Se o Lima Duarte nasceu em 1930, e chegou em Sampa com 15 anos em 1945, é provável que ele ainda tenha aproveitado o rescaldo das europeias em São Paulo. Meu avô, nascido em 1924, e vivendo no Recife, lembrava com muita nostalgia das primas polacas no meio da década de 40 (muitas delas fugidas da guerra). Creio, portanto, que o relato de Lima Duarte tem credibilidade.
O interessante é que antigamente as europeias eram bem mais safadas que as nacionais. Eram aquelas que chupavam pica e davam cú. Geralmente, as mais rodadas eram aquelas que davam o furiquinho. As nacionais não eram muito chegada naquilo que os médicos dos anos 20, no Brasil, chamavam de "vício francês" (sexo anal).
Uma vez meu avô me falou que uma das coisas mais excitantes de se ir na zona era o ritual profilático das putas. Elas pegavam o cliente e lavavam demoradamente o pinto deles. Limpava com alcool, eter, alguma outra fragancia. Na época, os caras metiam no couro, logo, era recomendável algum tipo de higiene antes da metelança. Mas meu avô me disse que nesse ritual de limpeza do pau, era impossível não ficar com o pinto duro...já era um warm up. Anos depois dessa conversa com meu avô, comi uma puta na Espanha, que também tinha todo um ritual de limpeza peniana. Ela ia na banheira, e enxaguava lentamente meu pênis - com a desculpa que iria chupar no couro, e queria certificar que ele estava limpo. Eu adorei esse ritual espanhol.
Depois eu percebi que tanto esse ritual de limpeza das putas brasileiras dos anos 40, como da espanhola em 2007, faziam parte de uma tradição das cortesãs europeias (sobretudo francesas) que dominavam toda uma tecnologia do prazer masculino. Para quem já fez massagem com orientais no exterior, também se sabe que as orientais banham seu corpo antes da massagem. Elas limpam e dão banho em todo seu corpo, ensaboam o pinto, enxaguam, e depois secam o cliente com toalha, num ritual que mostra muito da submissão da mulher asiática. Essas são técnicas da cortesã asiática, diferente da europeia.
Enfim, putaria é cultura, e as europeias trouxeram para o Brasil alguns desses rituais e técnicas do prazer - que tenderam a ser descartadas por muitas putas brasileiras. A coisa da lavadinha no pinto praticametne inexiste hoje, sendo mais hegemônico a higiene individual.
É isso.