Como será fazer a história?

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Como será fazer a história?

#1 Mensagem por oGuto » 08 Dez 2011, 16:51

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Mesmo que seja algo somente possível de ser visto pelo retrovisor do tempo, inegável que certas pessoas fazem a história.
Não tenho nenhuma simpatia pela presidenta Dilma, como, de resto, pela totalidade dos políticos (partidos, então, nada além do que o meu desprezo).
No entanto, observar a foto de uma quase menina em toda sua altivez por nada ter a esconder, em contraponto a militares ocultando seus rostos, apenas confirmando sua ignóbil covardia, é de uma pungência atroz.
Mais do que isso, acaba por confirmar que na vida há sempre um que de ironia, uma vez que essa mesma menina (na época, menos que uma pessoa, “não condição” autorizadora da tortura sofrida) hoje é comandante em chefe das mesmas instituições que um dia se arvoraram em seus algozes.
Algo realmente admirável, mesmo que fosse apenas em nível pessoal, o que, evidentemente, não é o caso.

“....quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”

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Re: Como será fazer a história?

#2 Mensagem por leteseu » 08 Dez 2011, 17:18

Tchê, quando vi esta foto pensei quase o mesmo que tu pensaste.

Não gosto nenhum pouco da forma de fazer política do PT mas tenho que admitir que simpatizo muito mais com a Dilma do que com o Lula. Esta, mais silenciosa, toma decisões com maior agilidade. Parece-me que, à exemplo da foto, não tem o rabo preso, ou pelo menos não tão preso.

Longe de eu votar na Dilma pelo menos lerei esta biografia, de onde saiu a foto. Não curto biografias mas esta gostaria de ler, em especial para saber o que dirão sobre o destino daquele roubo famoso.

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Re: Como será fazer a história?

#3 Mensagem por roladoce » 08 Dez 2011, 17:23

Rabo preso nem ela, nem o lula não os tem!!

Porém, ela está tão presa aos lobbys, corrupção e trafico de influencia quanto lula esteve!!! FATO!!!

Em nenhuma democracia no planeta, algum ser humano, chega a um cargo de alto escalão, sem prender-se ao mencionado anteriormente...

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Re: Como será fazer a história?

#4 Mensagem por Nazrudin » 08 Dez 2011, 18:03

leteseu escreveu:Tchê, quando vi esta foto pensei quase o mesmo que tu pensaste.

Não gosto nenhum pouco da forma de fazer política do PT mas tenho que admitir que simpatizo muito mais com a Dilma do que com o Lula. Esta, mais silenciosa, toma decisões com maior agilidade. Parece-me que, à exemplo da foto, não tem o rabo preso, ou pelo menos não tão preso.

Longe de eu votar na Dilma pelo menos lerei esta biografia, de onde saiu a foto. Não curto biografias mas esta gostaria de ler, em especial para saber o que dirão sobre o destino daquele roubo famoso.
Penso de forma parecida, é inegável haver uma distância na higidez moral dela e do Lula. Por enquanto tenho lhe dado um voto de confiança, apesar do PT.

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Re: Como será fazer a história?

#5 Mensagem por Compson » 09 Dez 2011, 11:18

A foto é sensacional...

Oportunidade para uma breve história quantitativa da militaria no Brasil: nenhuma defeza do território; 01 genocídio no Paraguai; 01 tomada de morro na Itália; 05 governos derrubados (Pedro II, Deodor, Washington Luís, Vargas, Jango); 02 tentativas frustradas de golpe (contra o segunto Vargas e contra a posse de Jucelino). E de vez em quando o Clube Militar do RJ chama o Reinaldo Azevedo para dar palestras sobre democracia.

Em tempo: com minha mania de achar que as manifestações dos foristas são mais relevantes que o próprio assunto, receio que Dilma esteja mijando no poste errado...

Ou, como diria meu velho pai, a raposa perde os pelos de velha, mas não perde o mal costume.

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Re: Como será fazer a história?

