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http://www.paulohenriqueamorim.com.br ... a criá-la: a dos caças.Paulo Sergio Pinheiro pede a Arthur Virgílio que leia os planos que critica
Atualizado em 12 de janeiro de 2010 às 10:10 | Publicado em 12 de janeiro de 2010 às 00:08
Entrevista de Paulo Sergio Pinheiro, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, à rádio CBN. No governo FHC ele formulou o segundo Plano Nacional de Direitos Humanos:
"Eu acho que tá se fazendo uma grande tempestade num copo d'água, porque na realidade esse PNDH III é o terceiro na sucessão de dois outros planos, o PNDH I e o PNDH II -- um publicado em 96 pelo ministro... exatamente pelo ministro Nelson Jobim e o segundo quando eu estava no governo em 2002 --, os dois programas foram emitidos por decreto-lei, é assim que os presidentes da República fazem, o que não significa que todas as medidas no programa sejam auto-aplicáveis, isso evidentemente que não é.
Acho que essa discussão para ficar sóbria e clara tem que ser separado em dois aspectos. Um o próprio Programa Nacional de Direitos Humanos, que foi uma ideia do Brasil e da Austrália em 93, na Conferência Mundial [de Direitos Humanos] de Viena. Essa proposta foi aceita e logo a África do Sul, depois a própria Austrália e o Brasil três anos depois fez o primeiro programa. Quanto à legitimidade do programa não há a menor dúvida. Essa história de manobra, essas coisas para enfiar goela adentro isso é conversa pra boi dormir.
Clique aqui para ler o tratado que resultou da Conferência de Viena
A verdade... se você se der ao trabalho... ou os leitores de compararem os dois... os três programas...que aliás o três publica como anexo o primeiro e o segundo... coisa rara no Brasil... um plano de um governo de um partido contrário publica os programas do outro partido no mesmo texto. Então eu acho que isso é legítimo, eu acho que é perfeito que os setores latifundiários, a Igreja Católica, os meios de comunicação debatam o que está sendo proposto, é assim mesmo numa democracia e eu não vejo nenhum problema. E a linguagem dos dois... dos três programas é muito parecida, é muito parecida. É claro que esse governo e a sociedade civil está num outro estágio, alguma coisa foi agregada mas o básico, se você compara a questão do aborto, a questão por exemplo das uniões do mesmo sexo, a questão dos direitos humanos e meios de comunicação é muito parecido".
Sobre ameaça de censura aos meios de comunicação:
"Eu tenho o maior respeito, a maior estima pelo senador Arthur Virgílio, eu convidaria o senador a ler os três planos e comparar, porque... pode não se estar de acordo com o que está emitido no programa, mas vamos devagar com o andor. Além do mais, o que deve ficar claro que o que está no programa, como foi no governo FHC, é um enunciado, é um indicativo, não significa que a Constituição venha abaixo porque tem um Progama de Direitos Humanos. Então eu acho que está na hora de ter sobriedade, tranquilidade e não se ficar vendo assombração onde não existe".
Sobre consultas à sociedade civil:
"Intensamente! O ministro Paulo Vannuchi é um homem de bem e ele levou a sério isso. Foram realizadas 27 conferencias estaduais. Nós fizemos a mesma coisa. O presidente Fernando Henrique Cardoso... nós fizemos a mesma coisa no plano que eu apresentei e que o presidente emitiu por decreto em 2002, conferências em todos os estados. Depois disso houve a décima primeira conferencia nacional de direitos humanos, que não foi o PT que inventou...porque são 11, né?
Além do governo do PT houve conferencias que o ministro Jobim foi, que eu fui, que o ministro Aloysio Nunes Ferreira foram...e nunca fomos vaiados, aliás... para debater, tanto o PNDH I como o PNDH II. E além do mais, o seguinte... eu não pertenço ao governo, simplesmente dei palpite em algumas coisas porque me pediram. Houve uma infinidade de minutas que foram circuladas por todos os ministérios, inclusive o ministério da Defesa.
A sociedade civil foi intensamente... e corresponde. Como o PNDH I e o PNDH II são fotografias das expectativas da sociedade civil em relação à realização dos Direitos Humanos. Tem que ser abrangente mesmo, porque os Direitos Humanos abrangem desde os direitos civis e políticos até os direitos econômicos, sociais e culturais. Quanto à participação... polícias militares, polícias civis, todas as carreiras judiciárias, era impressionante, eu assisti algumas delas, muito mais vastas que aquelas que eu próprio coordenei. Então não foi alguma coisa que o gabinete do ministro Paulo Vannuchi inventou de fazer. Eu acho que é justo reconhecer o sentido eminentemente democrático do ministro Paulo Vannuchi".
