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Fortimbrás
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#111 Mensagem por Fortimbrás » 31 Jul 2007, 14:14

Eu não gosto de política, mas acompanho o que acontece desde que me entendo por gente , coisa de duas décadas.

O governo Lula não é uma completa catástrofe, há boas iniciativas aqui e ali, perdidas entre algumas doses a mais de uísque, mensalões, CPIs, caos aéreo e Vavás.

No que diz respeito ao esporte, o governo atual tem iniciativas mais incisivas do que a do governo anterior, principamente no que diz respeito ao apoio ao COB. Falo da lei Agnelo Piva.

Segundo o presidente do COB, Nuzman, será a priemeira Olimpíada em que o seu comitê teve o período de quatro anos podendo usar os benefícios ($) da lei Agnelo Piva.

Não foi feito ainda nenhum prognóstico, até porque ainda falta classificar muita gente.

Pelo que pude entender do que ele falou, estes últimos anos foram um começo para que o Brasil se torne um país com maior vocação olímpica. Porque até aqui vivemos de abnegados com uma vocação e talento diferenciados. Mesmo em um país do nosso tamanho, é muito pouco. Em Pequim, os resultados poderão ser avaliados com a verificação da quantidade de atletas brasileiros que passem para as finais, não necessariamente a quantidade de medalhas.

Todo ano de Olimpíada, vemos os bufões da imprensa esportiva, que mal sabem falar de futebol, comentando os resultados brasileiros nessa competição com ar de amargura ou ironia, sem entender dimensão do esforço que é preciso, material e humano , para que um atleta consiga subir ao pódio Olímpico. Olimpíada não é campeonato paulista! É a nata do esporte mundial, todo mundo está lá. O Pan não serve de parãmetro de forma alguma. E é duro ver como alguns heróis conseguem o bronze , ou a prata e são tratados como atletas de segunda categoria, porque aqui, para essa cambada de boçais que cobre esse evento, só enteressa a vitória.

Esse tipo de pensamento acaba inflamando a população em geral, e a idéia que acaba ficando é que o Brasil nunca será uma força , nem digo potência, Olímpica. A idéia que fica, quando se vê o quadro de medalhas, é que os atletas estão "envergonhando" o nosso Brasil , que são incompetentes, ineptos...

Mas o esporte está começando a esboçar algum planejamento e um bom exemplo disso são a natação e a Ginástica, que , há vinte anos atrás, não conseguiam resultados expressivos e hoje consegume produzir atletas de alto nível.

Ainda há muito a ser feito em outras modalidades, como as lutas, o atletismo, halterofilismo, esgrima, tiro, muitas modalidades que precisam da formação de seleções permanentes, há exemplo do que foi feito com a ginástica em Curitiba , para que os atletas possam se dedicar e ainda participar dos torneios internacionais que ocorrem todos os anos.

Pelo que ouvi do Nuzman, desde o advento da lei Piva, já existem em torno de vinte seleções permanentes, de várias modalidades. E a lei também prevê um reforço para as Confederações estaduais.

É tudo meio embrionário, mas se está implantando as condições para que os jovens talentos de novas gerações possam se desenvolver com uma estrutura que não existia há coisa de dez anos atrás.

Isso não é garantia de medalha; mas é, pelo menos, uma constatação de que parte do dinheiro dos impostos está sendo investido em algum lugar.

Seria ainda mais importante se víssemos iniciativas como essa para a implantação de um programa sério de prática esportiva nas escolas de ensino fundamental.... Seria uma forma de se combater dois problemas sérios: evasão escolar e a própria formação dos nossos cidadãos afastando-os das drogas e da violência, já que o esporte consegue incutir na crainça noções de respeito ao próximo e as leis que nenhuma aula de Educação Moral e Cívica pode igualar.

