Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

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#31 Mensagem por Tricampeão » 29 Jan 2011, 13:04

Compson escreveu:
PAULOSTORY escreveu:EU PAGO MEUS IMPOSTOS, E POR CONSEQÜENCIA O SALÁRIO DA PM, PARA QUE ELA ASSEGURE MEUS DIREITOS!!
A PM não é uma prestadora de serviços. Ela não existe para assegurar SEUS direitos. Ela existe para assegurar O Direito, que inclui seus direitos e outros, às vezes contraditórios.

O direito das pessoas terem seus córregos canalizados é pelo menos tão direito quanto seu direito de ir e vir... Até por uma questão de isonomia, já que muitas outras regiões da cidade já receberam obras de canalização há, digamos, uns 120 anos...

E quanto o poder público não abre canais para que as pessoas possam fazer valer seus direitos, a violência (no sentido de infração de direitos menos específicos) é legítima!

A letra do direito sem vias de realização não é direito algum...
Não milito na área jurídica, mas tanto confio nas indicações do Manual do Rábula Rural Amador, do mestre Josemar Fagundes, que me arriscarei a entrar nesse debate.
Falemos do Estado de Direito como um todo, e não apenas da polícia, que é apenas um seu órgão, com margem de ação limitada.
Os habitantes de um tal Estado têm todo o direito de protestar contra o que considerarem erros cometidos pelo governo. E as instituições do Estado devem garantir esse direito. Que não é apenas um direito, mas um dever.
Esse direito não se restringe aos alagados. Mesmo quem não foi afetado tem direito de protestar, por achar que houve omissão do governo. Mesmo quem não tem razão pode protestar, como aquela meia dúzia de golpistas que promoveu um ato que pretendia ser contra a censura durante a campanha presidencial de 2010.
Mesmo quem não paga impostos tem esses direitos. O fato de você não cumprir com um determninado dever não cancela seus direitos em bloco.
A polícia deve intervir quando tal direito estiver ameaçado.
A polícia deve intervir, portanto, para proteger os manifestantes.
Erra a polícia sempre que reprimir uma manifestação pacífica.
Erra o presidente do STF, que expede de pijama liminares em benefício dos ladrões ricos, e não expede liminares que garantam a liberdade de expressão dos cidadãos brasileiros.
E se a tal manifestação pacífica estiver atrapalhando o direito de ir e vir das pessoas?
Fácil, a polícia deve abrir um caminho alternativo que faculte o trânsito às demais pessoas. Pois o direito de ir e vir é garantido por lei.
Mas e o engarrafamento? E o atraso?
Fácil, não existe o direito de chegar cedo no trabalho, ou em casa, ou em qualquer lugar. Não existe uma velocidade mínima para o trânsito de automóveis, garantida por lei, e que a polícia deveria assegurar.

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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#32 Mensagem por Kengo » 29 Jan 2011, 13:33

Fortimbrás, não restou mais nada a ser dito por mim depois do que você disse.
Só me resta fazer minhas as suas palavras.

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Fortimbrás
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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#33 Mensagem por Fortimbrás » 29 Jan 2011, 15:46