Sobre ameaças de ministros de se demitir
"Quem entende disso é o presidente Lula. O que eu acho, simplesmente pela história da República... primeiro que ministro não precisa se demitir, porque como se diz em latim, foi isso que eu aprendi na faculdade, os ministros são demissiveis ad nutum. O presidente demite na hora que quer. É meio ridículo comandante militar apresentando demissão, porque nem ministro são. E nos paises democráticos os comandantes militares não falam nada.
Tem o ministro da Defesa... o ministro Nelson Jobim, que eu tenho a maior estima, é meu amigo, ele foi atendido. Porque, ele não quis que o decreto tivesse um modelo de comissão verdade. O presidente, eu acho democraticamente, mudou para um grupo de trabalho, o que é altamente democrático. Agora, se o ministro não está satisfeito com isso eu não falei com ele... aí é outro problema. Eu acho que os anseios do ministro Jobim foram largamente atendidos. Agora, a essa altura do campeonato o Brasil não ter uma comissão que vá reconstituir a verdade... a comissão da verdade não julga nada, tudo isso é engano, não vai se julgar, não vai condenar ninguém, tem que se fazer uma reconstituição do que ocorreu e o Brasil tá na rabeira.
O que eu acho um pouco problemático no Brasil é que nenhum dos exércitos em paises que passaram por transição democrática, seja Grécia, Portugal, a Espanha, Argentina, Uruguai, Paraguai, o Chile... esses exércitos não estao solidários com os crimes cometidos por seus colegas no passado. O Brasil é o único que as Forças Armadas continuam tendo essa solidariedade com o passado. É evidente que as Forças Armadas de hoje não tem nada a ver com um bando de torturadores e militares e policiais que fizeram os desaparecimentos. E também o presidente Fernando Henrique e o Congresso brasileiro resolveram essa questão: o que foi praticado durante a ditadura é responsabilidade do Estado".
Para ouvir a entrevista no site da CBN, clique aqui
Para ler a íntegra do PNDH III, [url=http://www.mj.gov.br/sedh/pndh3/index.html]clique aqui
Agora é a “crise” do Programa Nacional de Direitos Humanos, que cria a Comissão da Verdade, para segundo o furioso Estadão, velho defensor de regimes autoritários, “para vasculhar (sic) os porões da ditadura e punir agentes do Estado por tortura”. (página A4 )
(Subsidiariamente, o Ministro da Agricultura, é contra um dos itens do Programa, porque, ainda segundo o Estadão, o Programa “mostra um certo preconceito contra a agricultura comercial”. Enquanto não se define o que seja “um certo preconceito”, o Ministro Reinhold Stephanes poderia demitir-se e voltar para o Paraná, onde deve fazer muita falta.)
Clique aqui para ler: “A Globo ataca o programa de direitos humanos. Prefere o Ratinho, a Kátia e o ‘tenho jatinho porque posso’ ”.
O PiG (*), o Ministro Jobim, o Farol de Alexandria e o Zé Alagão fizeram coro com o Supremo Presidente do Supremo e já disseram que não se deve tocar nessa vespeiro dos torturadores.
O Presidente Supremo do Supremo, também chamado de Gilmar Dantas por dois eminentes colonistas (**) da Globo (***), valeu-se de argumento singular: não se deve revirar essa pedra, porque em outros países onde fizeram isso houve graves distúrbios.
Só se for distúrbio como aquele que acomete quem frequentar o Guarujá, em São Paulo, e tomar a água que o presidente da Sabesp recomenda.
(Clique aqui para ler a notícia que a Folha (****) escondeu na página C8: “Guarujá e Baixada Santista passam por surto de diarreia” )
Se o amigo navegante quiser se proteger da diarreia, não vá ao litoral de São Paulo, a Chuíça brasileira (*****).
Agora, se quiser se proteger do Jobim, do Supremo Presidente do Supremo, do Farol e do Zé Alagão, do PiG(*) e de todos os que defendem os torturadores, o Conversa Afiada oferece algumas leituras neste fim de semana.
Primeiro, vá à mesma pág A4 do Estadão e veja o que diz o Paulo Sérgio Pinheiro, que presta serviços relevantes à ONU, na área de Direitos Humanos.
Pinheiro acha que as críticas são infundadas, porque o Programa do Presidente Lula, primeiro, segue rigorosamente concepções internacionais, acertadas em Viena em 1993; e, segundo, essa é a terceira versão do programa.
