O mito da competência americana

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#91 Mensagem por Tricampeão » 20 Mar 2011, 14:54

Dr. Zero escreveu:a gente fica tanto posando de "anti-americano" é porque, no fundo, a gente queria estar no lugar deles: perguntem para algum de nossos vizinhos o que eles acham do "imperialismo brasileño" — acho que isso foi até tema de uma Superinteressante já faz um bom tempo

resumindo: se os americanos são o Sol, a gente é Júpiter, morrendo de inveja do Sol porque não conseguiu virar um, só que os vizinhos te acham um grande de um folgado e espaçoso
O Tricampeão, quando brinca de Banco Imobiliário, também é um grande filho da puta.
São as regras do jogo.
Mas uma coisa é enriquecer às custas dos outros, outra é matar.

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Re:

#92 Mensagem por kssabu1 » 20 Mar 2011, 21:36

Tricampeão escreveu:
Dr. Zero escreveu:a gente fica tanto posando de "anti-americano" é porque, no fundo, a gente queria estar no lugar deles: perguntem para algum de nossos vizinhos o que eles acham do "imperialismo brasileño" — acho que isso foi até tema de uma Superinteressante já faz um bom tempo

resumindo: se os americanos são o Sol, a gente é Júpiter, morrendo de inveja do Sol porque não conseguiu virar um, só que os vizinhos te acham um grande de um folgado e espaçoso
O Tricampeão, quando brinca de Banco Imobiliário, também é um grande filho da puta.
São as regras do jogo.
Mas uma coisa é enriquecer às custas dos outros, outra é matar.
Com certeza! Que o digam o "hermanos" paraguaios a partir do genocídio aqui conhecido como Guerra do Paraguai e amplamente patrocinado pelo Brasil.

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Re: O mito da competência americana

#93 Mensagem por Fortimbrás » 20 Mar 2011, 22:09

Dr. Zero escreveu:a gente fica tanto posando de "anti-americano" é porque, no fundo, a gente queria estar no lugar deles: perguntem para algum de nossos vizinhos o que eles acham do "imperialismo brasileño" — acho que isso foi até tema de uma Superinteressante já faz um bom tempo

resumindo: se os americanos são o Sol, a gente é Júpiter, morrendo de inveja do Sol porque não conseguiu virar um, só que os vizinhos te acham um grande de um folgado e espaçoso
Nada disso.
Não se trata de inveja.
Isso é bobagem, não faz sentido algum.
E não vi ainda ninguém aqui defendendo o papel do Brasil na Guerra do Paraguai. Os paraguaios podem nos ver como gringos filhos da puta, e no caso deles com toda razão.
A crítica feita aqui pode ser extensiva a qualquer governo que assuma um comportamento análogo aos dos gringos filhos da puta norte americanos.
Inclusive o governo brasileiro, se assim fizer por merecer.

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Tricampeão
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#94 Mensagem por Tricampeão » 20 Mar 2011, 22:33

kssabu1 escreveu:
Tricampeão escreveu:Mas uma coisa é enriquecer às custas dos outros, outra é matar.
Com certeza! Que o digam o "hermanos" paraguaios a partir do genocídio aqui conhecido como Guerra do Paraguai e amplamente patrocinado pelo Brasil.
Não foi nenhum genocídio, pelo que sei. Foi uma guerra "normal". Uma guerra de conquista de territórios, como as de antigamente. Deve ter morrido menos gente que na invasão da Libia que está começando agora.
O Império Brasileiro, o Império Mexicano e outros menos votados, em termos de crueldade, não chegaram nem aos pés dos impérios europeus
Que, por sua vez, não chegaram nem perto do Império Gringo.

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Re: O mito da competência americana

#95 Mensagem por bullitt » 21 Mar 2011, 00:30

Concordo com o kssabu1 que os EUA não sejam melhores ou piores, e que deveríamos nos preocupar mais com nossos problemas (corrupção, saúde, educação). Entretanto vejo o cidadão americano típico como ignorante em relação ao mundo e incapaz de tecer críticas próprias sobre a política externa. Resumindo, é o cara que assiste no máximo a Fox News e está mais preocupado com o gramado do quintal do que ocorre num país que sequer consegue localizar no mapa. No final algum soldado americano acaba matando vários civis desarmados no Iraque e acha isso normal.

