Desaparecimento das abelhas : Vai faltar mel ou pode ser algo pior ?

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Desaparecimento das abelhas : Vai faltar mel ou pode ser algo pior ?

#1 Mensagem por Vlad_Vostok » 04 Jun 2009, 17:43

Existem vários assuntos que gostaria informar para aqueles que não são ligados nos misterios do mundo e da natureza . Esse é um deles.
"Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana." disse Albert Einstein.
06/04/2007 - 16h31
Desaparecimento em massa de abelhas nos EUA permanece inexplicável

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da France Presse, em Washington

A inquietação cresce entre os apicultores americanos pelo misterioso desaparecimento de milhões de abelhas nos últimos meses, problema que ameaça a produção nacional de mel e as colheitas que dependem do papel-chave destes insetos na polinização.

Entre 30 e 60% das abelhas sumiram na Califórnia (oeste) e mais de 70% em algumas regiões da costa leste e no Texas (sul). A situação é observada em 24 Estados americanos e duas Províncias canadenses, segundo estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês).

O despovoamento de uma colméia em até 20% durante o inverno é considerado normal, mas os apicultores demonstram preocupação uma vez que as colônias de abelhas domésticas estão em constante diminuição desde 1980 nos Estados Unidos.

Segundo a Usda, atualmente há 2,4 milhões de colméias no país, 25% a menos que em 1980, ao mesmo tempo que o número de apicultores profissionais caiu à metade desde a mesma data.

Sem precedentes

A magnitude deste desaparecimento em massa de abelhas, considerado sem precedentes, levou a associação apícola americana a exigir a ajuda do Congresso em uma audiência recente em Washington.

"Quase 40% das abelhas de minhas 2.000 colônias morreram. Esta é a maior taxa de mortalidade que vi em meus 30 anos de carreira como apicultor", afirmou na semana passada a uma subcomissão agrícola da Câmara de Representantes do Congresso Gene Brandi, presidente da associação de apicultores da Califórnia.

As abelhas domésticas são essenciais para a polinização de mais de 90 tipos de frutas e legumes, cujas colheitas estão avaliadas em 15 bilhões de dólares por ano, 6 bilhões apenas na Califórnia.

O cultivo de amêndoas neste Estado gera 2 bilhões de dólares em lucros e depende de 1,4 milhão de abelhas, segundo Brandi.

Colapso das colônias

Diana Cox-Foster, professora de entomologia da Universidade da Pensilvânia, explicou na mesma subcomissão que este novo problema de despovoamento em massa das colméias, batizada de "desordem de colapso de colônias", apresenta sintomas únicos, diferentes dos observados quando acontecem as freqüentes infecções do parasita Varroa jacobsoni, que destrói as larvas.

No caso desta desordem, as colônias de abelhas domésticas sãs diminuem repentinamente, deixando poucas ou nenhuma abelha sobrevivente.

As rainhas --uma em cada colméia e que garantem a reprodução-- são encontradas com algumas abelhas adultas na presença de uma importante reserva de comida, mas durante esta crise não foram encontradas abelhas mortas no interior das colônias ou suas proximidades.

O fato de outras abelhas ou parasitas demoraram tanto tempo a instalar-se nas colméias que ficam desertas pela desordem aumenta as especulações da presença de um produto químico ou uma toxina, segundo Diana Cox-Foster.

Todas as abelhas encontradas nas colônias devastadas por este misterioso mal estavam infectadas com uma multidão de microorganismos, vários deles responsáveis por doenças vinculadas ao estresse destes insetos.

Os cientistas mencionam a hipótese de existência de um novo patógeno ou um produto químico que afeta o sistema imunológico das abelhas.

Na França se registrou um caso de despovoamento nos anos 90, atribuído a um inseticida posteriormente proibido no país.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cien ... 6247.shtml

Vida e Ambiente : Desaparecimento de abelhas já preocupa o Brasil
Enviado por Délcio César Cordeiro Rocha em 2/7/2007 8:10:00

O desaparecimento de abelhas do planeta tem preocupado autoridades de vários países. Aqui no Brasil, deputados que compõem a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizaram audiência pública, em Brasília, para discutir o que os cientistas chamam de desordem de colapso de colônia.

A pesquisadora Fábia de Mello Pereira, da Embrapa Meio-Norte (Teresina – PI), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), participou da audiência pública, apresentando um estudo sobre os sintomas e as possíveis causas desse problema que afeta as abelhas.

A desordem de colapso de colônia já foi identificada nos Estados Unidos, Alemanha, Suíça e Península Ibérica, e é caracterizada pelo fato de abelhas operárias encarregadas de coletar o néctar e o pólen nas flores não retornarem às colméias. Segundo Fábia, como esse problema ainda não foi, oficialmente, constatado no Brasil, a causa da morte das abelhas no território brasileiro pode ser, entre outras, por envenenamento, plantas tóxicas, e por fome. “Esse último motivo é causado pela má disposição das colméias em regiões sem floradas suficientes, e também pelo fato de os apicultores não fornecerem alimentos para as abelhas”, explicou. Além dos problemas citados com as espécies de abelhas Apis mellifer (introduzidas na época do Brasil colônia), a pesquisadora comentou sobre outros problemas que afetam as abelhas nativas. Dentre eles o desmatamento e a atuação dos chamados “meleiros”, que, no processo de extração de mel, acabam matando as abelhas.