As duas versões anteriores foram lançadas no Governo Fernando Henrique a que Pinheiro serviu.
Pinheiro ajudou o Ministro Paulo Vannuchi a trabalhar no texto desta terceira edição: “Tudo foi feito de maneira séria e democrática… Em São Paulo, a conferência foi organizada pelo Governo José Serra, com o Secretário de Justiça. Todos os ministros discutiram e concordaram, com exceção do Nelson Jobim”, conclui Pinheiro.
Outra leitura a recomendar é o artigo da Juíza Kenarik Felippe, na página 3 da Folha.(****).
A Dra. Kenarik Felippe vai julgar a ação penal contra o santinho do Dr. Roger Abdelmassih, que mereceu um habeas corpus do Supremo Presidente do Supremo, no recesso (Ah!, esses recessos !).
Na Folha(****) de hoje, a Dra. Felippe responde à pergunta “é positiva a eventual revisão da Lei da Anistia ?”
A resposta dela é: “Sim – Justiça não é revanchismo”.
Diz ela: “É necessário que o passado de violação e impunidade não continue a ser parâmetro do presente, para que possamos consolidar a democracia e, no futuro, viver em um Brasil que não abrace a cultura autoritária de violência no seu dia a dia. Hitler dizia que ninguém se lembrava mais do genocídio de 1,5 milhão de armênios. Assim tivemos o genocídio dos judeus. Crimes que não atingiram apenas aquelas pessoas e povos, mas toda a humanidade….”
“Afirmar que houve anistia para os torturadores é ética e juridicamente insustentável. Fere o patamar civilizatório em que a humanidade se encontra. Justiça ! Já não é sem tempo.”
Finalmente, amigo navegante, para que Jobim e o Supremo Presidente do Supremo não turvem o seu fim de semana, vá à Carta Capital que está nas bancas, pág. 59 e veja o que diz kkkkkkkkk Konder Comparato da pergunta “O STF pode vir a concluir que a anistia não beneficiou os torturadores ?”
Veja a resposta de Comparato: “O STF vai ter que mostrar a cara. Vai dizer perante o público, não só no Brasil, mas na América Latina e no mundo todo, se realmente os donos do poder podiam, antes de largarem o poder, absolver antecipadamente os homicidas, os torturadores e os estupradores que trabalhavam para eles. Nós tivemos um terrorismo de Estado no Brasil. E a própria Lei de 1979 diz que não são abrangidos pela anistia aqueles que cometeram atos de terrorismo.”
Continua Comparato:
Se o Supremo absolver os torturadores, “eu, se ainda estiver em vida, ou vários outros militantes dos direitos humanos … iremos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para fazer uma denúncia contra o Estado brasileiro. … nós somos o único país na América que se recusou, até hoje, a processar e julgar os criminosos que atuaram em defesa da ditadura”.
Clique aqui para ler a entrevista que fiz com os procuradores da Republica Fávero e Wichert.
Paulo Henrique Amorim
(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**)Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***)Repare, amigo navegante como um notável jornalista do Globo (do Globo !) se refere a Ele.
(****)Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(*****)Chuíça é como o PiG (*) de São Paulo quer que o resto do Brasil pense que São Paulo é: uma combinação do dinamismo econômico da China com o IDH da Suíça[/quote]
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Jornal da Band inventa "guerrilheiros torturadores"
Atualizado em 12 de janeiro de 2010 às 11:04 | Publicado em 11 de janeiro de 2010 às 21:27
por Luiz Carlos Azenha (dica do leitor Marcelo Costa, de BH)
A TV Bandeirantes colocou uma "reportagem" inacreditável no ar. Assinada pelo repórter Sandro Barboza, de São Paulo, ela é mentirosa do início ao fim. Nunca vi algo assim, em quase 40 anos de carreira.
Trata de um texto como se fosse lei aprovada, deturpa completamente o conteúdo e entrevista uma única pessoa. Nem o regime militar mentiu de forma tão descarada.
A "reportagem" começa com o seguinte texto, lido por Boris Casoy:
O novo decreto de Direitos Humanos do governo federal é criticado pela sociedade e até mesmo por ministros de estado. A lei estabelece censura [Mentira 1, não existe lei que estabeleça censura, o PNDH III não propõe nada parecido com isso] aos meios de comunicação, atenta contra o direito de propriedade [Mentira 2, não existe lei, o PNDH III não propõe nada parecido com isso] e ainda liberdade religiosa [Mentira 3, não existe lei, o PNDH não propõe nada parecido com isso]. Especialistas [Mentira, a emissora ouviu um único, advogado tributarista] consideram o projeto o primeiro passo para um regime ditatorial.
