A criminalização da prostituição

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Alexandremk
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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#121 Mensagem por Alexandremk » 22 Jun 2013, 19:36

v_sh escreveu:Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas


Câmeras escondidas em quartos de hotéis nos quais ocorriam os encontros fizeram as gravações.
Entre os presos estão médicos, advogados, banqueiros, professores e outros profissionais.

Numa dessas, de repente de forma inadvertida, pensando que está desfrutando num ambiente particular e privativo, o olhão do Big Brother está ali. Se eu estiver paranoico, melhor não hospedar em nenhum hotel em NY, vai saber até onde vai essa espionagem alheia.

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#122 Mensagem por japa.cp » 22 Jun 2013, 21:37

Nos EUA, se uma mulher é livre para fazer sexo com quantos homens ela quiser, por que ela não pode cobrar por isso ?

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#123 Mensagem por kssabu1 » 24 Jun 2013, 00:56

Uma das grandes diferenças culturais entre nós e eles... Se existe uma lei, ela deve ser cumprida e ponto.

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Darwin1
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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#124 Mensagem por Darwin1 » 24 Jun 2013, 11:33

Uma coisa que eu não entendo dos Estados Unidos é essa alternância de criminalidade-legalidade da prostituição que existe por lá. Acho que cada Estado possui leis diferentes sobre o assunto: uns toleram, outros a consideram bem-vinda, enquanto outros a reprimem violentamente.

Vemos na cultura popular que a prostituição é aceita e até tolerada, mas ocasionalmente vem à tona notícias de que a polícia de lá demanda tempo e esforço enormes para perseguir as prostitutas e seus clientes.

O exemplo mais claro disso na cultura popular é o Two and Half Men, da época do Charlie Sheen. Quem assistia sabe que Charlie Harper era cliente assíduo de prostitutas, mas também houve episódios em que as garotas eram presas.

No seriado Dexter, um dos colegas policiais do protagonista já foi preso por contratar uma prostituta, no mesmo tipo de armadilha citado nesse tópico.

Dr. House contrata prostitutas. Inclusive, há um episódio em que ele está se auto-medicando com um analgésico perigosíssimo, e paga pernoite pra uma GP para supervisioná-lo. Para espanto do colega médico dele, a explicação foi que a puta era mais barata que uma enfermeira, sem falar que ele não poderia transar com a enfermeira.

A Penny, do episódio-piloto do The Big Bang Theory, era puta do tipo trash.

Em Se Beber Não Case, um dos padrinhos se casa (e se esquece disso) com uma prostituta.

Las Vegas é tão conhecida por ser um antro de prostituição que até existe o ditado "O que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas".

A prostituição é bem tolerada há décadas por lá, como vimos nos clássicos Striptease e no Uma Linda Mulher.

Pra mim, a única explicação, é a legislação independente dos Estados (que nem são tão Unidos assim, nesse assunto).

Mais exemplos aqui: http://www.gp-guia.net/viewtopic.php?f=204&t=117362

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#125 Mensagem por Alexandremk » 24 Jun 2013, 13:15

Darwin escreveu:Uma coisa que eu não entendo dos Estados Unidos é essa alternância de criminalidade-legalidade da prostituição

A idiossincrasia moral dos americanos é simplesmente bizarro, o problema não é a questão moral e sim proselitismo moralista, levando em conta que a constituição americana coloca a liberdade individual como uma coisa imperativa, portanto a tolerância moral é a priori uma coisa intrínseca a liberdade.

É evidente para a minha pessoa que a exposição dos supostos criminosos é constrangedor e no mínimo suspeito, para mim está claro a invasão de privacidade dessas pessoas. Ainda mais depois que foi revelado que o Governo monitora a vida digital de todos os seus cidadãos.

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Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#126 Mensagem por florestal » 24 Jun 2013, 17:52

Existe nos Estados Unidos um puritanismo conservador de orientação religiosa dominando a política e, como consequência, o arcabouço jurídico do país. Essa é a ideologia dominante e deve ser combatida. O fato de existirem algumas ilhas autônomas, cidades onde a prostituição é legal, não muda essa realidade. Tanto assim que o sexo lá é algo caríssimo, justamente por causa dessa peculiaridade.