A pesquisadora afirmou ainda que é preciso monitorar o problema, dando a atenção necessária ao caso identificado em outros países, como nos Estados Unidos. “Não devemos descartar a possibilidade desse problema ocorrer no Brasil, por isso devemos ficar atentos”. Para Fábia, o desaparecimento das abelhas afetaria diretamente a apicultura (criação de abelhas). “A maior ameaça seria para o desenvolvimento sustentável, já que a apicultura, além de preservar o meio ambiente, gera renda e auxilia na inclusão social.” comentou

Segundo o diretor do Centro de Estudos de Insetos Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), professor Osmar Malaspina, o problema não chegou no Brasil. Ele afirma que a morte de abelhas no país pode ser decorrência de vários fatores, considerados ainda suspeitos. “No fim do ano, por exemplo, uma planta típica do cerrado produz um pólen tóxico para as abelhas, causando a morte delas. A seca prolongada no inverno em algumas regiões do país, também é um problema, uma vez que há escassez de alimentos para as abelhas. Um terceiro fator seriam os agrotóxicos que os apicultores colocam em seus apiários. Ou seja não são ocorrências freqüentes que possam alarmar a sociedade”, explicou.

Durante a audiência pública, o fiscal federal agropecuário, Alberto Gomes da Silva, do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, órgão que tem a competência legal para certificar a ocorrência de doenças de plantas e animais no Brasil, afirmou que não há estudos conclusivos que comprovem que o país esteja sofrendo desse mal.
Fonte: Embrapa / www.faunabrasil.com.br
http://www.zootecniabrasil.com.br/siste ... toryid=339

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#2 Mensagem por Roy Kalifa » 04 Jun 2009, 18:17

Sim, qualquer fenômeno estranho desta natureza tem reflexo no desequilibrio que o homem tem proporcionado ao meio ambiente.

Se pelo menos ao invés das abelhas, as baratas tivessem sumido, seria um desaparecimento que não deixaria saudades.

Agora, ficar sem melzinho não dá não....

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#3 Mensagem por ZeitGeist » 04 Jun 2009, 18:24

O povo acaba com o mato e controem um monte de casas ( ou barracos ), não tem flora ou fauna que aguente :twisted:!

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#4 Mensagem por Witwicky » 04 Jun 2009, 18:27

Bom, a reportagem é de 2007, portanto faltam 2 anos pra humanidade.

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#5 Mensagem por PAULOSTORY » 04 Jun 2009, 22:41


PRA MIM NAO VAI FAZER MUITA DIFERENCA NAO, POIS NAO LIGO PARA MEL.
AGORA PARA OS "ABELHOS". AI SIM, A QUESTAO EH PREOCUPANTE. :lol:

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#6 Mensagem por srmadruga » 05 Jun 2009, 09:02

Witwicky escreveu:Bom, a reportagem é de 2007, portanto faltam 2 anos pra humanidade.
:lol:

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#7 Mensagem por LFerrari » 05 Jun 2009, 23:05

Acho q o pessoal tá assistindo ao filme BEE MOVIE e encarando tudo com muita seriedade...

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#8 Mensagem por Carnage » 06 Jun 2009, 01:37

Vlad, sinceramente, às vezes parece que você está torcendo pro mundo acabar! :lol:

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#9 Mensagem por Nazrudin » 06 Jun 2009, 11:45

Adoro um melzinho, principalmente quando escorre da buceta. Sou a favor das abelhinhas, principalmente aquelas que fazem zumzum a cada reboladinha.

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#10 Mensagem por Cara_do_Fliperama » 07 Jun 2009, 18:00

O mundo nao ira acabar, as formas de vida talvez sim ...

Com relacao as abelhas, a noticia eh de 2007 e de lah para cah se nao relataram mais nada acho q devem ter voltado, senao as manchetes a respeito iriam continuar???

E acabar mesmo acho dificil. Bom, se ja sobrevivemos a tantas outras previsoes de final de mundo... sei lah, isso ta mais pra garantir a renda de videntes..rs

Para viajar na maionese -> o afeganistao fica num lugar bem alto nao! entao... sera que tao querendo invadir lah para garantir umas cavernas nas montanhas ???? :roll:


FIM

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#11 Mensagem por Vlad_Vostok » 07 Jun 2009, 19:08

Cara_do_Fliperama escreveu:O mundo nao ira acabar, as formas de vida talvez sim ...

Com relacao as abelhas, a noticia eh de 2007 e de lah para cah se nao relataram mais nada acho q devem ter voltado, senao as manchetes a respeito iriam continuar???
20/02/2009 - 10:53 - Atualizado em 28/05/2009 - 17:23

O assassino das abelhas

Cientistas descobriram um vírus que infecta as colméias. Mas ele sozinho não explica por que os enxames estão morrendo no mundo todo

Luciana Vicária

INFECÇÃO(Foto)
Apicultor americano passa açúcar com antibiótico na colméia para tratar abelhas doentes. O fenômeno pode afetar a produção de alimentos

A descoberta de um vírus poderoso que infecta abelhas pode ajudar a solucionar um mistério que há dois anos preocupa os cientistas em várias partes do mundo – a mortandade sem precedentes das abelhas nos Estados Unidos e na Europa. Nos últimos meses, os agricultores americanos perderam cerca de 80% de seus enxames. Na França, aproximadamente 30% das colméias morreram no primeiro semestre deste ano. Também há suspeitas de perdas na Suíça, Espanha e Inglaterra. Ainda não se sabe se o Brasil foi atingido por esse vírus.

Agricultores gaúchos e catarinenses relataram o desaparecimento de abelhas em níveis inéditos neste ano. Há estimativas de perdas em torno de 25% da produção de mel. O problema só não é maior no mundo porque os agricultores ainda conseguem comprar enxames novos para repor as perdas. Mas ninguém sabe por quanto tempo será possível encontrar colméias saudáveis para abastecer o mercado.

Na semana passada, um grupo de pesquisadores americanos revelou ter identificado um vírus presente em 96% das abelhas mortas em todos os enxames dizimados. O artigo foi publicado na revista científica Science. Ao comparar o genoma de abelhas sadias e doentes, os cientistas encontraram o vírus israelense de paralisia aguda (IAPV). A praga foi descrita pela primeira vez há dois anos em Israel. Ela teria se espalhado pela Austrália e alcançado os EUA, que importam colméias de várias partes do mundo. Ainda não se conhece o poder destrutivo do vírus. Sabe-se apenas que ele ataca a parte motora das abelhas, deixando as asas trêmulas de modo progressivo. Em alguns casos, os insetos perdem a capacidade de voar, caem no chão e morrem.

