MST - Movimento dos sem terra

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#196 Mensagem por Peter_North » 23 Abr 2009, 23:37

kank escreveu:vi as imagens pela TV e a principio os sem terra destroem um uno mille parado na frente de uma porteira, quando começam a ser alvejados pelos seguranças. Li atentamente a nota que vc postou com as justificativas dos sem terra e não consigo compreender o pq quem vai apenas buscar palha precisa destruir um carro que esta no caminho. Minha visão é que eles foram claramente procurar confronto apenas não esperavam que a outra parte tivesse a reação que teve
O Mille nunca existiu, foi montagem da Globo :shock:

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Compson
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#197 Mensagem por Compson » 24 Abr 2009, 01:27

O Pastor escreveu:
Carnage escreveu:
ussama escreveu:eu tambem me rendi a todo esse lero-lero então:
Os integrantes do MST têm como objetivo sacanear o Brasil (PLIN PLIN).
Os caprichos desse movimento comunista do capeta precisam ser detidos pelos cidadãos de bem da nação, como vem nos alertando os aiatolás Sra.Veja e Sr.Globo, casados desde a ditadura militar.
:lol: :lol: :lol: :lol: .
Que tal fazer uma Marcha da Família com Deus, pela Liberdade?
Como eu já disse anteriormente, a questão agrária no Brasil, na minha opinião, não passa mais por reforma agrária.
Retomando essa proposição que acabou ficando para trás...

Não acho que a reforma agrária seja um problema ultrapassado. Acho que é um tema ultrapassado...

Como assim? Quando o Brasil era um país eminentemente exportador de produtos agrícolas (ou seja, até os anos 60-70), havia interesse de uma elite ou classe média progressista urbana em combater a hegemonia do campo, já que de nada adianta abrir uma fábrica ou ser o médico da cidade se cada vez que o preço das exportações caem, o govero estoura o câmbio pra compensar as perdas dos fazendeiros e você não consegue mais importar bens de capital (que o Brasil produzia muito pouco) nem torrar seu suado dinheiro nos EUA ou na Europa. Por isso, a reforma agrária foi um tema aceitável, especialmente nos formadores de opinião mais progressistas, que eram basicamente a imprensa e a intelectualidade urbana.

Como as exportações, embora muito importantes, não são mais o único coração da economia brasileira, a questão do latifúndio deixou de ser um tema essencial no debate "sobre o país". Isso, aliado à onda de que qualquer elevação de voz é uma violência terrível que certamente redundará em fascismo (ou stalinismo se o sujeito for de esquerda), e ao fato de concessão não ser uma palavra no vocabulário do MST, fez com que o movimento ficasse cada vez mais marginalizado.

Mas independente das belas máquinas e dos vultuosos números, a organização social agrária do Brasil é idêntica à da época das "reformas de base". Meia dúzia de proprietários, que otimizam à bala seus custos com mão de obra.

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#198 Mensagem por Carnage » 24 Abr 2009, 10:29

kank escreveu:carnage apenas uma duvida,

vi as imagens pela TV e a principio os sem terra destroem um uno mille parado na frente de uma porteira, quando começam a ser alvejados pelos seguranças.
Li atentamente a nota que vc postou com as justificativas dos sem terra e não consigo compreender o pq quem vai apenas buscar palha precisa destruir um carro que esta no caminho.
Minha visão é que eles foram claramente procurar confronto apenas não esperavam que a outra parte tivesse a reação que teve
Bem, com certeza a cobertura da Globo foi muito estranha. Por que nunca a Globo procuar um dos integrantes do MST para ouvir o lado deles? Pode ver, em nenhuma reportagem a Globo ouve os sem terra e, segundo eles, nem mesmo os procura. Não é o caso deles se recusarem a dar entrevista.
Regra básica primária do jornalismo é ouvir os dois lados em qualquer quetão. Por que a Globo ignora isso solenemente todas as vezes nestes casos?
Os sem terra estava armados? Eles efeturaram disparos? Se sim, quem disparou primeiro, os sem terra ou os seguranças? Tudo isso a Globo acha que não tem que informar. Não investigação a respeito nem provas apresentadas dessa investigação.
O que vimos no vídeo? Dá pra saber exatamente o que aconteceu pelo vídeo? Os jornalistas afirmaram terem ficado no fogo cruzado, mas eu vejo um câmera atrás do segurança filmado o confronto.

Veja o seguinte trecho dos comunicado do MST:
2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os Sem Terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O Sem Terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.

3- Os trabalhadores Sem Terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.
Em que momento o carro foi depredado? Teria sido quando os companheiros foram atrás do trabalhador que estava detido pelos seguranças? Foi depois da ameaça de morte ou depois do espancamento? Ou foi quando começaram os tiros?
Por mais que agrade a extremistas revoltados é sim contra a lei tomar a justiça com as próprias mãos.
O quê justifica o quê aqui? Uma ameaça de morte justifica depredar um carro? Um tiroteio justifica? Abusos por parte de um movimento social justificam assassinato?

Eu acho que a situação precisa de muito mais esclarecimentos antes de começar a se julgar quem são os culpados. E testemunhos tanto de membros do MST, como de seguranças da fazenda, e mesmo de jornalistas de emissoras cujos donos são amigos pessoais de grandes donos de terra, tem que ser confrontadas, avaliadas e não tomadas como a vedade logo de cara.

