Vão todos pra PQP
17/12/2011 15h13 - Atualizado em 17/12/2011 15h45
'Ela está abalada', diz advogado da mulher que agride cachorro em vídeo
Por causa de ameças, família da enfermeira deixa apartamento onde mora.
Segundo delegado, defesa recusou pedido de exame psicológico da criança.
Gabriela Lima
Do G1 GO
A enfermeira de 22 anos suspeita de espancar e matar um cachorro da raça Yorkshire, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, está em uma casa indicada por advogados e vai depor sob proteção policial. "Ela está abalada com as ameaças e com a repercussão do caso", disse Gilson Afonso Saad, um dos defensores da mulher.
Os advogados solicitaram as medidas de segurança por causa das inúmeras ameaças que ela e família vêm recebendo desde a divulgação do vídeo na internet. As cenas mostram quando a enfermeira espanca o cachorro quase até a morte. Segundo a polícia, o Yorkshire morreu dois dias após as agressões.
Segundo o delegado da 1º Delegacia de Polícia de Formosa, Carlos Firmino Dantas, o advogado o procurou na sexta-feira (16) e informou que a enfermeira estava protegida em uma casa na própria cidade. Disse também que ela estaria à disposição da polícia no momento que fosse necessário.
Ainda sem data marcada, o depoimento da jovem será em local e data não divulgados. "A nossa intenção é que ocorra rápido. Mas o depoimento depende de uma série de fatores, inclusive da própria disponibilidade da polícia", diz Saad.
Na avaliação do delegado, as medidas de segurança são necessárias para garantir a integridade física da suspeita, pois as cenas chocaram todo o País e causaram revolta popular. Na noite de sexta-feira, várias pessoas ficaram amontoadas em frente ao prédio onde fica o apartamento da família, na Vila Formosinha. O imóvel está fechado. "Encontramos indícios nas redes sociais que o grupo pretendia apedrejar o local e acionamos a Polícia Militar", explicou Carlos Firmino.
Exame psicológico
No vídeo, a mulher aparece espancando o cão na frente da filha de 2 anos. A exposição da criança ao constrangimento é delito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas a polícia investigará se a menina também sofria agressões.
saiba mais
Polícia vai investigar crime contra a criança que viu agressão a cachorroEm Goiânia, voluntários se unem para proteger cães vítimas de maus-tratos
O delegado havia solicitado um exame psicológico da criança para a próxima segunda-feira (19). Mas ele informou que, na sexta à tarde, a defesa da suspeita se opôs ao pedido. "A defesa não concorda com o exame psicológico. O advogado disse que ele só ocorrerá dentro do próprio processo, com ordem judicial", disse.
Saad diz que não se opôs ao pedido, mas questiona a necessidade do exame. "Eu acho que essas coisas não devem ser impostas e sim conversadas. Só que no momento eu acho que não seria de bom tom", argumentou. O advogado entende que a criança é muito bem cuidada e não está em situação de risco.
Multa
Na sexta-feira, a delegacia de Formosa enviou cópia do procedimento para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para que o órgão promova a autuação ambiental. Segundo Carlos Firmino, a multa pode variar de R$ 5 a 10 mil.
Maltratar animais é crime previsto no artigo 32 da Lei Federal nº 9.605/98, com detenção de três meses a um ano e multa. A pena é aumentada em um terço em caso de morte do animal.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/ ... video.html