O correto é organizar entidades da sociedade civil, tipo associações, para mudar essa realidade. Aqueles que são contra essas práticas devem se organizar em uma Entidade, com voz e imagem, e combater o discurso religioso.

Quem isoladamente combate essas práticas é um terapeuta sexual, mas ele não defende a prostituição, nem toca no assunto. Ele combate aqueles que não querem a indústria pornográfica e as leis absurdas sobre sexo. Existiam estados norte-americanos que criminalizavam o sexo oral até entre pessoas casadas com longos anos de prisão.
http://en.wikipedia.org/wiki/Marty_Klein
http://www.martyklein.com/

Os norte-americanos ricos, contratam prostitutas latinas para irem até o México e os políticos contratam em países próximos. Tem um senador que foi acusado de contratar uma prostituta na República Dominicana. Os religiosos criam blogs e vídeos e ficam martelando o assunto na cabeça da população como se isso fosse um grave crime.

Essa atitude dos religiosos contribui para agravar as doenças sexuais das pessoas; nos EUA existem 33% de homens com ejaculação precoce e 44% das mulheres com desejo sexual hipoativo. Assim, essa postura tem uma consequência. Por esse motivo é que eu entendo que as religiões deveriam ser proibidas de se manifestarem sobre assuntos sexuais. Opinião é uma coisa, deve ser respeitada; preconceito deve ser rejeitado e criminalizado, quem o pratica deve ser orientado a ir ler mais sobre o assunto e se informar.

O Brasil está tomando o mesmo caminho dos EUA; o povo excluído dá voz política a essas igrejas evangélicas que cuidam de passar apenas preconceito para a sociedade. Vejam o caso da cura gay, o absurdo que isso representa.

O caminho brasileiro também é o de se organizar, já está passando da hora de se criar aqui em Sampa uma entidade que defenda a legalização da prostituição e que se contraponha ao discurso religioso.

O religioso possui um falso discurso: ele se preocupa apenas com questões sexuais, quando o principal problema brasileiro é a quantidade de pessoas excluídas da economia moderna. Os EUA mandam bomba em diversos países, matam para roubar recursos naturais dos outros, vejam esses denunciantes como o Assange do Wikileaks, mas nada disso importa. O que interessa é se existem pessoas fazendo sexo.

No Brasil da Maria do Rosário (PT/RS) todo dia a polícia está fechando casas por aí; a desculpa é sempre a mesma: procurando menores (todos sabem que não existem mais), drogas (prostituição e drogas são coisas diferentes), tráfico de pessoas (conversa fiada, as mulheres estão lá porque querem) ou fecham dizendo que não tem licença de funcionamento, mas se tiverem outra atividade além da putaria a justiça libera. Existem as exceções, mas são minoria. Esse tipo de atitude vulnerabiliza e dificulta o trabalho das garotas, afastando também das atividades os empresários de carreira e colocando o negócio nas mãos de traficantes.

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#127 Mensagem por pepsicool » 24 Jun 2013, 21:14

esqueceu de citar as novas regras do E-commerce.


http://charges.uol.com.br/2013/05/20/co ... -commerce/

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#128 Mensagem por Pro » 24 Jun 2013, 22:34

Posso estar errado,mas se não me engane os EUA tratao o pais como uma Federação,onde cada estado tem a sua propria legislação(baseada na Constituição) e controle fiscal proprio(tbm baseado na constituição,algo que pelo menos 60% de nosso pais gostaria que houvesse,para não haver evasão fiscal do estado para suportar outro)

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#129 Mensagem por usuario 12345 » 26 Jun 2013, 15:22

O que acho mais escroto com relação a este assunto nos EUA é que eles criam "arapucas" programadas para prender o cidadão que quer comer uma puta.
Deem uma olhada na operação: criaram um site, recebiam as chamadas e prendiam os caras na hora em que pagavam.
VTNC!
Não quero colocar em questão as diferenças culturais entre eles e nós.
Trabalho da polícia aceitável seria coibir as estruturas de prostituição existentes - e não criar uma estrutura FAKE e realizar as prisões a partir destas...