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#199 Mensagem por Carnage » 24 Abr 2009, 10:33

Ótimo texto do Luiz Fernando Veríssimo. Ponderado e suscinto. Me alinho com ele

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/pos ... 176559.asp
A evidência
por Luiz Fernando Veríssimo

É fácil ter opiniões firmes sobre, por exemplo, o câncer (contra) e o leite materno (a favor). Já outros assuntos nos negam o conforto de pertencer a uma unanimidade, ou mesmo a uma maioria. São assuntos em que os argumentos contra e a favor se equilibram e sobre os quais a gente pode ter opiniões, mas elas estão longe de ser firmes. Até opiniões que você julgaria indiscutíveis - exemplo: nada justifica a tortura - são controvertidas, e basta ler as seções de cartas dos jornais para ver como a pena de morte, oficial ou extra-oficial, tem entusiastas entre nós. Em assuntos como aborto, cotas raciais nas universidades, etc. coisas como a religião, a formação, a ideologia e até o saldo bancário de cada um determinam as opiniões divergentes. E não vamos nem falar nos extremos opostos de opinião provocados por qualquer avaliação do governo Lula.

Mas há um assunto sobre o qual você talvez ingenuamente imaginasse que nenhuma discordância seria possível. A brutal evidência - geográfica, cartográfica, literalmente na cara, portanto independente de interpretação e opinião - da iniqüidade fundiária no Brasil, um continente de terra com poucos donos, era tamanha que durante muito tempo uma genérica "reforma agrária" constou do programa de todos os partidos, mesmo os dos poucos donos da terra. Era uma espécie de reconhecimento da injustiça inegavel que desobrigava-os de fazer qualquer coisa a respeito, retórica em vez de reforma. O aparecimento do Movimento dos Sem Terra acrescentou um novo elemento a essa paisagem de descaso histórico: os próprios despossuidos em pessoas, organizados, reivindicando, enfatizando e até teatralizando a iniqüidade, para contestar a hipocrisia. A evidência insofismável transformada em drama humano.

Pode-se discutir os métodos do MST, e até que ponto as invasões e a violência não dão razão à reação e não desvirtuam o ideal, além de agravar a truculência do outro lado. Mas sem perder de vista o que eles enfrentam: não só a injustiça que perdura, apesar de programas governamentais bem intencionados e de alguns avanços, como um Congresso recheado de grandes proprietários rurais, o poder político e financeiro dos agro-business e uma grande imprensa que destaca a violência mas sempre ignorou a existência de acampamentos do MST que funcionam e produzem - inclusive exemplos de cidadania e solidariedade. É a minha opinião.

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#200 Mensagem por kank » 24 Abr 2009, 11:43

repare nestas informações:
1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores Sem Terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os Sem Terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.
O motorista não parou e se ofereceu ele foi parado por pessoas que utilizavam seus instrumentos de trabalho (enchadas e foices) e aceitou de espontanea vontade levar os sem terra para buscar palha e lenha
Mas por algum fato estranho esta pessoa que foi parada e espontaneamente se ofereceu para ajudar as pessoas que caregavam apenas seus instrumentos de trabalho (enchadas e foices muito utilizados no campo para capinar uno mille) resolveu pedir socorro aos seguranças
Não sei pq mas isso me parece mais roubo seguido de sequestro.

5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores Sem Terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos Sem Terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.
creio que a parte em vermelho teria que ter a seguinte inclusão

Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores Sem Terra foram fazer seu trabalho e capinar o uno mille e os seguranças responderam a bala e os sem terra saíram correndo

me desculpe mas enchada e facão pode ser instrumento de trabalho ou arma depende apenas da forma como é utilizado. e eles usaram como arma.

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#201 Mensagem por O Pastor » 24 Abr 2009, 12:50

Compson escreveu: Mas independente das belas máquinas e dos vultuosos números, a organização social agrária do Brasil é idêntica à da época das "reformas de base". Meia dúzia de proprietários, que otimizam à bala seus custos com mão de obra.

Ótimo ponto de vista, diga-se de passagem.

É bom ficar claro que quando digo que a "reforma agrária" deixou de ser importante, não estou dizendo que o latifundio e o processo de luta pela terra no Brasil estejam totalmente resolvidos, ou não necessite de uma revisão.

Há muitos latifundiarios progressistas, mas ainda existem aqueles de mentalidade colonial, e estes ainda possuem muita influencia.

