MST - Movimento dos sem terra

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Nazrudin
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#256 Mensagem por Nazrudin » 06 Mai 2009, 11:56

Alexander Dimitrov escreveu:Saudações camaradas,

Passei 8 dias no acampamento MST de Goiás representando o Partido Comunista, pois fui lá pra dar umas palestras e instrução teórica sobre a luta de classes. Ah, foi muito bom, fui tratado com muita atenção e carinho a todo momento. São pessoas de bem que foram vítimas da barbárie capitalista, ao serem privadas de suas próprias terras e, portanto, de sua liberdade, pois ao não terem terras para produzir, como único meio de sobrevivência são obrigados a vender sua força de trabalho para capitalistas exploradores. Mas como dizia Dolores, a grande heroina do proletariado, para muitos "é melhor morrer de pé, do que viver ajoelhados".

Sinceramente creio que as mortes que acontecem durante nossa luta pela emancipação são um mal necessário... Mortes fazem parte do processo revolucionário de luta armada... Se, por acaso, conseguíssemos apoio logístico da Venezuela, Irã, China ou Vietnã... certeza que conseguiriamos infringir muitas mais baixas nos inimigos de classe.


Atenciosamente,


Camarada A. Dimitrov

kkkkkkkkkkkkkk, isso aí só pode ser piada. A esquerda de influência comunista e socialista é o grande ATRAZO da América Latina. Os discursos só se sustentam entre pobres e ignorantes, e o pior é que temos tudo para deitar e rolar, criar e produzir riquezas, respeitando as regras básicas do capitalismo. E uma das mais fundamentais é o respeito ao direito de propriedade. Tudo de bom pra vc.

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ussama
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#257 Mensagem por ussama » 06 Mai 2009, 11:56

Mortes fazem parte do processo revolucionário de luta armada... essa frase é de mão dupla, serve tb para certos capitalistas que usam certos metodos, vide gwb, transnacionais, dentre outros.

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Roy Kalifa
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#258 Mensagem por Roy Kalifa » 06 Mai 2009, 12:22

E como deve ser tratado o movimento a partir de então, agora que o seu real propósito veio a tona ?

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Compson
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#259 Mensagem por Compson » 06 Mai 2009, 12:50

Roy Kalifa escreveu:Não sou nem medico, nem engenheiro, e também não sou advogado.
Só pra dizer que não tenho nada contra médicos, engenheiros e advogados. Só ressaltei porque são as profissões clássicas do "auge da classe média" (uma contradição em termos) brasileira, pois um país em desenvolvimento (ou seja, em consolidação econômica e instituicional) carece muito desses tipos de profissional, que são escassos, pois o país possui poucos centros formadores. Por um mecanismo simples de oferta e procura, eles acabam ganhando muito acima da média profissional e a tendo alguns privilégios, como a autonomia, já que um profissional precisa trabalhar para vários clientes diferentes.

Mas com a difusão do ensino superior, essas profissões tendem mais para o funcionário do que para o profissional autônomo (o que não é nenhum demérito) e este, que compunha a classe média clássica, tende a desaparecer.

Algo semelhante acontece com as profissões modernas ligadas à tecnologia da informação, só que em ciclos muito mais rápidos.

Apenas um último comentário para esclarecimento do meu post anterior (e não falo mais de classe média, que nada tem a ver com MST): o que eu quis dizer é que o que atualmente se chama de classe média é muito diferente do que se chamava nos anos 40 a 80; naquele tempo, classe média era profissional liberal autônomo; hoje é funcionário que ganha bem. A diferença é de renda, não de posição no sistema produtivo.

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DOM DIEGO DE LA VEGA
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#260 Mensagem por DOM DIEGO DE LA VEGA » 06 Mai 2009, 13:14

Se, por acaso, conseguíssemos apoio logístico da Venezuela, Irã, China ou Vietnã.
MAIS DO QUE O MST GANHA DO GOVERNO ATRAVÉS DAS ONGS???





carece muito desses tipos de profissional, que são escassos, pois o país possui poucos centros formadores.


