Já passei por essa infeliz experiência por duas vezes e posso dizer que na hora, não foi nada agradável.
Por aqueles desvios do destino e por exigência profissional, eu estava morando só em Moema, ia uma vez só por mês prá casa ver a família que havia se mudado para um outro estado e distante.
Prá preencher a solidão das horas mortas, tornei-me um contumaz frequentador de flats da região, pois a despesa correspondente a gorda verba de representação da empresa absorvia sem problemas.
De tanto frequentar, travei amizade com varias profissionais do ramo, algumas das quais nem mais me atendiam no âmbito profissional (tempo bão esse, eh, eh, eh...). Tornei-me amigo de várias e algumas delas, lanchinhos eventuais!
Na primeira oportunidade, no Shopping Ibirapuera, ia com a família toda, inclusive sogra, cachorro e papagaio fazer compras de Natal, naqueles dias de sábado chuvoso, quase ninguém nas ruas, até porque prá evitar a muvuca fomos bem cedo, mas o dia tava bem morto mesmo.
Deixamos a viatura no térreo e subiriamos pro último pavimento, só eu e a família no elevador. Logo no primeiro piso, subiram duas pits gaúchas (Deise e Audrey, que felizmente já purpurinaram), loiras, altas, peitudas, indumentárias que não deixavam a menor sombra de dúvidas sobre o ofício delas, e vieram direto me cumprimentando. Desejei que o chão sumisse prá que eu desaparecesse no fosso do elevador. Não houve jeito!
Tive de segurar o rojão!
Foi a viagem de elevador mais longa da minha vida!
Apresentei todo mundo prá recepcionista e prá secretária do nosso melhor cliente! Minha muié que de trouxa só tem o marido, sacou na hora que havia alguma coisa errada com as duas gutchas e assim que descemos do elevador, me passou um sabão daqueles, enquanto as duas gostosas iam embora rebolando o rabo e dando sonoras gargalhadas da minha (nossa) cara!
O espírito natalino para o qual eu apelei vergonhosamente me salvou nessa triste hora!
Na segunda oportunidade, um ano despois (é, eu sou lento prá aprender mesmo), também em shopping só que desta veiz no West Plaza.
E ao invés de duas haviam tres e de quebra um viado acompanhando as danada. Consegui evitar o pior, pois tava com meu filho no colo, justificando que ele é que havia chamado a atenção das "caçadores de talentos" (um cartão da "Talentos Brilhantes" pego um pouco antes foi minha salvação). Dei um toque prá elas de que estava com a família apesar de não me livrar da bronca, essa pelo menos foi mais light.
Agora eu libero a verba e mando elas sozinhas (muié, filha e sogra) fazerem compras no shopping...