O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

Crônicas semanais sobre putaria

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O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#1 Mensagem por Fortimbrás » 26 Out 2010, 08:12

O bilheteiro

(aviso aos caros leitores: o autor não estava de fogo ou meio fora de si após excesso de foda ou de prosaicas punhetas durante a numeração das partes da crônica. Conforme perceberão, o arranjo numérico algo inusitado faz sentido, mas somente ao final do texto, assim como muitos eventos da vida putanhística, que só têm seu sentido ou valor relevado por vezes muito após terem se desenrolado)

i(I) - preliminares

Marcão estava bem consigo mesmo, pois, após tanto tempo, finalmente não se sentia mais uma bosta n´gua que se dissolvia lentamente rumo ao estado de caldo ralo de bosta. Estava empregado, após o que lhe pareceram eras e eras de longas jornadas de busca por trabalho sob sol medonho e chuvas torrenciais, dureza sem fim, apreensão quanto a seu já pouco promissor futuro e principalmente uma cacofonia incansável vinda da incansável boca de sua rádio-patroa, massacrando-o, agredindo com termos como folgado, boa-vida, vagabundo, derrotado e outros, fustigando sua dura couraça de homem forjado nos subúrbios. Ele era um cara durão, mas ser chamado, dia após dia, semana após semana, por quase um ano, desses nomes foi demais, faria qualquer um se sentir mais baixo que toca de minhoca.Ter arrumado trabalho o fez voltar à vidinha de classe média, ser de novo considerado um pai de família decente por seus sogros e cunhados – todos falidos e devendo até a última prega mas sempre posando de magnatas e fazendo censuras a ele – mas também o fez voltar a algo que parecia perdido nas brumas no tempo, nas perdidas eras de uma juventude sem perspectivas e por isso vivida sem limites e medos: a putaria, putaria sem medos e culpas, de se contar para os amigos com orgulho e lembrar-se quando precisava lembrar-se que era um homem de verdade. Era essa putaria que se desenhava a sua frente enquanto, ao esperar a cliente pendurada na linha telefônica ditar-lhe o número de sua assinatura da TV paga, contemplava o bilhete que recebera de sua colega de trabalho, não convidando, mas intimando Marcão a enrabar-lhe sua larga e carnuda bunda bem no meinho, no centro geométrico daquela massa de carne mulata e firme. Ela, sentada a três cabines de distância, deu uma olhadinha rápida para ele e o sorriso sacana e sem nenhuma sutileza o fez deduzir que teria de dar tudo de si para aquele cuzinho arrombado sentir algo. Caraca! Arrumara o emprego certo: salário entre razoável e bom, perto de sua casa, trampava à noite e ainda teria uma trepada sem grande esforço ainda que fosse um tarimbado da vida, que sabia não existir sexo sem preço ou conseqüências.

II (II)– Pós-uma foda mediana e esquecível

Já fazia quase quatro semanas que Marcão tinha comido Valdete, a alta e corpulenta mulata, pela última vez. Os motivos pelos quais tinha pulado fora do esquema, tão aos poucos como possível era a ele, eram comuns, simplórios até, mas autênticos: de alguma forma as outras mulheres do trampo farejaram que houve sexo entre eles e que ela curtira muito; ele enjoou um tanto rápido de comer um rabo tão lasseado que exigia tanto esforço para satisfazer a ela e ele ficar com a aura de grande fodedor preservada, sem que o prazer obtido valesse a pena; farejou que as outras mulheres estava comentando a performance dele e a curiosidade só crescia... Enfim, a eterna necessidade masculina de novas bucetas falou mais alto e logo ele tinha dado um safanão no assédio de Valdete e arrastava asa para as demais garotas, para a fúria da mulata, que enviou três bilhetinhos para Marcão, cada um mais intimidador e agressivo que o anterior; para completar, havia pouquíssimos homens durante a madrugada no Departamento de Empulhação ao Cliente da Bucet TV para ela se insinuar e talvez provocar um ciúme em Marcão. Assim, parecia que ela teria de engolir seu despeito e ele se daria bem e comeria as outras vagabas.