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#202 Mensagem por kank » 27 Abr 2009, 09:21

carnage:
Bem, com certeza a cobertura da Globo foi muito estranha. Por que nunca a Globo procuar um dos integrantes do MST para ouvir o lado deles? Pode ver, em nenhuma reportagem a Globo ouve os sem terra e, segundo eles, nem mesmo os procura. Não é o caso deles se recusarem a dar entrevista.
ontem o fantastico fez uma reportagem que chegou a entrar no acampamento para entrevistar os sem terra.
entrevistou tambem a familia de um sem terra que ja tinha sobrevivido antes ao massacre de carajas (não parece que esta familia ja esta a tempos de mais nesse movimento)
segundo um representante do movimento tiros foram disparados de todos os lados porem as pessoas(3 pessoas) que caregavam armas marchando junto aos sem terra eram posseiros não sem terra



peguei a reportagem do meio mas deu pra ver estas partes

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#203 Mensagem por Carnage » 27 Abr 2009, 15:10

A nota é de um jornalista que é secretário geral do PSOL, portanto um monte de gente pode torcer o nariz.
Só que ele fala do que foi dito em depoimento ao delegado que está investigando o caso. Se for mentira o que ele está dizendo, é óbvio que logo logo vai ser desmascarado.
E ele fez acusações graves, que precisariam ser esclarecidas.

Enfim:
Publicado em: 27/04/2009 13:12
Matérias sobre conflito do MST no PA são contestadas por jornalista

Redação Portal IMPRENSA

Circula na internet uma nota, de autoria do jornalista Max Costa, secretário geral do PSOL/Belém, em que o profissional menciona que as matérias veiculadas pela Rede Globo e demais emissoras sobre a invasão do MST em Eldorado dos Carajás (PA) teriam repassado informações falsas.

Segundo Costa, a informação de que jornalistas teriam sido usados como escudos humanos e mantidos em cárcere privado seriam falsas. Além disso, o jornalista questiona o fato de vários veículos - dentre eles a Rede Globo - omitirem em suas matérias que a propriedade em questão faz parte dos bens do banqueiro Daniel Dantas.

As afirmações de Max Costa são baseadas em depoimento que o repórter Victor Haor, da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no estado, teria prestado na Delegacia de Polícia do Interior do Estado do Pará. Na ocasião, Haor teria negado que ele e os coelgas jornalistas que estavam no local tivessem sido usados como escudo-humano. O repórter teria negado, ainda, que tivesse sido mantido em cárcere privado na fazenda.

À reportagem do Portal IMPRENSA, a TV Liberal nega as informações divulgadas por Max Costa. Segundo a emissora, Victor Haor não teria sequer prestado depoimento na delegacia apontada por Costa.

Abaixo, leia a íntegra da carta assinada por Max Costa:


"Cai à farsa da Globo sobre o conflito com o MST

Desde o início, a história estava mal contada. Um novo conflito agrário no interior do Pará, em que profissionais do jornalismo teriam sido usados como escudo humano pelo MST e mantidos em cárcere privado pelo movimento, em uma propriedade rural, cujo dono dificilmente tinha seu nome revelado. Quem conhecia e acompanhava um pouco da história desse conflito sabia que isso se tratava de uma farsa. A população, por sua vez, apesar de aceitar a criminalização do MST pela mídia e criticar a ação do movimento, via que a história estava mal contada.

As perguntas principais eram: Como o cinegrafista, utilizado como escudo humano - considero aqui a expressão em seu real sentido e significados -, teria conseguido filmar todas as imagens? Como aconteceu essa troca de tiros, se as imagens mostravam apenas os "capangas" de Daniel Dantas atirando? Como as equipes de reportagem tiveram acesso à fazenda se a via principal estava bloqueada pelo MST? Por que o nome de Daniel Dantas dificilmente era citado como dono da fazenda e por que as matérias não faziam uma associação entre o proprietário da fazenda e suas rapinagens?

Para completar, o que não explicavam e escondiam da população: as equipes de reportagem foram para a fazenda a convite dos proprietários e com alguns custos bancados - inclusive tendo sido transportados em uma aeronave de Daniel Dantas - como se fossem fazer aquelas típicas matérias recomendadas, tão comum em revistas de turismo, decoração, moda e Cia (isso sem falar na Veja e congêneres).


Além disso, por que a mídia considerava cárcere privado, o bloqueio de uma via? E por que o bloqueio dessa via não foi impedimento para a entrada dos jornalistas e agora teria passado a ser para a saída dos mesmos? Quer dizer então que, quando bloqueamos uma via em protesto, estamos colocando em cárcere privado, os milhares de transeuntes que teriam que passar pela mesma e que ficam horas nos engarrafamentos que causamos com nossos legítimos protestos?

Pois bem, as dúvidas eram muitas. Não apenas para quem tem contato com a militância social, mas para a população em geral, que embora alguns concordassem nas críticas da mídia ao MST, viam que a história estava mal contada. Agora, porém, essa história mal contada começa a ruir e a farsa começa a aparecer.

Na tarde de ontem, o repórter da TV Liberal, afiliada da TV Globo, Victor Haor, depôs ao delegado de Polícia de Interior do Estado do Pará. Em seu depoimento, negou que os profissionais do jornalismo tenham sido usados como escudo humano pelos sem-terra, bem como desmentiu a versão - propagada pela Liberal, Globo e Cia. - de que teriam ficado em cárcere privado.


Está de parabéns o repórter - um trabalhador que foi obrigado a cumprir uma pauta recomendada, mas que não aceitou mais compactuar com essa farsa. Talvez tenha lhe voltado a mente o horror presenciado pela repórter Marisa Romão, que em 1996 foi testemunha ocular do Massacre de Eldorado dos Carajás e não aceitou participar da farsa montada pelos latifundiários e por Almir Gabriel, vivendo desde então sob ameaças de morte.