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#130 Mensagem por FMT » 26 Jun 2013, 15:59

Em NY para se comer uma kenga tem que ser um esquema muito bom e de confiança caso contrario o cara se ferra. Kengas em NY só por indicação mesmo, já ao lado em New Jersey se encontra "casas" com fachadas normais com kengas do mundo inteiro.

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#131 Mensagem por Dick Laurent » 29 Jun 2013, 20:20

Celsinho BB escreveu:O que acho mais escroto com relação a este assunto nos EUA é que eles criam "arapucas" programadas para prender o cidadão que quer comer uma puta.
Deem uma olhada na operação: criaram um site, recebiam as chamadas e prendiam os caras na hora em que pagavam.
VTNC!
Não quero colocar em questão as diferenças culturais entre eles e nós.
Trabalho da polícia aceitável seria coibir as estruturas de prostituição existentes - e não criar uma estrutura FAKE e realizar as prisões a partir destas...

Para além do puritanismo (que tem um peso forte, é claro), os americanos tem aquela visão de que a maior parte das mulheres que se prostituem, o fazem sob coação - escravas sexuais imigrantes, trancafiadas em casas do gênero, ou trabalhando nas ruas para sustentar o cafetão/traficante e/ou o vício em drogas - os puteiros e casas de massagem como ponto para vários outros tipos de atividades ilegais (tráfico, lavagem de dinheiro, extorsão, etc...), e que uma legislação permissiva tornaria muito mais difícil o controle e a punição dos abusos. Então se proíbe o proxenetismo e a prostituição. Tolerância zero. Mais ou menos a política adotada contra as drogas. Não existe tráfico sem cliente. O mesmo vale para a prostituição - a demanda abastece e dá existência a esse comércio. Qual a melhor forma de acabar com o tráfico? Cortando sua fonte financeira. Traficante sem dinheiro fica reduzido a favelado revoltado, burro e preguiçoso; se bobear nem meter, mete. Qual a fonte do tráfico? O cliente. Só que nóia viciado (porque o grosso do dinheiro do tráfico vem dos viciados e não dos consumidores eventuais), na fissura, não tem medo de polícia, cadeia ou morte. Prender viciado não adianta, ele não se assusta; viciado é doente e até nos Estados Unidos começaram a perceber que o lugar deles é numa clínica (desde que não tenham cometido algum crime) e não na cadeia. Cliente de prostituta é pervertido, imoral. E um bando de cagões. É só um policial dizer Buh! que eles saem correndo (se eles apertassem o cerco aqui no Brasil como fazem lá, eu já teria me curado da minha perversão há muito tempo; ou eu já teria acumulado umas três caixas cheias de filmes educativos e não apenas uma...) e, a despeito dos 104 presos, não conheço muitos homens dispostos a puxar um tempo de cana por causa de sexo, por melhor que seja; então ameaçar com cadeia e prender de fato funciona. Como mencionado pelo colega acima, lá quando existe ou o esquema é caro (para poucos bolsos) ou muito escondido e restrito.
Quanto à questão de se armar uma "casa de caboclo" para prender o cliente, eu também acho uma puta de uma sacanagem (sacanagem da ruim, com puta falsa) mas é coerente com um país em que, via de regra, cumpre-se a lei e não se fica brincando de faz de conta.
Isso vindo de mim pode soar estranho, sendo eu anti-americano e um dos primeiros a apontar o dedo contra o puritanismo deles, mas acho que a prova máxima de que se trata mais de uma questão de controle legal do que moral é o fato de se proibir a prostituição em muitos estados americanos mas em nenhum deles se proibir a produção de filmes pornôs (só alguns tipos de pornô).