Narração do repórter:
A nova lei [Mentira 4, não é lei, é um Programa que não cria leis, que só podem ser criadas pelo Congresso] que o presidente Lula assinou sem ler [Mentira 5, Lula nunca disse que não leu] passou pelo crivo direto da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, virtual candidata do PT à presidência da República, dos ministro da Justiça Tarso Genro, da Comunicação Franklin Martins e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi [Mentira 6, o PNDH não "passou pelo crivo", mas foi assinado por todos os ministros do governo Lula].
É um emaranhado de artigos e parágrafos que muitas vezes ataca a Constituição [Mentira 7, não se trata de uma lei, que só o Congresso pode aprovar, mas de um Programa com metas e nenhuma delas ataca a Constituição].
Repórter aparece na tela:
O decreto provocou duras críticas da sociedade e uma reação dentro do próprio governo. Para os especialistas, se for aprovada da maneira como está a lei será o mais duro golpe contra a democracia desde o fim da ditadura militar [Mentira 8, trata-se da continuação de um programa de governo, que vem desde 1996, no primeiro governo FHC, as propostas do PNDH III são apenas isso, propostas, não são leis].
Narração:
Ives Gandra Martins é um dos mais conceituados juristas internacionais. Ele é autor de mais de 300 livros sobre Direito, sozinho ou com outros autores, com obras publicadas em 19 países. Ao analisar o novo decreto, ele ficou impressionado.
"É um dos documentos com as maiores sandices que eu tive oportunidade de ver nos meus 50 anos de advocacia e nos meus 49 anos de magistério de Direito".
Catedrático por 31 universidades no Brasil, na América do Sul e Europa, Ives analisou vários itens do novo decreto.
O projeto prevê que o proprietário rural que tiver uma fazenda invadida não poderá mais recorrer ao Judiciário.
"O que eles tão pretendendo é dar direito àquele que invadir qualquer terra fazer com que uma vez que for invadido o direito de propriedade deixa de ser do proprietário, passa a ser do invasor". [Mentira 9, não há nada nesse sentido no PNDH III - que, aliás, é um resumo de propostas, não propõe entregar terras a invasores ou coisa do gênero].
A lei quer evitar a divulgação de símbolos religiosos. [Mentira 10, não se trata de lei, nem o PNDH "busca evitar divulgação de símbolos religiosos", trata do uso de símbolos religiosos em instalações públicas, já que o estado brasileiro é laico e os símbolos representam religiões específicas].
"Se não pode mais haver símbolos religiosos nós temos que mudar o nome da cidade de São Paulo e todas as cidades que tem nomes de santos não poderão mais ter". [Mentira 11, completo absurdo!!!]
Será criada uma comissão para controlar o conteúdo dos meios de comunicação. [Mentira 12, não existe comissão, nem o PNDH III cria nada desse gênero]
"No momento em que se elimina a liberdade de imprensa nós estamos perante efetivamente o início de uma ditadura". [Mentira 13, não há nada disso no PNDH III]
Um novo imposto sobre grandes fortunas seria instituído. [Mentira 14, o PNDH III não institui nada, não tem poder legal, não cria leis]
"É um imposto que afasta investimentos porque aquele que formou um patrimônio depois é tributado em todas as operações e ainda vai ser tributado no seu patrimônio pessoal".
As prostitutas contariam com direitos trabalhistas e carteira assinada. [Mentira 15, o PNDH III não dá carteira de trabalho a ninguém, é um apanhado de ideias a serem ou não adotadas pela sociedade brasileira, dependem para isso de aprovação, uma a uma, no Congresso, através de leis]
"Isso não é profissão. Na prática o verdadeiro Direitos Humanos é tirar essas moças de onde elas estão e dar profissões dignas a elas".
Os responsáveis pela tortura durante a ditadura militar seriam julgados [Mentira 16, a comissão da Verdade será criada, se for, por um grupo de trabalho. O objetivo dela seria esclarecer a tortura e os desaparecimentos no regime militar. Ela seria criada por um projeto de lei que tem de passar pelo Congresso. Ninguém sabe ainda qual o poder e o alcance dessa comissão] Já os guerrilheiros que também torturaram ficariam livres de qualquer punição. [Mentiras 17 e 18, não existem guerrilheiros torturadores e se ele se refere a gente da esquerda que combateu o regime militar, quase todos já foram punidos].