PAULOSTORY escreveu:[EU PAGO MEUS IMPOSTOS, E POR CONSEQÜENCIA O SALÁRIO DA PM, PARA QUE ELA ASSEGURE MEUS DIREITOS!!
E ELA DEVE ASSEGURAR MEUS DIREITOS, USANDO DA FORÇA QUE SEJA NECESSÁRIA, É ISSO QUE EU ESPERO, E É O DEVER DA MESMA!!
[/b]
À PM não cabe assegurar direitos, como bem observou o play boy especulador da Bolsa Compson; isso é prerrogativa do Poder Judiciário. Seguindo o expediente do confrade Trica, recorri ao " Guia do Curioso Senil" , no apêndice em que este trata da organização do Estado democrático de Direito Tupiniquim e verifquei que " A PM deve zelar pela garantia da segurança pública, mediante a preservação ordem pública com a finalidade de proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos e privados, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas. "
Da mesma forma que o motorista insensível ao drama alheio paga seus impostos e deseja não ser tolhido em seu direito de ir e vir, os cidadãos que tiveram seus bens inutilizados e sofreram pela inépcia do estado - e que também pagam impostos, tanto quanto ele - foram espancados pela polícia, que supostamente deveria estar lá para coibir a violência e não praticá-la.
O que se verifica aqui é algo que configura um conflito de direitos. Dois direitos fundamentais: o de ir e vir do motorista estressadinho que caga para o drama dos outros, porque só pensa em si mesmo e mais nada e os dos pobres e da "gentalha" que protestava para exercer seus direitos de expressão e de reunião em local aberto.
Como se soluciona semelhante problema, já que o que temos aqui é o choque entre dois direitos fundamentais?
Mais uma vez, tive de recorrer ao "Guia do Curioso Senil" desta vez no capítulo em que se aborda o direito constitucional.
Na minha opinião, o que deve prevalecer é o bom senso. Para cada problema deste tipo, temos um caso concreto e é a partir dele que se aplica a lei. Eu me encontro entre aqueles que defendem a aplicação do Princípio da Máxima Cedência, que prevê não a anulação de um direito em detrimento de outro, mas a sua redução até o limite da dignidade do mesmo.
E isso tem sentido porque percebe-se que nenhum direito fundamental é absoluto, na medida em que podem - e devem- ser relativizados. Primeiramente, porque podem
entrar em conflito entre si – e, nesse caso, não há como estabelecer qual direito
vai “ganhar” o conflito, pois essa questão só pode ser analisada tendo em vista o caso
concreto. E, em segundo lugar, nenhum direito fundamental pode ser usado para a
prática de ilícitos. Então – repita-se – nenhum direito fundamental é absoluto.
Como ressalta Paulo Gustavo Gonet Branco:
“(...) os direitos fundamentais podem ser objeto de limitações, não sendo,
pois, absolutos. (...) Até o elementar direito á vida tem limitação explícita no inciso
XLVII, a, do art. 5º, em que se contempla a pena de morte em caso de guerra
formalmente declarada."
Logo, a partir do momento em que até mesmo o direito a vida pode ser relativizado em face do bem comum, porque não se ode fazer o mesmo com o direito de ir e vir, no caso concreto porposto aqui?
Na minha forma de entender o caso, é muito mais importante para a sociedade que um córrego seja canalizado e centenas de pessoas possam viver dignamente, sem ter suas casas invadidas por lama e dejetos imundos, do que o direito de outros cidadãos chegarem em casa a tempo de ver a novela das oito.
Além do mais, como já foi dito anteriormente, cabe a polícia, em conjunto com o DSV, prover nesses casos soluções no sentido de oferecer aos motoristas rotas alternativas de tráfego que minimizem ao máximo seu estorvo momentâneo.
Dessa forma, um dos direitos seria relativizado - mas não suprimido - em face de outro e todos poderiam ter suas prerrogativas e/ou demandas atendidas, pelo menos parcialmente, pelo Estado.

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#34 Mensagem por Carnage » 30 Jan 2011, 21:34

Tricampeão escreveu:
kank escreveu:A policia no Brasil esta muito despreparada para tudo alguem tem duvida disso
Exatamente, esse é o ponto.
Algumas pessoas podem não ter consciência social, e elas têm o direito de ser assim. Não vale a pena ficar cobrando que alguém se torne solidário depois que virou marmanjo. Educação precisa vir desde cedo.
Mas a polícia é outra história. Os policiais têm que cumprir a lei. E não cumpriram. Esse é o ponto.
E não é só a polícia paulistana. Spray de pimenta é um produto perigoso, que pode causar danos graves se aplicado diretamente no rosto. Nas polícias do mundo todo seu uso contra manifestantes civis só é recomendade em casos de extrema necessidade, pois o mesmo envolve muitos riscos. Aqui em São Paulo a polícia banalizou o seu uso, empregando o mesmo em qualquer situação, pos policiais despereparados que toma a iniciativa de usá-lo quando perdem a cabeça ao serem agredidos apenas verbalmente!

