O Gordo do Orion - Autor: ElPatrio

Crônicas semanais sobre putaria

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O Gordo do Orion - Autor: ElPatrio

#1 Mensagem por ElPatrio » 18 Jun 2004, 22:11

Aquela puta em minha cama parecia um sonho, mas quando abri a janela vi um mundo sombrio e fodido. O céu refletia o asfalto cinza onde carros e pessoas se confundiam. Num boteco da esquina uns caras estranhos trocavam palavras e gestos e às vezes olhavam com desconfiança ao redor, como se não pudessem ser ouvidos. Vi a hora em que um deles enfiou a mão no bolso e entregou ao outro algo que havia tirado dali. O receptor, um velho negro, alto, de paletó branco surrado, calça de linho cinza e camisa vermelha olhou em minha direção e avisou seu parceiro, que balançou a cabeça negativamente girando o pescoço para me observar. Nesse instante meus olhos arderam, a poluição do centro de SP é implacável, entrei e fechei a janela, preferi não chorar.

Viro-me em direção à cama, desvio o olhar da garota deitada e olho para minhas mãos gordas, meus braços gordos e, ainda com os olhos ardentes, olho pra baixo e vejo minha enorme barriga gorda, a famosa árvore de cemitério. Sinto-me num labirinto, as paredes do quarto parecem diminuir de tamanho e penso que logo serei esmagado, logo eu!

Entro em desespero e começo a suar frio, imaginando até quando minhas banhas agüentariam a pressão das paredes contra meu corpo antes de triturarem minhas carnes.

Às vezes a obesidade afeta minha percepção de realidade, sinto-me como se o mundo diminuísse e eu aumentasse de tamanho, como se isso fosse possível, numa alucinante fobia. Agora eu era tomado por esse delírio. Fujo das paredes sentando-me na cama, que estremece com meu peso.

Tento acordá-la sacudindo seu corpo nu e pálido mas ela não responde: Acorda sua meretriz! Vamos ser esmagados, vamos morrer, acorda!

De repente, uma freada brusca e um estrondo de batida de carro fazem com que eu desperte do pesadelo e volte à realidade. Olho para as paredes e as vejo ali paradas como deveriam estar. Sinto um alívio. Ouço o alvoroço na rua, uma pessoa grita ensandecida, posso perceber a correria no asfalto de sangue, a coisa deve ter sido feia! Mas não tenho forças para voltar a janela, tento recuperar-me. Vejo a moça estática, seus lábios de batom, seus seios flácidos, a cara de puta nova com uma carreira toda pela frente... Sinto-me entorpecido e sou tomado por lembranças que sempre me dominam nessas horas:

“O alívio que sinto ao sair do escritório de contabilidade, da rotina maçante do trabalho de contador, dos números sem sentido que só servem para contar, sem vida, sem raciocínio, sem imaginação. Números com cifras e nada mais. Meus colegas de trabalho me chamam pelo nome, outros me chamam de gordo, mas tudo na boa, com respeito, são estupidamente dissimulados . Meu chefe é metódico, autoritário e dono de um mau humor digno de um contador com mais de 30 anos de labuta. Sua incapacidade de ouvir é irritante, ele superestima sua capacidade e sua competência e subestima a dos outros. Mas na realidade não passa de um espertalhão que aprendeu como administrar um caixa 2 sem deixar rastros. Quando as coisas não vão bem parece querer descarregar todo o ódio e frustração que sente em relação a sua mulher pavorosa e sua amante mercenária, nos idiotas de seus empregados.

Quando eu saio desse inferno e ando pelas ruas do centro a caminho do céu a que chamam de inferninhos por ironia, vou abrindo um sorriso de maluco retribuindo a cada um que me olha com desprezo, a cada um que me observa obeso e bonachão. Vou caminhando e assustando as pessoas pelas ruas, é minha a vingança. Rumo em direção ao puteiro feliz da vida, em fuga das hipocrisias sociais e demagogias rasteiras. Nessa hora sou um chupetão de baleia livre e meu coração de elefante palpita cada vez mais acelerado a cada esquina que cruzo conforme me aproximo das boates, das casas de show. E só quando chego e adentro o ambiente escuro e sinistro é que me sinto dono de mim, sinto-me em casa. Nesses lugares não tem gordo nem magro, feio ou bonito, alto ou baixo, só há uma categoria de gente: a de putanheiros desbravadores. Gente como eu com vontade de fugir do mundo e entrar em outro, bem mais interessante e divertido.

