A coisa mais natural do mundo

Espaço destinado a conversar sobre tudo.

Regras do fórum
Responder

Resumo dos Test Drives

FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 0 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 0Não 0
Oral Sem:Sim 0Não 0
Beija:Sim 0Não 0
OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
Mensagem
Autor
Rodrigão
Forista
Forista
Mensagens: 4050
Registrado em: 12 Jun 2004, 13:40
---
Quantidade de TD's: 79
Ver TD's

A coisa mais natural do mundo

#1 Mensagem por Rodrigão » 20 Mar 2010, 17:47

A coisa mais natural do mundo
Sexo é bom, faz bem e (quase) todo mundo gosta. Descubra por que, mesmo com tanta informação, liberdade e medicamentos que prolongam a vida sexual até a velhice, há ainda muita gente frustrada entre quatro paredes
texto Marcia Bindo
fotos Manuel Nogueira
design Rita Carvalho
O sexo está em todo lugar, é o grande barato da atualidade. Me perdoe começar a reportagem assim, sem nenhum aquecimento prévio. Mas pode reparar. O sexo hoje é discutido abertamente em programas de TV, está escancarado nos filmes, é tema frequente de mesas de bar, presença constante em revistas e livros e está bem ao alcance do dedo – na internet.

Vamos e venhamos: apesar de fazer parte da humanidade desde sempre, nunca o sexo foi considerado algo tão importante e nunca se gastou tanta lábia no assunto. Tanto é que a ciência tem dedicado bastante energia a esse ponto nos últimos anos, desenvolvendo medicamentos para melhorar problemas ligados ao desempenho na cama que estão ajudando a prolongar a vida sexual de homens e mulheres em todo o mundo.

Tamanha atenção para o sexo faz sentido – no fim das contas, você está lendo este texto graças a ele. Freud, que baseou boa parte de sua teoria sobre o desenvolvimento humano na sexualidade, afirmou que é impossível desvincular o sexo do cotidiano. Segundo ele, nossa energia sexual é a grande responsável por nossa disposição para o trabalho, para o lazer, para coisas prosaicas como ir ao shopping, bebericar um vinho ou bater perna até a padaria. Controvérsias à parte, o fato é que cada vez mais nossa sexualidade é tratada com importância.

No entanto, a grande questão é que, apesar de tanta informação, liberdade de agir e de se expressar, e da ciência a favor do sexo, ainda há muita insatisfação e ansiedade quando esse é o assunto. Por que será? Calma, acompanhe a reportagem, agora com as devidas preliminares, para chegar lá.

Para o alto e avante
Em um episódio do seriado Os Normais, que escracha as agruras dos relacionamentos modernos e seus dilemas sexuais, Ruy, interpretado por Luiz Fernando Guimarães, está no maior lero- lero com a estagiária, que lhe conta detalhes picantes de seu relacionamento com o namorado. Ruy, que é mais velho, mas nada santinho, fica mesmo assim ruborizado com as peripécias da menina. E solta a frase: “É que, Taty, na sua geração sexo é uma coisa normal”. Eis uma das principais características do sexo nestes tempos: ele é tratado a com maior naturalidade.

Mas nem sempre foi assim. Sexo e seus derivados, como sexo oral, anal, orgasmos múltiplos, clitóris, fetiche, masturbação, prazer feminino... Há 50 anos esses assuntos não eram falados nem entre quatro paredes. Assunto proibido, coisa do diabo. Com a revolução sexual, tudo mudou. “Até então, havia muita repressão e a mulher estava de certa forma submetida aos prazeres masculinos. Com a pílula, ela se libertou do medo da gravidez indesejada e passou a buscar seu próprio prazer”, diz a psicanalista Regina Navarro Lins, autora do livro A Cama na Varanda.

Sim, a libertação sexual abriu caminho para nos expressarmos e falarmos mais sobre sexo. Há pouco mais de dois anos foi revelada pela primeira vez ao público na Biblioteca Nacional da França uma seção proibida chamada “Inferno”, que continha uma vasta coleção de literatura libertina. Nada que surpreenda nos dias de hoje, em que nossa dieta de sexualidade – em filmes, na TV, nas conversas – deixaria encabulado até o mais avançadinho dos libertinos do século 18. Basta uma passada na seção erótica de uma livraria para encontrar de romances a guias duvidosos para galgar o orgasmo inesquecível; ou ainda quais as posições sexuais para os 365 dias do ano; ou como bombar a libido no casamento. Se no passado era repressão, hoje é banalização, superficialidade.