Outro caso recente e absurdo:
Estudantes reclamam do preço de ônibus e apanham em SP
http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/i ... nham-em-sp

E uma inciativa de um parlamentar do PSDB de Rodônia:
Deputado quer disciplinar uso de spray de pimenta
Parlamentar lembrou o uso de spray de pimenta durante uma partida de futebol e também contra professores em greve e sem-tetos.

http://www.tudorondonia.com/ler.php?id=15251

Agora eu acho engraçado quanto tem gente que chama os outros de "vagabundos que só querem viver das benesses do Estado" não tem a noção do que é o serviço público disponibilizado às pessoas em países de primeiro mundo como os da Europa (pelo menos antes da crise) que dá tanto a todo mundo que pela ótica deles poderia se dizer que o europeu é um vagabundo, que só quer saber de receber escola e creche de graça e até ajuda de custo pra pagar aluguel e comprar comida pra qualquer cidadão que pleiteie o direito...

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#35 Mensagem por Tricampeão » 14 Mai 2011, 00:11

Em vista dos recentes acontecimentos no Oriente Médio, acho importante reativar este tópico.
Os fascistas piratiningas, que aplaudiram os protestos pro-democracia realizados por lá, mas que são a favor de a polícia descer o sarrafo nos manifestantes aqui, devem-nos uma explicação.
Os rebeldes líbios não estavam atrapalhando o trânsito, o que dava ao Gaddafi o direito de cobri-los de porrada, fascistas piratiningas?
Ou a explicação é que vocês negam aos brasileiros direitos que reconhecem no caso dos estrangeiros?

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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#36 Mensagem por Kengo » 16 Mai 2011, 14:55

O interessante é que muitos civis estão fugindo dos conflitos armados da Líbia e indo para a Itália, que por sua vez pede ajuda contra o "tsunami de imigrantes".

Justo a Itália, que gerou cidadãos como os pais do Bob cabeça quadrada que fugiram de lá pelas péssimas condições de vida que a Itália lhes oferecia, hoje reclama do "tsunami de imigrantes" que recebe da Líbia.

Enfim, ninguém gosta de pobre.

Todos aplaudem a polícia descendo o sarrafo em pobres diabos que manifestam por seus direitos como aqueles que incendiaram pneus e entulhos em uma rua morta após vinte e cinco anos de espera da canalização de um córrego que sempre transbordou e inundou suas casas e que gerou cólicas e cóleras aqui neste tópico.

Onde já se viu fazer manifestação em via pública?


Essas pessoas que se contorceram em cólicas e cóleras contra essa manifestação, embora afastados pela distância, são vizinhas de consciência e atitude dos 3.500 moradores de Higienópolis que impõe ao metrõ e a população de um município como SP a mudança de estação por não querer gente diferenciada perto de si, e que quando vai a Paris, NY, Tókyo pragueja contra o país por não dispor de um serviço de transporte público eficiente.

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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#37 Mensagem por Bob Guccione » 17 Mai 2011, 09:16

Kengo escreveu: Justo a Itália, que gerou cidadãos como os pais do Bob cabeça quadrada que fugiram de lá pelas péssimas condições de vida que a Itália lhes oferecia, hoje reclama do "tsunami de imigrantes" que recebe da Líbia.

Enfim, ninguém gosta de pobre.
Fugiram de lá para não morrer de fome. E aqui encontraram uma situação nada animadora: meus antepassados dormiram em senzalas e foram tratados como escravos pelos cafeicultures paulistas, pois vieram para substituir a mão-de-obra liberta pela Lei Áurea.

Só que para quem achava normal possuir um ser humano, era extremamente difícil entender o conceito de salário. Ficavam sempre devendo no fim do mês. Se mudaram para a capital, arrumaram empregos na florescente indústria capitaneada por outros italianos como Matarazzo, Crespi e Ramenzoni. Que ao contrário dos quatrocentões, eram empreendedores.

Com muito sacrifício, construíram um pequeno patrimônio e educaram os filhos. A maior herança que recebi foi essa: trabalho duro e cabeça erguida. E jamais esperar que as coisas caiam do céu!

E fica a sugestão: já que ninguém, além do senhor, "gosta de pobre", dê o exemplo e acolha alguns despossuídos na sua casa. Assim poderá falar de boca cheia.

Hipocrisia pouca é bobagem...

Aquele abraço!