“O vírus é apenas a primeira peça do quebra-cabeça”, diz Diana Cox-Foster, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, que lidera o grupo de estudos sobre o sumiço das abelhas. O vírus não explica por que as abelhas morrem a quilômetros de distância da colméia. Em Israel, onde a praga atacou pela primeira vez, as abelhas-operárias tombavam à beira da colméia. “Quando uma colônia é afetada por um microrganismo, sempre há muitas abelhas mortas ao redor da colméia”, diz Walter Haefecker, diretor da Associação Alemã de Apicultura. Agora, as abelhas-operárias saem de casa aparentemente saudáveis e não voltam para alimentar as mais novas. Elas seguem sem rumo e morrem, provavelmente por inanição. Afinal, o que as está matando?

A única certeza dos cientistas é que as abelhas estão debilitadas. A análise dos insetos mortos mostrou que, além do vírus israelense, as abelhas estavam infectadas por bactérias, fungos e protozoários. Algumas apresentavam cinco ou seis infecções ao mesmo tempo. “Os insetos estão estressados, e seu sistema imunológico pode ter entrado em colapso”, diz Fábia de Mello Pereira, da Embrapa. Há vários fatores que, aparentemente, estão enfraquecendo o sistema imunológico das abelhas. Todos eles, segundo os cientistas, têm o poder de acionar um comportamento atípico nas abelhas.
Os agricultores americanos perderam cerca de 80% dos enxames nos últimos meses

O primeiro fator de estresse seriam as plantações transgênicas. Algumas plantas recebem um gene de bactéria, que produz toxinas para repelir insetos da família das mariposas e borboletas. Surgiram indícios de que o pólen dessas plantas geneticamente modificadas estaria debilitando as abelhas. Um estudo realizado na Universidade de Jena, na Alemanha, entre 2001 e 2004, mostrou que as abelhas adoeceram com mais facilidade quando se nutriram de pólen transgênico. Mas pode ter sido por outras causas. “Nenhum estudo é conclusivo ainda”, diz Fábia.

O aquecimento global é o segundo suspeito. A alteração no regime de chuvas adia a maturação de algumas espécies de flores e pode matar colméias inteiras por desnutrição. Afinal, o pólen é a principal fonte de alimento desses insetos. Além disso, a prática de alugar colméias é mais um fator estressante para as abelhas. Elas são levadas de uma fazenda para outra de caminhão sempre que novas culturas estão em época de floração.

O principal suspeito é o uso de agrotóxicos. Os pesquisadores desconfiam especialmente de uma classe de pesticidas derivados do tabaco, da classe dos neonicotinóides. Ele afeta o sistema neurológico dos animais. “Isso poderia explicar o porquê de as abelhas saírem da colméia e não voltar mais”, diz o cientista alemão Haefecker. Elas não conseguiriam achar o caminho de volta. Outra razão para desconfiar dos pesticidas é que a colméia vazia não é atacada por predadores. “Pode haver algo tóxico nelas.”

As abelhas domésticas são os insetos mais importantes na produção de alimentos
. Ao levar o pólen de uma flor a outra, elas induzem a formação de sementes e frutos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), as abelhas polinizam os frutos de 73% dos alimentos que consumimos. “Nenhum inseto tem a capacidade de substituir as abelhas”, diz Ian Lipkin, diretor do Centro de Infecção e Imunologia da Universidade Colúmbia. A falta das abelhas seria mais catastrófica para a agricultura que o aquecimento global, afirma Diana. O físico Albert Einstein, um admirador das abelhas, certa vez disse: “Se a abelha desaparecer da superfície do planeta, então ao homem restariam apenas quatro anos de vida”.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... ELHAS.html

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#12 Mensagem por Trankera » 08 Jun 2009, 12:07

Acho que só vai restar o mel Karo... nada melhor que Glicose de Milho industrial para adoçar uma 51. :mrgreen:

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Vlad_Vostok
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Tratado Cientifico Sobre as Abelhas

#13 Mensagem por Vlad_Vostok » 08 Jun 2009, 20:12

Scientific American Brasil

edição 84 - Maio 2009

Campos silenciosos


Um conjunto de fatos ainda não dimensionados, mas que deve incluir de ácaros a vírus, e pesticidas agrícolas, está diminuindo a sonoridade do vôo de abelhas e outros polinizadores, produzindo um efeito que os pesquisadores estão chamando de distúrbio do colapso de abelhas

por Diana Cox-Foster e Dennis VanEngelsdorp

Dave Hackenberg ganha a vida transportando abelhas européias: ele coloca as colméias no caminhão e segue de campo em campo, polinizando culturas tão diversas quanto melões na Flórida, maçãs na Pensilvânia, mirtilos no Maine e amêndoas na Califórnia, movimentando-se ao longo da Costa Leste e, com freqüência, de costa a costa.

Repetindo a rotina dos últimos 42 anos, no outono de 2006, ele migrou com a família e as abelhas da casa de verão, no centro da Pensilvânia, para o abrigo de inverno na Flórida central. Os insetos haviam acabado de cumprir a obrigação, polinizando floradas de abóbora na Pensilvânia e agora pegariam o último fluxo de néctar dos picões pretos na Flórida. Segundo Hackenberg, quando ele verificou os polinizadores, a colméia “fervia” de insetos. Porém, ao retornar um mês depois, fi cou horrorizado. A maioria das colônias restantes sofreu perdas de inúmeras operárias.