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Re: Polícia de NY prende 104 homens por solicitação de prostitutas

#132 Mensagem por Alexandremk » 30 Jun 2013, 11:08

Dick Laurent escreveu:
Celsinho BB escreveu:O que acho mais escroto com relação a este assunto nos EUA é que eles criam "arapucas" programadas para prender o cidadão que quer comer uma puta.
Deem uma olhada na operação: criaram um site, recebiam as chamadas e prendiam os caras na hora em que pagavam.
VTNC!
Não quero colocar em questão as diferenças culturais entre eles e nós.
Trabalho da polícia aceitável seria coibir as estruturas de prostituição existentes - e não criar uma estrutura FAKE e realizar as prisões a partir destas...

Isso vindo de mim pode soar estranho, sendo eu anti-americano e um dos primeiros a apontar o dedo contra o puritanismo deles, mas acho que a prova máxima de que se trata mais de uma questão de controle legal do que moral é o fato de se proibir a prostituição em muitos estados americanos mas em nenhum deles se proibir a produção de filmes pornôs (só alguns tipos de pornô).

Olhamos para o conservadorismo americano e esquecemos o nosso aqui.É realmente estranho eles proibirem a prostituição e no entanto liberarem a pornografia, afinal as atrizes pornográficas fazem exatamente o que as prostitutas fazem, vendem o sexo, só que de forma massificada. Tudo não passa de fantasia sexual.

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A criminalização da prostituição

#133 Mensagem por japa.cp » 02 Jul 2013, 12:41

Se a moda de perseguir os clientes pegar por aqui estamos ferrados.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/ ... cadeia.htm

Pagar por sexo na Suécia dá cadeia

Não é um bom lugar para se esperar. A rua é larga, ventosa e pouco iluminada. O tempo também não ajuda. Faz frio e a noite é desagradável, úmida. Mas ela não parece se importar. Agita o rabo-de-cavalo louro e fecha um pouco mais o colete de couro branco que usa sobre uma peça preta de gola rulê, combinando com as calças e as botas.

Segura um telefone ligado a fones sem fio. Fala por alguns segundos e volta a percorrer a calçada, de um lado para o outro. A confluência entre Malmskillnadsgatan e Master Samuelsgatan. Apenas uma esquina. Uma faixa de cimento em pleno centro de Estocolmo, a dois passos da área comercial, que é sinônimo de prostituição. O pouco que resta à vista na capital da Suécia, país que desde 1999 pune quem pagar para obter serviços sexuais.

Ali, as estradas não são margeadas por clubes. E se há contato de compra e venda não é feito sob a luz dos neons. Para os clientes não é fácil: se forem descobertos, arriscam-se à pena de um ano de prisão ou uma multa elevada. A premissa sueca é que se não houver demanda não haverá oferta. Um modelo que esse país defende e exportou para outros como Noruega, Islândia e Cingapura. Agora, França e Irlanda estudam seguir seus passos. A cidade espanhola de Valência também deu luz verde há alguns dias para uma norma municipal que prevê sanções para os clientes, mas não para as prostitutas.

Na Suécia, desde que a lei entrou em vigor, cerca de 5.700 pessoas --todos homens, com raras exceções-- foram detidas por comprar sexo ou tentar. Deles, pouco mais da metade foi condenada, mas nenhum entrou na prisão. Escaparam das grades pagando multas de pelo menos um terço de sua renda durante dois meses.

"Não se trata só de condenações. A lei busca uma mudança social, servir de exemplo. E está conseguindo", afirma a delegada Kajsa Wahlberg, relatora nacional contra o tráfico de pessoas com fins de exploração sexual. Dez anos depois que a lei entrou em vigor, o número de compradores de sexo havia diminuído de 13,6% para menos de 8% da população, segundo dados do Instituto Sueco. E embora a norma --que mais de 70% da população apoiam-- não tenha conseguido trancafiar os clientes, levou a uma redução palpável da prostituição de rua: antes da lei, cerca de 600 mulheres trabalhavam nas ruas de Estocolmo diariamente; hoje não passam de dez, segundo estimativas da polícia.