EU ACHO QUE POSSUI MUITOS, PORÉM, MUITOS DE BAIXA QUALIDADE!

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Compson
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#261 Mensagem por Compson » 06 Mai 2009, 15:50

DOM DIEGO DE LA VEGA escreveu:
carece muito desses tipos de profissional, que são escassos, pois o país possui poucos centros formadores.


EU ACHO QUE POSSUI MUITOS, PORÉM, MUITOS DE BAIXA QUALIDADE!
Hoje em dia, certamente, mas no techo citado, eu me referia ao período de desenvolvimento industrial do Brasil (1930/40 - 1990).

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Tiozinho50
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#262 Mensagem por Tiozinho50 » 07 Mai 2009, 03:30

Compson escreveu:Hoje em dia, certamente, mas no techo citado, eu me referia ao período de desenvolvimento industrial do Brasil (1930/40 - 1990).

Sobre o tema:


http://www.unb.br/face/eco/textos/industrializacao.pdf

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Carnage
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#263 Mensagem por Carnage » 07 Mai 2009, 15:26

Os senhores que reclamaram do texto obviamente não conhecem o grande Alexander Dimitrov...

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Carnage
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#264 Mensagem por Carnage » 07 Mai 2009, 15:26

Roy Kalifa escreveu:Depois que eu soube que ele também viajava por conta do erário do governo, perdi o tesão no cara.
Uiiiii...................


:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:




Aterradoras e pertubadoras imagens de tangas passaram pela minha cabeça...

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#265 Mensagem por kank » 07 Mai 2009, 16:15

carnage
Roy Kalifa escreveu:
Depois que eu soube que ele também viajava por conta do erário do governo, perdi o tesão no cara.

Uiiiii...................







Aterradoras e pertubadoras imagens de tangas passaram pela minha cabeça...




:oops: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

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#266 Mensagem por ussama » 07 Mai 2009, 16:28

o alexandre revela suas aventuras e o kalifa tb. :lol:

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capa dura
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#267 Mensagem por capa dura » 07 Mai 2009, 17:07

Carnage escreveu:
Roy Kalifa escreveu:Depois que eu soube que ele também viajava por conta do erário do governo, perdi o tesão no cara.
Uiiiii...................


:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:




Aterradoras e pertubadoras imagens de tangas passaram pela minha cabeça...
Eita.....
Porra, kalifa.....
Explica melhor essa história de "tesão no cara"!?

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#268 Mensagem por Roy Kalifa » 07 Mai 2009, 17:42

Porra vocês sempre intrepretam errado o que o Kalifa escreve... :D

Tesão no cara é modo de falar. Significa que eu comprava as idéias dele como candidato a Prefeito da outrora cidade maravilhosa.

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#269 Mensagem por Roy Kalifa » 07 Mai 2009, 17:47

Quer dizer então que o Dimitrov é cascateiro ?

Sendo assim, poderei então dormir mais tranquilo.

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#270 Mensagem por Carnage » 08 Mai 2009, 10:36

Achei uma entrevista feita com o Procurados Geral do Pará, que fala sobre o caso de uma fazenda de Dantas em disputa judicial.

Esta entrevista fala de uma Fazenda Castanhal e de Fazenda Espírito Santo, e ainda depois de Fazenda Castalhal Espírito Santo.

Quantas fazendas são? É só uma? São duas? Em qual destas duas aconteceu o conflito? Ou não foi em nenhuma delas. Porque a entrevista não comenta o conflito.

Parti então a uma busca do nome da fazenda onde aconteceu o conflito, e fiquei muito curioso ao ver que uma boa parte das reportagens simplesmente não falava o nome da fazenda. Com uma busca mais genérica achei nomes como Fazenda Castanhal, Fazenda Santa Bárbara, Fazenda Espírito Santo, Fazenda Castanhal do Espírito Santo. Qual delas é? E umas falavam de fazenda em
Eldorado do Carajás e outros em fazenda no município de Xinguara. Onde ela fica então?