A consciência deve ter pesado, ou o peso de um falso testemunho deva ter influenciado. O certo é que Haor não aceitou participar até o fim de uma pauta encomendada, tal quais os milhares de crimes que são encomendados no interior do Pará. Uma pauta que mostra a pistolagem eletrônica praticada por alguns veículos de comunicação e que temos o dever de denunciar.


Max Costa
Sec. Geral do PSOL/Belém

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#204 Mensagem por Peter_North » 28 Abr 2009, 10:53

Carnage escreveu:A nota é de um jornalista que é secretário geral do PSOL, portanto um monte de gente pode torcer o nariz.
Chamou? :lol: E só para esclarecer, não é de "um jornalista que é secretário geral do PSOL", é do secretário geral do PSOL, ponto, ele até assina assim. Ele não está trabalhando como jornalista neste caso e sim como representante de um partido político, que o paga e que tem interesse político na proliferação desse tipo de bandidagem, mesmo que seja às custas do futuro do país.
Carnage escreveu:Só que ele fala do que foi dito em depoimento ao delegado que está investigando o caso. Se for mentira o que ele está dizendo, é óbvio que logo logo vai ser desmascarado.
Carnage, esse pessoal invade, depreda, sequestra, rouba e até mata e NADA lhes acontece, porque iria acontecer algo com alguém que "apenas" mentiu?
Carnage escreveu:E ele fez acusações graves, que precisariam ser esclarecidas.
Graves são acusações como invasão, depredação, sequestro, roubo e assassinato, mas ninguém esclarece isso. É porque são os amigões do Lula.

Mas isso não é tudo:
Max Costa escreveu:Quer dizer então que, quando bloqueamos uma via em protesto, estamos colocando em cárcere privado, os milhares de transeuntes que teriam que passar pela mesma e que ficam horas nos engarrafamentos que causamos com nossos legítimos protestos?
Esse Max tem orgulho de deixar um monte de pessoas paradas horas e horas. É aquele tipo que acha legal foder as vidas de quem não tem nada a ver com o problema. Como é dirigente partidário, não trabalha e portanto acha engraçado impedir e atrasar o retorno para casa de quem passou o dia ralando. Ele tem mais é que ser amigo do MST mesmo.

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#205 Mensagem por Carnage » 28 Abr 2009, 12:29

Peter_North escreveu:não é de "um jornalista que é secretário geral do PSOL", é do secretário geral do PSOL, ponto
Sei lá. O cara é jornalista formado...
Peter_North escreveu:
Carnage escreveu:Só que ele fala do que foi dito em depoimento ao delegado que está investigando o caso. Se for mentira o que ele está dizendo, é óbvio que logo logo vai ser desmascarado.
Carnage, esse pessoal invade, depreda, sequestra, rouba e até mata e NADA lhes acontece, porque iria acontecer algo com alguém que "apenas" mentiu?
Tá certo. Mas o cara que supostamente mentiu, é um dos jornalistas que estava lá na fazeda. Ou seja, o jornalista mentiu, dizendo que ele não ficou em cárcere privado nem foi usado como escudo pelos sem terra? Por que ele faria isso?

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#206 Mensagem por Carnage » 29 Abr 2009, 11:03

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... rnalistas/
Do blog do Hiroshi Bogeá:

Segunda-feira, Abril 27, 2009
O depoimento de Edinaldo

Tirem suas conclusões, diante de algumas passagens do depoimento do repórter Edinaldo de Sousa (exclusividade do blog), transcritas ipsis litteris:

O contato

“Que no dia 18/04/09, por volta das 10:30hs, a advogada do Grupo Agropecuária Santa Bárbara, Dra. Brenda Santis, entrou em contato via telefone com o depoente e informou ao mesmo que os “sem-terra” da fazenda Espírito Santo haviam sequestrado um caminhão e o motorista do mesmo, e estavam indo em direção a sede, tendo a advogada perguntado ao depoente se o mesmo estava interessado em cobrir a matéria; que a advogada informou que já havia procurado a polícia, no entanto não teve resposta.”

A viagem

“Que por volta do meio-dia a advogada ligou novamente para o depoente informando que estava se deslocando até a fazenda Espírito Santo em um avião e ofereceu a aeronave para levá-los até a propriedade, juntamente com Felipe Almeida, Victor Haor e João Freitas, além da advogada Brenda; que por volta de 13:10hs o avião deslocou do aeroporto de Marabá, e chegou a fazenda Castanhais por volta das 14 hs, tendo aterrizado em uma pista de pouso da fazenda, distante da sede da fazenda Espírito Santo, cerca de 10 km.

A recepção

Que ao desembarcarem do avião foram recebidos por uma funcionária do grupo, e em ato contínuo se deslocaram para a sede da fazenda Espírito Santo, onde o Sr. Oscar Boller, deu uma entrevista para os repórteres.