A mulher do rabo-de-cavalo louro é uma delas? Subiu em um carro vermelho que seguiu em direção a uma autopista. Só trocou algumas palavras com o motorista. É possível que seja um amigo ou parente. Mas também pode ser que o homem tenha contatado com ela na internet e a tenha apanhado na rua. Porque na Suécia os bordéis se transferiram para a rede. Uma realidade da qual as autoridades estão conscientes e que a associação Rose Alliance, uma das poucas vozes que censuram publicamente a norma, considera efeito da lei. Essa organização de antigas trabalhadoras sexuais afirma que a prostituição hoje é menos visível e portanto menos segura; e que a regulamentação contribui para estigmatizá-la. "Existem mulheres que se dedicam a isso voluntariamente. Há exploração e tráfico, mas nem todas são vítimas", dizem.

Patrick Cederlöff, coordenador nacional contra o tráfico, discorda. Antes de ocupar esse cargo, esse homem musculoso de cabelo raspado passou anos trabalhando nos serviços sociais de Estocolmo. Desde então, comenta, acredita mais firmemente que a prostituição --que na Suécia é exercida sobretudo por mulheres do Leste Europeu, da Tailândia ou da Nigéria-- não é uma opção "realmente livre".

"Sob essa ideia se esconde a vulnerabilidade, a pobreza. E também o tráfico e a exploração sexual", diz. Cederlöff desmente que a lei --que habilitou meios como telefones anônimos para denunciar quem paga por sexo-- tenha empurrado as mulheres para a clandestinidade dos hotéis ou apartamentos; e para os anúncios na web. Responsabiliza pela mudança principalmente as novas tecnologias.

As autoridades também avançam por aí. Uma equipe de policiais especializados rastreia a rede dia e noite em busca desses anúncios que lhes permitirão prender cafetões e clientes. Seus escritórios estão na chefatura central da polícia de Estocolmo, muito perto da delegacia de Wahlberg, cautelosa com tudo o que signifique mostrar esse trabalho em campo. É uma mulher alta e enérgica, de olhos azuis e cabelo louro curto. Antes de ser relatora, investigou crimes sexuais como inspetora da polícia judicial. "O comércio sexual é um meio favorável para o crime organizado. Permanece subterrâneo, movimenta enormes quantidades de dinheiro e através dele os proxenetas e as redes de tráfico lavam milhões."

A seus olhos e aos da lei sueca, alguém que paga por sexo não só atenta contra a dignidade das mulheres como também contribui para que essa arquitetura criminosa prolifere. Desde que a lei entrou em vigor, cerca de 200 pessoas foram condenadas por proxenetismo na Suécia. Cerca de 40 por tráfico de seres humanos com fins de exploração sexual, desde 2002, quando foi incluído esse crime que implica trasladar a pessoa por meio de enganos, coação ou à força para explorá-la.

Assim como ocorre na Espanha, não é fácil que as mulheres que foram exploradas deponham contra seus carrascos. Para apoiá-las e fomentar essa colaboração, explica Ulrika Rosvall, especialista do Instituto Sueco, o governo tem programas de acolhimento e reinserção social --e também programas para conscientizar os clientes. Também oferece para elas a oportunidade de voltar a seus países com o projeto Safe Trip (Viagem Segura), coordenado por Cederlöff e que se apoia em ONGs locais, que trata de que as mulheres possam retornar sem temor de que sejam encontradas, ou suas famílias, pelos que as exploravam.

A comissária Wahlberg explica que a Suécia deu um passo além: buscou inclusive uma solução específica para as nigerianas, que muitas vezes são subjugadas pelo medo atroz do vodu com que as máfias as ameaçam. Agora as autoridades suecas colaboram com "pessoas capazes de desfazê-lo", afirma a relatora. Não é só encurralar os clientes. Trata-se de cobrir todos os buracos, diz.

Modelos jurídicos

Na Europa convivem três modelos de regulamentação da prostituição: o chamado exemplo sueco, abolicionista; o holandês, legalista; e as normas que só proíbem o proxenetismo, como na Espanha.