As boates do centro que funcionam de dia são as minhas preferidas, lá paga-se pouco para entrar e posso ficar horas vendo mulheres tirando a roupa e sendo contagiado pelo cheiro de seu sexo se intensificando a cada peça de roupa que é jogada no chão, o cheiro de perfume barato misturado ao suor é melhor que qualquer perfume, que qualquer essência jamais sentida. Sinto-me um gordo feliz.

Chego e me acomodo como se estivesse no conforto de meu lar, no sofá de minha casa, costumo sentar sempre nas primeiras fileiras para poder passar a mão nas meninas, por que, se não, que graça tem? Eu passo a mão sem me importar com quem esteja ali no palco. Nessa hora eu não vejo celulite, estria e nem bunda caída. São todas objetos de meus desejos incontidos. Sou dono do pedaço.

Mas tem uns sujeitos que exageram, não sabem se comportar, são marinheiros de primeira viajem e não reconhecem quem é o comandante do navio. Nessas horas sou obrigado a usar de autoridade. Como certa vez em que um engravatado quis dar uma de esperto e cruzou minha frente para passar a mão na menina, impossibilitando minha investida. Pois bem, toquei-lhe os ombros e quando ele olhou pra trás eu abri um sorriso largo de olhar obscuro, o mesmo que disparo nas ruas, e nesse exato momento seu semblante modificou-se, empalidecido. Seus olhos se esbugalharam de medo e, sem tirar seus olhos de mim, ele recuou até sua cadeira e sem falar uma única palavra sentou-se e ali ficou sem sair mais até que resolvesse ir embora. Talvez o bastardo tenha aprendido a lição.

Existe um código de comportamento nesses lugares que deve ser respeitado e em geral o é. São regras para que a zona não vire zona. Não travar a frente de seu colega o impossibilitando de passar a mão na garota é uma delas. Mas babacas existem em todos os lugares.

Com o tempo me tornei senhor desses lugares, parecia que tinha encontrado meu lugar e tudo caminhava bem até que um fato marcante alterou minha vida. Foi numa tarde quente e chuvosa de março que tive a visão do inferno ou pelo menos do demônio. Naquele dia arrumei uma desculpa qualquer e saí mais cedo do escritório pois meu chefe estava insuportável e eu havia passado uma noite terrível, acordado pelo ruído macabro de gatos transando em meu telhado, parecia que cem crianças choravam dentro de minha cabeça. Pensei em subir no telhado e matar esses malditos gatos, mas talvez o telhado viesse abaixo com meu peso, resolvi deixar pra lá. Com o pouco de disposição que me restava rumei para uma das boates, a fim de esquecer meu algoz e tirar de minha cabeça a estridente sinfonia da trepada dos gatos que insistia em me atormentar.

Entrei no lugar e me sentei na frente como sempre faço. Meia dúzia de almas me faziam companhia e entre elas uma me chamou a atenção. Sentado na fileira a esquerda tinha um cara que parecia um índio, carrancudo e com uma deformidade na cabeça como se tivesse sido atingido por um machado, coisa pavorosa. O cara não se mexia do lugar, mantendo o olhar fixo no palco, parecia congelado na cadeira.

Depois de observá-lo por alguns instantes, bastante intrigado, voltei minha atenção para o palco onde uma morena já nua enfiava os dedos na vagina para depois colocá-los na boca. Esqueci o índio nesse momento e, quando terminou o show, fui olhar e o cara não estava mais lá, havia sumido. Curioso, fui ao banheiro e não encontrei o cara. Da posição em que estava, para ter ido embora ele deveria ter passado por mim, mas não passou. Simplesmente sumiu sem deixar rastro. Nesse momento tive a sensação que ele não pertenceria ao meu mundo, senti um calafrio percorrer a espinha. Voltei a sentar onde estava antes e foi nesse momento que percebi que estava próximo de descobrir um segredo capaz de expandir a realidade. Algo sinistro havia acontecido naquele dia que não sabia bem como explicar. Depois disso por muitas vezes tive essa mesma sensação sem descobrir tal segredo. Tentei seguir minha vida normalmente mas não conseguia mais ser o mesmo, passei a sentir raiva e melancolia. Na noite seguinte, tomado por uma fúria incontrolável, ao encontrar um gato em meu quintal, tomei o pobrezinho em meus braços, comecei a acariciá-lo e, depois de conquistar sua confiança, coloquei o animal no chão que rapidamente começou a esfregar o corpo em minha perna num gesto quase humano de agradecimento. Insensível, dei sequência ao meu plano de matá-lo, da forma mais cruel que minha tosca imaginação pôde conceber no momento, virei de costas e mirei o gato no chão e, como um mergulhador, saltei sobre o gato indefeso, senti o impacto com o chão amortecido pelo gato que foi esmagado por mim. Não sentia um pingo de remorso.

