Contornando uma bola de fogo, girando em torno de si mesmo na vastidão congelante do universo, o planeta segue seu rumo num roteiro eterno programado pela física e pela gravidade. Dentro dele, representando o ponto mais insignificante de qualquer equação, um indivíduo caminha com a consciência vigilante, em um mundo destroçado, num país em devastação, num bairro que sobrevive. Sim, forista sem fé, esse indivíduo é um libertino envelhecido, deprimido pelas imposições da realidade, mas também um sobrevivente numa terra que se desfaz em pó e tristezas.
Eu atravessava a atmosfera em brasas da bucólica e vespertina Tijuca quando parei na lanchonete Brotinho de Ouro, que fica numa galeria sob um prédio comercial que já abrigou os lendários cinemas Tijuca 1 e 2. Peço uma pizza e um refresco de maracujá. Pensei em visitar novamente a beleza mediterrânea da Alice, mas meu horário não se encaixou ao dela. Enquanto degustava uma das melhores pizzas do bairro, percebi que o porteiro do prédio estava agachado atrás do balcão devorando um sanduíche de mortadela e bebendo algo que parecia refresco de caju. Uma Ana Maria Braga uniformizada. Duas breves felicidades quase em interseção, a minha pizza e o pão francês com mortadela do trabalhador do prédio à minha frente.
Nunca me interessei por terapeutas ou massagistas, mas a idade possui o poder selvagem de flexibilizar as nossas preferências. Passei longos períodos de abstinência sexual devido a pandemia, até me decidir a conhecer Alice, a minha primeira experiência tijucana com uma terapeuta. Que experiência. Relatarei em outro tópico. O desencontro com Alice me levou a querer conhecer a Carol. Realizei meu desejo.
Carol não é o que chamamos de mulher, de fêmea. Carol é uma entidade sexual. Loira, graúda, gostosa, simpaticíssima e mestre absoluta na arte do corpo e da sedução. O prédio onde atende fica ao lado da Igreja dos Sagrados Corações. No caso, o pecado literalmente mora ao lado. Consegui marcar o horário das 16h. A Tijuca, esse bairro encravado às margens da floresta e com a frustração que o separa do mar, fervia como um caldeirão de canibais. Sou um tijucano tão enraizado quanto as árvores centenárias que habitam a região, mas nunca me acostumei com o calor abafado do verão que assola a área nesta época do ano. Enviei um zap avisando que eu já estava próximo ao prédio, Carol me respondeu com o número da sala e me pediu para subir em cinco minutos. Feito.
Após alguns segundos apalpando a parede, tentando encontrar a campainha da sala, consegui anunciar a minha presença. A loirona abre a porta com um sorriso bonito e me indica o caminho da alcova. Um tatame e maca compunham o ambiente agradável e limpíssimo onde ela atende. Fui para a ducha e voltei ansioso para descobrir a mágica da menina. De jaleco, ela me fez deitar. No primeiro toque para me massagear fui transportado para outra dimensão. Acredite, forista sem fé. Eu me vi flutuando no espaço sideral, vendo passar o Garibaldo, os personagens da antiga Vila Sésamo, a Xuxa, o Chávez, o Capitão Asa... Concordo, não há sensualidade em lembranças mofadas da infância, mas delírios são involuntários. O que sei é que cada passagem de mão da Carol me fazia suspirar de alívio, como se uma carga de toneladas fossem retiradas das minhas costas. Magnífica.
Viro de frente e começo a tentar desabotoar o jaleco da moça. Ela ajuda e pergunta se quero que ela tire tudo. Quero, quero!. Quase gritei. Ela tira e revela um corpo magistral; firme, com peitolas apontadas para cima, durinhas como melões recém colhidos. Adornada por algumas tatuagens, ela engole meu pau com a bunda virada para os meus olhos. Amigo forista, há boquetes e há rituais, Carol não faz um boquete, ela pratica um ritual satânico com a boca que nos leva em outra viagem interdimensional Que boca. Que técnica. É quase impossível conter o gozo, mas eu contra-ataquei pensando na Quinta da Boa Vista, nas garças, no Museu Nacional e com isso consegui impedir a ejaculação precoce. Deitei a potranca de frente para mim e mergulhei naquele corpo como um viajante do deserto que encontra uma piscina olímpica. Mamei os peitos maravilhosos, chupei a vagina úmida e cheirosa, beijei aquele boca voraz. Momentos de destilado deleite.
Carol ensaia o contragolpe e começa a me chupar outra vez. Aí não deu mais. Foram alguns segundos para derramar toda a minha seiva nos lábios sedentos da mulher. Há muito tempo ninguém mais conseguia me fazer gozar num boquete, Carol conseguiu. Viagem.
Carol não é para se recomendar. Carol é obrigação no currículo de um libertino. É dessas profissionais tão espetaculares que você não se sente com uma profissional, é como se fosse um encontro inesquecível, um momento espontâneo. Sem nenhum exagero, foi uma das melhores experiências que vivi nos últimos anos. Lembrem-se que quem diz isso é um forista da terceira idade, com uma quilometragem assustadora no histórico.
Já estou planejando retornar, porque Carol é dessas mulheres que nos prendem pelo perigoso caminho do vício. Infelizmente, sei que não conseguirei resistir e devo marcar novamente ainda esta semana.
Querem um conselho? Experimentem, entreguem-se a essa mulher. É sem igual. As terapeutas estão me fazendo descobrir um novo cenário, algo que eu não esperava mais sentir. A vida surpreende e a próxima esquina pode ser sempre a próxima aventura.