Carnage escreveu: “E quanto tempo você acha que demora pro movimento se rearticular? Pode prender alguns, mas logo aparecem outros.
E você também vai criar revolta entre esta população. Vão dizer que estão sendo perseguidos.
O movimento retornaria, e talvez até pior. O que geraria um problema maior e mais pessoas presas. Acho que isso é criar um barril de pólvora ainda maior.”
Exato. Não vamos criar ASFARC aqui.
O que eu estou dizendo, independentemente de simpatia ou aversão ao movimento, é que se trata de uma bola de neve, por enquanto essas pessoas seguram foices – vamos esperar pegarem em fuzis?
O caso é que em torno desse movimento se agrupam milhões de pessoas, independente da origem; sejam despossuídos do campo ou das grandes cidades. Ignora-los não vai mudar essa realidade, encarcerar seus lideres não resolverá o problema, surgirão outros lideres ou ainda os lideres encarcerados poderão estabelecer conexões com o PCC, ou comando vermelho, já pensou?
De mais a mais, duvido que o Rainha tenha lido Markx, apenas levantam a bandeira dequeles que os apóiam, certo é, que uma reforma agrária aliviaria a vida da classe média nas grandes cidades, diminuindo a favelização no seu entorno.
E para aqueles que defendem a idéia de que se trata de uma massa de manobra, é simples, assenta essa gente que os comedores de criancinha não terão mais a quem manobrar.
O fato é que existem milhões de hectares de terras devolutas, mal havidas ou em mãos de grandes multinacionais que só degradam o meio ambiente.
Segundo dados do INCRA, menos de 2% de famílias possuem 50% da terra desse país, por isso as grandes cidades são cercadas de miséria, e, quem paga a conta é a classe média.
Do ponto de vista da classe média a qual eu pertenço, a reforma agrária é bem vinda, por que razão eu vou defender as terras do Daniel Dantas ou da família Sarney, se no final das contas quem paga a conta da violência nos grandes centros é quem não tem carro blindado ou seguranças armados?
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