Veja esse trecho:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 638250.asp
MST invade fazenda de Daniel Dantas e diz que é protesto contra Gilmar Mendes
Plantão | Publicada em 28/02/2009 às 16h35m
Flávio Freire, O Globo

SÃO PAULO - A coordenação do MST na região de Eldorado dos Carajás informou que a invasão à fazenda Castanhal do Espírito Santo, naquela cidade, na madrugada de sexta-feira, foi um protesto às recentes declarações do ministro do STF, Gilmar Mendes, de que repasses de verbas públicas ao movimento são ilegais. Os sem terra garantiram que não houve violência durante a ocupação, e que os funcionários da empresa que opera naquela área têm livre acesso para entrar ou sair da propriedade quando quiserem. A manifestação de Gilmar Mendes foi o que provocou a invasão.
Ou seja, na entrevista se fala de uma Fazenda Castanhal e de uma Fazenda Espírito Santo. São então uma mesma fazenda?

Este outro trecho fala de uma Fazenda Espírito Santo. É outra?
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 640536.asp
Fazenda de Daniel Dantas invadida pelo MST vai à Justiça pedir reintegração de posse
Plantão | Publicada em 28/02/2009 às 20h30m
TV Globo

RIO - A gerência da Fazenda Espírito Santo, no município de Eldorado dos Carajás, invadida pelo movimento MST na madrugada deste sábado, informou que vai entrar na Justiça com um pedido de reintegração de posse. Fiscais da Secretaria de Conflitos Agrários estiveram na fazenda, que pertence ao grupo Opportunity de Daniel Dantas, para verificar a situação.
Ja agora, numa materia falando do conflito, se referem a Fazenda Espírito Santo, que fica em Xinguara, não em Eldorado do Carajás, como a anterior

http://www.votebrasil.com/noticia/regio ... as-no-para
18/04/2009 - 22h14
Fonte: Reuters
Confronto fere pelo menos oito em fazenda de Daniel Dantas no Pará

A fazenda fica próxima ao local que foi palco, em 1996, do que ficou conhecido como o "massacre de Eldorado dos Carajás", quando 19 trabalhadores morreram em um confronto com policiais.

Um tiroteio neste sábado (18) entre trabalhadores sem-terra e seguranças deixou pelo menos oito pessoas feridas na fazenda de uma empresa ligada ao grupo Opportunity, pertencente ao banqueiro Daniel Dantas, no Pará.

A fazenda Espírito Santo, no município de Xinguara, no Sul do Pará, próximo a Eldorado dos Carajás, está ocupada por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde fevereiro. Na ocasião, o MST alegou ter invadido a fazenda em protesto contra declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que havia dito que repasses de verbas públicas ao movimento são ilegais.

A fazenda fica próxima ao local que foi palco, em 1996, do que ficou conhecido como o "massacre de Eldorado dos Carajás", quando 19 trabalhadores morreram em um confronto com policiais.
Meio inconclusivo. Ainda tem outras matérias chamando o local de Fazenda Santa Bárbara, mas pelo que vi em outros locais, o caso é que a propriedade é de uma Agropecuária Santa Bárbara. Ou seja, não seria o nome da fazenda.

Seja como for. A entrevista que vou colar aqui mostra como é a situação das terras no Pará, e parece que grande parte destas é sim de terras griladas

Acompanhem a entrevista:

http://www.amazonia.org.br/noticias/not ... ?id=309646
Fazenda de Dantas: "Há certo receio do Judiciário em discutir a propriedade", diz procurador-geral - 04/05/2009

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br

Em entrevista exclusiva ao Amazonia.org.br, o procurador-geral do Estado do Pará, Ibraim Rocha, que trabalha em vários processos relacionados à questão fundiária no Estado, fala sobre o caso da ocupação das fazendas do banqueiro Daniel Dantas e, de um ponto de vista jurídico, analisa o caos fundiário na região. Confira.

Amazonia.org.br - Quantas ações similares à da Fazenda Castanhal, de propriedade de Daniel Dantas, estão em curso no Pará?