I (III)– Preliminares maiúsculas (prestes a se foder, ou a foder)

Uma loirinha jovem e apetitosa, uma coroa enxuta e cara de carente, uma morena meio bruaca mas bunduda; não faltavam possibilidades para Marcão se divertir com as coleguinhas do trampo, mas havia um pequeno obstáculo: e-mails eram absolutamente proibidos no local de trabalho, atender telefonemas particulares idem. Como desfiar sua lábia pelos doces ouvidos do mulherio que já lhe dirigia olhares curiosos, salivantes? Ficou algum tempo fritando seus parcos miolos, até que a solução rebentou em sua cabeça ao sentir-se alvejado pelo olhar frio de Valdete... não depender da tecnologia eletro-eletrônica e usar a milenar e discreta escrita em papel, ser discreto, silencioso, um autêntico rato... enviar bilhetinhos para elas, exatamente como ocorrera entre ele e Valdete.
Logo os papéis começaram a surgir nas mãos das moças, damas e senhoras do DEC; e logo Valdete sacou o que se passava e tramou sua vingança, posta em execução quase de imediato, no meio de uma madrugada modorrenta, quando ela e uma das escolhidas pelo garanhão fumavam, durante o intervalo de ambas:
– E aí, já recebeu seu bilhetinho do ‘tarado dos bilhetes’?
– Como assim?! – o rosto de Jessilaine, a loira de vinte anos de seios redondos e firmes, cobriu-se de vermelho e sua mão direita correu para um bolso traseiro da calça, num movimento involuntário.
– Ora, não sabe que o bonitão daqui, o Marcos, assedia todo mundo com seus bilhetinhos sacanas, escreve um monte de bilhetes iguais para a mulherada, mudando só uma ou outra palavra? Esse cara ataca todas, um galinha!
E cada mulher do departamento, fosse ou não contemplada com o assédio do ‘bilheteiro tarado’, era procurada por Valdete e informada de que um perigoso molestador de mulheres, armado de perigosos instrumentos de papel agia naquele lugar insuspeito.
Logo, a trama estava mais e mais complicada, as fofocas se multiplicando e todas apontando contra Marcão com os piores epítetos e comentários, pois sua algoz teve o requinte de espalhar fofocas contraditórias, que ao se colidirem, nas conversas em tom baixo ou nem tanto, aumentavam de tamanho e de tom.
Um dia, diga-se, uma noite, a gerente do Departamento, com quase vinte anos de serviços prestados à conceituada empresa, a séria, dedicada e sem um pingo de charme ou humor ‘dona Nair’ percebeu o clima estranho entre as atendentes, principalmente quando Marcão estava na sala e após alguns interrogatórios soube o que rolava...