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Carnage
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#112 Mensagem por Carnage » 21 Nov 2007, 16:31

http://diplo.uol.com.br/2007-11,a2009
Para compreender a força de Lula

Está na PNAD a explicação para a popularidade do presidente, que intriga mídia, direita e parte da esquerda. País tornou-se menos desigual, em múltiplos sentidos. Chamar os avanços alcançados de "assistencialismo" não ajuda a entender a realidade, nem a reivindicar mudanças mais profundas

Ladislau Dowbor

É tempo de fazer as contas. Com a deformação geral dos dados pelo prisma ideológico da grande mídia, torna-se necessário buscar nas fontes primárias de informação, nos dados do IBGE, como andam as coisas. A reeleição mostrou forte aprovação por parte dos segmentos mais pobres do país a Lula, mas os números reais sobre a evolução das condições de vida do brasileiro surgem com o atraso natural dos processo de elaboração de pesquisas. O IBGE publicou a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio de 2006, e também o Indicadores Sociais dos últimos 10 Anos. Vale a pena olhar a imagem que emerge: ela explica não só os votos, como o caminho que temos pela frente.

O principal número é, evidentemente, o aumento de 8,7 milhões de postos de trabalho no país durante o último governo. Isto representa um imenso avanço, pois se trata aqui de uma das principais raízes da desigualdade: grande parte dos brasileiros se vê excluída do direito de contribuir para a própria sobrevivência e para o desenvolvimento em geral. Entre 2005 e 2006 o avanço foi particularmente forte, com um aumento de 2,4%, resultado da entrada no mercado de trabalho de 2,1 milhões de pessoas. A expansão do emprego feminino é particularmente forte (3,3,%), enquanto o dos homens atingiu 1,8%. A formalização do emprego é muito significativa: 3 em cada 5 empregos criados são com carteira assinada. Atingimos assim, em 2006, 30,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada, um aumento de 4,7% em um ano. O avanço é pois muito positivo, mas num quadro de herança dramático, que o próprio IBGE aponta: “mais da metade da população ocupada (49,1 milhões de pessoas) continuava formada por trabalhadores sem carteira assinada, por conta-própria ou sem remuneração [1]

O segundo número, que ocupou as manchetes de todos os jornais, é a elevação dos rendimentos dos trabalhadores em 7,2%, entre 2005 e 2006. É um número extremamente forte, e coerente com os anos anteriores: a remuneração dos trabalhadores vinha caindo desde o final dos anos 1990, e começou a se elevar em 2003, desenhando desde então uma curva ascendente. Este é um número de grande importância, pois a desigualdade é, de longe, o nosso problema número um. É um número que reflete os avanços na criação de postos de trabalho vistos acima, e também os avanços no salário mínimo.

O salário mínimo teve um ganho real de 13,3% em 2006 relativamente a 2005, o que representa um salto fortíssimo para os trabalhadores que estão no que se chama hoje de “base da pirâmide” econômica. Consultas com pessoas que trabalham com as estatísticas da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese/Seade sugerem que 26 milhões de trabalhadores foram abrangidos por este aumento. Além disto, como o salário mínimo é referência para o reajuste das aposentadorias, outras 16 milhões de pessoas teriam sido beneficiadas.

Aumento consistente nos salários e avanços no combate à desigualdade – inclusive entre as regiões

Um comentário é necessário aqui: um aumento de cem reais para uma família que tem um rendimento de, por exemplo, 4 mil reais não é significativo. No entanto, cem reais representam, para pessoas que têm de sobreviver com algumas centenas de reais por mês, um imenso alívio, a diferença entre poder ou não poder comprar melhor alimento ou um medicamento para a criança. A utilidade marginal da renda, em termos de impacto para o conforto das famílias, vai diminuindo conforme a renda aumenta. Do ponto de vista econômico, maximizar a utilidade dos recursos do país envolve o aumento da renda dos mais pobres. Isto vale tanto no aspecto social, em termos de satisfação gerada, como em termos de geração de demanda e conseqüente dinamização das atividades econômicas. O pobre não faz especulação financeira, compra bens e serviços. Tirar as pessoas da pobreza não é caridade, é bom senso social, e bom senso econômico.