Passei a sair quase que todos os dias cedo do trabalho na agonia de entrar logo em alguma boate, só lá me sentia bem.Seguei a ameaçar meu chefe de denunciá-lo, eu estava louco.Agora não era mais uma questão de fuga da realidade mas eu fugia de mim mesmo ou de algo que eu não sabia o que era.Não tinha mais contro-le sobre isso.

Até que, em uma boate chamada Cine Cairo, umas das estranhas que conheço, reparei que havia no final do corredor, no extremo oposto ao palco uma porta solitária. A porta preta confundia-se com o breu do lugar, tornando-se quase imperceptível aos olhos humanos. Não era a porta do banheiro, que ficava no outro extremo do mesmo corredor, ao lado do palco. Banheiro onde alguns caras ficavam na porta olhando para a parte visível do palco à espera da aparição da dançarina para saciarem sua tara, inundando o ambiente de um cheiro de secreção humana apodrecida.

A porta que observava agora parecia não dar passagem para lugar algum. Ninguém saía ou entrava por ela. Chamei uma garota e perguntei sobre o objeto de minha curiosidade. A moça foi sentando em meu colo, tinha os braços peludos e os dentes falhos. Senti um enorme desprezo por aquela criatura, senti vontade de esganá-la. Ela disse que não sabia pra que servia a tal porta. Eu a dispensei logo e segui em direção à porta, no caminho cruzei com um cara negro, alto de paletó branco, calça de linho e camisa vermelha que me disse algo que não compreendi ou não quis ouvir. Deixei pra lá e fui tentar abrir a porta. Fiquei de frente para ela, observando. Senti vertigem. Minha cabeça começou a rodar, dei um passo a frente e minha mão foi de encontro a maçaneta negra. Recuperei os sentidos e girei a maçaneta abrindo a porta... no palco uma mulher branca e de corpo bem feito dançava enlouquecida e semi-nua com uma máscara de lã, dessas que os assaltantes usam para esconder a face na hora do crime, ao som de música eletrônica "satisfaction...satisfaction...". A porta estava aberta, o segredo desvendado."


As sirenes tomam conta do ambiente me tirando do mundo das lembranças. O resgate chegou lá fora. Abandono a cama e rumo em direção oposta a janela, desinteressado pelo acidente da rua.
No banheiro olho para meu rosto gordo que refletido no espelho mal coube nele. Viro para o lado e observo a privada e penso como ela pode agüentar o peso de meu enorme traseiro, como o senso comum nos engana. Afinal, as regras de proporção matemáticas são generosas com
os gordos ao contrário do que muitos pensam. Vou até a privada e enfio a cabeça na água ficando entalado, minha cabeça estava atolada na privada, faço força com as mãos apoiadas nas bordas da privada, sinto que foi morrer afogado. Dou um tranco desesperado e consigo me soltar começo a recuperar o folego. Parece tudo normal.Levanto e volto ao espelho.
Volto-me para a imagem refletida, vejo meus olhos, as pupilas dilatadas,ainda tento me recuperar dos efeitos da poluição, lembro da garota que está em minha cama completamente inerte assim como as paredes, lembro que segundos atrás eu quase me afoguei na privada.Respiro fundo e minha mente é preenchida por uma sensação de
alegria mórbida, então eu abro um largo sorriso. Minhas bochechas parecem querer saltar pra fora do espelho e meus olhos pra fora das órbitas. Tenho acesso a um surto de risada delirante.As gargalhadas ecoam por todo o apartamento indo parar na rua e se confundindo com os gritos e choro de desespero dos parentes dos acidentados lá fora.Sem tirar os olhos de meu reflexo alucinado no espelho sou tomado por uma
alegria infinita enquanto o sonho jaz em minha cama. O sonho de uma garota de programa e seu cliente, um sonho comum, uma garota comum. Mas eu não sou um cliente comum.Não sou um mero rolha de poço alvo de chacotas. Eu sou o lado sórdido da vida mundana.Eu sou aquele que assombra aquelas que nos assombram. Eu sou o GORDO DO ORION.
Editado pela última vez por ElPatrio em 20 Jun 2004, 18:17, em um total de 6 vezes.