• A Suécia penaliza desde 1999 todo aquele que pague para ter sexo. Foi pioneira nesse modelo jurídico, que dez anos depois foi copiado por Islândia, Cingapura, Israel e parte da Coreia. A Noruega também, com uma novidade: são processados os que fazem turismo sexual.

• Finlândia. Pune a compra de serviços sexuais, embora só aqueles em que a prostituta seja vítima das redes de tráfico humano.

• Holanda e Alemanha. São o modelo oposto; ali, a compra de serviços sexuais não é punida, e sim permitida em determinadas zonas e lugares. Na Holanda as prostitutas pagam impostos, têm direitos e obrigações.

• Espanha. A prostituição é ilegal. Alguns decretos municipais, como o de Barcelona, penalizam tanto clientes quanto prostitutas. Outros, como em Valência, seguem o modelo sueco e punem só o comprador de sexo.

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Re: Pagar por sexo na Suécia dá cadeia

#134 Mensagem por Darwin1 » 02 Jul 2013, 16:49

Antes que o florestal poste aqui para combater os Illuminati Virgens, quero postar a pergunta para que ele responda:

Como a religião, com a sua visão abolicionista, conseguiu criminalizar a prostituição na Suécia, que é o país menos religioso do mundo?

Dos países citados nessa reportagens, essa é a relação deles como "menos religiosos" (em vermelho, os abolicionistas, em azul, os legalistas, em amarelo, os países que ficaram em cima do muro):

Suécia (1º)
Noruega (4º)
Finlândia (7º)
Coreia do Sul (9º)
Alemanha (11º)
Holanda (14º)
Israel (19º)
Canadá (20º)
Espanha (27º)
Islândia (28º)
Coreia do Norte (33º)
Cingapura (38º)
Portugal (42º)
Estados Unidos (43º)
Brasil (83º)

http://ahduvido.com.br/os-50-paises-men ... s-do-mundo

A reportagem não falou qual das Coreias está citando. Coloquei as duas como se usassem as mesmas leis.
Portugal acredito que não criminalize a prostituição, visto que o nosso tópico Internacional por lá seja movimentado.
Canadá acredito que seja igual ao Brasil, de acordo com o que li no livro do Chester Brown.
Estados Unidos eu acho que é um país paradoxal, pelo que sei deste tópico aqui.

Pelo visto, religiosidade não influi na legislação relacionada ao sexo pago.
Poderíamos dizer que há uma correlação mais forte entre riqueza de um país e proibição da prostituição, já que os países mais ricos são os abolicionistas, e os mais pobres, aqueles que normalmente ignoram a prostituição.

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Re: Pagar por sexo na Suécia dá cadeia

#135 Mensagem por Compson » 02 Jul 2013, 17:31

Acho que não há uma relação entre repressão da prostituição e outro fator socioeconômico, como religiosidade, desenvolvimento econômico ou cultura. Mas quando essa repressão ocorre, geralmente atende a duas correntes, meio que opostas:

- conservadorismo moral/religioso, como é o caso dos Estados americanos onde há repressão, do Irã e da Coreia do Sul, por exemplo;

- respeito a direitos e desenvolvimento do Estado de bem estar social, como deve ser o caso dos países nórdicos.

Também existe um fator cultural. A matéria fala que antes da proibição havia 600 prostitutas de rua em Estocolmo. Ora, 600 deve ser o número de putas que vai numa boate como o ********* num dia bom... É muito mais fácil tentar eliminar a prostituição no caso sueco do que no brasileiro, onde a proibição criaria um mercado negro enorme e graves problemas sociais e econômicos.

Por outro lado, a França, que até a metade do século XX foi a capital mundial da putaria, conseguiu tornar a prostituição muito pequena ou, pelo menos, muito pouco atrativa até para os padrões europeus.

Enfim, o assunto é complexo, tanto os determinantes como os motivos são difíceis de generalizar.

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