Outra forma de a PNAD avaliar a evolução dos rendimentos já não é por trabalhador, na fonte de remuneração, e sim por domícilio, no ponto de chegada. Isso permite agregar as várias formas de remuneração na família. O rendimento médio domiciliar aumentou em 5,0% em 2005, e em 7,6% em 2006, o que é coerente com os dados de rendimento de trabalho, e torna os dados muito confiáveis, porque convergem. É bom lembrar, para quem tem menos familiaridade com este tipo de números, que um aumento de 7% ao ano significa que o rendimento dobra a cada 10 anos.

Detalhando as cifras acima, vemos outras coisas interessantes. O rendimento no trabalho das pessoas ocupadas, que na média nacional cresceu 7,2%, subiu 6,6% no Sudeste, mas avançou 12,1% no Nordeste. No caso do rendimento dos domicílios, o aumento médio nacional, conforme vimos, foi de 7,6%. Mas no Sul e no Sudeste, foi de 7%, enquanto no Nordeste foi de 11,7%. Ou seja, não só tivemos um forte avanço do conjunto, como a região mais atrasada, cujo avanço é mais importante para o reequilibramento nacional, teve o avanço mais acelerado. Em outros termos, a desigualdade regional está, pela primeira vez, sendo corrigida, e com números muito significativos. Relevantes, sem dúvida, mas ainda muito insuficientes: O rendimento médio domiciliar nordestino representava, em 2005, 52,8% do rendimento do Sudeste, passando para 57,8% em 2006. Um grande avanço, mas um imenso caminho pela frente.

Outro eixo importante de desigualdade está ligado à diferença de nível de remuneração entre o homem e a mulher. Os dados mostram a evolução seguinte: a remuneração da mulher, que equivalia a 58,7% da do homem, em 1996, pulou para 63,5% em 2004; 64,4% em 2005 e 65,6% em 2006. Nota-se uma lenta progressão, partindo de um nível que já é em si extremamente desigual. Ou seja, aqui também a direção é positiva, mas precisamos de muito mais.

Mulher é quase 50% da força de trabalho e estuda mais – porém, arca com afazeres domésticos

A situação da mulher é particularmente afetada pela desagregação da família. Estas cifras extremamente duras aparecem no documento do IBGE sobre Indicadores Sociais 1996-2006. O número de famílias caracterizadas como “mulher sem cônjuge com filhos” passou de 15,8 milhões em 1996 para 18,1 milhões, em 2006. Como há um pouco menos de 60 milhões de famílias no país, isto significa que quase um terço das famílias são carregadas pelas mães — que se não trabalham, não têm renda, e se trabalham, não têm como cuidar os filhos. Trata-se aqui evidentemente de uma situação dramática quando associada à pobreza, e constitui um alvo central do programa Bolsa-Família, cujo sucesso se deve em grande parte também ao fato de as mulheres gerirem melhor os recursos obtidos. Aos que criticam os programas redistributivos, é bom lembrar um outro dado da PNAD, apontando que “cerca de 31% das famílias em que a mulher era a pessoa de referência viviam com rendimento mensal até meio salário mínimo per capita.” [2] Do lado positivo, é importante o dado que a PNAD nos traz, de que as mulheres estão progredindo rapidamente em termos de nível de estudos: 43,5% delas concluíram o ensino médio (11 anos ou mais de estudos), enquanto apenas um terço dos homens possuía este grau de instrução. As mulheres investem mais também no estudo superior, onde 55,3% eram mulheres em 1996, e 57,5% em 2006. Numa sociedade onde o conteúdo de conhecimentos nos processos produtivos se eleva rapidamente, isto é fortemente promissor.