"Torturador de esquerda é um santo. Torturador de direita é um demônio. É um decreto preparatório para um regime ditatorial" [Mentira 19, é completamente falso e absurdo].
Mentira 20: A Bandeirantes não explicou aos telespectadores que o PNDH III é continuação de outros dois, o PNDH I e PNDH II, ambos do governo de Fernando Henrique Cardoso; não explicou que os objetivos do PNDH III foram amplamente debatidos pela sociedade civil; não explicou que estamos falando de meras propostas, sinalizações, sugestões sem poder de lei, que qualquer lei no Brasil tem que ser aprovada no Congresso -- e que, portanto, o PNDH III é uma "carta de intenções" da sociedade brasileira em relação aos Direitos Humanos.
Duvida? Veja aqui
Leia você mesmo tudo sobre o PNDH III
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... de-ficcao/
11/01/2010 - 21:13
Jornalismo de ficção
Por Marcelo Costa
Nassif,
deplorável a reportagem do Jornal da Band desta noite (com os efusivos comentários da “autoridade” em isenção Boris Casoy) sobre o PNDH.
Diz a matéria que “especialistas, sociedade civil e ministros de Estado” são contra o projeto. Assim, bem geral mesmo. E qual o especialista (Aliás, único ouvido na matéria. Então, foi uma entrevista, na verdade) que eles escalaram para comentar? Ives Gandra Martins. Uai, mas ele não é tributarista? Pois é… O Projeto foi caracterizado como o mais autoritário desde o Regime Militar e o primeiro passo (acreditem, isso foi dito mesmo) para uma ditadura. Segundo eles, o projeto atenta contra a propriedade, contra a liberdade religiosa (até isso o Ives Gandra comentou) e (claro) contra a liberdade de imprensa. Uma monstruosidade típica de uma TV Bandalha (com a licença do Cloaca News).
Comentário
Da série “jornalista da Band sofre”… A matéria chega ao cúmulo de dizer que o PNDH-3 é o maior golpe à democracia desde o fim do regime militar.
Depois, entrevista a “sociedade civil” – que é… o Ives Gandra da Silva Martins. Aí a sociedade civil diz que nunca viu nada igual em 51 anos de advocacia e 49 de magistério. Pediu um parecer, a sociedade civil não vacila: saca imediatamente um da algibeira.
Por Nonato Amorim
Em compensação, Marcelo, o Prof. Paulo Sergio Pinheiro, ex-Secretário Especial dos Direitos Humanos, NO GOVERNO FHC, deu uma honestíssima e esclarecedora entrevista à CBN sobre o PNDH. Eis o link…Abs.
http://cbn.globoradio.globo.com/program ... LEMICA.htm
Comentário
A entrevista de Paulo Sérgio é definitiva. Diz que o documento mantém as linhas gerais dos programas anteriores. Informa que não apenas ele, mas o próprio Aluizio Nunes Ferreira – o candidato de Serra à sua sucessão – participaram das discussões. Diz que a participação foi ampla, democrática. Diz ser amigo de Arthur Virgílio mas aconselhou-o a ler o documento. Informa sobre a nobreza de se colocar os três planos no mesmo documento, mostrando a intenção da continuidade. E considerou ridículo comandante militar apresentar demissão, porque nem ministros são.
http://terramagazine.terra.com.br/inter ... fonte.html
http://jbonline.terra.com.br/leiajb/201 ... erdade.aspVá à Fonte
Por Cláudio Lembo*
Uma grande celeuma. Por pouco. O Governo Federal editou nos últimos dias de dezembro - mais precisamente no dia vinte e um daquele mês - extenso e estranho documento.
Estranho por indicar, com grandiloqüência, processo que se desenvolve continuamente, graças à instauração da democracia nos anos oitenta. A sua evolução é normal, apesar de núcleos reacionários contrários.
Este documento legal denomina-se PNDH-3. É o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos. Arrola temas comuns nos debates acadêmicos e presentes nos meios de comunicação.
Aqui e ali, utiliza linguagem marcada por uma deformação ideológica oriunda dos anos 60. Isto, porém, não incomoda. Indica, apenas, que seus autores, um dia, procuraram ser agentes da utopia.
Ora, quem lê, sem preconceitos, o documento presidencial constatará que ele enfoca temas que, necessariamente, deverão ser abordados pela sociedade e, depois, analisados pelo Congresso Nacional.
Em uma sociedade com conflitos sociais latentes, onde poucos dominam, pelas mais diversas formas, a grande maioria, preservando-a em situação alarmante, apontar temas para o debate é essencial.
