Paciência e Tolerância - Autor: Hot Sereno
Não sou desses que colam adesivos no vidro do carro, embora ache uma forma interessante de manifesto, às vezes filosófico, um protesto ou simplesmente um deboche. Desde o tradicional "Tá nervoso? Vá pescar!" (que eu mudaria para "Tá nervoso? Vá comer um cu!"), até os mais divertidos como esse, um dos meus preferidos: "Não me siga, também estou perdido"! Genial.
Pois ando pensando seriamente em colocar um adesivo no meu carro, mais ou menos assim: "Motoqueiro, um dia eu atropelo um"! É que ando impaciente e intolerante com essa categoria de indivíduos. Já perdi a conta de quantas vezes escapei de acidentes por causa deles. O último tentou me ultrapassar pela direita, entre o meu carro e o muro da Mauá em Porto Alegre (quem conhece sabe do que estou falando e da insanidade de alguém tentar fazer isso). Quase prensei o infeliz contra o muro, levei um susto e ainda por pouco não me atravessei na frente de um ônibus pra salvar a vida do corno. Sim, porque um cara assim é no mínimo um corno e, pensando bem, talvez isso explique o instinto suicida de alguns deles.
Mas é fim de ano, Natal, reflexões, promessas pro ano novo... Tenho pensado na importância de ser paciente e tolerante como requisito pra viver mais e melhor. Claro que tudo tem limite, não esperem que eu exercite tais virtudes com operadores de telemarketing, empresas telefônicas, caixas de supermercado burras, lentas e feias, putas que não fazem isso, não fazem aquilo, não beijam, não chupam...enfim, putas que não são putas, e, lógico, com motoqueiros, minha implicância mais recente.
Juro que tenho tentado ser paciente e tolerante, virtudes que sempre andam juntos, embora sejam diferentes. Paciência é aquele exercício transcendental que fizemos quando tentamos comer um cu apertado. Tolerância é pagar taxa extra depois, mesmo achando que destruir o cu da puta foi um ato involuntário, instintivo e inevitável. Paciência tem o cara que descobre pela oitava vez que a mulher o traiu. Tolerância é esse espírito compreensivo que todo corno tem, embora eu ache que oito vezes seja um pouco demais. Paciência foi o que eu tive um dia desses na Sauna Guaíba, ouvindo um sujeito bêbado me dizer que de vez em quando enxergava "putas mortas", que nem aquele garoto do filme Sexto Sentido. E fui tolerante ao evitar de dizer "só se forem mortas de tédio com esse seu papinho". Aliás, nesses puteiros se vê cada figura estranha...Outra noite, no Gruta Azul, onde tinha ido especialmente pra comer uma loirinha gostosa que habitava meus pensamentos havia semanas, vi um cara lá no meio das putas, perto do palco, dançando com elas e cochichando no ouvido de algumas. Não, desta vez certifiquei-me que não era o Malevo. No princípio achei engraçado, mas depois comecei a achar ridículas as coreografias do cara, e as putas rindo dele, e ele patético abria os braços e simulava abraçá-las e atirava beijos....um cara quase inverossímil, pensei, mas enfim, eu tentava exercitar pacientemente minha tolerância.
Foi quando vi a loirinha entrar no recinto. Fui ao banheiro mijar e ensair no espelho o meu olhar mortal. Quando voltei, vi que o mala dançarino estava de agarramento com a loirinha, que nesse momento, já considerava quase minha namorada, embora ainda ela não soubesse. Sentei e, pacientemente, esperei uma brecha. Que não apareceu. O desgraçado ficou mais de 1h sussurrando inverdades no ouvido dela. E não comeu, o filhodaputa. Fiquei lá, bebendo, e tentando ser tolerante com as injustiças do mundo.
Depois de um tempo, e de recusar convites de outras putas, resolvi ir embora. E acabei deparando-me com o filhodamãe na portaria. Vi quando ele pagou a conta, pegou o seu CAPACETE e dirigiu-se à rua onde montou a sua MOTO e saiu acelerando e empinando a roda dianteira.
Deus sabe o quanto tenho tentado ser paciente e tolerante. Tenho tido paciência com foristas que enchem seus tds de coraçõeszinhos, tenho sido tolerante com putas que só dão selinhos e não molham o cabelo pra não estragar a porra da chapinha, tenho sido paciente e tolerante até quando minha mulher pergunta o que é que eu tenho que estou tão quieto....suspiro fundo e faço que não é comigo. Até acho que existem motoqueiros que não são retardados, quase 2% deles talvez, aqueles que são foristas devem ser legais e nem devem subir calçadas com suas motos, e jamais ultrapassam a gente pela direita, tenho quase certeza de que eles existem, mas depois daquela noite no Gruta, resolvi colocar um adesivo no meu carro.
Então, a partir de agora, se alguém ver um Chevete branco de vidros escuros, inteiraço, estacionado na frente de algum puteiro, com um adesivo enorme dizendo:
"MOTOQUEIRO, UM DIA EU COMO O CU DA IRMÃ, DA MULHER E ATÉ DA MÃE DUM!"
Não tenham dúvidas, o chevete é meu, embora eu prometa ser mais paciente e tolerante com o resto da humanidade em 2008.