#6 Mensagem por Carnage » 09 Dez 2011, 22:09

Compson escreveu:Em tempo: com minha mania de achar que as manifestações dos foristas são mais relevantes que o próprio assunto, receio que Dilma esteja mijando no poste errado...
Confesso que eu boiei.


E antes que eu me esqueça: Compson, esse teu avatar tá muito gay!!!

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Re: Como será fazer a história?

#7 Mensagem por Compson » 10 Dez 2011, 10:55

Carnage escreveu:
Compson escreveu:Em tempo: com minha mania de achar que as manifestações dos foristas são mais relevantes que o próprio assunto, receio que Dilma esteja mijando no poste errado...
Confesso que eu boiei.


E antes que eu me esqueça: Compson, esse teu avatar tá muito gay!!!
Com esse papo de faxineira, técnica e agora mulher corajosa, Dilma está fazendo circo pra uma classe média que pode tolerá-la, mas nunca irá apoiá-la totalmente, sempre vai preferir uma alternativa.

Dilma tem que falar e governar para quem votou nela. A popularidade de Lula foi um ponto fora da curva, não vai se repetir... 51% é suficiente para ganhar a eleição.

Dilma já perdeu um ano de governo tentando ser legalzona com todo mundo.

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Re: Como será fazer a história?

#8 Mensagem por Carnage » 11 Dez 2011, 17:06

Entendi

E o teu avatar continua gay.

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Re: Como será fazer a história?

#9 Mensagem por Compson » 12 Dez 2011, 10:50

Carnage escreveu:E o teu avatar continua gay.
Magina... O rapaz é casado, frequenta a Igreja e gosta de ser chamado de "Tio" pelos frequentadores de seu blog. Gay acho que não é não, só tem um ar de pedofilia mesmo!

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Re: Como será fazer a história?

#10 Mensagem por Compson » 14 Dez 2011, 10:10

Compson escreveu:Dilma já perdeu um ano de governo tentando ser legalzona com todo mundo.
O problema, na verdade, é que o governo acha que está sendo legalzão com todo mundo, mas é muito parcial.

A grande sacada do Lula foi ter trazido os principais conflitos para dentro do governo. Os ruralistas ficaram com a Agricultura, os ambientalistas com o Meio Ambiente; os desenvolvimentistas ficaram com o Planejamento e, depois, a Fazenda, os ortodoxos monetaristas ficaram com o BC; Lula desenvolveu os ministérios de direitos humanos e minorias, mas colocou um hiperconservador na Defesa; ele mesmo, ficava com o lado público e carismático, ao mesmo tempo em que uma "cabeça-de-planilha" tocava o governo na Casa Civil.

Esse impasse de contraditórios, que os filisteus chamam de ineficiência, tem um nome mais adequado: política.

O que irrita a classe média afeita ao comportamento corporativo não é nem a corrupção nem a lentidão, mas essa politização em que todo processo decisório deve estar sujeito ao contraditório. O ministro da Agricultura vinha defender um código florestal ruralista, o ministro do Meio Ambiente aparecia metendo o pau. Meirelles subia os juros, Mantega dava umas alfinetadas. E assim por diante.

Isso se perdeu com a tal hegemonia "desenvolvimentista" do governo Dilma, tanto à direita (desprezo à ortodoxia econômica) como à esquerda (desprezo ao ambientalismo), tudo em nome de um PIBão que não vai acontecer.

O problema dos grupos decisórios muito homogêneos é que eles ganham em celeridade, mas perdem em inteligência. Quando os participantes concordam demais eles vão ficando mais acomodados a seus esquemas interpretativos e não veem o que se passa a suas costas. O caso do Mantega é claríssimo: a princípio tímido, nunca gostei dele, mas não esperava que fosse desandar a soltar asneiras cotidianas como faz agora.

Grupos homogêneos são bons para administrar prosperidade, mas não crises, pois há menos pessoas dispostas à crítica e à compreensão do fato novo que produz instabilidade. É um fato: como diria o Hammer, basta "olharmos para nossas próprias vidas". :wink:

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Re: Como será fazer a história?