Claro que alguns tópicos arrolados, no documento, à primeira vista, se assemelham descabidos. O uso de símbolos religiosos em recintos públicos da União, por exemplo.
A tradição cultural brasileira sempre aceitou - sem contestação, ainda porque a imensa maioria da sociedade pertencia a uma única religião - a afixação de símbolos religiosos em locais oficiais de trabalho.
Hoje, a formação da sociedade alterou-se. São inúmeras as confissões religiosas e as novas crenças que se acresceram ao cenário social do País. Antes que conflitos surjam, é bom que um Estado laico trate do tema.
Outros assuntos versados também parecem extravagantes. A verdade, no entanto, que eles permeiam a sociedade, apesar de alguns poucos quererem vê-los como descabidos.
Examinem-se alguns poucos. A situação das prostitutas no contexto social. Marginalizadas. Usadas como objetos. Repudiadas como seres fora da normalidade. Posição anti-social inaceitável.
A questão da homo-afetividade, já tratada por muitos países, inclusive pelos seus parlamentos - como aconteceu na última semana na Assembléia da República portuguesa - e na penumbra por aqui.
Há temas que causam aflição e desconforto permanente. Nem por isto não devem ser trazidos à tona e debatidos, a partir das inúmeras posições religiosas e visões, morais.
A eutanásia não pode ser esquecida. Até onde vai a vontade de familiares e médicos em manter a vida vegetativa? É moral manter a vida de quem se encontra condenado pela plena falência biológica?
O aborto criminalizado pela nossa lei penal e, assim, levando, particularmente, à mulher todo o ônus da condição humana, deve ser cinicamente omitido entre os problemas da sociedade?
Claro que estes assuntos, no campo moral, sempre causam repulsas. Nem por isto, porém, devem deixar de ser examinados e debatidos pela sociedade. Permanecer estagnados é que se mostra grave.
No campo político, o documento legal mostra-se limitado. Quer analisar o Estado Novo e os acontecimentos de 1964. Bom e oportuno. Mas violência ocorre no Brasil desde 1500. A colonização foi um ato de força.
São tantas e tão diversas as questões inseridas no Terceiro Programa Nacional dos Direitos Humanos que se torna difícil uma análise mais abrangente de seu conteúdo.
Contudo, oportuno notar que sua formatação não contém nenhuma força coercitiva. Trata-se apenas de um roteiro para futuros exercícios de cidadania.
Os professores, acostumados a ler os trabalhos contemporâneos de seus alunos, constatarão que o documento parece produto de uma tarefa própria de um exercício de informática.
Origina-se de uma longa atividade de coleta de dados, sem que isto aponte para qualquer vício cometido pelos seus autores. Na verdade eles foram a trabalhos concretizados pela União Européia, ultimamente.
Antes, contudo, nos anos sessenta, os temas consolidados mereceram grande explicitação nas universidades norte-americanas e, por aqui, em vários organismos privados de pesquisa e extensão.
O melhor, no caso do decreto n. 7.037, de 21 de dezembro de 2009, é o acesso ao texto integral pelo cidadão responsável. Faça este a sua própria análise do documento.
Ganham os direitos humanos, afastam-se as interpretações facciosas. Não ouça terceiros. Vá à fonte. É melhor e mais seguro.
*Cláudio Lembo é advogado e professor universitário. Foi vice-governador do Estado de São Paulo de 2003 a março de 2006, quando assumiu como governador.
http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... argumento/Quem tem medo da verdade?
por Hildegard Angel
CHEGA UMA hora em que não aguento, tenho que falar. Já que quem deveria falar não fala, ou porque se cansou do combate ou porque acomodou-se em seus novos empregos... POIS BEM: é impressionante o tiroteio de emails de gente da direita truculenta, aqueles que se pensava haviam arquivado os coturnos, que despertam como se fossem zumbis ressuscitados e vêm assombrar nosso cotidiano com elogios à ação sanguinária dos ditadores, os quais torturaram e mataram nos mais sórdidos porões deste país, com instrumentos de tortura terríveis, barbaridades medievais, e trucidaram nossos jovens idealistas, na grande maioria universitários da classe média, que se viram impedidos, pelos algozes, de prosseguir seus estudos nas escolas, onde a liberdade de pensamento não era permitida, que dirá a de expressão!... E AGORA, com o fato distante, essas múmias do passado tentam distorcer os cenários e os personagens daquela época, repetindo a mesma ladainha de demonização dos jovens de esquerda, classificando-os de “terroristas”, quando na verdade eram eles que aterrorizavam, torturavam, detinham o canhão, o poder, e podiam nos calar, proibir, censurar, matar, esquartejar e jogar nossos corpos, de nossos filhos, pais, irmãos, no mar... E MENTIAM, mentiam, mentiam, não revelando às mães sofredoras o paradeiro de seus filhos ou ao menos de seus corpos. Que história triste! Eles podiam tudo, e quem quisesse reclamar que fosse se queixar ao bispo... ELES TINHAM para eles as melhores diretorias, nas empresas públicas e privadas, eram praticamente uma imposição ao empresariado — coitado de quem não contratasse um apadrinhado — e data daquela época esse comportamento distorcido e desonesto, de desvios e privilégios, que levou nosso país ao grau de corrupção que, só agora, com liberdade da imprensa, para denunciar, da Polícia Federal, para apurar, do MP, para agir, nos é revelado...