A pauta

Que após a entrevista na sede foram até um local informado pelo gerente Oscar Boller onde havia ocorrido abate de animais no dia anterior, no entanto no caminho encontrou vários tratores fechando uma estrada vicinal que dá acesso a sede da fazenda, tendo o fato sido registrado pelos repórteres; Que ao chegarem no local do abate encontrou três animais mortos, e ainda vários urubus sobrevoando o local, e nesse momento registraram ainda um gado ferido a bala; que o local, onde ocorreu o abate dos animais fica cerca de 2 km do acampamento;

O sequestrado

Que neste momento o motorista do caminhão chegou no local onde os animais foram mortos, ocasião em que o depoente entrevistou o motorista Josué Edinaldo do Nascimento, o qual confirmou que estava conduzindo o caminhão quando foi abordado por cerca de 50 sem terras, dos quais quatro deles portando arma de fogo e arma branca entraram na gabine do caminhão e sob ameáça obrigaram o motorista a conduzir o veículo em direção a sede, não sabendo informar o depoente como o mesmo conseguiu sair do caminhão. Que depois da entrevista todos se deslocaram até uma área de pasto onde o caminhão estava abandonado, carregado de palha.

O encontro

(...) Que no momento em que o depoente e demais repórteres cruzaram com os sem-terras, o depoente teve que sair da estrada para não ser atropelado pelos sem-terras, ocasião em que um dos sem-terra pegou o equipamento do declarante (câmera digital) e ficou segurando a mesma, enquanto que outros tentavam pegar a filmadora do repórter cinematográfico João Freitas, sendo que um dos sem-terra disse que não eram para pegar pois o João Freitas era “chegado” dele;

No embalo da marcha

Que os sem-terra em nenhum momento pararam a marcha em direção ao retiro, acrescentando o depoente que todos os repórteres se viram em meio aos sem-terras, tendo acompanhado a caminhada por alguns metros, inclusive os sem-terras impediram a realização de imagens; (...) Que a cerca de 500 metros da porteira, os sem-terra disseram para os repórteres que eram para os mesmos tomarem a frente da marcha, tendo entregue o equipamento do declarante e permitido que os demais repórteres filmassem os seguranças da fazenda; que o depoente ainda chegou a ouvir um dos sem-terra dizer que caso os seguranças começassem a atirar, os tiros iriam atingir primeiramente os repórteres; que o depoente ressalta que cerca de 50 metros da porteira a qual estava obstruída por um veículo tipo FIAT, de cor branca, todos os repórteres procuraram sair da linha de frente, tendo o depoente se deslocado um pouco mais para a direita e atravessado a cerca, momento em que tirou algumas fotos dos sem-terra pulando a cerca, e neste momento passou a ouvir vários disparos, tendo o depoente se deslocado para trás de um dos veículos para se proteger.

Sem cárcere

Que perguntado ao depoente se foi mantido em cárcere privado cercado pelos sem-terras na sede da fazenda, respondeu que não houve cárcere privado, e sim não poderiam sair de carro da fazenda, pos os sem-terra haviam bloqueado a estrada que dá acesso a Pa-150, assim como não existia mais vôos. Que perguntado ao depoente se havia um outro meio de saída da fazenda, respondeu que haviam estradas vicinais que dão acesso ao Estado do Tocantins, no entanto, o trajeto se tornara inviável.

Vá ao blog do Hiroshi Bogeá

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#207 Mensagem por Carnage » 29 Abr 2009, 11:05

http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=9797
MST: Dantas não quer as terras do PA
Quer o subsolo

28/abril/2009 18:19

Aos que não entendem o interesse de Daniel Dantas em fazendas do Pará, cabe explicar que o objetivo dele não é criar gado. Por trás da fachada agropecuária, Dantas e a Vale do Rio Doce estão em processo de reconcentração fundiária, com o objetivo de investir em mineração, afirma o coordenador do MST no Pará, Charles Trocate, de 32 anos.

Em entrevista por telefone a Paulo Henrique Amorim, o coordenador afirmou também que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), dá impressão de defender criadores de gado mas, na verdade, faz a defesa de Dantas e sua empresa de mineração, a MG4 (*).

“A reconcentração de terras tornará inevitável um mutirão de ocupação porque a sociedade está pronta para enfrentar esse modelo concentrador”, disse Charles Trocate, que mora no assentamento Palmares, perto da Serra dos Carajás. .

O MST chama a atenção para o fato de o Sul e o Sudeste do Pará constituírem uma grande região mineradora. Nos últimos cinco anos, Daniel Dantas comprou 52 fazendas em oito municípios, num total de 800.000 hectares. Entre elas, encontram-se as fazendas Maria Bonita, Espírito Santo e Cedro, ocupadas pelos sem-terra, que são áreas públicas, compradas de forma ilegal.

Há poucos dias, um conflito entre seguranças e milicianos armados a serviço de Dantas na fazenda Santa Bárbara foi testemunhado por um cinegrafista da Globo, que viajou em avião de Dantas e desmentiu a própria Globo.

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#208 Mensagem por Carnage » 30 Abr 2009, 11:21

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =535FDS011
MOVIMENTOS SOCIAIS
A oligarquia, o PIG e a violência no campo


Por José Valmir Dantas de Andrade em 28/4/2009

Desde a sua ocupação, o Brasil vem demonstrando sinais eloqüentes de violência contra a classe trabalhadora. Para as nossas oligarquias rurais, tudo o que não é mimetismo do latifúndio é sinônimo de atraso e, como tal, deve ser eliminado para dar espaço a seu modo de produção. O agravante é que seu modo de produção é extremamente limitador e concentrador. São poucos os que se enquadram ao seu paradigma sócio-reprodutivo. Conseqüentemente, poucos deveriam sobreviver nesta nação. Quando esta oligarquia chegou ao Brasil, encontrou aqui, mais de cinco milhões de trabalhadores e trabalhadoras trabalhando e produzindo ao seu modo.