Sempre existe ressentimento contra países mais ricos. Até o Brasil é considerado imperialista por vários vizinhos sul-americanos. Será que nos comportamos como "norte-americanos" em relação à Bolívia, Paraguai, Peru, e outros paises vizinhos? Há um jornal paraguaio (ABC Color) que sempre critica o Brasil e sua suposta política de explorar os países vizinhos:

http://www.abc.com.py/nota/el-imperiali ... -de-dilma/

Se a guerra do Paraguai foi um genocídio ou uma guerra "normal", não sei, mas houve uma grande diminuição da população. Os números variam muito entre os historiadores, mas é certo que foi algo de grande impacto. Deve existe ainda entre os paraguaios um ressentimento daquela guerra.

Quando um país tem maior poder sobre outro em um conflito vai existir perda de território, matanças... Ao redor do mundo existe o ressentimento movido pelos conflitos do passado: Armênia x Turquia, Chile x Bolivia, Argentina x Inglaterra... e os conflitos e tensões do presente, Israel e Palestina, Coréia do Norte x Coréia do Sul, Índia x Paquistão... Coisas que ainda vão se refletir por muitos anos. Sempre alguém vai visto como o imperialista pelo lado oposto.

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Re:

#96 Mensagem por kssabu1 » 21 Mar 2011, 00:48

Tricampeão escreveu:
kssabu1 escreveu:
Tricampeão escreveu:Mas uma coisa é enriquecer às custas dos outros, outra é matar.
Com certeza! Que o digam o "hermanos" paraguaios a partir do genocídio aqui conhecido como Guerra do Paraguai e amplamente patrocinado pelo Brasil.
Não foi nenhum genocídio, pelo que sei. Foi uma guerra "normal". Uma guerra de conquista de territórios, como as de antigamente. Deve ter morrido menos gente que na invasão da Libia que está começando agora.
O Império Brasileiro, o Império Mexicano e outros menos votados, em termos de crueldade, não chegaram nem aos pés dos impérios europeus
Que, por sua vez, não chegaram nem perto do Império Gringo.
http://educacao.uol.com.br/historia-bra ... 89u43.jhtm

A guerra já estava vencida em 1867. Entretanto o Brasil (já sem Argentina e Uruguai como aliados) a continuou até 1869.
Claro. Tratou-se de uma orquestração do Império Inglês, que provavelmente contava com alguém aqui que buscava tirar alguma vantagem (já naquela época...).
O fato é que dizimar 80 porcento da população de um país é considerado um resultado "normal" para alguém que é contrário à sanguinolência causada por outros impérios. Tá certo que aparentemente foram eles que provocaram, mas há controvérsias...
Concluindo... Não acredito que nenhum império é pior do que outros.
E o Bullit está certo. O americano médio é um ser muito mal informado e que só olha para o próprio umbigo, consequencia da competitividade absurda que existe na dita sociedade. Mas aparentemente não são só eles que são assim.
Está certo também com relação ao fato de soldados americanos matarem civis. Soldados merecem soldados. Mas estão lá para cumprir ordens e muitas vezes os ditos tiranos usam seu próprio povo como escudo ou mesmo para fazer propaganda negativa do opositor.

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#97 Mensagem por Tricampeão » 21 Mar 2011, 01:13