Restaram apenas as operárias jovens e a rainha, que pareciam saudáveis; mais da metade das 3 mil colméias estava completamente vazia, embora não houvesse abelhas mortas à vista. “Era como uma cidade fantasma”, contou Hackenberg quando nos telefonou buscando uma explicação para o desaparecimento misterioso.

Imediatamente, nós e outros pesquisadores organizamos uma equipe de trabalho interdisciplinar que, em dezembro de 2006, descobriu o fenômeno e mais tarde denominou-o distúrbio do colapso das colônias, ou CCD em inglês. Curiosamente, as colônias de Hackenberg pararam de morrer na primavera seguinte, mas na época apenas 800 dentre as originais 3 mil colônias sobreviveram.

Conforme Hackenberg trocava informações com outros colegas de todo o país, ficou evidente que não estava sozinho. Uma pesquisa conduzida por nossa equipe, na primavera de 2007, revelou que um quarto dos apicultores americanos sofrera perdas semelhantes, e mais de 30% de todas as colônias foram perdidas. No inverno seguinte a mortandade recomeçou e se expandiu, chegando a 36% dos apicultores americanos. Relatos de grandes perdas também surgiram da Austrália, Brasil, Canadá, China, Europa e outras regiões. Não há dados recentes ainda, mas alguns apicultores relatam que houve colapso de colônias neste inverno também.

Essa perda de abelhas foi o sinal de alerta, pois um terço da produção agrícola mundial depende da abelha européia, a Apis mellifera – espécie adotada universalmente pelos apicultores de países ocidentais. As enormes fazendas de monocultura demandam intensa atividade polinizadora por curtos períodos do ano, papel que outros polinizadores, como abelhas silvestres e morcegos, não conseguem desempenhar. Apenas a A. mellifera organiza exércitos de polinizadores praticamente em qualquer época do ano, onde quer que o tempo seja ameno e haja flores a visitar.


DAVE HACKENBERG (foto) foi o primeiro apicultor a alertar os entomologistas americanos sobre o desaparecimento súbito e inexplicável de operárias, indicador do que hoje é conhecido como o distúrbio do colapso das colônias, no outono de 2006. Até o fim do inverno, mais de 60% das suas três mil colônias estavam dizimadas; nos Estados Unidos a perda foi de 30%.

Nosso grupo eliminou várias causas prováveis para o CCD e encontrou diversos fatores que poderiam contribuir; mas nenhum responsável único foi identificado. As abelhas com CCD tendem a ser infestadas por patógenos múltiplos, incluindo um vírus recém-descoberto, mas essas infecções parecem secundárias ou oportunistas – da mesma forma que a pneumonia mata um paciente aidético. O quadro que surge agora apresenta uma condição complexa, que pode ser desencadeada por diversas combinações de fatores. O combate ao CCD pode não ser fácil; talvez seja preciso um maior cuidado com o meio ambiente e mudanças a longo prazo nas práticas agrícolas e apicultoras.

Mesmo antes do distúrbio do colapso das colônias, as abelhas sofreram vários males que reduziram sua população. A quantidade de colônias de melíferas em 2006 era menor que a metade existente em 1949. No entanto, os apicultores não se lembram de ter visto perdas tão sérias quanto as ocorridas nos invernos de 2007 e 2008. Embora provavelmente o CCD não provoque a extinção das abelhas, poderá levar muitos apicultores a desistir de seus negócios. Se devido a isso, a técnica e o conhecimento dos apicultores diminuir muito, mesmo quando o CCD for finalmente superado, cerca de 100 culturas podem ficar sem polinizadores – e a produção em larga escala de certas culturas poderá se tornar inviável. Ainda teríamos milho, trigo, batatas e arroz, mas muitas frutas e legumes que consumimos rotineiramente – como maçãs, mirtilos, brócolis e amêndoas – poderão se tornar alimentos de privilegiados.

Florescimento Silencioso
Quando Hackenberg inicialmente nos contou sobre as abelhas desaparecidas, nosso primeiro pensamento se voltou para os ácaros varroa. Esses parasitas agressivos são responsáveis pela queda de 45% do número de colônias de abelhas cultivadas entre 1987 (quando foram introduzidos nos Estados Unidos) e 2006. As fêmeas adultas de varroa se alimentam da hemolinfa, o sangue das abelhas. Os ácaros também são portadores de viroses e inibem a resposta imunológica dos hospedeiros. Hackenberg, como tantos apicultores especializados, já tinha vasta experiência no combate aos ácaros e tinha certeza de que os sintomas dessa vez eram diferentes.

Um de nós (vanEngelsdorp) fez autópsia nos insetos remanescentes de Hackenberg e encontrou sintomas nunca observados anteriormente, como o tecido cicatricial em órgãos internos. Os testes iniciais também detectaram alguns dos costumeiros suspeitos de doença nas abelhas. No conteúdo estomacal foram encontrados esporos de nosema, parasitas fúngicos unicelulares, que provocam disenteria nas abelhas. No entanto, a contagem de esporos nessas e outras amostras posteriores de melíferas não foram tão altas para explicar as perdas. A análise molecular das abelhas de Hackenberg, feita por outro membro do grupo (Cox-Foster) também demonstrou níveis surpreendentes de infecções virais de vários tipos conhecidos. Mas não se encontrou nenhum patógeno nos insetos que pudesse explicar a escala do desaparecimento.

SEM AS ABELHAS(foto) muitos alimentos do café da manhã, à esquerda, seriam inacessíveis à maioria das pessoas, devido ao preço. A escassez afetaria principalmente várias frutas, além das geléias e conservas, amêndoas e até mesmo o leite, pois as vacas leiteiras, em regime de confinamento, exigem uma ração rica em proteína, que depende de polinizadores

Ou seja, as abelhas estavam doentes, mas cada colônia parecia sofrer de uma combinação diferente de enfermidades. Lançamos a hipótese de que algo comprometera o sistema imunológico dos insetos, deixando-os suscetíveis a vários tipos de infecções que as colônias saudáveis normalmente combatiam. E Hackenberg estava certo: os primeiros suspeitos, os ácaros varroa não estavam presentes em número significativo para explicar a mortandade repentina.