Em toda a América do Sul, estima-se que mais de setenta e dois milhões de trabalhadores e trabalhadoras estivessem organizados trabalhando e produzindo. Como não se inseriram ao modo de produção européia, foram exterminados sumariamente. Certamente, naquele momento, as vítimas eram tratadas como se fossem as vilãs da história. A visão naquele momento era a de que se deveria combater e exterminar os bárbaros, os selvagens, os terroristas. Hoje não é diferente. Estamos vivendo uma onda de violência no campo, sob a justificativa de que se deve eliminar os trabalhadores e as trabalhadoras rurais organizados.

Vítimas da violência no campo

Com o apoio da mídia e de setores das instituições estatais, com o uso de capangas, a elite brasileira ataca a classe trabalhadora com toda violência e virulência. Desde criança, eu ouço a aristocracia rural dizer que trabalhadores – aos quais eles chamam de vagabundos – devem ser tratados no chicote e à bala. A mídia, de pertença desta aristocracia, sempre deu todo o aval a tais ações. O poder judiciário, composto por pessoas oriundas da elite, nunca arredou uma palha para coibir a violência contra a classe trabalhadora. O parlamento e o poder executivo, hegemonicamente compostos por aristocratas, nunca se preocuparam em fazer justiça ao povo deste país. Muito pelo contrário, no caso particular do Congresso chegam mesmo a formarem a "bancada ruralista," com apoio explicito às milícias paramilitares rurais do tipo UDR (União Democrática Ruralista).

Esta organização não escondia que tinha por objetivo, dentre outros, assassinar trabalhadores e trabalhadoras. Para citar apenas três vítimas destes esquemas, menciono a morte de padre Josimo Tavares, uma morte anunciada, na região do Bico do Papagaio, no Tocantins; a morte da sindicalista Margarida Maria, na Paraíba; a morte do sindicalista e seringueiro Chico Mendes, no Acre. Estes três episódios foram citados como emblemáticos, mas a carnificina e o genocídio aconteceram no campo, durante anos, sempre com a conivência da mídia e do Estado brasileiro.

Segundo dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra) do ano de 2006, naquele ano, nos 1.657 conflitos com violência no campo, 783.801 camponeses e trabalhadores rurais sofreram algum tipo de violência. Dentre esses brasileiros, 39 foram assassinados, 72 foram vítimas de tentativa de assassinato, 57 mortos em conseqüência do conflito, 207 ameaçados de morte, 30 torturados, 917 presos e 749 foram agredidos e/ou feridos.

Prática de cárcere privado

Os números supracitados são uma resposta à mídia e aos parlamentares que insistem em criminalizar os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil. No Brasil há, sim, baderneiros e desordeiros, mas estes não são os trabalhadores e as trabalhadoras deste país.

Nos últimos dias, a mídia tem realizado freqüentes ataques aos movimentos sociais organizados do campo. Todos estes ataques são desferidos devido a uma atitude impensada de um grupo de trabalhadores e trabalhadoras camponeses que, em confronto com seguranças de uma fazenda, acabaram por vitimar quatro seguranças. Não foi uma atitude racional do movimento. Afinal de contas, violência não é uma ação aconselhável para se dirimir conflitos de interesses. Mas, por que será que a mídia, sobretudo a grande mídia, nunca gastou uma linha dos seus editoriais para deplorar a violência contra os trabalhadores e as trabalhadoras rurais?

Em 2002, os assassinos da sindicalista Margarida Maria Alves foram inocentados, mesmo com provas eloqüentes de que eles eram culpados. A grande mídia brasileira não gastou um segundo nem uma linha para deplorar a inocência daqueles assassinos. O último episódio onde a mídia e o Estado foram categoricamente corporativistas, foi o caso de Chinguara, no Pará.

As imagens daquele confronto são eloqüentes. Havia ali um grupo de jagunços com armas de grosso calibre, de uso restrito das forças armadas, atirando deliberadamente contra um grupo de trabalhadores e trabalhadoras que, pelas imagens se via, usavam tão somente de instrumentos de trabalho e caça. Mas, assistindo ao jornal Hoje, da rede Globo, no dia seguinte ao conflito, a notícia era de que aquele grupo de trabalhadores e trabalhadoras deveria ser processado por prática de cárcere privado, por terem usado jornalistas como reféns e por tentativa de homicídio.

Expediente anacrônico

O senador Valter Pereira, do PMDB/MS, fez o uso da tribuna do Senado, na quinta feira (23/4) e, literalmente jogou todos os adjetivos cabíveis ao latifúndio sobre os ombros dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Excelentíssimo senhor senador, as vítimas deste país foram os índios e índias, negros e negras e agora, neste momento, os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Quem mergulhou este país no caos social foi a sua elite. A sua oligarquia com o PIG (Partido da Imprensa Golpista) sempre foram anti-republicanos, jogaram o país na situação paradoxal de Belíndia.