kssabu1 escreveu:http://educacao.uol.com.br/historia-bra ... 89u43.jhtm

A guerra já estava vencida em 1867. Entretanto o Brasil (já sem Argentina e Uruguai como aliados) a continuou até 1869.
Claro. Tratou-se de uma orquestração do Império Inglês, que provavelmente contava com alguém aqui que buscava tirar alguma vantagem (já naquela época...).
O fato é que dizimar 80 porcento da população de um país é considerado um resultado "normal" para alguém que é contrário à sanguinolência causada por outros impérios. Tá certo que aparentemente foram eles que provocaram, mas há controvérsias...
Concluindo... Não acredito que nenhum império é pior do que outros.
E o Bullit está certo. O americano médio é um se muito mal informado e que só olha para o próprio umbigo, consequencia da competitividade absurda que existe na dita sociedade. Mas aparentemente não são só eles que são assim.
Está certo também com relação ao fato de soldados americanos matarem civis. Soldados merecem soldados. Mas estão lá para cumprir ordens e muitas vezes os ditos tiranos usam seu próprio povo como escudo ou mesmo para fazer propaganda negativa do opositor.
Dois reparos: primeiro, essa estatística de que 80% da população do Paraguai teria morrido na guerra é viagem da Folha Decadente de São Paulo; o correto são 300.000 do lado paraguaio e 71.000 do Império do Brasil, Argentina e Uruguai.
Segundo, não conheço nenhuma controvérsia a respeito de ter sido Solano López quem provocou a guerra. A elite paraguaia deu um passo temerário e o povão pagou por isso, como sempre. Uma guerra às antigas, como eu escrevi. Sem napalm, sem bombas de fragmentação, sem bombas incendiárias, sem armas atômicas.
Tomemos como exemplo a Guerra do Vietnã: 4 milhões de vietnamitas mortos, para 60.000 gringos filhos da puta.
Faça as contas e depois me diga se dá pra comparar os dois casos.

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Re: O mito da competência americana

#98 Mensagem por estressado » 21 Mar 2011, 08:15

O que eu não entendi foi o motivo de esconderem do negão a Marcela Temer: http://veja.abril.com.br/blog/politica/ ... ubitschek/
A esposa de Temer, Marcela Temer, não participou do evento.
Apareceram outras esposas na mesa dele no almoço em Brasília sim, tudo bagulho. Será que pensaram que o país ia parecer pouco profissional porque tem um vice papa anjo? Será que ficaram com medo do negão ficar de pau duro com "all dat brazilian white azz" e ter que levantar curvado pra discursar?

A ausência do Lula é claramente babaquice anti-americana dele. A dela deve ser mais interessante... Imprensa fajuta, tinham que investigar essa "conspiração"! :lol:

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Re: O mito da competência americana

#99 Mensagem por Compson » 21 Mar 2011, 11:02

estressado escreveu:Apareceram outras esposas na mesa dele no almoço em Brasília sim, tudo bagulho. Será que pensaram que o país ia parecer pouco profissional porque tem um vice papa anjo? Será que ficaram com medo do negão ficar de pau duro com "all dat brazilian white azz" e ter que levantar curvado pra discursar?
Bah, pra que serve casar com uma baita gostosa se vc não pode ficar ostentando internacionalmente?
Sobre o Obama, não sei, mas se o presidente dos EUA fosse o Clinton eu também não levaria a pitelzinha...
estressado escreveu:A ausência do Lula é claramente babaquice anti-americana dele.
Acho que o Lula não foi pra não roubar a cena. Ele está fazendo um esforço dana pra sumir... Um pouco por respeito à Dilma, um pouco por "respeito" à própria reputação, provavelmente para não ficar muito vinculado ao atual governo caso aconteça alguma merda.

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Re: O mito da competência americana

#100 Mensagem por Dr. Zero » 21 Mar 2011, 21:10

tudo bem, já que os americanos são os maiores fdp de toda a história da raça humana, então vamos dicutir o imperialismo da Geórgia sobre a Abkházia e a Ossétia... pelo menos assim não ficamos mais batendo em ponta de faca já que os EEUU são a essência de tudo que existe de ruim sobre o universo e só eu não estava enxergando essa verdade óbvia

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#101 Mensagem por Tricampeão » 21 Mar 2011, 22:13

Compson escreveu:Acho que o Lula não foi pra não roubar a cena. Ele está fazendo um esforço dana pra sumir... Um pouco por respeito à Dilma, um pouco por "respeito" à própria reputação, provavelmente para não ficar muito vinculado ao atual governo caso aconteça alguma merda.
Acho que foi uma represália aos gringos filhos da puta, que montaram uma visita com vistas à pura propaganda e constrangeram diversos convidados com sua obsessão pela segurança.
http://www.pagina12.com.ar/diario/elmun ... 03-20.html
Felizmente temos a imprensa argentina para saber o que se passa no Brasil, uma vez que não podemos contar com a mídia venacional.