Rocha - O Estado tem aproximadamente 60 ações ajuizadas

Amazonia.org.br - Na sua opinião, todas essas ações são ligadas à grilagem?

Rocha - São causas variadas de grilagem, mas no geral, o cerne comum são ações de combate à grilagem em terras públicas.

Amazonia.org.br - Na sua opinião, qual o principal motivo pela grilagem no Pará hoje?

Rocha - Primeiro que nós temos cartorários que nunca exerceram de fato o ofício de matricular somente o que era de direito, mas admitiram vários títulos que não eram registrados como representativos de domínio e por aí se criou uma grande facilidade na especulação do direito à terra que gerou esse caos hoje existente no Estado.

Amazonia.org.br - A impunidade está relacionada a isso?

Rocha - Com toda certeza, porque não sendo apurados, não sendo devidamente corrigidos esses descalabros e também com pouca eficiência nas decisões para cancelar esses registros imobiliários irregulares, incentiva-se a impunidade e o pensamento de que é fácil grilar terra pública.

Amazonia.org.br - Com relação ao caso do Daniel Dantas e da fazenda Castanhal Espírito Santo, que teve o registro bloqueado recentemente, por que ainda não houve o cancelamento definitivo do registro? Por que por enquanto só houve uma suspensão?

Rocha - O Estado requereu o cancelamento definitivo por entender que uma vez que o objeto para o qual foi concedido o aforamento - que é a exploração de castanhal - foi totalmente desvirtuado e mesmo no contato de aforamento a terra permanece como pública, na verdade o que tem que se cancelar é a concessão de aforamento.

Então deveria ter sido concedida essa decisão pelo juiz liminarmente, mas não foi o que aconteceu. E neste sentido, estamos apresentando a réplica. Esperamos que então a Justiça decrete - da maneira mais rápida possível - o cancelamento deste registro imobiliário que diz respeito ao contato de aforamento e que a terra então seja plenamente do Estado.

Amazonia.org.br - O processo de investigação que dá subsídios à decisão do juiz já está completa?

Rocha - Sim. Toda a documentação comprova que foi feita a promessa de compra e venda sem autorização do Estado; a prova pública de que na verdade não tem mais castanhal no local, portanto não tem mais sentido nenhum se falar em contato de aforamento - além do que a própria autorização para a consolidação da área do aforamento como propriedade não foi feita na forma da Lei, com autorização do governador.

Então há uma série de irregularidade que só levam a um caminho: o reconhecimento de que essas são terras públicas estaduais.


Amazonia.org.br - Então já foi proposto esse novo pedido para o cancelamento. Foi um recurso?

Rocha - Desde que nós ajuizamos a ação, pedimos o cancelamento, não apenas o bloqueio. O juiz é que deferiu pelo bloqueio apenas. E como é uma decisão cautelar e nós achamos que seria difícil convencer o tribunal sem que o juiz titular sentenciasse pelo cancelamento, nós decidimos não recorrer, mas sim insistir que o próprio juiz julgasse rapidamente e decretasse a nulidade.

Amazonia.org.br - Qual prazo deve transcorrer até que haja uma decisão sobre o caso?

Rocha - Esse é o problema, o judiciário tem sido muito lento. Mas estamos insistindo para que o julgamento ocorra em breve. Estamos instigando para isso, mas não temos como antecipar a decisão final.

(não é lento quando são Habeas Corpus para tirar o Dantas da cadeia, não é??)

Amazonia.org.br - O senhor acha que o grande número de ações ligadas à grilagem é o que dificulta a decisão rápida das ações ou tem algum outro motivo?

Rocha - Acho que o pouco conhecimento da matéria por parte dos juízes e o medo de que o Estado vá retirar supostos produtores rurais, quando na verdade o que o Estado quer é que a terra volte a ele.

O que o cidadão tiver de direitos, será reconhecido. O que não pode é ele ficar sobre a terra como se fosse dono dela sem pagar nada a quem realmente é o seu dono, que é o Estado.