#11 Mensagem por Roman Barak » 16 Dez 2011, 21:50

Em primeiro lugar, me admirei com o fato de ter sido OGuto a abrir o tópico.

Em segundo, o autor da fotografia foi de uma felicidade sem igual. Denota ser sagaz no seu ofício e possuir uma sensibilidade ímpar. Captou com precisão o contraste entre a coragem desconcertante de uma "quase menina", convicta dos valores que defende, e a covardia dos que se arvoraram em seus julgadores, escondendo os rostos como delinquentes cientes da sua condição moral. Conquanto eu discorde de muito do que está sendo feito nesse governo, ouso separar desse contexto esse pequeno particular sobre a personalidade e o currículo da "presidenta" para registrar minha admiração.

Em terceiro e último lugar, em outras ocasiões eu tenho "provocado" o pessoal do fórum que se propõe a discutir política e economia, criando, em farsesco contraponto, tópicos absurdos como aquele em que propus debater se a carreira de determinada atriz pornô entrara em decadência. Esclareço a vocês, se acaso não ficou claro, que a intenção era apenas de fazer humor sutil - a bem da verdade, tão sutil que ninguém achou graça, mas isso é já outra história... Não que eu não goste de discutir política, economia e demais temas afeitos às ciências sociais, mas é que há muito tem me causado desprazer a leitura do posicionamento de grande parte dos foristas, muitos com os quais eu, ao contrário, até simpatizo quando se trata de falar sobre putaria propriamente dita.

Em meio a isso, destaco como uma das poucas exceções os textos do Compson. Claros, coerentes e interessantes, muito embora eu, às vezes, possa até não concordar com o conteúdo substancial.

Nesse caso específico do tópico em tela, eu concordo. De fato, a Dilma tem mijado no poste errado. Essa gente que ela se esforça tanto em agradar vai morrer lendo a revista Veja e, por isso, se gabando sob a ilusão de ser inteligente e formadora de opinião; vai morrer escrevendo nos facebooks, blogs e twitters da vida que não gosta do governo dela e que preferia o José Serra no Planalto; vai morrer dizendo que o País é uma porcaria por tais e tais motivos, sem admitir ou mesmo perceber que são os principais causadores da situação que tanto criticam.

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Re: Como será fazer a história?

#12 Mensagem por Compson » 02 Jan 2012, 15:07

A lista dos acusados de tortura
Dos papéis de Luiz Carlos Prestes consta um relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, de 1976. O documento traz uma lista de 233 torturadores feita por presos políticos em 1975

Alice Melo e Vivi Fernandes de Lima

O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.

Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.

O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”. O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010).

A repercussão da lista em 1978

A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”. Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.

Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.

Os autores da lista

As assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles. O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.

“Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.

Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.

Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, xxxxxxxxx Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.
As cópias da lista estão na fonte:
http://www.revistadehistoria.com.br/sec ... de-prestes

[/Carnage style]

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Re: Como será fazer a história?

#13 Mensagem por oGuto » 23 Mai 2012, 20:02

Trago de volta o tópico, uma vez que com a composição da Comissão da Verdade iniciam-se os trabalhos que considero serem dos mais importantes para a maturidade de nosso país.

Para além de revanchismos (e por que não?), entendo que passar a limpo esse período da história brasileira acabará por revelar até a razão da mediocridade de todos os nossos governantes pós ditadura militar (dos dessa época, desnecessário qualquer comentário), desnudando como o poder corrói o discurso daqueles que, ainda que passageiramente, o tem em suas mãos.

Citando o trecho final de artigo da jornalista Eliana Cantanhêde da Folha de São Paulo, “uns com raiva, outros com melancolia, esses militares alegam que todas as verdades sempre têm dois ou mais lados. Mas, na história, quem ri por último ri melhor e a verdade é sempre a do vencedor. No caso, de quem subiu a rampa do Planalto pela força do voto.”

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Re: Como será fazer a história?