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Re: O mito da competência americana

#102 Mensagem por Carnage » 21 Mar 2011, 23:41

http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-b ... dizer.html
O discurso de Obama. E o que faltou dizer

“Hoje, temos visto a luta por estes direitos se descortinar através do Oriente Médio e do norte da África. Vimos a revolução nascida do desejo pela dignidade humana básica na Tunisia. Vimos manifestantes pacíficos lotarem a praça Tahir — homens e mulheres, jovens e velhos, cristãos e muçulmanos. Vimos o povo da Líbia assumir uma posição corajosa contra um regime determinado a brutalizar seus próprios cidadãos. Em toda a região, vimos jovens se rebelar — uma nova geração exigindo o direito de determinar seu próprio futuro.

Desde o início, deixamos claro que a mudança que eles buscam deve ser determinada pelo próprio povo. Mas, como duas nações que lutaram por muitas gerações para aperfeiçoar suas democracias — os Estados Unidos e o Brasil — sabem, o futuro do mundo árabe será determinado pelo seu povo.

Ninguém pode dizer com certeza como essa mudança vai acabar, mas eu sei que mudança não é algo que devemos temer. Quando jovens insistem que as correntes da história estão em movimento, os pesos do passado são varridos de lado. Quando homens e mulheres pacificamente pedem seus direitos humanos, nossa humanidade comum é realçada. Onde quer que a luz da liberdade é acesa, o mundo se torna um lugar mais iluminado.

Este é o exemplo do Brasil. Brasil — um país que demonstra que uma ditadura pode se tornar uma pujante democracia. Brasil — um país que demonstra que a democracia garante liberdade e oportunidade para seu povo. Brasil — um país que demonstra como pedidos de mudança que começam nas ruas podem transformar a cidade, o país e o mundo.

Décadas atrás, foi diretamente do lado de fora deste teatro, na praça Cinelândia, onde o pedido de mudança foi ouvido no Brasil. Estudantes, artistas e líderes políticos de todos as tendências se juntavam sob faixas que diziam “Abaixo a ditadura. O povo no poder”. Suas aspirações democráticas não seriam preenchidas até anos mais tarde, mas uma das jovens brasileiras do movimento daquela geração iria em diante, para mudar para sempre a história desta Nação.

Filha de imigrantes, a participação dela no movimento levou à prisão e tortura nas mãos de seu próprio governo. E assim ela sabe o que é viver sem o mais básico dos direitos humanos, pelo qual muitos estão lutando hoje.

Mas ela também sabe o que é perseverar. Ela sabe o que é superar. Porque, hoje, aquela mulher é a presidenta da Nação, Dilma Rousseff”.


Palavras bonitas de Barack Obama. Construção inteligente. Infelizmente, ficaram alguns vazios na retórica. A ditadura contra a qual aquela jovem brasileira se insurgiu foi imposta com o beneplácito e a ajuda material… dos Estados Unidos.

Para quem tem dúvidas, basta consultar (em inglês) os documentos oficiais do governo americano.

Ou, aqui, a tradução de um deles.

Assim como muitas ditaduras foram e continuam sendo sustentadas no mundo pelos Estados Unidos. Curiosamente, Obama não citou em seu discurso a Arábia Saudita, nem o Bahrain. Nem disse que Mubarak era, até muito recentemente, amigão do peito de Washington.

Foi só isso que faltou dizer.


http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17565
WikiObama: como é conduzido o governo dos EUA
Em documentos revelados pelo WikiLeaks tomamos conhecimento de ações do governo norte-americano e seus lobbies para combater a lei do pré-sal e que a Casa Branca pressionou autoridades ucranianas para obstaculizar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes. Portanto, já é hora pararmos com essa ladainha de visita simbólica ou de início de uma nova parceria estratégica. O artigo é de Reginaldo Nasser.

