Muito bem, vejo que as opiniões fervem com relação ao presente tema. Vamos então por partes. Começo pela consideração do colega oGUTO.
Também conheço o universo da criminalidade. Temos, pois, algo mais em comum. E por conta disso sei muito bem que a mácula do crime pode ser encontrada em todas as profissões e atividades humanas. Não se restringe, por óbvio, apenas à prostituição. Como é do conhecimento geral, em muitas profissões consideradas "normais" a prática do crime verbera com distinta intensidade. Picaretas estão por toda a parte. No mais, entendo que as demais considerações por mim tecidas são suficientemente claras, de tal modo que evito desnecessária repetição.
E, sempre com o devido respeito, também não concordo com as posições dos colegas foristas Rubens Castilho e Sexy Sadie (belíssima música dos Beatles, por sinal).
Ok, as putas são tudo isso que vcs falaram, mas não vivemos sem elas, não é verdade? Qual seria a alternativa para sair do inevitável tédio sexual que o namoro prolongado ou casamento traz? Arrumar uma amante? Correr o risco de perder sua família? As garotas de programa cumprem, a meu ver, uma importantíssima função social: não fossem elas, milhares de casamentos, de relacionamentos soçobrariam porque nós homens iríamos procurar amantes para satisfazer as nossas taras. Seria essa a melhor solução? Com as putas, gozamos do jeito que queremos, por determinado período de tempo e fim. Se elas são tão imorais assim, nós somos o quê? Exemplos da mais distinta envergadura moral? Estranho esse raciocínio: elas não valem nada, mas vou atrás delas. Não vejo qualquer coerência neste discurso. E ficou a pergunta: por que elas não vão trabalhar? Ora, justamente porque sabem muito que uma parcela enorme de homens pagará para ter sexo com elas. E certamente elas encaram a atividade como trabalho mesmo, eis que não há qualquer vínculo afetivo e, pelo que acompanhamos aqui no fórum, estão elas todos os dias nas clínicas ou nos flats atendendo, cumprindo seus horários.
Desculpem-me, não tenho qualquer intenção de ofender, mas isso soa como falso moralismo. Posso até entender esse discurso se vier de pessoas que não saem com garotas de programa. Mas é não possível aceitá-lo vindo de pessoas que saem com elas.
E digo mais: quem, neste país, AMA o seu trabalho? Trabalho é trabalho, é para pagar as contas. A grande maioria, acredito, se ganhasse numa loteria, mandaria às favas o seu trabalho. Ou alguém aqui pensa que as balconistas de supermercado, operadoras de telemarketing, faxineiras etc. veneram o que fazem? Ah, mas elas têm dignidade, elas desempenham um trabalho "normal"- e, para sempre, ganharão um salário miserável. As putas, pelo que facilmente percebo, estão nessa porque os ganhos são mesmo atraentes. Qual o problema em querer ter uma vida de luxo e ser ganancioso? Desde que vc não esteja prejudicando ninguém com isso, cada um que leve a sua vida da forma que achar melhor. E lembro: o mero fato de se prostituir não é crime. Resta, apenas, a órbita moral. E como já disse, não vejo sentido na conduta de alguém que sai com prostitutas ficar, depois, no fórum, denegrindo-as.
Caros colegas deste fórum: gosto mesmo de um debate - sempre em bom nível, que não descambe para a agressividade, para as ofensas próprias daqueles que nada têm a dizer.
Um sincero abraço a todos.