É o fim da picada? Tá chegando o final dos tempos! O Apocalipse tá aí!!
Texto extraído do Jornal da CIdade Bauru - Hoje 17/05/2007
17/05/2007 - Bairros
Meninos e meninas fazem programa por marmitex
Ao invés de freqüentarem a escola, eles permanecem nos bancos das praças. Adolescentes, meninos e meninas que deveriam estar planejando o futuro, tentam sobreviver com dinheiro de prostituição nas ruas e em casas do gênero em Bauru. Uma realidade que começou a ser combatida com mais força desde o ano passado, com o desenvolvimento do Programa de Enfrentamento à Exploração e ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. O desafio é grande de acordo com dirigentes do projeto, que já atende 14 adolescentes. Meninos e meninas relataram que chegam a manter relações sexuais até em troca de marmitex.
Edemilson Arias Pinotti, gerente geral da Fundação Toledo (Fundato), descreve casos verificados pelo grupo que parecem distantes da realidade de Bauru, mas que aconteceram com crianças e adolescentes de bairros da cidade. Ele relata que mães, devendo para traficantes, acabam entregando filhas ainda crianças para prostituição. Também relata que alguns casos falam da “Casa do R$ 1,99”, onde adolescentes faziam programas por esse valor. De acordo com ele, a casa já não funciona mais em Bauru.
Os dirigentes do programa calculam que esses adolescentes que trabalham à noite chegam a conseguir entre um e dois salários mínimos por mês. Mas é difícil calcular quanto ganham por programa. “Até de troca de programas por marmitex já ouvimos relatos”, conta Pinotti. Uma adolescente que conversou coma a reportagem conta que cobra R$ 30,00 por programa.
De acordo com Andréa Ferreguti, assistente social e coordenadora da Fundato e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), quando o projeto de enfrentamento à exploração sexual infanto-juvenil teve início, no ano passado, ainda pouco se sabia sobre esses casos em Bauru. “Sabíamos que havia esses jovens, mas não quantos, as regiões”, conta.
Decorrido um ano, ainda não se pode calcular quantos adolescentes estão em situação de exploração sexual, mas o projeto identificou áreas onde eles costumam freqüentar. “Eles permanecem próximos à antiga estação, na Praça Machado de Mello, na rua Ezequiel Ramos, na 1.º de Agosto e em pontos da avenida Nações Unidas, como a Praça da Paz”, enumera.
Em regiões da periferia, muitos adolescentes são encontrados em casas de prostituição, principalmente em bairros como o Núcleo Fortunato Rocha Lima e o Parque Jaraguá. Em comum, esses meninos e meninas têm a situação sócio-econômica bastante baixa. Nos bairros afastados, Pinotti aponta que as adolescentes moram com a família, mas trabalham nessas casas de prostituição. “Em outros casos, a própria família alicia a jovem”, relata.
Desafios
Desde o ano passado, 14 adolescentes de 13 a 15 anos, que se prostituem nas ruas de Bauru, são atendidos pelo Crami. De acordo com Ferreguti, eles recebem apoio psicológico, são encaminhados a atendimentos de saúde e suas famílias são atendidas por programas sociais. Porém, eles ainda estão deixando a prostituição.
Para conseguir atrair os jovens, os participantes do projeto levam dias. E essa aproximação é a maior dificuldade. “O desafio é como conquistar esses meninos e meninas. Na aproximação, temos que deixar claro que nós não estamos lá para julgar, mas sim para orientar e ajudar”, explica a coordenadora.
De acordo com a delegada Marilda Pinheiro, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, a Polícia Civil tem intensificado a prevenção, fiscalizando casas de prostituição e instaurando inquéritos policiais contra quem se beneficia desses adolescentes. Dos 14 jovens que estão sendo inseridos em programas sociais, dois são garotos. Um deles, portador do vírus HIV.
Texto extraído do Jornal da CIdade Bauru - Hoje 17/05/2007
17/05/2007 - Bairros
Meninos e meninas fazem programa por marmitex
Ao invés de freqüentarem a escola, eles permanecem nos bancos das praças. Adolescentes, meninos e meninas que deveriam estar planejando o futuro, tentam sobreviver com dinheiro de prostituição nas ruas e em casas do gênero em Bauru. Uma realidade que começou a ser combatida com mais força desde o ano passado, com o desenvolvimento do Programa de Enfrentamento à Exploração e ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. O desafio é grande de acordo com dirigentes do projeto, que já atende 14 adolescentes. Meninos e meninas relataram que chegam a manter relações sexuais até em troca de marmitex.
Edemilson Arias Pinotti, gerente geral da Fundação Toledo (Fundato), descreve casos verificados pelo grupo que parecem distantes da realidade de Bauru, mas que aconteceram com crianças e adolescentes de bairros da cidade. Ele relata que mães, devendo para traficantes, acabam entregando filhas ainda crianças para prostituição. Também relata que alguns casos falam da “Casa do R$ 1,99”, onde adolescentes faziam programas por esse valor. De acordo com ele, a casa já não funciona mais em Bauru.
Os dirigentes do programa calculam que esses adolescentes que trabalham à noite chegam a conseguir entre um e dois salários mínimos por mês. Mas é difícil calcular quanto ganham por programa. “Até de troca de programas por marmitex já ouvimos relatos”, conta Pinotti. Uma adolescente que conversou coma a reportagem conta que cobra R$ 30,00 por programa.
De acordo com Andréa Ferreguti, assistente social e coordenadora da Fundato e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), quando o projeto de enfrentamento à exploração sexual infanto-juvenil teve início, no ano passado, ainda pouco se sabia sobre esses casos em Bauru. “Sabíamos que havia esses jovens, mas não quantos, as regiões”, conta.
Decorrido um ano, ainda não se pode calcular quantos adolescentes estão em situação de exploração sexual, mas o projeto identificou áreas onde eles costumam freqüentar. “Eles permanecem próximos à antiga estação, na Praça Machado de Mello, na rua Ezequiel Ramos, na 1.º de Agosto e em pontos da avenida Nações Unidas, como a Praça da Paz”, enumera.
Em regiões da periferia, muitos adolescentes são encontrados em casas de prostituição, principalmente em bairros como o Núcleo Fortunato Rocha Lima e o Parque Jaraguá. Em comum, esses meninos e meninas têm a situação sócio-econômica bastante baixa. Nos bairros afastados, Pinotti aponta que as adolescentes moram com a família, mas trabalham nessas casas de prostituição. “Em outros casos, a própria família alicia a jovem”, relata.
Desafios
Desde o ano passado, 14 adolescentes de 13 a 15 anos, que se prostituem nas ruas de Bauru, são atendidos pelo Crami. De acordo com Ferreguti, eles recebem apoio psicológico, são encaminhados a atendimentos de saúde e suas famílias são atendidas por programas sociais. Porém, eles ainda estão deixando a prostituição.
Para conseguir atrair os jovens, os participantes do projeto levam dias. E essa aproximação é a maior dificuldade. “O desafio é como conquistar esses meninos e meninas. Na aproximação, temos que deixar claro que nós não estamos lá para julgar, mas sim para orientar e ajudar”, explica a coordenadora.
De acordo com a delegada Marilda Pinheiro, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, a Polícia Civil tem intensificado a prevenção, fiscalizando casas de prostituição e instaurando inquéritos policiais contra quem se beneficia desses adolescentes. Dos 14 jovens que estão sendo inseridos em programas sociais, dois são garotos. Um deles, portador do vírus HIV.