O lado bom de tanta informação é que as pessoas não se sentem mais sozinhas com seus medos, desejos, fantasias e vergonhas. Podem aprender mais sobre seus corpos e também sobre as doenças, uso de preservativos e como tornar o sexo mais gostoso. Descobriram que, além de bom, sexo faz um bem danado. Quem tem uma vida sexual saudável corre 30% menos risco de infarto e de derrame cerebral, adoece menos e, se adoece, se recupera mais rápido. “As pesquisas mostram o que a gente já sabe na prática: o sexo deixa as pessoas mais bem-humoradas e rejuvenesce uns bons anos”, diz a terapeuta sexual Glene Rodrigues.

O problema é que essa orgia de informações traz muitas referências de comportamento, o que confunde as pessoas. Foi o que percebeu a antropóloga Miriam Goldenberg, que pesquisa a sexualidade do brasileiro há 20 anos. Segundo ela, a mídia e formadores de opinião falam muita abobrinha sobre sexo, o tal do “faça assim, faça assado”, que acaba induzindo a certos tipos de comportamento que muitas vezes não condizem com a personalidade da pessoa. Ela está cansada de entrevistar homens e mulheres que têm uma vida sexual normal, mas que estão sempre se questionando. Caso do engenheiro Palhares (nome fictício, a pedido do entrevistado), de 53 anos, cuja história lembra mesmo a de um personagem de Nelson Rodrigues. Estava tudo indo nos conformes até que, de tanto ouvir falar que a frequência sexual dos casais brasileiros é em média de três vezes por semana, começou a achar que estava defasado. Instaurou-se um problema. Para piorar, a mulher, que teve poucos parceiros, começou a se questionar se não precisava ter mais experiências. Não fosse o suficiente, ela passou a se preocupar com a quantidade de orgasmos que deveria ter.

Ainda estamos numa fase em que as pessoas têm que aprender que a sexualidade é uma marca individual, como uma digital. É algo particular e reflete a personalidade de cada um de nós. “Informação é importante, mas o fundamental é que cada pessoa se sinta bem com sua sexualidade. Se ficar se comparando com o que é dito por aí, ela acaba se sentindo deslocada”, diz Miriam.

E como fazer isso? Primeiro percebendo do que você gosta ou não, o que o excita e o que o inibe. E fundamental sempre: ter a capacidade de percepção do outro. E isso vale para qualquer questão referente à sexualidade: não há problemas se você estiver feliz, e o que você faz está coerente com quem você é. Essa é a verdadeira liberdade sexual.

De consumo rápido
Vivemos a cultura consumista do prazer imediato. E esse comportamento também foi parar em cima do colchão. Não se trata de sexo por dinheiro, mas do chamado “fast sex”, o sexo de uma noitada só, outra característica dos tempos atuais. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo – que coordenou há dois anos a maior pesquisa sobre sexualidade do brasileiro e publicou o livro Descobrimento Sexual do Brasil –, um dos resultados que mais chamaram atenção na pesquisa foi justamente a mudança de comportamento da brasileira em relação à transa – as mulheres, assim como os homens, têm diferenciado sexo de amor e há um aumento significativo no número delas que praticam sexo casual quase com o mesmo desembaraço dos homens.

Isso não é nenhum problema, pelo contrário, a experimentação é saudável, faz parte do nosso descobrimento sexual. “O que não é saudável é assumir um modelo em que você sente que não está vivendo a plenitude de sua capacidade de se relacionar, e daí sentir um vazio”, diz o urologista Celso Gromatzky, do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O que ele quer dizer é que o sexo casual exige trocas de parceiros constantes, não há tempo para estabelecer vínculos afetivos. “O que se perde é a cumplicidade”, diz. Em seu consultório, há muitos pacientes que adotaram a prática da “ficada horizontal” como modo de vida, justificando que não querem envolvimento para não ter problemas. Querem o prazer e nada mais. “A imperfeição desse modelo é a falta de amor, do cuidar e ser cuidado, da construção do relacionamento, que dá trabalho”, diz Celso. O que se perde é o artesanato da relação, que leva tempo para ser elaborado, ajustado.