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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#38 Mensagem por Kengo » 17 Mai 2011, 14:42

Bem, Bob cabeça quadrada, a hipocrisia é minha ou dos Italianos que hoje pedem proteção contra os imigrantes que fogem da Líbia para não morrer de fome, de tiro, de bomba etc, etc e etc, tal qual seus antepassados fizeram?

Onde está a hipocrisia, Bob?

E eu respeito você quando fala de hipocrisia pois vejo que conhece bem o assunto.

Está neste fórum há dois anos (cuja prioridade é a troca de experiências entre putanheiros, através de relatos, diga-se de passagem) sem ter contribuído com ao menos um relato... é ou não é hipocrisia isso?

Por fim, quanto a questão de abrigar "despossuídos" em casa para ter o direito de falar de boca cheia, eu te respondo que é desastroso quando não se conhece quem se julga. Eu vivo disso. Melhor dizer, eu vivo para isso.

Eu poderia exigir o mesmo de você, Bob cabeça quadrada, exigir que você poste ao menos um td, para poder falar aqui de boca cheia...

O resto é blá-blá-bla...

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Re: Aniversário de SP: PM reprime alagados com violência

#39 Mensagem por Bob Guccione » 17 Mai 2011, 17:26

Prezadíssimo Kengo,

Pra começo de conversa, o problema dos refugiados líbios é dos italianos. O governo italiano lambeu os bagos do Gaddafi por muito tempo, então que resolva esse pepino. Da mesma forma que meus antepassados tiveram que se virar, quando foram aliciados na Itália para emigrarem. Prometeram-lhes mundos e fundos, mas encontraram uma realidade bastante diferente. E ao invés de fazer passeata, foram encarar um cabo de enxada.

Frequento esse fórum há um bom tempo mesmo, exclusivamente pela seção "Assuntos Gerais", mais especificamente pelo tópico "Mulheres que dão de graça" (há vários relatos meus lá). Ao entrar, consultei a moderação, e fui informado de que não há necessidade de postar um TD para ser membro do GP Guia.

Mas, é claro, existe patrulhamento. Por causa disso, note a frase que adorna o rodapé das minhas mensagens. É auto-explicativa e foi criada justamente para gente como você.

Peço-lhe que fique tranquilo, pois assim que eu fizer sexo pago, postarei um TD com o maior prazer, rico em detalhes e informações. Desde que entrei aqui, não precisei de sexo remunerado. Peço desculpas se tenho buceta grátis pra comer, daí essa inconveniência que lhe causa tanta irritação.

Finalizando, poupe-me do seu discursinho "Madre Kenga de Calcutá". O senhor não faz bosta nenhuma pelos despossuídos, veio com esse trololó para bancar o benemérito. O único arremedo de justiça social que pratica é dar dinheiro pra puta. E olhe lá.

Aquele abraço!

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Re:

#40 Mensagem por Nazrudin » 19 Mai 2011, 11:56

Tricampeão escreveu:A polícia existe para fazer cumprir a lei. E a lei existe para proteger os ricos e fuder com os pobres. Logo, a polícia tinha mesmo que intervir.
Mas não se justifica o uso de violência desnecessária. Isso é ilegal.
Erram, portanto, os partidários da violência policial.
Recomendo aos colegas legalistas que procurem conhecer melhor as leis.
Esse tópico está muito bom, porém exige conhecimentos piratininguísticos que confesso me falta.
Mas fiquei curioso com essa assertiva do Tricampeão. Será que nem legislando com MPs e comprando deputados (a vista, a prazo, cota mensal, bimenstral...) isso aí muda?

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#41 Mensagem por Tricampeão » 20 Mai 2011, 00:15

Nazrudin escreveu:
Tricampeão escreveu:A polícia existe para fazer cumprir a lei. E a lei existe para proteger os ricos e fuder com os pobres. Logo, a polícia tinha mesmo que intervir.
Mas não se justifica o uso de violência desnecessária. Isso é ilegal.
Erram, portanto, os partidários da violência policial.
Recomendo aos colegas legalistas que procurem conhecer melhor as leis.
Esse tópico está muito bom, porém exige conhecimentos piratininguísticos que confesso me falta.
Mas fiquei curioso com essa assertiva do Tricampeão. Será que nem legislando com MPs e comprando deputados (a vista, a prazo, cota mensal, bimenstral...) isso aí muda?
Não muda, porque todo o aparato do Estado burguês serve apenas, em última análise, para proteger a propriedade, ou seja, para manter a desigualdade social.
A luta dentro dos limites do Estado burguês, portanto, não pode resolver o problema. É por isso que a revolução é necessária. Só através dela pode-se destruir o Estado burguês. Não se pode criar uma lei que decrete a autodestruição da ordem vigente.