Se o país tem um dos piores índices de violência do mundo, uma situação de guerra civil, a culpa não é dos trabalhadores e trabalhadoras. E vocês deveriam ter a grandeza de assumir o óbvio; violentos são vocês. Por favor, senador, assuma que o paradigma de expansão tendo por base a exploração e a concentração que culminou no caos social foi uma criação de vocês.

Para concluir eu gostaria de parafrasear o senador Paulo Brossard. "Se uma alcatéia falasse, usaria a mesma linguagem da mídia e do senador Valter Pereira. Uma linguagem da ameaça, da intimidação e da difamação." Numa democracia, este tipo de expediente é anacrônico.

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#209 Mensagem por Carnage » 30 Abr 2009, 11:22

http://jbonline.terra.com.br/pextra/200 ... 423378.asp
Os 'agropolíticos' da comissão verde

Luciana Abade , Jornal do Brasil

BRASÍLIA - Criada para ser palco de discussões e aprovação de projetos que preservem o meio ambiente, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados está, nessa legislatura, dominada por parlamentares ligados direta ou indiretamente ao agronegócio. A relação torna-se mais clara quando analisa-se as doações recebidas pelos deputados nas últimas eleições nacionais. Dos 17 titulares, pelo menos nove foram patrocinados por empresas de celulose, madeireira, fertilizantes ou de agropecuária. Na opinião de ambientalistas, a presença maciça de representantes do agronegócio na comissão enfraquece o discurso ambiental e torna desigual a relação entre ecologistas e ruralistas, que já possuem uma comissão exclusiva na Casa.

Nem o presidente da comissão, Roberto Rocha (PSDB-MA), escapa da relação com o agronegócio. Beneficiado por R$ 40 mil da Ceagro Agro Negócios LTDA na última eleição que o trouxe à Camara, Rocha afirma que não é ruralista e não vê problema em presidir uma comissão ambiental com uma presença forte de agropecuaristas. Garante, ainda, que a comissão não está divida em ambientalistas e ruralistas, mas unida no único propósito de defender o interesse público.

O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) tem em seu currículo a experiência da presidência do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel e Celulose. Nas últimas eleições, recebeu R$ 30 mil da Celulose Nipo Brasileira.

Entre os membros da comissão, o deputado Jorge Khoury (DEM-BA) foi quem mais recebeu doações de empresas ligadas a produção de celulose e material da agroindústria, R$ 624 mil.

Na atual formação da comissão, tem lugar, inclusive, para o ex-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara Marcos Montes (DEM/MG). O democrata recebeu mais de R$ 100 mil de empresas agropecuárias.

Já o deputado Jurandy Loureiro (PSC-ES) foi financiado com R$ 65 mil da Aracruz Celulose. A empresa teve ações embargadas pelo Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatar áreas do córrego Jacutinga, no estado que o deputado representa.

O uso da política como instrumento de defesa de alguns setores produtivos em comissões e secretarias de meio ambiente não é exclusividade do Congresso Nacional. É o que garante a ONG Amigos da Terra.

– O sistema permite esse compromisso velado dos supostos representantes com os setores produtivos – afirma a coordenadora da ONG, Lúcia Ortiz. – É por isso que tantos projetos importantes para o meio ambiente ficam emperrados. Representantes do agronegócio orquestram dentro dos espaços que definem as políticas públicas para favorecerem os seus negócios.

Segundo Lúcia, o Rio Grande do Sul é um exemplo claro dessa prática, uma vez que o atual secretário municipal de Meio Ambiente do estado, Berfran Rosado (PPS), foi patrocinado por empresas de celulose e, quando era deputado estadual, lançou uma frente parlamentar pró-eucalipto.

– Os técnicos da secretaria apresentam projetos sobre os impactos ambientais e têm o seu trabalho desqualificado – denuncia a coordenadora – E os licenciamentos continuam facilitados.

A ambientalista tem uma preocupação especial com o bioma Pampa que sofre uma expansão acelerada de plantação de eucalipto para a exportação de celulose. O Pampa é o segundo bioma brasileiro mais devastado. Já perdeu quase a metade da cobertura original de sua área de 178 mil quilômetros quadrados.

Lúcia afirma ainda que as constantes acusações de políticos de que boa parte das ONGs querem impedir o progresso da indústria de celulose no Brasil em nome dos interesses internacionais não procedem, uma vez que 90% da produção dessas empresas é exportada.

O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paulo Barreto, acredita que a presença de representantes do agronegócio na Comissão de Meio Ambiente seria positiva se fosse reconhecido o desafio de preservar o meio ambiente preservando a legislação ambiental, ao contrário das tentativas do Parlamento de derrubar o Código Florestal.

Em nota, a Aracruz Celulose, uma das principais doadoras dos membros da comissão (confira quadro), afirmou que “não exerce atividades político-partidárias, mas apoia partidos e/ou candidatos cujas ideias e propostas sejam consistentes com seus princípios de negócios”. E que faz doações para fins de financiamento de campanha político-eleitorais sempre observando os limites previstos em lei. Quanto ao embargo no Espírito Santo, a Aracruz afirma que encaminhou ao Ibama um pedido de desembargo da área, mas não teve manifestação do órgão.