Porque, ao fim e ao cabo, sexo é importante, mas não tanto quanto imaginamos. Segundo a pesquisa de Carmita, o sexo para as mulheres está em oitavo lugar na lista de prioridades para se ter qualidade de vida, depois de uma alimentação saudável, tempo com a família, bom sono, prevenção de doenças e cuidados com a saúde, trabalhar no que se gosta, tempo para atividades culturais, hobbies e, ufa! convivência social. Para os homens isso muda um pouco. Sexo é mais importante, mas perde para ter uma alimentação saudável e tempo com a família. Ou seja, saúde e vínculos vêm antes.

Repare em outra investigação reveladora sobre o comportamento das pessoas – mas agora na internet. O pesquisador americano Bill Tancer analisou o comportamento de 10 milhões de usuários da web na obra O Que Milhões de Pessoas Estão Fazendo Online e Por Que Isso Importa. Suas conclusões apontam que uma das grandes mudanças no uso da internet ao longo dos últimos dez anos é a diminuição do interesse por sites de pornografia, por muito tempo campeões de audiência, destronados pelo grande aumento da busca de sites de rede sociais.

De novo: a importância do vínculo social, de parcerias, também acontece no mundo virtual, superando a questão sexual em si.

Sexo longa vida
Outra mudança na sexualidade de hoje se deve ao arsenal de medicamentos para combater os males que afligem as camas do planeta. E a munição só tende a aumentar. Ainda este ano deve chegar ao mercado brasileiro mais um medicamento para disfunções sexuais, 12 anos após o lançamento do Viagra – e agora o alvo é a ejaculação precoce. Tanto investimento nessa área tem suas razões: 25% a 30% dos homens no mundo gozam muito rápido, logo nos primeiros minutos de intercurso. Esse é o segundo maior problema dos machos. O primeiro é o de ereção – cerca de 15 milhões de brasileiros têm disfunção erétil, e sua incidência aumenta com a faixa etária: 20% dos homens na faixa dos 20 aos 40 anos, e 50% na faixa dos 40 aos 70 anos. Conclusão: com os medicamentos, há mais gente transando, e por mais tempo de vida.

Mesmo em idade avançada, mulheres e homens que perderem o fogo podem voltar a tê-lo com a ajuda de reposição hormonal – que deve ser sempre avaliada pelo médico. Homens na andropausa têm uma queda na produção de testosterona, o que pode diminuir o apetite sexual. Já para as mulheres na menopausa, alguns hormônios produzidos pelo ovário durante a idade fértil diminuem bastante, mas são importantes pois previnem o risco de infarto, auxiliam na circulação e aumentam a lubrificação da vagina. Com a reposição, ambos podem se sentir melhor e mais dispostos. Mas só o médico pode indicá-la para cada caso.

Ou seja, os medicamentos podem ajudar no desempenho sexual masculino, os hormônios podem trazer mais disposição sexual para homens e mulheres, mas o maior de todos os problemas ainda é o mais difícil de tratar: a falta de desejo sexual. “Aí o buraco é mais em cima”, diz a ginecologista Beleza Terra, referindo-se ao nosso maior órgão sexual, o cérebro. Muito da vontade de fazer sexo vem de questões emocionais. E a falta de desejo é uma manifestação de que algo não está indo bem e por isso tem de ser analisado com muita atenção pelos especialistas.

Conclusão: mesmo com todos os avanços da medicina, os conflitos internos e de parceria permanecem desde sempre. O histórico sexual da consultora Norma (nome fictício), 45 anos, ia muito bem até completar 17 anos de casada. Ela perdeu a vontade e não havia amendoim e ostra que a animasse. A junção trabalho duro + filhos adolescentes + desleixo do marido funcionavam como um banho de água fria no desejo. Antes que sua relação naufragasse, procurou a ajuda de uma terapeuta sexual que a orientou a se conhecer melhor.

O que fazer com as frustrações sexuais de cunho psicológico? A terapeuta Glene Rodrigues, que dá cursos de orientação sexual e tem diversos grupos de sexualidade no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, trabalha com seus pacientes – a maioria mulheres – algumas questões quando há momentos de baixa, porque eles sempre vão existir (veja no quadro ao lado).

São estratégias que ajudam a compreender a sexualidade e aumentar a libido. Porque a própria palavra libido, conceito freudiano usado para designar o tão famigerado desejo sexual, está em sua origem vinculada a algo muito maior, como foi dito no começo da reportagem – a energia para a vida. Se algo não vai bem, se há estresse, falta de tempo, ansiedade, vai ser difícil mesmo sobrar energia para o bem-bom.


