"Relaxe, meu jovem, e me conte o que lhe aflige", disse o Dr. Steiner.
"Sim, sim, doutor, não suporto mais guardar comigo esse meu desejo...essa minha vontade...esse calor que me queima as entranhas", confidenciou o industrial.
"Fale, meu caro, não tenha medo, diga tudo", assegurou-lhe o médico.
"Ah, doutor, tenho sonhado muito e acordado com os lençóis molhados de suor".
"Sonhado com o quê?"
"Que estou amarrado num grande X de madeira, totalmente nu, rodeado de pessoas cujos rostos não consigo identificar, já que a sala é mal iluminada por velas. Toda a atenção dos presnetes está voltada para mim, quer dizer, para o meu corpo nu e desprotegido. Estou eu lá amarrado ao grande X, sem poder me livrar, sem saber o que vai me acontecer. Então se aproxima de mim uma mulher loura, um pouco gorda e com braços fortes, até musculosos. Ela está vestida de couro preto, com botas até os joelhos e saltos agulha finos. Seu olhar é frio e assustador. Ela me olha por um tempo, medindo-me de alto a baixo, rodeando-me. De repente ela me puxa pelo cabelo da nuca e me olha bem dentro dos olhos, sem pronunciar uma palavra. Apenas lança um sorriso de canto de rosto que me aterroriza. Mal tenho tempo para imaginar o que viria e já sinto a força do couro de um chicote pequeno, desses que se usa para tocar os cavalos e os asnos na condução de charretes. Ela percebe que o que senti foi muito mais surpresa do que dor e, insatisfeita, resolver bater com mais força, desta vez nas minhas nádegas. Retraio-me de dor e ela solta uma risada de satisfação, ao perceber meu ponto fraco. Desfere, então, inúmeras chibatadas e só para quando percebe que minha bunda está não só vermelha, mas ferida. Ela puxa meu cabelo novamente e me alerta que aquilo não passa de um aperitivo, que o prato principal ainda está por vir. Não tenho tempo de me recompor e logo sinto a pele das minhas costas se romper com a chibatada de um chicote maior, mais grosso e poderoso. Não sei o que é pior, se a dor em si ou se o som do chicote estalando no ar. Da platéia, ouço apenas o burburir. Ao fundo, uma música enlouquecedora, um coral fúnebre ou algo parecido. E as chibatadas me rompendo a pele das costas e das nádegas. A mulher para com a tortura e guarda o chicote, pelo pouco que posso ver ao virar minha cabeça para trás. O que não vejo é o que ela se preparava para fazer em seguida. Não satisfeita, ela pouvilha sal nas minhas feridas, apenas para me ver contorcendo. Em seguida, ela estala os dedos para que dois robustos auxiliares me desamarrem do grande X. Sinto um alívio imediato, por achar, tolamente, que tudo acabou. Logo percebo meu engano. Eles me amarram de frente para a platéia. Minha algoz se aproxima com um sorriso de satisfação e começa a pingar vela derretida em meu peito e sobre meu pênis, dando especial atenção à minha glande. Para evitar meus gritos, ela manda que os auxiliares me amordassem. Ela prossegue pingando a vela derretida até que ela tenha sido totalmente consumida. Quase desfaleço de dor, mas ela me esbofeteia para que eu me mantenha acordado. Ela pega uma corda um pouco fina e em cuja ponta havia um laço de forca. Com ele, ela envolve meu pênis e coloca a outra extremidade numa correia. Dai ela começa a forçar a correia, de maneira a puxar meu pênis mais e mais. Eu, deseperado, para evitar que a forca prenda a circulação e aumente a dor, tento avançar o máximo que posso, mas não é muito, pois meus braços e pernas estão amarrados no grande X. Ela vai até o meu limite e somente para quando percebe que meu pênis está começando a roxear. Sou então desamarrado e jogado no chão, como um saco de lixo. Ela oferece seus pé direto calçado na bota de couro pra que eu beije. Beijo a bota, o salto, em total êxtase. Nesse momento, eu acordo do sonho e invariavelmente percebo que ejaculei e ensopei os lençóis de suor. Doutor, o que está se passando comigo?"
"Meu jovem", acalma-o o médico, "você não tem com que se preocupar, seu caso não é um absurdo, como você está a pensar. Você tem apenas que se libertar dos seus medos e encarar seus desejos secretos como algo normal, como algo do seu cotidiano. Meu diagnóstico é que você tem uma carência que precisa imediatamente ser suprida. O remédio? Faça imediatamente uma visita ao Clube Dominna e, chegando lá, procure pelo Maestro Alex, diga que é meu paciente. Ele não irá tratá-lo pessoalmente, obviamente, porque ele só lida com mulheres. O que ele fará é lhe apresentar para uma certa senhora que tem na dominação seu estilo de vida. Ela certamente irá cuidar para que você se satisfaça deuma forma inimaginável. Aconselho-o a ir ao clube ainda esta semana, enquanto ele ainda não foi interditado pelas tropas nazistas que, tristemente, ocuparam Viena com o consentimento dessa população estúpida. Bem, mas isso é outro assunto, que não lhe deve interessar, não é meu velho?"
E assim fez o jovem Johann Husqvarna, seguindo a recomendação de seu médico, para encontrar, enfim, "um eixo na sua vida sexual", no jargão do Dr. Steiner.