Amazonia.org.br - Quando o senhor fala desse medo dos juízes, estaria aí o motivo para a Vara de Marabá ter deferido recentemente um pedido de liminar feito de forma fraudulenta por Daniel Dantas? Isso porque o pedido dele se refere à fazenda Espírito Santo, que está sob a vara de Redenção.

Rocha - Na verdade, a decisão não foi concedida pelo juiz da Vara Agrária e sim pelo tribunal. Quem foi induzido ao erro foi o tribunal e não a vara. A vara não tinha concedido a liminar. A Vara Agrária de Marabá tinha caçado a liminar concedida pelo juiz de plantão e o tribunal reformou essa decisão e concedeu a liminar de forma confusa, vamos dizer assim.

Amazonia.org.br - Essa decisão pode ter algum afeito prático, já que ela é inválida por conter vício processual?

Rocha - Ela não tem o efeito prático, por exemplo, de desocupar uma vara que está a 220 km de Marabá quando a decisão diz que a fazenda está a 105 km. Esse é um problema prático, não tem como cumprir a decisão, se ela fosse legítima.

Amazonia.org.br - E não há, até agora, nenhuma iniciativa de cumprir essa decisão?

Rocha - O Estado não recebeu nenhuma intimação. Quando receber e se receber irá discutir essa questão do objeto, da forma de cumprimento.

Amazonia.org.br - O senhor considera que essa decisão foi um erro, uma confusão, ou tem relação com esse medo que o senhor comentou anteriormente?

Rocha - Um pouco de cada. Há certo receio do judiciário em discutir a propriedade, em notificar para saber se a pessoa é realmente proprietária da terra.

E há grande repercussão na mídia sobre a suposta invasão da propriedade. Isso induz o juiz ao erro, como a empresa conseguiu induzir nesse caso concreto.

(Por que será que a empresa de Dantas até se ofereceu para transportar os repórteres para a fazenda para mostrar a ocupação, hein??}
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... rnalistas/

Amazonia.org.br - Só a partir dessa ocupação pelo Movimento dos Sem Terra (MST) é que acabou sendo discutindo a questão agrária na região, por que antes não foi feita nenhuma investigação nesse sentido?

Rocha - Não, na verdade foi feito. Tanto que a nossa a ação foi ajuizada em setembro de 2008, muito antes da invasão. E a concessão da liminar do Estado, nesse caso concreto da (fazenda) Espírito Santo, foi em janeiro de 2009. Portanto, foi muito antes da invasão. Na verdade o Estado já vinha sim, discutindo isso.

(foi antes da invasão, mas os sem terra tem militado na região a anos. E é suposto que sem esta militância não haveria discussão nenhuma hoje em torno destas terras griladas no Pará, e gente como Dandas continuaria "enganando" juízes com seus advogados)

Amazonia.org.br - E o processo de reunião de provas é lento mesmo?

Rocha - Na verdade, nós temos uma grande dificuldade que é os cartorários não informarem para o Estado sobre os títulos quando o Estado pede informação.

Inclusive, nós estamos entrando com pedido na Corregedoria de Justiça do Interior para que ela obrigue os cartórios a acelerar o fornecimento dessas informações, que são essenciais para a gente poder ajuizar as ações.

(opa, e fica assim? O cartório não é obrigado a informar não? Qual é interesse do cartório em não informar?? Será que os cartórios são convencido$ por alguém a não informar??)

Amazonia.org.br - Esse caso da decisão do Tribunal de Justiça, assim como o fato de dois habeas corpus que foram concedidos pelo Gilmar Mendes para o Daniel Dantas, revela uma conivência do poder judiciário com as invasões de terras e com os grileiros?

Rocha - Eu não diria que o poder judiciário atua de forma conivente, porque isso seria muito forte, seria desacreditar na Justiça e assim ficaria sem função, a função do advogado. A gente poderia dizer que esses advogados têm, vamos dizer assim, um apurado técnico que torna mais fácil chegar aos tribunais do que as causas dos pequenos, e com isso, eles conseguem muitas vezes obter essas liminares.