Recentemente, a empresa entrou na lista negra do Bank Track, instituição que monitora a atuação de empresas e seus impactos sobre o meio ambiente. Na lista de acusações, está o desmatamento de florestas, danos ao solo, água e biodiversidade nas regiões onde atua.

20:29 - 25/04/2009

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#210 Mensagem por Carnage » 30 Abr 2009, 15:13

http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=9888
Carta: Gilmar pressiona governadora para defender Dantas e suas terras
30/abril/2009 10:10

. Ministro Celso de Mello, o senhor que ontem provocou lágrimas nos que assistiam ao jornal nacional: se o senhor fosse presidente do Supremo – o senhor que foi o mais jovem presidente do Supremo – o senhor telefonaria para uma governadora de Estado (Ana Júlia, do Pará) com a intenção de pressioná-la em defesa de um condenado pela Justiça, por causa de um conflito de terras ?

. Ministro Celso de Mello, o senhor que saudou o primeiro aniversário da “jestão” de Gilmar Dantas (segundo Ricardo Noblat) na presidência do Supremo: o senhor já ouviu falar num Presidente do Supremo que tenha feito isso ?

. Leia: “Celso de Mello leva espectadores do jn às lágrimas”

. Ministro Celso de Mello, o que o senhor acha das sinistras coincidências que ligam o atual presidente do Supremo ao banqueiro condenado e agora de novo indiciado, Daniel Dantas ?

. O senhor acha tudo normal dentro dos princípios de legalidade ?

. O senhor não acha que o cargo de Ministro do Supremo exige uma conduta ética inatacável, como a sua, ministro ?

. Ministro Celso de Mello, que discurso aquele de ontem, hein ?

. A sua biografia não merecia isso.

. O senhor precisa ler a Carta Capital, rápido.

. Lá está reportagem de Leandro Fortes, o mesmo repórter que Gilmar Dantas (segundo Noblat) processa.

. Leandro é o autor de uma reportagem sobre os benefícios que os negócios empresariais de Gilmar Dantas (segundo Noblat) mereceu; e outra sobre as atividades que o Supremo Presidente desenvolve em Diamantino, Mato Grosso, de onde provêem, segundo o ínclito Ministro Joaquim Barbosa, os capangas de Gilmar.

. Leandro entrevistou a governadora do Pará, Ana Carepa.

. Ela conta que o “Gomes”, o Luiz Eduardo Greenhalgh, citado na Operação Satiagraha como “operador” de Daniel Dantas no Palácio do Planalto, levou para um almoço, sem que ela soubesse, o “Carlinhos” Rodenburg, indiciado esta semana, outra vez, pelos crimes de Dantas.

. Formalmente, o “Carlinhos”, ou o “Dr Carlinhos”, segundo o Delúbio, “Carlinhos”, o amigo de Nelson Jobim e Heráclito Fortes, o “doutor” Carlinhos é o presidente das empresas que Dantas controla – ilegalmente - no Pará.

. Empresas que, como se sabe, não exploram a terra, mas o que está sob a terra, a riqueza mineral do Pará.

. Porém, o mais estarrecedor é o que a governadora conta sobre o Presidente Supremo do Supremo.

. Leandro mostra a conexão entre a pressão de Gilmar e os eventos que se seguiram.

. Em todos eles, segundo Ana Júlia, o Espírito Santo de orelha foi Dantas, que o ínclito delegado Protogenes Queiroz já chamou de “bandido condenado”.

. Leia esse trecho da excelente (como sempre !) reportagem de Leandro:

O segundo movimento foi um telefonema do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em 4 de março deste ano. Fato inédito na vida republicana brasileira, o chefe do Poder Judiciário telefonou à governadora para tomar conhecimento da maneira como o Executivo paraense conduzia a reintegrações de posse de terras no estado, além de perguntar a quantas andava o efetivo da Polícia Militar.
Uma semana antes, o ministro havia criticado a invasão de terra pelo Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e acusado ovgoverno de ser o principal financiador de ilegalidades no campo.

O telefonema de Mendes deixou Ana Júlia em alerta. Não foi por menos. Seis dias depois, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), entrou no Tribunal de Justiça do Pará com uma ação judicial contra a governadora, em 11 de março. Alegou, justamente, descumprimento de mandados de reintegração de posse de terras invadidas por trabalhadores sem-terra. Foi o terceiro movimento. O quarto viria a seguir, e só foi descoberto mais recentemente: em uma audiência na Câmara, em 16 de março, o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), expoente da chamada “bancada ruralista”, anunciou, clarividente, que em breve haveria um sério conflito de terras no Pará. Bingo. Dois dias depois, jornalistas levados de avião pelo Opportunity à região de Xinguara presenciaram a guerra campal na fazenda do banqueiro.

Passados quatro dias do conflito, em 22 de abril, Kátia Abreu voltou à carga, desta vez na Procuradoria-Geral da República, onde foi pedir intervenção federal no estado. Foi, até agora, o último movimento. Por trás de todos eles está, segundo a governadora do Pará, Daniel Dantas.

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