Reginaldo Nasser


Qual é o real significado, em termos de política externa, da visita do presidente da república imperial? Até que ponto devemos levar em consideração a sua fala? Em 2009, Obama fez o famoso discurso do Cairo que deverá entrar para a história da diplomacia como um dos mais importantes exercícios de retórica, pois o apoio aos ditadores e a Israel continuou como nunca. Como esquecer da carta que enviou ao Presidente Lula instando o Brasil a trazer o Irã para a mesa de negociação e dias depois condenar a “aproximação” dos dois países? Nesse sentido, creio ser apropriado relembrar os ensinamentos do sociólogo alemão, Max Weber, em texto publicado no início do século XX. Weber advertia que aquele que realmente quisesse encontrar o verdadeiro poder do Estado, não deveria dar tanta relevância para os discursos parlamentares ou para as falas dos presidentes, mas sim observar a forma como é conduzida a administração rotineira do Estado.

Que tal uma passada de olhos sobre os acontecimentos dessa semana e verificar a “rotina imperial” ( 12 a 19 de março)?

Após a derrubada de Mubarak, Obama disse que "era a força moral da não-violência, e não a violência, a força moral que dobrou o arco da história para a justiça”. Entretanto o Pentágono e o lobby da indústria de armas dobraram o arco da história contra os manifestantes pró-democracia no Bahrein. Pode ser mera coincidência, mas é curioso constatar que, após viagem do Secretário de Defesa, Robert Gates, ao Bahreim no dia 11 de Março a Arábia Saudita enviou tropas para aquele pais dando maior consistência ao processo contra-revolucionário com extrema violência.

Os seis Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos) têm fortes ligações com o Pentágono desde os anos 1990. Receberam dos EUA nos últimos quatro anos grandes quantidades de material militar (veículos blindados, aviões, metralhadora e munições) no valor de US $ 70 bilhões. O circulo de poder entre a indústria militar, os Estados do Golfo e o Pentágono inclusive asseguraram uma mudança da doutrina de “mudança de regime ", como no Egito ou Tunísia, para “alteração de regime” a fim de garantir o atual governo.

No dia 18 de março o Center for Constitutional Rights (Fundado em 1966 por ativistas dos direitos civis nos EUA) divulgou um relatório solicitando a administração de Obama a passar da retórica à ação, e a urgência em adotar medidas concretas para cumprir com as suas obrigações internacionais dos direitos humanos. As denúncias versam sobre questões que vão desde a discriminação racial, execuções extrajudiciais até a prática de tortura no Iraque, Afeganistão e Guantamo (lembram-se da promessa em início de mandato?).

No dia 17 de março em matéria do The Guardian ficamos sabendo que os militares dos EUA estão desenvolvendo um software que permitirá secretamente manipular os meios de comunicação com falsos nomes para influenciar e espionar as redes sociais com o objetivo de combater as “ideologias extremistas”. O porta-voz Centcom, orgão gerenciador do projeto, esclareceu, sem meias palavras que nenhuma das intervenções será feita em língua inglesa porque seria ilegal!

Na política doméstica, esta cada vez mais claro que Washington perdeu o interesse pelo problema do desemprego. O governo Obama foi derrotado na “guerra de idéias”. Em recente pesquisa de opinião pública, a maioria dos americanos, com razão, já não nota diferença significativa entre democratas e republicanos no que se refere ao debate sobre o deficit. (Paul Krugman The Forgotten Millions, 18/03/ 2011 The New York Times).

Em documentos revelados pelo WikiLeaks tomamos conhecimento de ações do governo norte-americano e seus lobbies para combater a lei do pré-sal e que a Casa Branca pressionou autoridades ucranianas para obstaculizar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes. Portanto, já é hora pararmos com essa ladainha de visita simbólica ou de início de uma nova parceria estratégica.

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP)

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Re:

#103 Mensagem por bullitt » 22 Mar 2011, 01:43

Tricampeão escreveu:Dois reparos: primeiro, essa estatística de que 80% da população do Paraguai teria morrido na guerra é viagem da Folha Decadente de São Paulo; o correto são 300.000 do lado paraguaio e 71.000 do Império do Brasil, Argentina e Uruguai.

Como pode ter tanta certeza da estatística correta? Enfim, de qualquer forma a derrota pesou sobre a população e a economia paraguaia. Não há um ressentimento tão forte como os bolivianos tem contra os chilenos, nem de perto pode-se falar que foi um genocídio dos paraguaios (o termo genocídio não se aplica, mesmo tendo muitos mortos), mas é claro que existe um sentimento latente que vêm à tona quando se trata se assuntos Paraguai x Brasil, como a usina de Itaipu e a fiscalização de fronteira. Muitos paraguais vêem como uma constante submissão de seu país aos interesses do Brasil imperialista.