#14 Mensagem por Compson » 23 Mai 2012, 21:12

Oportunidade para um texto excelente e saído do forno:
Toda violação será castigada

Por Vladimir Safatle*

“Toda violação dos direitos humanos será investigada.” Com essa frase, Gilson Dipp, um dos integrantes da Comissão da Verdade, procurou constranger setores da esquerda que procuram levar a cabo as exigências de punição aos crimes da ditadura militar.

Trata-se de pressupor que tanto o aparato estatal da ditadura militar quanto os membros da luta armada foram responsáveis por violações dos direitos humanos. É como se a verdadeira função da Comissão da Verdade fosse referendar a versão oficial de que todos os lados cometeram excessos equivalentes, por isso o melhor é não punir nada.

No entanto o pressuposto de Dipp é da mais crassa má-fé. Na verdade, com essa frase, ele se torna, ao contrário, responsável por uma das piores violações dos direitos humanos.

Sua afirmação induz à criminalização do direito de resistência, este que -desde a Declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão- é, ao lado dos direitos à propriedade, à segurança e à liberdade, um dos quatro direitos humanos fundamentais.

Digamos de maneira clara: simplesmente não houve violação dos direitos humanos por parte da luta armada contra a ditadura. Pois ações violentas contra membros do aparato repressivo de um Estado ditatorial e ilegal não são violações dos direitos humanos. São expressões do direito inalienável de resistência.

Os resistentes franceses também fizeram atos violentos contra colaboradores do Exército alemão durante a Segunda Guerra, e nem por isso alguém teve a ideia estúpida de criminalizar suas ações.

Àqueles que se levantam para afirmar que “a guerrilha matou tal soldado, tal financiador da Operação Bandeirantes”, devemos dizer:

“Tais ações não podem ser julgadas como crimes, pois elas eram ações de resistência contra um Estado criminoso e ditatorial”.

O argumento de que tais grupos de luta armada queriam implementar regimes comunistas no país não muda em nada o fato de que toda ação contra um Estado ilegal é uma ação legal. O que está em questão não é o que tais grupos queriam, mas se um Estado ilegal pode criminalizar ações contra sua existência impetrada por setores da população.

Como se não bastasse, integrantes da Comissão da Verdade que dizem querer investigar ações dos grupos de resistência “esquecem” que os membros da luta armada julgados por crimes de sangue não foram anistiados. Eles apenas receberam uma diminuição das penas.

Ou seja, os únicos anistiados foram os militares, graças a uma lei que eles mesmos fizeram, sem negociação alguma com a sociedade civil.

* Vladimir Safatle é filósofo e professor da USP

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Re: Como será fazer a história?

#15 Mensagem por Compson » 29 Mai 2012, 15:54

Mais um. O Safatle é muito foda nesse assunto:
A conta dos mortos
Vladimir Safatle

No último domingo, esta Folha publicou reportagem a respeito do número de mortos resultantes de ações da luta armada contra a ditadura militar ("Para militares, Estado combatia o terrorismo", "Poder", 27/5).

A reportagem em questão tem sua importância por trazer mais informações que permitem aos leitores tirar suas conclusões a respeito daquele momento sombrio da história brasileira. No entanto ela peca por aquilo que não diz.

Baseando-se nos números de um site de militares defensores da ditadura, o texto lembra como membros da luta armada mataram, além de militares, "bancários, motoristas de táxis, donas de casa e empresários". Não é difícil perceber o esforço do jornalista em induzir a indignação a respeito de tais ações contra "vítimas particularmente vulneráveis", como sentinelas "parados à frente dos quartéis".

Em uma reportagem como essa, seria importante lembrar que os membros da luta armada que se envolveram em tais mortes foram julgados, condenados e punidos. Eles nunca foram objeto de anistia.

A Lei da Anistia não cobria tais crimes. Por isso eles ficaram na cadeia depois de 1979, sendo posteriormente agraciados com redução de pena. Sem essa informação, dá-se a impressão de que o destino desses indivíduos foi o mesmo do dos torturadores.

