E o impressionando é você ver que essas figuras não têm a menor consideração com as próprias mães.
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Derrota na Câmara
Parecer contra projeto de Gabeira é aprovado, mas deputado e prostitutas seguem na luta
Flavio Lenz - 7/11/2007
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou no início da tarde o parecer do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), contrário ao projeto de lei do deputado Fernando Gabeira, que descriminaliza os empresários da prostituição, abrindo caminho para a formalização das relações de trabalho entre prostitutas e donos de bordéis.
Um acordo esteve a ponto de ser feito, mas discursos emocionais da deputada Maria do Rosário e do próprio ACM Neto, citando as “criancinhas prostituídas”, definiram os votos. A moralidade também foi tema de várias outras manifestações, como a de Paulo Maluf. Uma funcionária da Câmara, que acompanhava a votação, exclamou: Maluf falando em moralidade? Tirem os meus tubos!”
De acordo com o deputado Fernando Gabeira, contudo, “há muita chance de voltar ao tema, de repolitizar a questão”. A estratégia, agora, “seria introduzir emendas de proteção à prestadora de serviços sexuais em vários outros projetos que têm relação com a questão, como os que tratam da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes”. Gabeira garantiu: “Vamos continuar na batalha”.
Ação política
Representante da Rede Brasileira de Prostitutas, Gabriela Leite também mantém a determinação: “Agora é fazer todo esse trabalho de advocacy, de pressão política e esclarecimento com os deputados. E a liderança do PV já se prontificou a colaborar”.
O parecer foi aprovado por voto simbólico, mas o deputado Sarney Filho solicitou que os nomes e votos de cada deputado constem na ata da reunião. O pedido foi aceito pela mesa da comissão.
A prostituta Jane Eloy, da ONG Davida e da grife Daspu, comentou assim o resultado: “E porque então que o Congresso vai ao bordel?”
A descriminalização das casas de prostituição, parte principal do projeto de Gabeira, é defendida pelo movimento organizado de prostitutas, que considera a ilegalidade de empresariar a prostituição um obstáculo aos direitos das trabalhadoras do setor e um fator de vulnerabilidade social. Isso porque a proibição resulta na corrupção de autoridades para manter as casas, criando ambientes marginalizados que prejudicam sobretudo a prostituta. Além disso, o dono da infra-estrutura criada para o sexo comercial não tinha qualquer obrigação legal, sejam deveres ou direitos, ficando livre para explorar a mulher, e tomando decisões arbitrárias muitas vezes acompanhadas de ações violentas, amparado pela própria ilegalidade. Nada disso foi compreendido pela maioria dos deputados.
Retirado de
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