Na primavera de 2007 nosso grupo começou a fazer detalhadas pesquisas em todo o país sobre todos os aspectos de manejo de colônias, entrevistando técnicos que encontraram o CCD, além de outros que não detectaram o fenômeno. Essas e outras investigações descartaram várias outras causas prováveis; não se podia culpar nenhuma técnica de manejo de apicultura. Grandes apicultores comerciais foram tão atingidos – sofrendo grandes perdas –, quanto os de pequeno porte ou os criadores por hobby. Os sintomas afetaram tanto apicultores fixos quanto os migratórios; até mesmo alguns apicultores orgânicos acabaram atingidos.

Quando as reportagens na mídia começaram a narrar a mortandade, outras pessoas, não ligadas à apicultura, também manifestaram preocupação. Muitas delas ficaram ansiosas em compartilhar suas hipóteses quanto ao motivo do CCD. Algumas dessas propostas – como culpar a radiação de telefones celulares – se originaram de estudos sem uma estrutura séria. Outras hipóteses não foram sequer consideradas para testes, como alegações de que as abelhas teriam sido abduzidas por alienígenas.

Uma teoria aceita por muitas pessoas foi de que as abelhas podem ter sido envenenadas por pólen de culturas modificadas geneticamente, especificamente as chamadas culturas Bt, que contêm um gene da toxina de inseticida produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis. Quando as lagartas nocivas se alimentam de culturas produtoras dessas toxinas, elas morrem. Mas já antes da infestação de CCD, as pesquisas demonstraram que a toxina Bt só se torna ativa no intestino de lagartas, pernilongos e de alguns besouros. O trato digestivo de abelhas melíferas e de muitos outros insetos não deixa a Bt agir.

Uma outra teoria popular, muito mais aceitável, culpa os venenos sintéticos. Os dois suspeitos principais são os acaricídeos – substâncias que os apicultores usam para manter os ácaros sob controle – e os pesticidas, tanto do meio ambiente quanto dos campos de cultura polinizados pelas abelhas. Até 2006, novos tipos de pesticidas substituíram as variedades tradicionais. Um tipo em especial, os neonicotinói des, foram responsabilizados por apicultores franceses e de outros locais, por prejudicar os insetos polinizadores. Essa classe de inseticidas imita os efeitos da nicotina, uma defesa natural que as plantas do tabaco lançam contra as pestes devoradoras de folhas, sendo mais tóxica a insetos que a vertebrados. Mas os neonicotinóides também entram no pólen e no néctar das plantas, não apenas nas folhas, e assim potencialmente podem afetar os polinizadores. As pesquisas iniciais indicam que os neonicotinóides diminuem a capacidade de as abelhas melíferas lembrarem como voltar à colméia, sinal de que podem contribuir para o CCD.

Nós e outros especialistas também suspeitamos que a defesa natural das abelhas pode estar enfraquecida por má nutrição. As abelhas, assim como os polinizadores selvagens, não têm mais o mesmo número ou variedade de flores disponíveis porque nós, humanos, tentamos “arrumar” nosso ambiente. Por exemplo, plantamos uma grande extensão de culturas sem deixar áreas com fl ores, mato ou cerca viva. Mantemos enormes gramados sem ervas como o trevo ou o dente-de leão. Mesmo as beiras de estradas e parques refletem o nosso desejo de manter as coisas arrumadas, sem mato. Mas para as abelhas e outros polinizadores, os gramados extensos são como desertos. A alimentação das abelhas que polinizam grandes áreas de uma cultura pode carecer de nutrientes importantes, comparados aos polinizadores que se alimentam de fontes variadas, como seria típico em um ambiente natural. Os apicultores vêm tentando administrar essa preocupação desenvolvendo suplementos de proteínas para a alimentação das colônias – embora os suplementos em si não tenham evitado o CCD.

Esforço Conjunto
Nossa força-tarefa centrou a investigação nessas duas vastas áreas – pesticidas e nutrição – além de outras possibilidades óbvias, de um patógeno novo ou recém-modificado ter provocado o CCD. Os testes sobre as três hipóteses dependiam da coleta de amostras – muitas amostras. Nós nos juntamos a Jeff Pettis, do laboratório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em Beltsville, Maryland, para conduzir essa tarefa que envolvia longos dias, muitos quilômetros na estrada e o desafio de coletar material suficiente para distribuir para toda a equipe. Sem abelhas mortas para estudar, decidimos coletar abelhas vivas de apiários que sofreram a infestação, baseados na premissa de que as sobreviventes poderiam portar a doença em estágio inicial. As abelhas foram coletadas em álcool para contagem de varroa e nosema. Os insetos, o pólen e a cera da colméia foram colocados em gelo seco e rapidamente enviados para os laboratórios na Pensilvânia e Maryland, sendo mantidos em refrigeradores e preservados para as análises químicas e moleculares.

Algumas amostras foram enviadas ao nosso colega David Tarpy, da North Carolina State University, que mediu o conteúdo protéico. Tarpy não encontrou diferença significativa entre os apiários que tinham CCD e outros aparentemente saudáveis. Seus resultados sugerem que o estado nutricional, em si, não explicava o CCD.
Muito mais surpreendente foi o resultado da pesquisa de nossa equipe sobre os pesticidas, para os quais convocamos a ajuda dos pesquisadores da Pennsylvania State University, Maryann Frazier, Jim Frazier e Chris Mullin e de Roger Simonds, químico do laboratório do USDA em Gastonia, Carolina do Norte. (Por coincidência, Simonds é apicultor.) Sua análise de amplo espectro, sensível a inseticidas, herbicidas e fungicidas, revelou mais de 170 substâncias diferentes. A maior parte das amostras armazenadas de pólen continha cinco ou mais tipos diferentes de compostos e algumas chegavam a ter 35. Embora tanto o nível quanto a diversidade de substâncias encontradas seja preocupante, nenhuma indicava estar por trás do CCD; às vezes, colônias saudáveis tinham níveis mais altos de algumas substâncias que as colônias afetadas.