Orientação sexual Orientação sexual "Grandes temas"FÓRUM:
Você acha que estamos vivendo uma nova era do sexo?Edições Anteriores O sexo está em todo lugar, é o grande barato da atualidade. Me perdoe começar a reportagem assim, sem nenhum aquecimento prévio. Mas pode reparar. O sexo hoje é discutido abertamente em programas de TV, está escancarado nos filmes, é tema frequente de mesas de bar, presença constante em revistas e livros e está bem ao alcance do dedo – na internet.

Vamos e venhamos: apesar de fazer parte da humanidade desde sempre, nunca o sexo foi considerado algo tão importante e nunca se gastou tanta lábia no assunto. Tanto é que a ciência tem dedicado bastante energia a esse ponto nos últimos anos, desenvolvendo medicamentos para melhorar problemas ligados ao desempenho na cama que estão ajudando a prolongar a vida sexual de homens e mulheres em todo o mundo.

Tamanha atenção para o sexo faz sentido – no fim das contas, você está lendo este texto graças a ele. Freud, que baseou boa parte de sua teoria sobre o desenvolvimento humano na sexualidade, afirmou que é impossível desvincular o sexo do cotidiano. Segundo ele, nossa energia sexual é a grande responsável por nossa disposição para o trabalho, para o lazer, para coisas prosaicas como ir ao shopping, bebericar um vinho ou bater perna até a padaria. Controvérsias à parte, o fato é que cada vez mais nossa sexualidade é tratada com importância.

No entanto, a grande questão é que, apesar de tanta informação, liberdade de agir e de se expressar, e da ciência a favor do sexo, ainda há muita insatisfação e ansiedade quando esse é o assunto. Por que será? Calma, acompanhe a reportagem, agora com as devidas preliminares, para chegar lá.

Para o alto e avante
Em um episódio do seriado Os Normais, que escracha as agruras dos relacionamentos modernos e seus dilemas sexuais, Ruy, interpretado por Luiz Fernando Guimarães, está no maior lero- lero com a estagiária, que lhe conta detalhes picantes de seu relacionamento com o namorado. Ruy, que é mais velho, mas nada santinho, fica mesmo assim ruborizado com as peripécias da menina. E solta a frase: “É que, Taty, na sua geração sexo é uma coisa normal”. Eis uma das principais características do sexo nestes tempos: ele é tratado a com maior naturalidade.

Mas nem sempre foi assim. Sexo e seus derivados, como sexo oral, anal, orgasmos múltiplos, clitóris, fetiche, masturbação, prazer feminino... Há 50 anos esses assuntos não eram falados nem entre quatro paredes. Assunto proibido, coisa do diabo. Com a revolução sexual, tudo mudou. “Até então, havia muita repressão e a mulher estava de certa forma submetida aos prazeres masculinos. Com a pílula, ela se libertou do medo da gravidez indesejada e passou a buscar seu próprio prazer”, diz a psicanalista Regina Navarro Lins, autora do livro A Cama na Varanda.

Sim, a libertação sexual abriu caminho para nos expressarmos e falarmos mais sobre sexo. Há pouco mais de dois anos foi revelada pela primeira vez ao público na Biblioteca Nacional da França uma seção proibida chamada “Inferno”, que continha uma vasta coleção de literatura libertina. Nada que surpreenda nos dias de hoje, em que nossa dieta de sexualidade – em filmes, na TV, nas conversas – deixaria encabulado até o mais avançadinho dos libertinos do século 18. Basta uma passada na seção erótica de uma livraria para encontrar de romances a guias duvidosos para galgar o orgasmo inesquecível; ou ainda quais as posições sexuais para os 365 dias do ano; ou como bombar a libido no casamento. Se no passado era repressão, hoje é banalização, superficialidade.

O lado bom de tanta informação é que as pessoas não se sentem mais sozinhas com seus medos, desejos, fantasias e vergonhas. Podem aprender mais sobre seus corpos e também sobre as doenças, uso de preservativos e como tornar o sexo mais gostoso. Descobriram que, além de bom, sexo faz um bem danado. Quem tem uma vida sexual saudável corre 30% menos risco de infarto e de derrame cerebral, adoece menos e, se adoece, se recupera mais rápido. “As pesquisas mostram o que a gente já sabe na prática: o sexo deixa as pessoas mais bem-humoradas e rejuvenesce uns bons anos”, diz a terapeuta sexual Glene Rodrigues.