III (IV) – A Fodelança

Dona Nair grudou a cara gasta e mal-humorada na porta envidraçada e fez sinal para Marcão acompanhá-la. Ele levantou-se lentamente, seu alarme interno para encrencas berrando em volume máximo, saiu da sala e teve um misto de calafrio e estranhamento ao ver a megera entrando no quartinho que servia de depósito de materiais de limpeza e onde os sacos de lixo descansavam até serem levados para o serviço de coleta do prédio.
Era medo de verdade o que sentia quando, após passar pela porta, dona Nair fechou-a e dedo em riste explodiu como uma tempestade, um tsunami, um vendaval escuro e assustador
- Senhor Marcos Sotera! Nós não sairemos daqui antes de encontrarmos uma prova cabal desse seu assédio indecoroso e prejudicial não só à moral desta empresa como ao andamento da nossa tarefa de atender a nossos honrados clientes. Eu o proíbo de deixar este recinto! O senhor vai esperar, acomodado nessa cadeira, que eu revire todo o conteúdo destes sacos de lixo e encontre ao menos um exemplar dos mal-fadados bilhetes que suas colegas citaram, entendeu? – e ao dizer isso a já no auge da meia-idade senhora Nair agachou-se no chão, espalhou o conteúdo de dois sacos no piso, e enquanto fuçava os papéis amassados, rasgados, úmidos e sujos, tentando abri-los, alisá-los, apalpando, tocando, mergulhando seus dedos febris no lixo do escritório impregnado de sinais de outras pessoas, sua bunda gorda, larga e flácida pôs-se a mexer num ritmo estranho, de maneira desengonçada mas perceptível, agitando-se para lá e para cá, voltada para o rosto estupefato de Marcão. A visão daquela coisa grande dançando de um jeito tão inusitado acendeu algo nele. O saco cheio, o cansaço das encrencas da vida adulta, do custo imenso para manter uma vida como membro da sociedade, ter família, carro, casa, sapato engraxado, feijão fresco na panela, buceta à disposição, o fastio coagulou-se em uma raiva extrema e esta em um fogo destruidor e autodestrutivo, um desejo de foder e se foder, de se vingar do mundo mostrando que não temia suas armadilhas, enfiando-se em algo que não teria fim, de expressar toda a raiva para com aquela situação piorando-a ainda mais, mostrar àquela matrona mal-amada e às malditas regras daquele emprego estúpido que iria enfiar sua masculinidade até o âmago da coisa, sem medo, com desprezo frio e puro desprendimento... Quando deu por si, estava de pica em riste, calças arriadas e arrancando a saia de dona Nair, puxando sua grande e larga lingerie de algodão sem estampa ou enfeites para o lado. A xota era lassa, seca, estranha, o que só aumentou sua fúria. Os resmungos e gemidos da mulher se espalharam pelo aposento:
- O quê? Mas como, eu sou uma mulher decente, nunca conheci outro homem além de meu marido, pare, eu... isso, oh, oh,oh meu Deus, desgraçado, maldito, oh, canalha, DESGRAÇADO, fornicador, ESTUPRADOR!, louco, fodedor, FODEDOR, fodedr, FODER,,, foder,,,me fo..DER. FODE ...FODE ...FODE...FODE.
E assim estabeleceu-se uma nova rotina nas madrugadas do setor de atendimento ao cliente via telefone da Bucet TV. No turno da madrugada, sempre entre as 3 e 4 da matina, via-se o perfil grisalho e sisudo da gerente do setor, vulga dona Nair, desfilar duas ou três vezes pela porta envidraçada do Departamento de Empulhação ao Cliente. Poucos minutos depois, Marcão deixava o posto, alegando ter de usar o toalete e se enfronhava no pequeno depósito de materiais de limpeza e de sacos de lixo, onde a respeitável senhora, já com os glúteos arrebitados, aguardava seu subordinado e dominador. Assim que ele fechava a porta, soava a ordem trovejante:
– Senhor Marcos, hora de procurarmos as provas de seu crime, e nada de se apressar ou ser negligente na busca!
E assim, Marcão aprendeu como pode ser complicado não ter o rabo preso com alguém, mas sim esse alguém fazer questão de ter o rabo preso para com ele...

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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#2 Mensagem por Fortimbrás » 26 Out 2010, 08:19

Senhores, acima temos um autêntico exemplar do que chamamos aqui de "Putanhismo Verdade".
Parabéns, Lesbos!

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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#3 Mensagem por Nazrudin » 26 Out 2010, 18:56

O arranjo numérico é interessante e poderia facilmente se desenrolar em outros, pois a história nos prende rapidamente, gostosa de ler, o clima no escritório, principalmente a visão do mulherio pelo "carne nova", o personagem e seu clima "foda-se"... tudo muito bom. É um pouco uma versão "The Office" do putanhismo verdade como bem colocou o Fortim. Ah... e dá um roteiro. Parabéns.

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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#4 Mensagem por Lesbos man » 13 Nov 2010, 01:03

Mais uma vez, fico muito lisonjeado com as observações. Obrigado, caros companheiros. A crônica foi inspirada em evento semelhante, que ocorreu a um velho amigo. Ao ouvir a história tive o estalo(' isso dá uma crônica'). Bastou distorcer um pouco e juntar com passagens de putarias de minha lavra, praticadas pelos cantos distantes dos escritórios da vida moderna. Saudações a todos.

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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#5 Mensagem por FABGRU » 15 Nov 2010, 15:38

Esse é disparado um dos melhores texto que já li...parabéns...Continue assim!!!!!!!!!!!

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faregiador
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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#6 Mensagem por faregiador » 15 Nov 2010, 19:05

Muito bom. Parabéns !

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Peter_North
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Re: O Bilheteiro - Autor: Lesbos Man

#7 Mensagem por Peter_North » 20 Dez 2010, 00:45

Excelente! Texto saboroso do começo ao fim.

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