Quarta-feira, 8 de Abril de 2009
Josias de Souza e o besteirol sobre o Programa "Minha Casa, Minha Vida"
Estou achando que o Josias de Souza vai ser um forte candidato a alvo preferencial deste blog.
Veja o post de hoje, 8/4/2009, às 3h49min (esse cara é que nem o Serra, só dorme de dia?)
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Governo gasta R$ 15 mi em campanha do Bolsa-Casa
O programa ‘Minha Casa, Minha vida’ ainda não evoluiu da fase do papel para a etapa do cimento. Mas já está sorvendo R$ 15 milhões das arcas da Viúva.
É quanto vai custar a publicidade que o Planalto levou ao ar para trombetear o Bolsa-Casa, uma promessa de 1 milhão de tetos –“sem prazo” de entrega.
A campanha inclui peças para TV, rádio, internet e mídia impressa. Vai entrar nos lares dos brasileiros até o próximo dia 30 de abril.
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Primeira besteira: chamar o Programa de Bolsa-Casa.
Segunda besteira: achar que R$ 15 milhões é muito dinheiro para uma campanha publicitária que é vital para o sucesso do plano.
Se o Josias fosse jornalista e, portanto, buscasse se informar sobre o referido programa, no site do Governo Federal (
clique aqui, já que o Josias não vai clicar), antes de falar besteira, constataria que:
Meta: acesso a 1 milhão de moradias de famílias com renda até 10 salários mínimos
a) Famílias com renda até 3 salários mínimos – subsídio integral com isenção do seguro
b) Famílias com renda de 3 a 6 salários mínimos – aumento do subsídio parcial em financiamentos com redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor
c) Famílias com renda de 6 a 10 salários mínimos – estímulo à compra com redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor
Logo, o Programa não é voltado apenas para famílias e renda até 3 salários mínimos.
O que ele chama pejorativamente de Bolsa-Casa, tem as seguintes características:
0 a 3 salários mínimos – Operacionalização
* Alocação de recursos pela União
* Apresentação de projetos pelas construtoras em parceria com Estados, Municípios, cooperativas, movimentos sociais ou independentemente
* Análise de projetos e contratação de obras pela Caixa
* Demanda apresentada por Estados e Municípios, com prioridade para famílias com portadores de deficiência ou idosos
* Registro do imóvel preferencialmente em nome da mulher
Para esse programa dar certo, tem que haver interesse: dos municípios e Estados; das construtoras; dos beneficiários. Especialmente, os potenciais beneficiários têm que ser informados que eles podem se candidatar e o que é preciso fazer para ser bem sucedido.
Ocorre que se o governo não investir em campanha, como se pode ver pelas boas intenções dos Josias da vida, não será a imprensa que fará.
Ao contrário, a Folha, o Globo, o Estadão e suas ramificações, farão a contra-propaganda desinformando a população, já que o único objetivo destes é fazer com que o Programa não dê certo.
Se o programa der certo, será bom demais para: mais de quatro milhões de beneficiários (família com quatro pessoas em média); para as construtoras; para o comércio da construção civil; para a indústria da construção civil; para gerar milhares de empregos e renda; para atenuar os efeitos da crise financeira internacional; para uma boa avaliação do Presidente Lula; e para alavancar a candidatura da ministra Dilma Roussef - caso seja indicada pelo PT para ser candidata à sucessão do Lula.
Mas, definitivamente, não será bom para a campanha presidencial do Serra, em 2010. (
clique aqui e conheça o programa habitacional do governo do Estado de São Paulo). O que significa, também, que não será bom para parte da elite brasileira que rejeita ser governada por um torneiro mecânico (onde já se viu tamanho abuso, mesmo que ele seja considerado "o cara"?) e que tem nos principais veículos de comunicação a sua força, a sua voz.
O
Plano Pluri-Anual (PPA) do Governo Serra, no item Provisão de Moradias/Produção de Unidades Habitacionais (pág. 3), incrivelmente para a "eficiente gestão tucano-democrata", não aponta meta alguma!
Se um plano não aponta metas, fica fácil para o gestor (Serra) não ter problemas em prestar contas à população.
Desafio, portanto, o Josias de Souza a informar que o governo Lula indica a meta de um milhão de moradias (e, portanto, terá que prestar contas disso), enquanto o governo Serra não diz quantas unidades habitacionais quer construir e, portanto, não pode ter a mínima idéia de "como" vai fazer. Mas tem a garantia que não será cobrado, já que nada prometeu.
Finalmente, alguém vai dizer que PPA não precisa de metas ou quantidades.
Errado! Só não tem que ter metas, ou pelo menos grandes números, para aqueles que acham (como o Serra) que PPA e Lei Orçamentária não servem para nada, já que é o mercado que resolve tudo.
De qualquer forma, se alguém encontrar algum número mencionado pelo governo Serra sobre construção de novas unidades habitacionais, me envie a informação que publicarei de bom grado.
Ao contrário do Josias, eu vasculhei tudo e não encontrei nada de metas.