A presença feminina na força de trabalho continua crescendo: são 43 milhões, num total de cerca de 90 milhões de pessoas ocupadas. No entanto, entre trabalho, estudo e cuidados com a família, além de estar freqüentemente sozinhas na chefia da família, a sobrecarga está evidentemente no limite do suportável. A Síntese de Indicadores Sociais 1996-2006 comenta que “com relação à jornada média semanal despendida em fazeres domésticos, verifica-se que as mulheres trabalham mais que o dobro dos homens nessas atividades (24,8 horas).”

Ou seja, nesta outra dimensão tão importante da desigualdade, a que se materializa na desigualdade de gênero, constatamos avanços na remuneração relativa, avanços nos estudos, avanços na força de trabalho, mas tudo ainda enormemente injusto para uma visão de conjunto que temos caracterizado, em outros trabalhos, de “reprodução social” no sentido amplo. Os desequilíbrios estruturais herdados são simplesmente muito grandes.

Educação: um mundo à parte, marcado pelo avanço nos anos de estudo e por... analfabetismo alarmente

Outra dimensão que vale a pena comentar é que tanto a PNAD 2006 como a Síntese de Indicadores Sociais 1996-2006 documentam amplamente, são os avanços no nível da educação. Para já, é um mundo: no Brasil, são 55 milhões de estudantes, 43,7 milhões na rede pública, e 11,2 milhões na rede privada. Se incluirmos professores e sistema de apoio administrativo, temos aqui quase um terço da população do país. A expansão quantitativa maior deu-se na gestão anterior à do presidente Lula, mas os avanços continuam fortes.

Em particular, com a lei 11.274 de 6 de fevereiro de 2006, o ensino fundamental expande-se para 9 anos, com início aos 6 anos de idade. A taxa de escolarização no grupo de 5 e 6 anos aumentou em 3% em um ano. O número dos que não freqüentavam a escola nesta idade caiu de 35,8% em 1996, para 23,8% em 2001, e para 14,7% em 2006. Na classe de 7 a 14 anos, a queda dos que não freqüentavam a escola foi de 8,7% para 3,5% e 2,3% respectivamente. Para a classe de 15 e 17 anos, foi de 30,5%, 18,9% e 17,5% respectivamente. O número médio de anos de estudo completos das pessoas de 10 anos ou mais de idade foi de 6,8 anos em 2006, um aumento de 3% relativamente ao ano anterior.

No ensino superior, houve um aumento muito forte, de 13,2%, entre 2005 e 2006. Ele deve-se dominantemente à expansão do ensino superior privado, e o papel público de redução das desigualdades aparece claramente na distribuição entre os dois sistemas: “Enquanto nas Regiões Norte e Nordeste 41,9% e 36,6% dos estudantes de nível superior freqüentavam a rede pública, nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, estes percentuais eram de 18,2%, 22,1% e 26,5%, respectivamente” [3].

Aqui ainda, a direção é correta, mas o atraso a recuperar é imenso. Ao analisar a escolaridade da população ocupada, a PNAD constata que as pessoas com 11 anos ou mais de estudo, eram apenas 22,0% em 1996, 28,9% em 2001 e 38,1% em 2006. A progressão é forte, e se deve particularmente ao esforço educacional das mulheres ocupadas, entre as quais 44,2% tinham escolaridade de 11 anos ou mais, em 2006. Na outra ponta, temos 15 milhões de analfabetos de mais de 10 anos (redução de 10,2% para 9,6%). O analfabetismo funcional atingia 23,6% das pessoas com mais de 10 anos (redução de 1,3% ponto percentual), sendo que no Nordeste atingia 35,5%. Evidentemente, está entre as duas pontas a imensa massa dos sub-qualificados do país.