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Estudantesp
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#2 Mensagem por Estudantesp » 18 Jun 2004, 22:58

Caramba, se usa fácil a imaginação desse texto, tomando as devidas proporções é claro, mas parece Tolkien, a riqueza de detalhes, vc consegue imaginar a figura do gordo e etc.
É legal ver as referências, parece um pouco matrix, o que é real ou não, ou Sartre, Kiekgard e sua eterna angustia ou mesmo nietzche.
O final da narração lembra aquele filme 'Darkman' ou mesmo 'Spider man'. 'Who am I?'
Só achei que uma hora ficou meio confuso, ele estava sonhando? É 'amnésia?', tive que ler mais de 1x pra entender, não sei se é o texto ou se sou eu que não entendo mais porra nenhuma mesmo.
é interessante como putaria é cultura, há poesia em meio a tanta putaria, o doce aroma do sexo bem feito, revigorante anima os cálidos putanheiros como um elixir a um doente, os fazendo expectorar a veia romântica e poética(deixa eu parar com isso antes que me chamem de Bop, metrossexual ou veado mesmo!). há vários escritores aqui, será que surge um novo machado de assis? Pelo amor de Deus nada de Paulo coelho!
Só faltou falar que o gordo do orion entalou nessas catracas novas do busão. Isso aconteceu comigo e olha que não sou barrigudo nem nada, mas sou gordo, mas nas sábias palavras de Adoniram Barbosa: 'Deus dá o frio conforme o cobertor!' então os gordos tbem amam.
Pessoalmente eu prefiro as crônicas engraçadas, as coisas que fazem rir, tipo o velho da porra do moulin rouge, o milagre da pica que faz muda falar, situações engraçadas e, geral.
Mas, parabéns, legal a crônica.

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Bartolomeu Barata
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insano

#3 Mensagem por Bartolomeu Barata » 19 Jun 2004, 15:06

Cara,eu tinha duvida da sua sanidade mental,mas,depois desta cronica,chogo a conclusão q vc é realmente insano...
Gostei muito do texto,como disse o ''Zorro'',retrata bem o centrão,só quem conheçe se identifica com o texto...
Vc leva jeito para escrever,procure canalizar isso,escrever talvez é a melhor forma de aliviar a alma...
Talvez,todos nós q procuramos garotas de programa,estamos satisfazendo nossas carencias,seja elas qual for,uns procuram as ''namoradinhas'' para suprir a carencia afetiva,outros procuram ''a puta'' para satisfazer as vontades sexuais pouco convencionais...entre outros tipos...
Solidão ? talvez...

Abraços

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Passaralho
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#4 Mensagem por Passaralho » 19 Jun 2004, 17:08

Cara, você tem talento!

Essa atmosfera onírica ambientada no centrão velho é uma coisa que faz a gente viajar, obriga-nos a "desligar do mundo" por uns momentos e mergulhar nesse pesadelo interrompido.

O que faltou foi só usar um corretor ortográfico, para facilitar a leitura, mas até isso pode ser considerado um recurso de estilo, que torna a leitura mais lenta. Aplicar regras é fácil, qualquer computador faz. Difícil é estabelecer novas regras.

Definitivamente não é qualquer um que consegue escrever um texto assim. Criar uma estória cheia de tramas paralelas que não se resolvem nem se explicam, e que causam uma expectativa crescente no leitor, levando a uma catástase em anticlímax, é coisa de gênio.

Sugiro que você use bem esse seu talento e continue escrevendo, aqui e alhures. Não há de lhe faltar leitores, dentre os quais você pode contar comigo.

É isso.


Passaralho

"Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora. Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem. O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco; da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois; mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu. Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei? Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes." (Mateus, 25:13-30)

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Che
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Contador?