O problema é que essa orgia de informações traz muitas referências de comportamento, o que confunde as pessoas. Foi o que percebeu a antropóloga Miriam Goldenberg, que pesquisa a sexualidade do brasileiro há 20 anos. Segundo ela, a mídia e formadores de opinião falam muita abobrinha sobre sexo, o tal do “faça assim, faça assado”, que acaba induzindo a certos tipos de comportamento que muitas vezes não condizem com a personalidade da pessoa. Ela está cansada de entrevistar homens e mulheres que têm uma vida sexual normal, mas que estão sempre se questionando. Caso do engenheiro Palhares (nome fictício, a pedido do entrevistado), de 53 anos, cuja história lembra mesmo a de um personagem de Nelson Rodrigues. Estava tudo indo nos conformes até que, de tanto ouvir falar que a frequência sexual dos casais brasileiros é em média de três vezes por semana, começou a achar que estava defasado. Instaurou-se um problema. Para piorar, a mulher, que teve poucos parceiros, começou a se questionar se não precisava ter mais experiências. Não fosse o suficiente, ela passou a se preocupar com a quantidade de orgasmos que deveria ter.

Ainda estamos numa fase em que as pessoas têm que aprender que a sexualidade é uma marca individual, como uma digital. É algo particular e reflete a personalidade de cada um de nós. “Informação é importante, mas o fundamental é que cada pessoa se sinta bem com sua sexualidade. Se ficar se comparando com o que é dito por aí, ela acaba se sentindo deslocada”, diz Miriam.

E como fazer isso? Primeiro percebendo do que você gosta ou não, o que o excita e o que o inibe. E fundamental sempre: ter a capacidade de percepção do outro. E isso vale para qualquer questão referente à sexualidade: não há problemas se você estiver feliz, e o que você faz está coerente com quem você é. Essa é a verdadeira liberdade sexual.

De consumo rápido
Vivemos a cultura consumista do prazer imediato. E esse comportamento também foi parar em cima do colchão. Não se trata de sexo por dinheiro, mas do chamado “fast sex”, o sexo de uma noitada só, outra característica dos tempos atuais. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo – que coordenou há dois anos a maior pesquisa sobre sexualidade do brasileiro e publicou o livro Descobrimento Sexual do Brasil –, um dos resultados que mais chamaram atenção na pesquisa foi justamente a mudança de comportamento da brasileira em relação à transa – as mulheres, assim como os homens, têm diferenciado sexo de amor e há um aumento significativo no número delas que praticam sexo casual quase com o mesmo desembaraço dos homens.

Isso não é nenhum problema, pelo contrário, a experimentação é saudável, faz parte do nosso descobrimento sexual. “O que não é saudável é assumir um modelo em que você sente que não está vivendo a plenitude de sua capacidade de se relacionar, e daí sentir um vazio”, diz o urologista Celso Gromatzky, do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O que ele quer dizer é que o sexo casual exige trocas de parceiros constantes, não há tempo para estabelecer vínculos afetivos. “O que se perde é a cumplicidade”, diz. Em seu consultório, há muitos pacientes que adotaram a prática da “ficada horizontal” como modo de vida, justificando que não querem envolvimento para não ter problemas. Querem o prazer e nada mais. “A imperfeição desse modelo é a falta de amor, do cuidar e ser cuidado, da construção do relacionamento, que dá trabalho”, diz Celso. O que se perde é o artesanato da relação, que leva tempo para ser elaborado, ajustado.

Porque, ao fim e ao cabo, sexo é importante, mas não tanto quanto imaginamos. Segundo a pesquisa de Carmita, o sexo para as mulheres está em oitavo lugar na lista de prioridades para se ter qualidade de vida, depois de uma alimentação saudável, tempo com a família, bom sono, prevenção de doenças e cuidados com a saúde, trabalhar no que se gosta, tempo para atividades culturais, hobbies e, ufa! convivência social. Para os homens isso muda um pouco. Sexo é mais importante, mas perde para ter uma alimentação saudável e tempo com a família. Ou seja, saúde e vínculos vêm antes.

Repare em outra investigação reveladora sobre o comportamento das pessoas – mas agora na internet. O pesquisador americano Bill Tancer analisou o comportamento de 10 milhões de usuários da web na obra O Que Milhões de Pessoas Estão Fazendo Online e Por Que Isso Importa. Suas conclusões apontam que uma das grandes mudanças no uso da internet ao longo dos últimos dez anos é a diminuição do interesse por sites de pornografia, por muito tempo campeões de audiência, destronados pelo grande aumento da busca de sites de rede sociais.

De novo: a importância do vínculo social, de parcerias, também acontece no mundo virtual, superando a questão sexual em si.