Hot Sereno
Não sou desses que colam adesivos no vidro do carro, embora ache uma forma interessante de manifesto, às vezes filosófico, um protesto ou simplesmente um deboche. Desde o tradicional "Tá nervoso? Vá pescar!" (que eu mudaria para "Tá nervoso? Vá comer um cu!"), até os mais divertidos como esse, um dos meus preferidos: "Não me siga, também estou perdido"! Genial.
Pois ando pensando seriamente em colocar um adesivo no meu carro, mais ou menos assim: "Motoqueiro, um dia eu atropelo um"! É que ando impaciente e intolerante com essa categoria de indivíduos. Já perdi a conta de quantas vezes escapei de acidentes por causa deles. O último tentou me ultrapassar pela direita, entre o meu carro e o muro da Mauá em Porto Alegre (quem conhece sabe do que estou falando e da insanidade de alguém tentar fazer isso). Quase prensei o infeliz contra o muro, levei um susto e ainda por pouco não me atravessei na frente de um ônibus pra salvar a vida do corno. Sim, porque um cara assim é no mínimo um corno e, pensando bem, talvez isso explique o instinto suicida de alguns deles.
Mas é fim de ano, Natal, reflexões, promessas pro ano novo... Tenho pensado na importância de ser paciente e tolerante como requisito pra viver mais e melhor. Claro que tudo tem limite, não esperem que eu exercite tais virtudes com operadores de telemarketing, empresas telefônicas, caixas de supermercado burras, lentas e feias, putas que não fazem isso, não fazem aquilo, não beijam, não chupam...enfim, putas que não são putas, e, lógico, com motoqueiros, minha implicância mais recente.
Juro que tenho tentado ser paciente e tolerante, virtudes que sempre andam juntos, embora sejam diferentes. Paciência é aquele exercício transcendental que fizemos quando tentamos comer um cu apertado. Tolerância é pagar taxa extra depois, mesmo achando que destruir o cu da puta foi um ato involuntário, instintivo e inevitável. Paciência tem o cara que descobre pela oitava vez que a mulher o traiu. Tolerância é esse espírito compreensivo que todo corno tem, embora eu ache que oito vezes seja um pouco demais. Paciência foi o que eu tive um dia desses na Sauna Guaíba, ouvindo um sujeito bêbado me dizer que de vez em quando enxergava "putas mortas", que nem aquele garoto do filme Sexto Sentido. E fui tolerante ao evitar de dizer "só se forem mortas de tédio com esse seu papinho". Aliás, nesses puteiros se vê cada figura estranha...Outra noite, no Gruta Azul, onde tinha ido especialmente pra comer uma loirinha gostosa que habitava meus pensamentos havia semanas, vi um cara lá no meio das putas, perto do palco, dançando com elas e cochichando no ouvido de algumas. Não, desta vez certifiquei-me que não era o Malevo. No princípio achei engraçado, mas depois comecei a achar ridículas as coreografias do cara, e as putas rindo dele, e ele patético abria os braços e simulava abraçá-las e atirava beijos....um cara quase inverossímil, pensei, mas enfim, eu tentava exercitar pacientemente minha tolerância.
Foi quando vi a loirinha entrar no recinto. Fui ao banheiro mijar e ensair no espelho o meu olhar mortal. Quando voltei, vi que o mala dançarino estava de agarramento com a loirinha, que nesse momento, já considerava quase minha namorada, embora ainda ela não soubesse. Sentei e, pacientemente, esperei uma brecha. Que não apareceu. O desgraçado ficou mais de 1h sussurrando inverdades no ouvido dela. E não comeu, o filhodaputa. Fiquei lá, bebendo, e tentando ser tolerante com as injustiças do mundo.
Depois de um tempo, e de recusar convites de outras putas, resolvi ir embora. E acabei deparando-me com o filhodamãe na portaria. Vi quando ele pagou a conta, pegou o seu CAPACETE e dirigiu-se à rua onde montou a sua MOTO e saiu acelerando e empinando a roda dianteira.
Deus sabe o quanto tenho tentado ser paciente e tolerante. Tenho tido paciência com foristas que enchem seus tds de coraçõeszinhos, tenho sido tolerante com putas que só dão selinhos e não molham o cabelo pra não estragar a porra da chapinha, tenho sido paciente e tolerante até quando minha mulher pergunta o que é que eu tenho que estou tão quieto....suspiro fundo e faço que não é comigo. Até acho que existem motoqueiros que não são retardados, quase 2% deles talvez, aqueles que são foristas devem ser legais e nem devem subir calçadas com suas motos, e jamais ultrapassam a gente pela direita, tenho quase certeza de que eles existem, mas depois daquela noite no Gruta, resolvi colocar um adesivo no meu carro.
Então, a partir de agora, se alguém ver um Chevete branco de vidros escuros, inteiraço, estacionado na frente de algum puteiro, com um adesivo enorme dizendo:
"MOTOQUEIRO, UM DIA EU COMO O CU DA IRMÃ, DA MULHER E ATÉ DA MÃE DUM!"
Não tenham dúvidas, o chevete é meu, embora eu prometa ser mais paciente e tolerante com o resto da humanidade em 2008.
Hot Sereno