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#42 Mensagem por Tricampeão » 20 Mai 2011, 23:06

Quem me conhece sabe que não sou de criar polêmicas, mas não posso concordar com a insinuação de que todos os italopiratiningas tenham vocação pra capacho.
A História nos traz diversos casos de imigrantes italianos e de seus descendentes que contribuíram na luta pela Justiça Social.
Inclusive, se não me engano, os primeiros grupos de sindicalistas, anarquistas e comunistas que apareceram no Brasil vieram justamente da Colônia italiana.
É claro que houve aqueles que, defrontados com a injustiça, simplesmente baixaram a cabeça e voltaram a se preocupar exclusivamente com o cabo da enxada, como queriam seus patrões.
Sim, é claro que sempre existiram e sempre existirão italopiratiningas pusilânimes, mas defendo que se trata de uma minoria.
O Brasil já avançou muito no caminho da democracia e da justiça, e não o teria feito se a maioria da população se comportasse dessa forma. O brasileiro, apesar da índole pacífica, não é, em geral, covarde.
É claro que sempre existiram e sempre existirão aqueles italopiratiningas que, defrontados com a injustiça, simplesmente baixam a cabeça e dizem: desculpe, patrãozinho, pode continuar pondo no meu cu, só tome cuidado pra eu não deixar cair a enxada, porque aí o senhor vai ter menos lucro.
Sim, é claro que sempre existiu e sempre existirá uma minoria de italopiratiningas com vocação pra capacho. Mas o que conta são as multidões que vão às ruas e enfrentam a polícia, tanto aqui quanto no restante do mundo.

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#43 Mensagem por Tricampeão » 22 Mai 2011, 23:04

Para quem acha que todos os italopiratiningas têm vocação pra capacho e pagam pau pra gringo filho da puta:
http://historia.abril.com.br/politica/c ... 5615.shtml
Comunismo no Brasil: verde, amarelo e vermelho
A história do comunismo brasileiro confunde-se com a trajetória de um partido - o PCB - e com a vida de sua figura mais emblemática: Luís Carlos Prestes
por Juliana Araújo

Enquanto os operários de Petrogrado e Moscou se mobilizavam para a grande revolução comunista, do outro lado do mundo os trabalhadores paulistanos também se agitavam. Eles já não agüentavam a exploração a que eram submetidos diariamente, em fábrica que lhes garantiam não mais que um precário sustento. Nas indústrias fabris de bairros como Mooca, Brás, Lapa e Barra Funda, a jornada de trabalho variava de 10 a 12 horas e o salário não passava de 100 mil réis – o consumo básico de uma família, composta por homem, mulher e dois filhos, chegava a 207 mil réis. A situação era de tal modo desalentadora que todos eles resolveram cruzar os braços. Corria o mês de julho de 1917. E a cidade de São Paulo simplesmente parou, na primeira grande greve da história do Brasil.

Com a repressão policial que veio em seguida, o sapateiro José Martinez acabou sendo morto. Mas a paralisação ganhou fôlego ao invés de esmorecer, alastrando-se rapidamente para o interior do Estado e para o Rio de Janeiro. Ao cortejo fúnebre de Martinez, compareceram cerca de 10 mil manifestantes. Muitos deles nem falavam português – eram imigrantes europeus, sobretudo anarquistas espanhóis e italianos, que haviam trazido na bagagem a experiência da organização sindical.
Taí, para vocês que acham que todo italopiratininga tem vocação pra capacho e paga pau pra gringo filho da puta.
A colônia, no início do século XX, foi berço de corajosos pioneiros da luta pela justiça social em nosso país.
Cruzaram os braços, na primeira grande greve da história do Brasil. Não baixaram a cabeça e pegaram na enxada, como defendem alguns.
É a resposta certa à injustiça social. Cruzar os braços. Protestar. Parar o trânsito. Enfrentar as forças da repressão. Não baixar a cabeça e pegar na enxada.