Não foram detectados neonicotinóides nas amostras originais, mas esses e outros pesticidas ainda não podem ser descartados. As colméias são dinâmicas e a nossa amostragem inicial não foi. É possível, se não provável, que as abelhas atingidas pelo CCD tinham sido prejudicadas por substâncias químicas ou por uma mescla de substâncias que não ficaram evidentes à época da coleta de amostras.

Nossas tentativas de identificar uma nova doença infecciosa – ou nova linhagem de uma antiga –, que poderia estar na raiz do CCD, inicialmente pareciam não levar a lugar nenhum. Nenhuma das doenças de abelhas conhecidas, bacterianas, fúngicas ou virais, poderia ser responsabilizada pelas perdas provocadas pelo CCD; assim, não tínhamos idéia do que deveríamos buscar.

Então, Cox-Foster, junto com o grupo de Ian Lipkin, da Columbia University (com a ajuda da empresa de biotecnologia 454 Life Sciences, em Branford, Connecticut), recorreu a um método sofisticado de detecção de microorganismos denominado metagenômica. Por essa técnica, os ácidos nucléicos (DNA e RNA) são coletados de um ambiente com vários organismos diferentes. O material genético é misturado e, em seguida, separado em partes pequenas o bastante para que as suas seqüências de código “de letras” possam ser decifradas. No seqüenciamento de genes convencional os pesquisadores usariam um software para reunir as partes novamente e reconstituir o genoma original do organismo. Mas na metagenômica os genes pertencem a organismos diferentes, assim o seqüenciamento produz um instantâneo de seqüências de vários organismos, até mesmo microscópicos, dentro de um ecossistema. A metagenômica vem sendo usada na pesquisa de ambientes como a água do mar e o solo, revelando uma surpreendente diversidade de microorganismos. Mas também pode ser aplicada para detectar microorganismos abrigados por organismos maiores, vivendo em colaboração (em simbiose), ou como infecção.

Naturalmente, a maioria das seqüências genéticas das nossas amostras é das próprias abelhas. Mas essas foram facilmente filtradas porque, felizmente, o genoma da abelha melífera acabou de ser seqüenciado. As seqüências que não se referiam às abelhas foram comparadas a seqüências genéticas pertencentes a outros organismos conhecidos. Pesquisadores especializados em análise molecular de organismos – incluindo de bactérias, fungos, parasitas e vírus – se juntaram à nossa equipe para identificar possíveis responsáveis.

O estilo de investigação usado, de pesquisa forense, expandiu muito o nosso conhecimento geral sobre as abelhas. Inicialmente, mostrou que todas as amostras (CCD e saudáveis) tinham oito bactérias diferentes que haviam sido descritas em dois estudos anteriores de outras partes do mundo. Essas descobertas sugerem que as bactérias podem ser simbiontes, talvez desempenhando um papel essencial na biologia da abelha no auxílio à digestão, por exemplo. Também encontramos duas espécies de nosemas, dois outros fungos e vários vírus de abelha.

Mas um vírus destacou-se, pois nunca fora identificado antes nos Estados Unidos: o vírus de paralisia aguda israelense, ou IAPV, descrito pela primeira vez em 2004 por Ilan Sela, da Universidade Hebraica de Jerusalém, durante um estudo para descobrir porque as abelhas morriam com convulsões paralisantes. Na nossa amostragem inicial, o IAPV foi detectado em quase todas – embora não em todas – as colônias com sintomas de CCD e apenas em uma delas, que não sofria de CCD. Mas essa forte correlação não é prova de que o IAPV provocou a doença. Por exemplo, o CCD pode ter deixado as abelhas excepcionalmente vulneráveis à infecção de IAPV.

Caso Encerrado?
Sabemos que existem pelo menos três linhagens diferentes do IAPV, e que duas infectaram as abelhas nos Estados Unidos. Uma das linhagens, provavelmente, veio da Austrália em 2005, depois que o governo no americano revogou a proibição de importação de melíferas, existente desde 1922. (A indústria de amêndoas fez lobby para a suspensão do banimento, a fim de evitar a séria falta de polinizadores na época da florada.) A outra linhagem provavelmente apareceu antes e é bem diferente. Sua origem é desconhecida, mas pode ter sido introduzida pela importação de geléia real (nutriente secretado pelas abelhas para alimentar as larvas) ou um suplemento de pólen, ou ainda pode ter entrado indiretamente no país em pesticidas para abelhas recém introduzidos no país. Os dados também sugerem que o IAPV existe em abelhas de outras partes do mundo, desenvolvendo-se em várias linhagens diferentes e, possivelmente, em constante mutação.

Em um esforço para resolver a questão do papel do IAPV, Cox-Foster fez experiências com abelhas saudáveis que foram previamente expostas ao vírus. Sua equipe colocou colméias repletas de abelhas em estufas e alimentou os insetos com água adocicada contendo IAPV. Com certeza, a infecção pareceu demonstrar alguns sintomas de CCD. Depois de uma ou duas semanas de exposição, as abelhas começaram a morrer. As abelhas não morriam perto das colméias, como se esperaria no caso de CCD. Assim, essas descobertas parecem apoiar a hipótese de que o IAPV pode provocar o CCD, ou pelo menos contribuir para o problema.

O empenho dos vários grupos para obter amostragens adicionais demonstrou, no entanto, que o IAPV já se espalhara muito nos Estados Unidos, e que nem todas as colônias infestadas tinham sintomas de CCD, implicando que nem o IAPV sozinho pode provocar a doença ou que algumas abelhas são resistentes ao IAPV. Em especial, um estudo iniciado em 2007 com o USDA, encontrou colônias de três apicultores migratórios e observou colônias infectadas com o IAPV sem o distúrbio.