#5 Mensagem por Che » 19 Jun 2004, 21:24

ElPatrio, você é um cara muito imaginativo, doido, delirante, me fale o que você toma, porque também quero, bicho! :lol:

O personagem é Contador? Sacanagem... :lol:

Eu estou com medo até agora... :shock:

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FOFADEVORA
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CRIATIVO

#6 Mensagem por FOFADEVORA » 20 Jun 2004, 02:40

:wink:

A FORMA COMO COLOCA SUAS EMOÇÕES É MUITO BOA FAZENDO OS LEITORES SE TRANSPORTAREM AO LOCAL, DESCREVE OS MOMENTOS E NOS FAZ IMAGINAR QUE TAMBÉM ESTAVAMOS VIVENCIANDO JUNTO COM O PERSONAGEM. A COLOCAÇÃO DAS PAREDES NOS FAZ REFLETIR QUANTO O CONTADOR GOSTARIA DE FALAR AS PESSOAS QUE FAZEM PARTE DO SEU DIA A DIA O QUANTO ELE ODIAVA AS ATITUDES AUTORITÁRIAS ........... MESMO SENDO SEUS SUPERIORES. CONTINUE ESCREVENDO COM CERTEZA A CADA TEXTO VC IRÁ SE SURPREENDER CONSIGO MESMO!......SUA IMAGINAÇÃO FICARÁ MAIS APRIMORADA........

loucura pode ter razão?..... não importa!......
Meus desejos estão em vc, meus pensamentos também.......
Não se preocupe, quando estivermos abraçados, sentindo o coração
bater apressado, sentindo seu cheiro, sua pele, seu sabor, sua boca,
seus lábios tocando nos meus, suas mãos percorrer meu corpo .....
como esperei por isso.........Quero decorar seu corpo...........
sonhei com o momento em estariamos deitados.......grudados um ao outro;
Fazendo “amor” com vc.........como se fosse a ultima vez.............loucamente.......
sem limites......numa entrega de corpo e alma.......sentir vc invadindo meu corpo, meus pensamentos,
meu ser por completo, não darmos tempo de pensarmos que esse encontro chegará ao fim
Tornaremos ele eterno, perpetuaremos o instante, memorizar ou melhor eternizar.
Guardando as lembranças........sentir o peito doer........
Vontade de sair correndo ao seu encontro..........esquecer de tudo e todos
Viver tudo que puder ao seu lado...........não importa que dure, um dia,
uma semana, um mês, um ano, um século, um milênio ou uma eternidade....
quero vc........estar com vc..........sentir seu sabor........ler seus pensamentos.........ficar com vc


CONTINUE ADOREI!!!!!!

BJSSSSSS............BOAS TREPADAS!!.....
:wink:

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natan
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#7 Mensagem por natan » 20 Jun 2004, 18:47

Caríssimo Gordo do Orion,
Gostei do que li. Um tanto quanto surreal, lembrando Kafka.
Continue assim.
Abraços,
natan.

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adalba31
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#8 Mensagem por adalba31 » 21 Jun 2004, 11:14

PUTA-QUE-O-PARIU! :shock:
MUUUUUUUUUITO BOA CRÔNICA!
PARABÉNS :D

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ElPatrio
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Re: Contador?

#9 Mensagem por ElPatrio » 21 Jun 2004, 21:15

Che escreveu:ElPatrio, você é um cara muito imaginativo, doido, delirante, me fale o que você toma, porque também quero, bicho! :lol:

O personagem é Contador? Sacanagem... :lol:

Eu estou com medo até agora... :shock:
Caro che, por incrível que pareça, a única coisa que tomo é refrigerante e àgua, vez ou outra cerveja. Talvez eu seja o cara mais careta do fórum depois de vc, é claro :wink: . Esse delíro é uma interação entre herança genética, estudo aprofundado de matemática e a influência de alguns "malucos" como Edgar Allan Poe, Kafka, Jorge Luiz Borges, João Ubaldo Ribeiro e Lewis Carrol.Sou apreciador de literatura fantástica.

Mas não tenham medo, o gordo do orion existe de fato :shock: , porém todos os fatos da crônica/conto não passam de mera ficção :wink: .

Um abraço a todos que tiveram a paciência de ler meu texto e postar suas opiniões pra lá de generosas. Em especial ao passaralho que exorcisou não só a maldição do gordo do orion, postando um fragmento da biblia, mas também, os vários erros gramaticais contidos em meu texto.

Para os mais atentos, esclareço que o formato da narrativa que começa no passado até "fechar a janela" passando para o presente, voltando ao passado com as lembranças do personagem e terminando no tempo presente, foi elaborado por mim para que essa narrativa, não linear no tempo, desse ao texto uma conotação de delírio, catárse fazendo o leitor viajar na idéia de que aquilo tudo fosse um sonho ou simplesmente uma realidade que mais parecia um pesadelo.Essa narrativa atemporal e inconclusiva é que dá "sabor" ao texto ao meu ver,mesmo que seja um saborzinho de nada.

