Segundo o texto abaixo, uma materia da revista superinteressante, nao me parece algo anormal, porem depende da sua cultura, o homem é fruto do seu meio, em Roma por exemplo isto era natural, assim como era natural o homosexualismo.
A questao é, até aonde você é uma pessoa paradigmática, ou compreende isto ser promíscuo ao extremo.
Imagine o seguinte, que voce nao convivesse em uma sociedade que pune esta pratica, ao menos veladamente, vislumbra a possibilidade de desejar sua mae, sua irma, sua filha, nao? Entao tudo bem, mas nao afaste esta possibilidade apenas porque te ensinaram que é feio isto, procure encontrar uma outra saida para uma situacao que vc nao esta acostumado a ter que decidir.
Verdade é que fica mais fácil para compreender pessoas com formacao em antropologia e psicologia, bem como areas correlatas, pois para o senso comum é bizarro.
Tenho filhas, e nao sinto tesao por qualquer uma delas, nao existe qualquer ligacao de cunho sexual, mas já senti tesao pela minha irmã.
Bom, este é o meu pensar a respeito do assunto colocado em pauta.
E se... não existisse o tabu do incesto?
Evitar o incesto não é resultado de tendências biológicas ou genéticas do ser humano. É uma invenção humana, cultural.
por Lizandra Magon de Almeida
Para a maioria das pessoas, pensar em manter relações sexuais com pai, mãe, irmãos, avós ou tios é algo terrível. Essa proibição parece tão natural que questioná-la soa como uma heresia. Mas, para psicólogos e antropólogos, as coisas não são absolutas. Evitar o incesto não é resultado de tendências biológicas ou genéticas do ser humano. É uma invenção humana, cultural.
Portanto, se o tabu caísse, isso não seria o fim da espécie humana. É preciso lembrar que, embora exista uma regra parecida entre algumas espécies animais, ele não aparece na maioria delas. Nem entre humanos essa condição é universal. Há povos indígenas em que, embora haja tabus sexuais, eles não se referem às relações entre parentes.
Se o tabu do incesto não tivesse sido criado, uma possível conseqüência seria o isolamento das comunidades. Um dos motivos que levaram aldeias e vilarejos a estreitar relações era a necessidade de cônjuges desimpedidos. Aliás, segundo o antropólogo Claude Lévi-Strauss, a origem do tabu seria a descoberta, pelos homens, de que podiam melhorar seus negócios e estabelecer acordos políticos vantajosos com outras tribos a partir de casamentos entre aldeias.
Hoje em dia, é provável que algumas famílias ricas se fechassem em relações endogâmicas, como em alguns momentos da história. Na Idade Média, reis e rainhas europeus casavam-se com primos e irmãos para manter unidos seus reinos e fortunas. É possível que surgisse gente disposta a casar os filhos entre si, ou com os primos. Um pai viúvo poderia colocar a filha no lugar da esposa.
Os laços de parentesco iriam para o espaço. Se o pai casasse com a filha, ele seria pai ou avô da criança que nascesse dessa união? E os irmãos da mulher, seriam cunhados ou filhos? Para os psicólogos, um dos motivos da criação do tabu do incesto foi justamente o de colocar ordem nessa confusão de parentesco.
Mas há quem diga que a vida em sociedade não seria possível. Um dos mais famosos defensores dessa tese foi o médico austríaco Sigmund Freud, em sua teoria sobre o complexo de Édipo, criada sobre uma tragédia grega escrita por Sófocles no ano 450 a.C. Na história original, Édipo mata o pai e se casa com a mãe sem saber de quem se tratam e causa, com isso, uma maldição que só desaparece quando ele descobre a verdade e fura os próprios olhos. Segundo Freud, mães e filhos têm o impulso natural de manter a intimidade que desenvolvem desde o nascimento. Surge aí a figura do pai, responsável pela quebra desse vínculo que, no fim das contas, vai permitir que o novo indivíduo ande com suas próprias pernas.
Se o tabu do incesto deixasse de existir, a sociedade tenderia a se desorganizar e voltar à barbárie, ou seja, ao domínio pela força. Mas a antropóloga Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, da USP, acredita que logo a sociedade se reorganizaria em torno de uma nova proibição. “O homem elegeria outro tabu sexual, de igual peso, em torno do qual a sociedade voltaria a se organizar.” A vida dos animais reforça essa tese. O tabu do incesto é mais comum em espécies que vivem em sociedades estáveis. As fêmeas dos chimpanzés, quando chegam à adolescência, procuram outros grupos.
Isso degeneraria a espécie humana? O risco de doenças congênitas, de fato, existe. Sabe-se que sexo com indivíduos fora do grupo elimina genes recessivos e evita doenças. Não por acaso, muitas lendas ligam o incesto a maldição. O lobisomem, por exemplo, seria fruto de uma relação incestuosa. Só que a natureza nem sempre confirma essa idéia. Em uma espécie de alce canadense, o macho cruza com todo o harém, inclusive suas filhas. E a espécie sobrevive.