DE MODO cínico, querem comparar a luta democrática com a repressão, em que liberdade era nenhuma, e tentam impedir a instalação da Comissão da Verdade e Justiça, com a conivência dos aliados de sempre... QUEREM COMPARAR aqueles que perderam tudo — os entes que mais amavam, a saúde, os empregos, a liberdade e, alguns, até o país — com aqueles que massacraram e jamais responderam por isso.
Um país com impunidade gera impunidade. A história estará sempre fadada a se repetir, num país permissivo, que não exerce sua indignação, não separa o trigo do joio... TODOS OS países no mundo onde houve ditadura constituíram comissões da Verdade e Justiça. De Portugal à Espanha, passando por Chile, Grécia, Uruguai, Bolívia e Argentina, que agora abre seus arquivos daqueles tempos, o que a gente, aqui, até hoje não conseguiu fazer... QUE MEDO é esse de se revelar a Verdade? Medo de não poderem mais olhar para seus próprios filhos? Ou medo de não poderem mais se olhar no espelho?...
Fatos desmontam argumento
dom, 10/01/10
por Paulo Moreira Leite, no blog da revista Época
Estou impressionado com a quantidade de pessoas, aparentemente bem informadas, que assumiram a visão de que se for necessário investigar os crimes de tortura, também será preciso investigar os crimes cometidos pelas organizações armadas.
É um argumento conhecidos: se vamos voltar ao passado, é preciso fazer investigação sobre as duas partes.
Essa visão salomônica ignora um fato elementar: um dos lados já foi investigado e punido. O outro, não.
As organizações que faziam oposição ao regime militar foram dizimadas pela polícia política do regime. A maioria acabou dissolvida à força.
Aqueles militantes que não foram executados nem levados ao exílio responderam a processo na Justiça e boa parte cumpriu pena de prisão.
Com base em dados da Justiça Militar o livro “Brasil Nunca Mais” informa em sua página 85 que entre 1964 e 1979 um total de 7.367 adversários do regime sentaram-se no banco dos réus. Outros 10.034 chegaram a ser indiciados nas fases iniciais do processo, sendo excluídos na fase da denúncia.
Conclusão: pelo menos 17 000 brasileiros foram atingidos pela ação da polícia política entre a queda de Goulart e o ano em que o Congresso aprovou a Lei de Anistia.
A esses dados podemos acrescentar que 300 e 400 brasileiros que foram executados sem julgamento e alguns milhares que se exilaram, mesmo sem enfrentar processos formais.
É possível sustentar que um número razoável de integrantes das organizações armadas escaparam da ação da polícia e se beneficiaram da anistia? Sem dúvida.
Mas, deixando de lado, só por um instante, os métodos empregados, esses números mostram com clareza que o Estado brasileiro trabalhou com afinco e aplicação para investigar, purar e punir os inimigos do regime. Fez o que estava a seu alcance para atingir esse objetivo.
Fez até mais do que podia, como demonstra o esforço de pedir ajuda a grandes empresários para financiar ações de organismos paralelos criados para perseguir inimigos do regime. Nem jovens com menos de 18 anos eram poupados: 12% dos brasileiros levados a julgamento eram menores de idade no momento em que a ação penal teve início.
E as denúncias de tortura? Não é possível alegar que não havia provas. Os próprios autos da Justiça Militar registram 1918 denuncias de tortura entre 1964 e 1979. São relatos com nomes, dia, hora, local. Há 30 anos essas denúncias estão nos arquivos de quem tem a obrigação de garantir o cumprimento da lei e o respeito pelos direitos das pessoas.