Segundo, seria bom lembrar que "terrorismo" significa "atos indiscriminados de violência contra populações civis". Nesse sentido, as ações descritas da luta armada não podem ser compreendidas como "terrorismo", já que a própria reportagem reconhece que as vítimas civis não eram os alvos.

Mesmo a ação no aeroporto de Guararapes não era terrorismo, mas um "tiranicídio", que, infelizmente, errou de alvo. Vale aqui lembrar que, no interior da tradição liberal (sim, da tradição liberal), um "tiranicídio" é algo completamente legítimo, a não ser que queimemos o "Segundo Tratado sobre o Governo", do "terrorista" John Locke.

Quando a Comissão da Verdade foi instalada, era de esperar lermos reportagens sobre as empresas que financiaram aparatos de tortura e crimes contra a humanidade, os centros de assassinatos ligados às Forças Armadas, entrevistas com os jovens que organizam atualmente atos de repúdio contra torturadores, crianças que foram sequestradas de pais guerrilheiros assassinados.

No entanto há uma certa propensão para darmos voz a torturadores que se autovangloriam como "defensores da pátria contra a ameaça comunista" e "fatos" que comprovam a teoria dos dois demônios, onde os crimes da ditadura se anulam quando comparados aos crimes da luta armada.
A notícia a que ele se refere é essa:
Para militares, Estado combatia o terrorismo

Calcula-se que ações armadas da esquerda mataram 120 pessoas, 59 delas civis; já as vítimas da repressão chegam a pelo menos 356
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Bancário, dona de casa, motorista de táxi, empresário, militares, incluindo um marinheiro britânico, um capitão americano e um major alemão. A lista de mortos por militantes da esquerda armada durante o regime militar (1964-1985) é variada.

Não existem estatísticas exatas, assim como não se tem números precisos dos esquerdistas mortos pelas forças governamentais.

As vítimas da esquerda são tradicionalmente aceitas como sendo 120 pessoas mortas, das quais 61 são militares e policiais e 59, civis.

Não há consenso sobre as vítimas da repressão. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência listou em 2007 356 casos reconhecidos. Estudo de familiares de mortos e desaparecidos aponta 426.

A lista mais completa das pessoas mortas pela esquerda armada está no site do grupo Terrorismo Nunca Mais (http://www.ternuma.com.br).

É um grupo obviamente engajado, como ele se define: "Um punhado de democratas civis e militares inconformados com a omissão das autoridades legais e indignados com a desfaçatez dos esquerdistas revanchistas".

O nome do grupo foi criado em oposição às ONGs de nome "Tortura Nunca Mais", criadas para representar as vítimas da ditadura e atuar na área de direitos humanos.

Com exceção de casos de "justiçamento" por "tribunais revolucionários" -o assassinato de pessoas consideradas traidoras-, a maior parte dos civis morreu por estar no lugar errado na hora errada, como perto da explosão de uma bomba.

A luta armada das organizações de esquerda envolveu tanto guerrilha rural como urbana. Mas foi nas cidades que ocorreu a maior parte das mortes, visto que foi nelas que a atuação dos militantes comunistas foi mais intensa e eficaz. A guerrilha na região do rio Araguaia foi facilmente debelada, com poucas mortes entre militares.

Isso fica patente ao se constatar que morreram bem mais policiais, civis e militares, do que soldados das três forças. A lista inclui nove militares do Exército e nada menos que 24 oficiais, sargentos e soldados da PM de São Paulo, estado onde a guerrilha urbana foi mais intensa.

"É necessário que todo guerrilheiro urbano tenha em mente que somente poderá sobreviver se está disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão, e se está verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas", escreveu Carlos Marighella, em seu "Manual do Guerrilheiro Urbano".

Marighella, ex-deputado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) cassado em 1947, fundou a ALN (Aliança Libertadora Nacional), que foi o mais forte dos grupos de guerrilha urbana. O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, um dos criadores da Comissão da Verdade, foi militante da ALN.