Tricampeão escreveu:Segundo, não conheço nenhuma controvérsia a respeito de ter sido Solano López quem provocou a guerra. A elite paraguaia deu um passo temerário e o povão pagou por isso, como sempre. Uma guerra às antigas, como eu escrevi. Sem napalm, sem bombas de fragmentação, sem bombas incendiárias, sem armas atômicas.
Tomemos como exemplo a Guerra do Vietnã: 4 milhões de vietnamitas mortos, para 60.000 gringos filhos da puta.
Faça as contas e depois me diga se dá pra comparar os dois casos.

Sempre existe mais de uma versão da história, principalmente se tratando de guerras, mas em geral se assume que o ditador Solano López quem provocou o conflito. Enfim, ditador sul-americano geralmente faz merda, veja a guerra das Malvinas.
Agora se o argumento da controvérsia for reduzido a uma guerra às antigas, o que foi o genocídio armênio? Também não teve napalm, bombas, ou armas atômicas... (Não quero comparar com o Paraguai, só o argumento em si.)

Voltando às versões da historia, um bom exemplo de como as coisas sáo distorcidas. Veja o caso da guerra da Bosnia e Iugoslávia. Já viram o filme Atrás das Linhas Inimigas? Reduzir um conflito baseado em um ressentimento histórico (inclusive religioso) entre as partes, dividindo-os em good guys e bad guys é típico do cinema americano. Aliás bem adequado ao cidadão americano que é alienado em relação ao mundo. Interessante que neste conflito os EUA estavam do lado dos muçulmanos... motivados pelos Russos serem aliados da Sérvia?

Quanto à guerra do Vietnã, é um ressentimento que ficou pesado pro lado dos americanos, refletindo na cultura e retratado tantas vezes no cinema de várias formas até hoje (desde Platoon até a comédia Trovão Tropical...) Pro lado dos vietnamitas pesaram o grande número de mortes, mas de qualquer forma para a ditadura os cidadãos são descartáveis, ou seja, o fato de ter sido vitorioso na guerra foi muito mais importante que as perdas humanas. Não existe opiniao pública para afetar o regime. Pro lado americano, mesmo que o número de mortes tenha sido muito menor, acabou pesando na opinião pública, e resultando na derrota política. Quando a coisa começa a ficar feia nos conflitos mais recentes, sempre ressurge a lembrança do Vietnã...

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Re: Re:

#104 Mensagem por O Pastor » 22 Mar 2011, 08:22

bullitt escreveu: Sempre existe mais de uma versão da história, principalmente se tratando de guerras, mas em geral se assume que o ditador Solano López quem provocou o conflito. Enfim, ditador sul-americano geralmente faz merda, veja a guerra das Malvinas....
bullitt escreveu: mas de qualquer forma para a ditadura os cidadãos são descartáveis, ou seja, o fato de ter sido vitorioso na guerra foi muito mais importante que as perdas humanas. .

Bullit, vc disse tudo. Pra DITADURA, os cidadão são descartáveis. No caso paraguaio, se tivesse havido vitória, eles estariam pouco se lixando pros seus 300000 mortos, mas como houve derrota...

Eu sei muito pouco sobre a Guerra do Paraguai, que tem sido muito subestimada ao longo da história, mas foi importantíssima pra formação do nosso país. O que sei aprendi na sexta série do primeiro grau e talvez mais alguma coisa no segundo grau, nem lembro mais.

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#105 Mensagem por Tricampeão » 24 Mar 2011, 23:14

Falando de descartáveis:
http://www.spiegel.de/international/wor ... 10,00.html
The images are repulsive. A group of rogue US Army soldiers in Afghanistan killed innocent civilians and then posed with their bodies. On Monday, SPIEGEL published some of the photos -- and the US military responded promptly with an apology. Still, NATO fears that reactions in Afghanistan could be violent.
Rogue?
Nada disso: regular.
Para os gringos filhos da puta, o resto da humanidade é lixo. Inclusive quem baba o ovo deles.
Respondam a isso, turminha do mimimi.

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