Sabe quantas foram investigadas? Nenhuma.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... a-em-pito/
12/01/2010 - 08:31
Crise do PNDH termina em “pito”
Greta Garbo terminou no Irajá. E a última investida, caprichada, da velha mídia para produzir uma crise institucional terminou em um pito de Lula nos dois ministros.
Confira a fria de entrar nas crises fabricadas.
Enquanto Lula estava em férias, o pacto midiático cria uma crise fenomenal.
Aí entra Paulo Sérgio Pinheiro esculhambando o drama midiático. Antes dele, o Sepúlveda Pertence e o José Gregori. Finalmente, o Cláudio Lembro – conservador como Ives Gandra e muito mais sério nas suas declarações – lamentando os exageros. Constata-se que houve consulta ampla a vários setores da sociedade civil, que o próprio governo Serra participou – através do próprio chefe da Casa Civil Aloizio Nunes.
Aí ficou o coitado do Boris Casoy com a broxa na mão, ao afirmar que “é o mais grave atentado à democracia desde o fim do regime militar”. E o Ives Gandra, pau para toda obra, dando seu parecer: é verdade.
Hoje, nos jornais, o tema parecia um vácuo de começo do ano. Estadão e Folha admitem que, com exceção da Comissão da Verdade, o Plano apenas atualizou os dois anteriores – feitos na era FHC. E, de volta das férias, a crise sem tamanho foi reduzida a um “pito” que Lula dará nos dois Ministros envolvidos na polêmica: Nelson Jobim e Paulo Vannucchi. Qual o único tema que sensibilizou Lula: o aborto. Porque é tema político? Não: porque Lula é muito católico.
O Estadão é que entrou em uma fase curiosa e rica. A parte jornalística passou a fazer jornalismo de fato, com pauta, ponderação e credibilidade. A reportagem mostra que nem Dilma Rousseff nem Franklin Martins quiseram se envolver na polêmica, embora considerem importante a questão dos direitos humanos. Aí, sai-se da reportagem para as páginas de Editoriais do Tonico e para a coluna da Dora Kramer, e se descobre um mundo virtual à parte.
Do Estadão
Ministros são chamados a explicar bate-boca e ameaças de demissão
Em encontros ontem, Lula deixou claro que está irritado com crise sobre Programa de Direitos Humanos
Leonêncio Nossa
BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os ministros Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa) para explicar a troca de insultos e as ameaças de demissão, que classificou de “chantagens” contra o governo. Em encontros ontem no Centro Cultural Banco do Brasil, Lula deixou claro que está irritado com a crise sobre o projeto do Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê o interrogatório de torturadores do regime militar (1964-1985), e orientou Vannuchi até mesmo a interromper as férias, segundo assessores.
No centro cultural, onde despachou ontem, Lula determinou à sua equipe que o início do seu último ano de gestão deve ser pautado por balanços positivos do governo e conclusões de projetos em andamento. A crise, na avaliação de assessores do próprio presidente, só expôs problemas que não são da esfera do Planalto. Para Lula, a questão das torturas e execuções sumárias ocorridas na época da ditadura devem ser resolvidas pela Justiça.
Embora seja considerado um ministro sem peso político, Vannuchi conta com a simpatia de setores importantes do Planalto, que não veem com bons olhos o comportamento de representantes das Forças Armadas diante de um projeto elaborado por diversos ministros civis.
Uma parte do governo classificou como “insubordinação” a atitude de comandantes das Forças Armadas em protestar nos bastidores.
Dispostos a manter relação amistosa com as Forças Armadas, os ministros Franklin Martins (Comunicação Social) e Dilma Rousseff (Casa Civil) procuraram não se envolver na briga. Ambos, no entanto, não escondem que o tema dos direitos humanos precisa ser visto com atenção pelo governo.
VERDADE
Assessores do governo observam que, por trás da proposta de uma Comissão da Verdade para esclarecer o que ocorreu nos porões da ditadura, não está apenas uma disputa entre os ministros de Direitos Humanos e da Defesa. Lula, segundo pessoas próximas, sabe que tem uma “dívida” com as entidades que buscam informações sobre os crimes da ditadura.
Desde que assumiu, em 2003, o presidente nunca cobrou dos militares o esclarecimento sobre torturas e execuções de guerrilheiros. Os arquivos oficiais sobre os crimes nunca foram abertos.
Pessoas próximas de Lula dizem que agora, faltando menos de um ano para deixar o poder, o presidente precisaria dar uma satisfação aos parentes dos mortos. Para assessores, o processo de redemocratização completará 25 anos e o esclarecimento dos fatos há muito deixou de ser visto como risco à estabilidade política.