O consenso crescente entre os pesquisadores é que fatores múltiplos – como a má nutrição e a exposição a pesticidas – podem interagir, enfraquecendo as colônias e deixando-as mais suscetíveis a um colapso provocado por vírus. No caso de nossas experiências nas estufas, o estresse de estarem confinadas em espaços relativamente pequenos pode ter sido suficiente para as colônias sucumbirem ao IAPV e morrerem com sintomas semelhantes ao CCD. Resultados mais recentes de monitoramento a longo prazo, identificaram outros fatores inesperados para a grande perda de colônias, incluindo o fungicida clorotalonil. Agora a pesquisa se centrada em como esses fatores se relacionam com o colapso de colônias.

Seria um alívio haver uma vacina ou tratamento para os vírus das abelhas, e do IAPV em particular. Infelizmente, as vacinas não funcionam nas abelhas, porque o sistema imunológico dos invertebrados não gera o tipo de proteção contra agentes específicos que as vacinas induzem em humanos e outros mamíferos. Os pesquisadores também estão começando a buscar outras abordagens, como a baseada na nova técnica de interferência no RNA, que impede o vírus de se reproduzir no interior de células da abelha. Uma solução a longo prazo seria identificar e criar abelhas resistentes ao vírus. Porém, essa tarefa pode levar anos, talvez tempo demais para evitar a saída de muitos apicultores dessa atividade.

Enquanto isso, muitos apicultores tiveram sucesso parcial em evitar a perda de colônias, redobrando o esforço na melhora da alimentação, mantendo as infecções e parasitas como a varroa e a nosema sob controle, e praticando a boa higiene. Em especial, a pesquisa demonstrou que a esterilização com raios gama, antes da reutilização de estruturas antigas para colméias, reduz o risco de colapso de colônias.

O homem precisa agir rapidamente para garantir que o antigo pacto entre flores e polinizadores permaneça intacto, salvaguardando nosso suprimento de alimento e protegendo o meio ambiente para as gerações futuras. Esse empenho permitirá que as abelhas continuem a polinizar e que a nossa alimentação continue rica em frutas e legumes – que agora parecem ser fáceis de obter.

CONCEITOS-CHAVE

- Milhões de colméias no mundo ficaram vazias com o desaparecimento misterioso das abelhas, colocando em risco cerca de 100 culturas que demandam polinização.

- As pesquisas apontam para uma doença complexa, na qual vários fatores, incluindo práticas agrícolas, deixam as abelhas vulneráveis a vários vírus.

- Parece que o cuidado com a higiene das colméias ajuda a prevenção; e a pesquisa com drogas antivirais também pode levar a possíveis soluções.

[A EXTENSÃO DA PERDA DE COLÔNIAS] - O IMPACTO NOS ESTADOS UNIDOS

O distúrbio de colapso das colônias (CCD) voltou pelo segundo ano no inverno de 2007- 2008. Na primavera de 2008 foi feita uma pesquisa com os apicultores sobre o número de colônias que não sobreviveram àquele inverno. No país todo, 37% das colônias foram perdidas (comparado com a queda típica do inverno, de 15% a 25%); 60% das perdas foram atribuídas ao CCD. A maioria dos estados, onde havia informações disponíveis, foi atingida seriamente. Grandes perdas também foram registradas na Austrália, Brasil, Canadá, China e Europa.

CURIOSIDADES

- Estima-se que haja de 900 a mil apicultores comerciais nos Estados Unidos, com o manejo de 2,4 milhões de colônias.

- Mais de 100 tipos de culturas requerem a polinização de abelhas. O valor anual do trabalho das melíferas é de US$ 14 bilhões nos Estados Unidos e de US$ 215 bilhões no mundo todo.

- Em fevereiro passado, praticamente todas as colméias migratórias dos Estados Unidos foram levadas à Califórnia para polinizar as amendoeiras.

- Mesmo antes do CCD, as abelhas desapareceram totalmente em certas regiões da China, talvez devido ao uso de pesticidas, forçando os donos de pomares a polinizar as árvores manualmente.
Polinizadores silvestres também adoecem

As abelhas não são os únicos polinizadores a sofrer queda de população nos últimos anos. O Conselho Nacional de Pesquisa (NCR) dos Estados Unidos registrou que em 2006 houve tendência ao declínio de certas espécies de polinizadores silvestres no país, incluindo alguns insetos, mas também de morcegos e beija-flores. Essas espécies podem estar sendo atingidas por alguns dos desequilíbrios produzidos pelo homem, que tornam as abelhas vulneráveis ao CCD, como a introdução de novas doenças, o envenenamento por pesticidas e o empobrecimento de habitats, segundo o estudo da destacada autora, a entomologista May Berenbaum da University of Illinois.

Por exemplo, o Bombus occidentalis, uma mamangaba, desapareceu de uma região que vai da Califórnia à Colúmbia Britânica, provavelmente dizimada pela Nosema bombi, um microorganismo fúngico unicelular, segundo o trabalho de Robbin Thorp, entomologista da Davis, University of California. Ele avalia que o fungo pode ter se espalhado devido às mamangabas européias, que os agricultores americanos importaram para auxiliar na polinização de tomates e outras culturas em estufas.

Um estudo mais recente, publicado na Biological Conservation de janeiro, analisou dados históricos de Illinois e descobriu que quatro espécies locais de mamangabas desapareceram entre 1940 e 1960 – período que coincidiu com a intensificação da agricultura de larga escala no estado, com a conseqüente perda de habitats de pradarias, florestas e brejos.