Um caminho: reivindicar a ampliação das políticas sociais — ao invés de tentar desmoralizá-las

Se resumirmos um pouco a evolução, constatamos uma forte expansão do emprego (particularmente do emprego formal), um aumento da renda do trabalho em geral (e em particular no Nordeste), uma progressão significativa da escolaridade e da remuneração feminina, um forte aumento da população ocupada com 11 ou mais anos de estudo, além da redução do trabalho infantil e outras tendências que não temos espaço para comentar aqui. Estes números são coerentes entre si e convergem para uma conclusão evidente: está se fazendo muito, os resultados estão aparecendo.

A apresentação destas políticas como “assistencialistas” não tem muito sentido: os 12,5 bilhões de reais para a agricultura familiar constituem um apoio à capacidade produtiva. Os R$ 8,5 bilhões do Bolsa-Família constituem um excelente investimento na próxima geração que será melhor alimentada – além do impacto essencial de inserção deste nosso quarto-mundo nas políticas públicas organizadas do país. O aumento do salário mínimo, junto com os outros programas mencionados, começa a dinamizar a demanda popular e a estimular pequenas atividades produtivas locais [4].

Ou seja, estaremos talvez atingindo um limiar a partir do qual a renda gerada na base da sociedade começa a se transformar num mecanismo auto-propulsor. Para isto, teremos de avançar muito mais. O que está em jogo aqui não é apenas ajudar a massa de excluídos deste país. É gerar uma dinâmica em que renda, educação, apoio tecnológico, crédito e outras iniciativas organizadas de apoio permitam realmente romper as estruturas que geraram e reproduzem a desigualdade. A pressão sobre este governo é positiva, quando se leva em consideração os avanços realizados, e se reivindica a ampliação das políticas, não a sua desmoralização [5].

O que se torna evidente, ao analisarmos estes dados, é que a população mais desfavorecida do país votou no segundo turno não por desinformação, mas por sentir que a sua situação está melhorando. Falar mal do governo, entre nós, é quase um reflexo, acompanha a cerveja como o amendoim. Falar bem dele parece até suspeito, como se fosse menos “objetivo”. Mas falar mal pode ser igualmente suspeito. Muito mais importante é entender o que está acontecendo. Por trás do palco da política oficial que a imprensa nos apresenta a cada dia, e que é o lado mais visível dos grandes discursos, há o imenso trabalho organizado de milhares de pessoas que estão tocando progamas, literalmente tirando leite de pedra numa máquina de governo que, por herança histórica, foi estruturada para administrar privilégios, e não para prestar serviços.
MAIS

IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Síntese de Indicadores 2006: Comentários

IBGE — Síntese de Indicadores Sociais 2007 – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2007 – está disponível aqui


[1] IBGE, PNAD 2006. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio, para quem não está familiarizado, constitui o principal instrumento de avaliação de como anda a situação das familias no país. A PNAD 2006 entrevistou 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios, e representa a situação real de maneira confiável, ainda que desagregável apenas ao nível de Grandes Regiões ou de Estados, o que encobre desigualdades locais, perdidas nas médias. Os dados estão disponíveis online, nos “Comentários 2006”

[2] Ver os dados na Sintese de Indicadores Sociais 1996-2006 do IBGE, gráfico 4.1, e páginas seguintes, doc. s.p. – O documento completo, Síntese de Indicadores Sociais 2007 – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2007 – está disponível aqui. Sobre as tendências de desagregação da família, ver o nosso artigo “Economia da Família”, sob a rubrica Artigos Online no site www.dowbor.org

[3] IBGE, PNAD 2006, Comentários, p. 7

[4] Vale a pena consultar o sistema de seguimento dos 149 programas sociais distribuídos entre vários ministérios, disponível sob “Geração de Emprego e Renda”, em www.mds.gov.br: cada programa é apresentado com os seus objetivos e custos, além de contato para quem precisar de mais informação

[5] Para o conjunto de propostas relativas á dinamização do “andar de baixo” da economia, ver Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local, www.dowbor.org sob Artigos Online.

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