MALEVO escreveu:Até onde eu sei o lance vem do pássaro cuco, que é o animal que aceita compartilhar sua fêmea com outro macho dentro de seu próprio lar.
Nã-não.
O cuco na verdade é uma ave sacana. Ela bota seus próprios ovos sorrateiramente no ninho de outras aves. As outras aves acabam chocando esses ovos como se fossem seus. Quando o filhotinho de cuco nasce, ele prova que filho de cuco cuquinho é, e só de sacanagem empurra os outros filhotes para fora do ninho.
Os hábitos do cuco são bem estudados na biologia evolutiva. É um animal clássico mesmo, pra quem estuda evolução.
Daí veio o termo cuckold, que indica aquelas pessoas que sentem prazer em imaginar (ou saber) que seu companheiro está fazendo sexo com outra pessoa. Eis o link na
Wikipedia.
Há um livro explicando como essa tara pode ser surgido. Evolutivamente. Se chama
Guerra de Esperma.
Não vou conseguir explicar todos os argumentos do livro. Mas é mais ou menos isso:
Se um homem imagina, ou suspeita, que sua companheira tenha feito sexo com outro homem, o impulso dele é o de usar o seu próprio sêmen para competir com o esperma do Ricardão. Ele quer que o filho que a sua mulher vai gerar seja
dele, e não do outro. O que ele faz? Faz sexo com a parceira, mesmo sabendo que tem porra de outro lá dentro. O homem faz isso na esperança de, se a mulher ter um filho, este rebento tenha mais chances de ser dele.
Daí que, para alguns homens, um impulso sexual de ordem genética acaba virando fetiche. E ele sinta prazer em transar com uma mulher logo depois de outro(s) ter(em) esporrado dentro da vagina dela.
Essa teoria explica o tamanho e formato do pênis humano, que é proporcionalmente mais comprido que em outros primatas do mesmo porte, e tem a forma de pistão (cada penetração empurraria pra fora o sêmen que estivesse dentro da vagina).
Animais também têm esse comportamento. Se um bicho ver outro cobrindo uma fêmea, ele sente vontade de ir lá e fazer o mesmo logo depois.
Mas é tudo teoria. A biologia evolutiva nunca prova nada, só demonstra caminhos que a natureza pode ter seguido.