A diminuição das poucas espécies de morcegos e beija-flores polinizadores – a ponto de os morcegos estarem em risco de extinção – pode estar relacionada a mudanças no habitat. Muitas migram para o México no inverno e os biólogos pressionam para conseguir a preservação de “corredores de néctar” – pastos apícolas –, onde os animais podem encontrar fl ores ao longo de suas rotas de migração.

Porém, de acordo com o NCR, os biólogos conseguem monitorar apenas algumas espécies (estimam-se 200 mil no mundo), e não se sabe muito sobre o estado de saúde da maioria. Várias colaborações são feitas pela internet, com a ajuda de cientistas-cidadãos. Os voluntários fotografam os polinizadores e os colocaram na rede, possibilitando aos pesquisadores identificar as espécies e registrar a sua localização.

Em 2008, pela primeira vez, o Congresso americano modificou a política agrícola, incluindo medidas protetoras para a polinização e reservando áreas de conservação, onde as flores silvestres podem crescer e fornecer néctar. Segundo Berenbaum, “foi realmente um marco”.
—Davide Castelvecchi, da equipe de redatores

[EM BUSCA DO MOTIVO] - Muitos suspeitos, nenhuma certeza

Pesquisadores investigaram praticamente todos os aspectos da vida das abelhas, na busca do responsável pelo colapso das colônias. O trabalho eliminou alguns suspeitos e apontou possíveis combinações de fatores que podem provocar ou contribuir para o CCD.

SUSPEITO: AGENTES QUÍMICOS

Chegam a 170 as diferentes substâncias sintéticas encontradas em colméias de colônias doentes ou não, e algumas amostras de pólen guardadas em alvéolos continham até 35 tipos. Embora nenhuma substância única pareça provocar o CCD, pesticidas podem enfraquecer a saúde das abelhas.

SUSPEITO: ÁCAROS VARROA

Ácaro, visto ao lado sugando linfa de uma pupa (um estágio intermediário entre a larva e o adulto), é a peste mais comum e destrutiva das abelhas. Mas as colônias em colapso não tiveram infestações mais significativas de ácaros.

SUSPEITO: PARASITAS

Algumas abelhas de colônias em colapso estão infectadas por um fungo unicelular como o Nosema apis, que invade o trato intestinal e provoca disenteria. Mas o nível de infecção é baixo para ser letal.

SUSPEITO: VÍRUS DE PARALISIA AGUDA ISRAELENSE

O IAPV provoca sintomas semelhantes ao CCD e ocorreu na maioria das colônias infestadas examinadas. Poderia ser o motivo do distúrbio, ou uma complicação, que é a causa definitiva da morte das abelhas.

[UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL] - UM MEDICAMENTO PARA ABELHAS?

Uma nova empresa de biotecnologia, de Miami, chamada Beelogics, vem desenvolvendo um medicamento antiviral que explora um antigo mecanismo imunológico denominado interferência no RNA. As células da maioria dos animais e plantas usam segmentos de RNA de curta interferência (siRNA) para inibir a formação de proteínas virais; neste caso, o siRNA projetado para visar o IAPV seria fornecido como alimento às colônias, como parte da dupla fita de RNA

OUTRAS FORMAS DE COMBATE

A restauração do equilíbrio no habitat dos polinizadores pode melhorar seu bem-estar geral, ajudando a evitar o colapso da colônia. Grandes faixas de monocultura ou gramados residenciais podem ser substituídos por áreas de mato e cercas vivas. As plantas que florescem em épocas diferentes do ano fornecem maior variedade na alimentação dos polinizadores, sustentando-os o ano todo.

A esterilização de colméias usadas com raios gama destruidores de DNA, antes de sua utilização para uma nova colônia, reduz o risco de reincidência de CCD, talvez por matar os microorganismos da cera.

Em geral, a pesquisa sobre o impacto de pesticidas nos polinizadores se concentra nos possíveis efeitos letais. É preciso mais pesquisas para determinar se certos pesticidas são capazes de estressar os insetos, embora as substâncias químicas não os matem imediatamente.

PARA CONHECER MAIS

On censors of the genome. Nelson C. Lau e David P. Bartel, em Scientifi c American, vol. 289, no 2, págs. 34-41, setembro, 2003.

Status of pollinators in North America. National Research Council. National Academies Press, 2007.

Decline of Bumble bees (Bombus) in the North American midwest. Jennifer C. Grixti, Lisa T. Wong, Sydney A. Cameron e Colin Favret, em Biological Conservation, vol. 142, no 1, págs. 75- 84, janeiro de 2009.

The Mid-Atlantic Apiculture Research and Extension Consortium: http://maarec.cas.psu.edu

The Xerces Society for Invertebrate Conservation: www.xerces.org

Diana Cox-Foster e Dennis VanEngelsdorp
Diana Cox-Foster é professora de entomologia da Pennsylvania State University e co-diretora do grupo de trabalho sobre o distúrbio de colapso das colônias, composto de especialistas governamentais e acadêmicos. A pesquisa se concentra nas interações de patógenos hospedeiros. Cox atribui sua afinidade com as abelhas à sua bisavó, que foi apicultora comercial no Colorado, no início do século 20. A paixão de Dennis VanEngelsdorp pelas abelhas começou em um curso de graduação na University of Guelph, em Ontário, que o levou a vários projetos na região do Caribe e às funções acumuladas de apicultor na Pensilvânia e professor associado do departamento de entomologia da Pennsylvania State University.

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagen ... rimir.html

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#14 Mensagem por Mirko » 08 Jun 2009, 23:45

Quando saio da pelada no domingo o que fica de abelha em cima das coca-cola dos moleque não é brincadeira, o Rio pelo menos vai levar mais de 4 anos para acabar.

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#15 Mensagem por Carnage » 09 Jun 2009, 00:20

Lembrando que sobre 2012 já tem um tópico aberto:
http://www.gp-guia.net/phpbb/phpbb2/view ... hp?t=79316

Que, não sei por que, está no Pérolas...

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