Bom, fico por aqui agradecendo a todos que postaram, aos que irão postar e aos que leram a crônica mesmo sem ter postado. Digo aqueles que quiserem fazer críticas negativas que sintam-se à vontade. Reconheço minhas limitações e escrevi esse conto para satisfazer meu ego e na expectativa de que os leitores-foristas apreciassem a leitura da crônica assim como eu pude apreciar muitas das crônicas postadas aqui. Todas muito boas e bem escritas.

Abraço a todos e bons sonhos :shock:

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ThePimp
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#10 Mensagem por ThePimp » 22 Jun 2004, 11:43

Comandante en Jefe:

Vou lhe confessar que não foi surpresa nenhuma para mim me deparar com essa puuuuuta crônica de tua autoria, há tempos estou vendo ela ser gestada, a partir do tópico que vc. criou...

Mas confesso que eu fiquei tonto e reflexivo depois de ler a mesma... cara, arrebentaste, a maioria dos irmãos aqui já teve seu momento de "Gordo do Orion", podes crer...

Amplexos Canalhas e não pare nessa crônica, meus parcos conhecimentos literários identificaram nuances dos mestres Kafka (o quarot desabando) e The Pimp (chupetão de baleia, he he he)... genial

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ElPatrio
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#11 Mensagem por ElPatrio » 23 Jun 2004, 23:07

ThePimp escreveu: The Pimp (chupetão de baleia, he he he)... genial


Nem tanto mestre...."Chupetão de baleia" é seu :wink:


Valeu!


Abraço

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Mister Orion
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ótima história.

#12 Mensagem por Mister Orion » 30 Jun 2004, 00:21

Satisfeito com a repercussão, El Patrio?
Cara, valeu a pena enriquecer o texto.
A sua descrição de cada momento do personagem enriqueceu a história de tal forma que todos os leitores se sentiram naquele quarto, olhando aquela rua e acompanhando o desenrolar dos fatos.
Maravilha!
A história melhorou demais dos primeiros esboços para este texto pronto. Valeu o esforço.
Continuo dizendo para vc escrever mais. Vc tem talento. Um enorme talento!
Não só li a bagaça como imprimi para guardar para posteriori.
Falta agora a história completa da vida do Gordo ou histórias sobre os personagens e as imagens do centrão.
Mantenha o estilo. Sem nenhuma crítica negativa. Ignore quem criticou.

A dica: invista onde vc fará a diferença.....

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ThePimp
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#13 Mensagem por ThePimp » 30 Jun 2004, 11:57

Ratifico o post do Mr. Orion.

Vc. descobriu um personagem rico e cheio de possibilidades... pode explorar ele, quem sabe não sai uma obrada literária da hora?

Amplexos canalhas

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Primo preto
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#14 Mensagem por Primo preto » 30 Jun 2004, 19:23

...CARÍSSIMOS...

...ESTAMOS DIANTE DE UM FUTURO NELSON RODRIGUES...

...El Patrio...PARABÉNS PELA CRÔNICA...INCORPOROU UM JÁ ÍCONE DO FÓRUM...

E TENHO DITO

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LATIN LOVER
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#15 Mensagem por LATIN LOVER » 30 Jun 2004, 21:14

Crônica genial El Patrio!
Parabéns, o seu estilo de literatura fantástica de Kafka misturado com a conotação sexual de Nelson Rodrigues ficou muito bom de se ler.
Acho que todos nós já tivemos momentos de gordo do orion, no sentido de se cansar do serviço chato e da vida particular monótona para aventurar-se no mundo da putaria...
Agora, já inspirando nas sugestões dos colegas foristas, acho que vc poderia postar mais nuances da vida do gordo do orion, inclusive uma espécie de perfil do gordão, do tipo daquelas entrevistas de revistas pornô, com perguntas do tipo: qual a puta mais gata e a a mais baranga que já trepou, qual o melhor e o pior privê da cidade, qual o programa mais caro e o mais barato, etc... enfim, um verdadeiro perfil dessa intrigante e enorme figura putanhística que habita os puteiros trash do centrão.
Mas, mais uma vez parabéns, e que vc continue postando crônicas pra o bem do nosso fórum.

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