Mas não posso desacreditar no poder judiciário. Não posso pensar que o poder judiciário está conivente com os banqueiros e com a grilagem, isso seria muito forte.

Amazonia.org.br - E caso o juiz acate o pedido que foi feito pelo senhor já será possível que a Agropecuária Santa Barbara deixe as terras?

Rocha - Não, ai é que está. Se a gente conseguir que se decrete que a terra é pública, o Estado vai ver o que de fato a Agropecuária ocupa e o que ela tem direito a regularização fundiária na forma da lei. Boa parte daquela terra não é ocupada e ai vai retornar ao Estado e o que ela tiver efetivamente ocupado, vai ter que demonstrar que cumpre sua função social e vai ter que comprar do Estado. É assim que funciona.

Amazonia.org.br - A agropecuária também vai ter a possibilidade de alegar boa fé na aquisição das terras?

Rocha - Na verdade o Estado não vê a boa fé, o Estado vê a questão da produção. O que interessa para o Estado é que esteja produzindo. Não interessa se ele pagou para A ou B, se estava de boa ou má fé. O que interessa é que ele está ocupando. A boa fé dele é demonstrada pelo que ele estiver ocupando.

Amazonia.org.br - O Estado indenizaria essa produção que foi feita no local?

Rocha - Não, não indenizaria. Isso seria um requisito para ele ter o direito de comprar a terra do Estado e nada mais.

Amazonia.org.br - O interesse público nessa hora também é avaliado ou apenas o nível de produtividade?

Rocha - O próprio nível de produtividade tem a ver com o interesse público, porque se o Estado eventualmente entender que ele não tem direito à terra, por qualquer motivo, ele tem que sair de lá. Nesse caso, evidentemente, as benfeitorias teriam que ser indenizadas. Então não faz muito sentido o Estado ter que pagar, podendo reconhecer um direito menor. É isso que acontece em qualquer área do poder público.

Amazonia.org.br -Caso se comprove mesmo que a Agropecuária Santa Bárbara incorreu em todos esses crimes, qual será a penalização?

Rocha - Civilmente o Estado vai requerer o direito à terra, à propriedade, portanto vai haver a perda da propriedade em toda sua extensão.

O Estado vai regularizar somente o que estiver efetivamente ocupado, sem prejuízo, claro, de qualquer dano ambiental. No que diz respeito à questão penal, já foi remetido os atos ao Ministério Público e a qualquer momento pode oferecer uma denúncia criminal contra o grupo (Opportunity - proprietário das fazendas, cujo maior acionista é o banqueiro Daniel Dantas).

Amazonia.org.br - Foi lançado na semana passada o resultado de uma pesquisa feita pela comissão permanente de monitoramento, estudo e assessoramento das questões ligadas a grilagem. O senhor está acompanhando essa pesquisa, os resultados?

Rocha - Sim, eu estava lá no lançamento. A procuradoria geral do estado integra a comissão, nós ajudamos a elaborar o estudo da comissão.

Amazonia.org.br - E qual a avaliação que o senhor faz dos resultados?

Rocha - Sempre houve uma denúncia dos vários movimentos sociais, é de conhecimento público, desse caos fundiário, mas você nunca tinha os números. O que a comissão fez foi isso foi demonstrar de forma cabal os números desse absurdo fundiário.

Amazonia.org.br - Quais seriam as medidas emergenciais que a sociedade deveria cobrar para que houvesse melhoria desse caos?

Rocha - Seria e foi feito pela comissão, requerer que o tribunal admitisse a possibilidade de cancelamento administrativo. Inclusive agora, e nós estamos apoiando isso, o Estado vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça requerendo que reforme e oriente o tribunal no sentido de criar um procedimento que permita o cancelamento administrativo dos casos ditos fraudulentos.

Ao invés de o Estado ficar entrando com ações para cancelar títulos que levam anos na Justiça, na verdade seria o grileiro que teria que correr atrás do Estado para provar que a terra dele é legítima. Teria muito mais agilidade, porque não teriam recursos administrativos ali cabíveis.

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