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Re:

#44 Mensagem por Bob Guccione » 23 Mai 2011, 09:21

Tricampeão escreveu:Mas o que conta são as multidões que vão às ruas e enfrentam a polícia, tanto aqui quanto no restante do mundo.
Coisa que vossa senhoria jamais fez, faz ou fará.

Ah, esqueci... vossa senhoria é "intelectual", tem a nobilíssima missão de doutrinar a massa ignara. E como tal, não lhe cabe sair às ruas e enfrentar a polícia.

Não é vossa função no contexto da "luta revolucionária"... hahaha!

É o velho esquema do "faça o que eu falo, não o que eu faço", marca registrada do vosso discurso.

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#45 Mensagem por Tricampeão » 23 Mai 2011, 22:03

Outro exemplo contundente de que os italopiratiningas não têm todos vocação pra capacho e pagador de pau pra gringo filho da puta:
http://www.itaucultural.org.br/aplicext ... erbete=121
Portinari, Candido (1903 - 1962)
Biografia

Candido Portinari (Brodósqui SP 1903 - Rio de Janeiro RJ 1962). Pintor, gravador, ilustrador e professor. Inicia-se na pintura em meados da década de 1910, auxiliando na decoração da Igreja Matriz de Brodósqui. Em 1918, muda-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, ingressa no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola Nacional de Belas Artes -Enba, na qual cursa desenho figurativo com Lucílio de Albuquerque (1877 - 1939) e pintura com Rodolfo Amoedo (1857 - 1941), Baptista da Costa (1865 - 1926) e Rodolfo Chambelland (1879 - 1967). Em 1929, viaja para a Europa com o prêmio de viagem ao exterior, e percorre vários países durante dois anos. Em 1935, recebe prêmio do Carnegie Institute de Pittsburgh pela pintura Café, tornando-se o primeiro modernista brasileiro premiado no exterior. No mesmo ano, é convidado a lecionar pintura mural e de cavalete no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal, quando tem como alunos Burle Marx (1909 - 1994) e Edith Behring (1916 - 1996), entre outros. Em 1936, realiza seu primeiro mural, que integra o Monumento Rodoviário da Estrada Rio-São Paulo. Em seguida, convidado pelo ministro Gustavo Capanema (1902 - 1998) pinta vários painéis para o novo prédio do Ministério da Educação e Cultura - MEC (1936-1938), com temas dos ciclos econômicos do Brasil, propostos pelo ministro. Em 1940, após exposição itinerante pelos Estados Unidos, a Universidade de Chicago publica o primeiro livro a seu respeito, Portinari: His Life and Art, com introdução de Rockwell Kent. Em 1941, pinta os painéis para a Biblioteca do Congresso em Washington D.C. com temas da história do Brasil, Descobrimento, Desbravamento da mata, Catequese e Descoberta do ouro. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, PCB, candidata-se a deputado, em 1945, e a senador, em 1947, mas não se elege. Em 1946, recebe a Legião de Honra do governo francês. Em 1956, com a inauguração dos painéis Guerra e Paz na sede da ONU, em Nova York, recebe o prêmio Guggenheim. Ilustra vários livros, como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Alienista, de Machado de Assis (1839 - 1908), entre outros. Em 1958, inicia um livro de poemas - editado por José Olympio em 1964 -, com textos introdutórios de Antônio Callado (1917 - 1997) e Manuel Bandeira (1886 - 1968). Em 1979, seu filho João Candido Portinari implanta o Projeto Portinari que reúne um vasto acervo documental sobre a obra, a vida e a época do artista, no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ.
Como não poderia deixar de ser, o grande pintor colocou sua arte a serviço da justiça social.
É isso que os intelectuais de verdade fazem. Não abaixam a cabeça pro primeiro que fala um pouco mais grosso e voltam pra enxada com o rabo entre as pernas.
Italopiratininga, sim; maricas, não. Grande camarada Candido Torquato Portinari. Esperemos que seu exemplo inspire aos descorçoados que ainda existem no nosso formoso país.

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