Sexo longa vida
Outra mudança na sexualidade de hoje se deve ao arsenal de medicamentos para combater os males que afligem as camas do planeta. E a munição só tende a aumentar. Ainda este ano deve chegar ao mercado brasileiro mais um medicamento para disfunções sexuais, 12 anos após o lançamento do Viagra – e agora o alvo é a ejaculação precoce. Tanto investimento nessa área tem suas razões: 25% a 30% dos homens no mundo gozam muito rápido, logo nos primeiros minutos de intercurso. Esse é o segundo maior problema dos machos. O primeiro é o de ereção – cerca de 15 milhões de brasileiros têm disfunção erétil, e sua incidência aumenta com a faixa etária: 20% dos homens na faixa dos 20 aos 40 anos, e 50% na faixa dos 40 aos 70 anos. Conclusão: com os medicamentos, há mais gente transando, e por mais tempo de vida.

Mesmo em idade avançada, mulheres e homens que perderem o fogo podem voltar a tê-lo com a ajuda de reposição hormonal – que deve ser sempre avaliada pelo médico. Homens na andropausa têm uma queda na produção de testosterona, o que pode diminuir o apetite sexual. Já para as mulheres na menopausa, alguns hormônios produzidos pelo ovário durante a idade fértil diminuem bastante, mas são importantes pois previnem o risco de infarto, auxiliam na circulação e aumentam a lubrificação da vagina. Com a reposição, ambos podem se sentir melhor e mais dispostos. Mas só o médico pode indicá-la para cada caso.

Ou seja, os medicamentos podem ajudar no desempenho sexual masculino, os hormônios podem trazer mais disposição sexual para homens e mulheres, mas o maior de todos os problemas ainda é o mais difícil de tratar: a falta de desejo sexual. “Aí o buraco é mais em cima”, diz a ginecologista Beleza Terra, referindo-se ao nosso maior órgão sexual, o cérebro. Muito da vontade de fazer sexo vem de questões emocionais. E a falta de desejo é uma manifestação de que algo não está indo bem e por isso tem de ser analisado com muita atenção pelos especialistas.

Conclusão: mesmo com todos os avanços da medicina, os conflitos internos e de parceria permanecem desde sempre. O histórico sexual da consultora Norma (nome fictício), 45 anos, ia muito bem até completar 17 anos de casada. Ela perdeu a vontade e não havia amendoim e ostra que a animasse. A junção trabalho duro + filhos adolescentes + desleixo do marido funcionavam como um banho de água fria no desejo. Antes que sua relação naufragasse, procurou a ajuda de uma terapeuta sexual que a orientou a se conhecer melhor.

O que fazer com as frustrações sexuais de cunho psicológico? A terapeuta Glene Rodrigues, que dá cursos de orientação sexual e tem diversos grupos de sexualidade no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, trabalha com seus pacientes – a maioria mulheres – algumas questões quando há momentos de baixa, porque eles sempre vão existir (veja no quadro ao lado).

São estratégias que ajudam a compreender a sexualidade e aumentar a libido. Porque a própria palavra libido, conceito freudiano usado para designar o tão famigerado desejo sexual, está em sua origem vinculada a algo muito maior, como foi dito no começo da reportagem – a energia para a vida. Se algo não vai bem, se há estresse, falta de tempo, ansiedade, vai ser difícil mesmo sobrar energia para o bem-bom.

Fonte Revista Vida Simples
Link: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes ... 6025.shtml


Rodrigão

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Responder
  • Tópicos Semelhantes
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem
  • Ruiva NATURAL
    por Luis Bunuel » » em Ceará - Assuntos Gerais
    1 Respostas
    913 Exibições
    Última mensagem por Sr myage2
  • Loira natural
    0 Respostas
    672 Exibições
    Última mensagem por magowizard98
  • Ruiva natural novinha que faça anal
    por henrique80 » » em Pedido de Informações
    5 Respostas
    2326 Exibições
    Última mensagem por Johndemilly
  • GP RUIVA NATURAL, SEM SILICONE, COM ANAL... SEM TAUAGEM (OPCIONAL)...
    por Sid Vicius » » em Pedido de Informações
    1 Respostas
    869 Exibições
    Última mensagem por holyfuck
  • Alguma coisa no Pelourinho
    1 Respostas
    944 Exibições
    Última mensagem por Libanês

Voltar para “Assuntos Gerais - OFF Topic - Temas variados”