Em junho de 1969 militantes da ALN incendiaram um carro de polícia em São Paulo, então comumente chamados de "rádio-patrulha", matando dois soldados, Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, para roubar armas.

GUERRA

Vítimas particularmente vulneráveis eram os sentinelas, parados à frente de quartéis e alvos fáceis de ataques surpresas. Três soldados da PM paulista morreram nessa situação -Naul José Montovani, Antônio Carlos Jeffery e Eduardo Custódio de Souza.

O auge do conflito ocorreu entre 1968 e 1974. Tanto os militantes de esquerda como os policiais e militares chamam o confronto de "guerra". Isso cria polêmicas jurídicas.

O "direito da guerra" costuma se referir à conflitos entre estados, regulando, por exemplo, o tratamento de prisioneiros. Em uma guerra "civil" ou de "insurgência" não existem regras precisas.

Os esquerdistas se consideravam "guerrilheiros"; os policiais e militares os classificam como "terroristas".

Um dos atentados a bomba de maior impacto ocorreu em julho de 1966, bem antes do endurecimento do regime, depois da edição do Ato Institucional número 5 em 1968.

Uma bomba no aeroporto de Guararapes, em Recife, matou o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes; houve 14 feridos.

O almirante foi o militar de maior patente morto pela esquerda, embora não fosse o alvo; o objetivo era matar o general Artur da Costa e Silva, que se tornaria o segundo presidente do regime militar.

Para financiar suas ações a esquerda armada costumava assalta bancos. Osíris Motta Marcondes, gerente do Banco Mercantil, foi morto em 1967 durante assalto em São Paulo. Em 1969, no Rio, tombou outro gerente, José Santa Maria, do Banco de Crédito Real de Minas Gerais.

Disputando com Marighella o primeiro lugar no panteão da "guerrilha" -ou do "terror"- de esquerda está o ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Em 1969 ele matou o guarda-civil Orlando Pinto da Silva com dois tiros, durante assalto ao Banco Itaú.

No ano seguinte Lamarca também matou o policial federal Hélio de Carvalho Araújo com um tiro de revólver e ordenou a morte do tenente da PM paulista Alberto Mendes Júnior, a coronhadas.

Entre as vítimas estrangeiras está o marinheiro britânico David Cuthberg, que veio ao Rio com uma flotilha da Marinha Real como parte das comemorações dos 150 anos da independência do Brasil.

Havia centenas de marinheiros, mas bastava um para servir de "exemplo". Ele e um amigo pegaram um táxi para visitar a cidade e foram metralhados. O amigo e o taxista sobreviveram.

15/04/71
O industrial Henning Albert Boilesen, que presidia a Ultragás, foi assassinado na manhã de 15 de abril de 1971 em São Paulo (ao lado), pela da ALN, com vários tiros nas costas. Dinamarquês naturalizado brasileiro, Boilesen era acusado de financiar a Oban, que combatia a guerrilha urbana

01/07/68
O major do Exército alemão Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen fazia um curso na Escola de Comando e Estado Maior, no Rio. Foi executado por ter sido confundido com Gary Prado, comandante do destacamento que prendeu Che Guevara na Bolívia, que cursava a mesma escola

10/05/70
O tenente Alberto Mendes Junior comandava um destacamento da Polícia Militar que interceptou o grupo de guerrilheiros de Carlos Lamarca em Eldorado Paulista, no Vale do Ribeira. No conflito, Mendes se rendeu, e depois for morto a coronhadas, para evitar tiros que revelassem a posição do grupo

26/06/68
O soldado Mário Kozel Filho foi morto quando um militante da VPR jogou um caminhão-bomba contra o quartel-general do 2º Exército, no Ibirapuera, em São Paulo

12/10/68
Veterano do Vietnã, o capitão dos EUA Charles Rodney Chandler cursava sociologia em SP quando foi morto. Para a VPR, ele era um agente da CIA que ensinava técnicas de tortura no Brasil, o que era falso
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/ ... ismo.shtml

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