Nunca fiz amigos bebendo leite. É interessante como o álcool tem o poder de socializar as pessoas. Estranhos parecem amigos de infância após algumas doses. Infelizmente a maioria não passa de amigos de copo. Contudo, existem aqueles com quem nos identificamos realmente. Sujeitos bacanas que tornam-se grandes amigos com quem vivemos verdadeiras aventuras, considerados como irmãos. Pedro é um desses irmãos.
Enquanto Pedro e eu abatíamos os malditos bagres papeávamos animadamente, relembrando aventuras do passado e contando piadas de argentinos, papagaios e outros. A cerveja, estúpidamente gelada, decia suave pela garganta. Os torresmos crocantes completavam a degustação.
E foi nesse instante de profunda paz e calmaria quase imperturbável que surgiu subitamente, como que enviada pelo próprio demônio, o ser que é a desgraça de qualquer homem: uma mulher. Estatura mediana, magra, negra, mal vestida e de aparência medonha. Não me lembro de seu nome, mas chamarei-a de Ethelvina, pois certamente combina com a pobre diaba.
Ethelvina: Moço, você me vende um cigarro?
Pedro: Não. Não te venderei um cigarro. Te darei um.
Ethelvina levou o cigarro à boca e acendeu na chama do fósforo riscado por Pedro. Deu tragadas profundas e expeliu uma generosa baforada de fumaça, lembrando-me um verdadeiro dragão. Foi então que começou a desgraça. Pedro a convidou para que nos acompanhasse na cerveja, no que foi prontamente atendido. Enquanto segurava meu caniço e fumava meu cigarro cuidadosamente preparado com fumo de rolo pensei: - Agora fodeu!
Conhecendo Pedro como conheço, sabia que essa situação não poderia acabar bem. Quanto mais conversávamos, mais Ethelvina me causava asco. Não bastasse sua aparência desagradável, o Português sera sofrível. A cada palavra proferia eu imaginava Camões se revirando em seu túmulo. Mas Pedro parecia não compartilhar de meu desinteresse por Ethelvina, muito pelo contrário.
Minutos depois os dois já estavam falando sacanagens. A idéia de qualquer troca de palavras de cunho sexual com aquele ser bizarro me parecia tão desagradável que preferir ficar calado, restringindo-me a um ou outro comentário quando era questionado. A desgraçada da Ethelvina era tão feia que a imagem mental da infeliz nua me deixava nauseabundo. Mas a conversa animada entre ela e Pedro foi esquentando cada vez mais até que em dado momento a negrinha levantou a saia e puxou a calcinha pro lado, mostrando uma boceta preta com pêlos bem aparados.
Nesse instante senti um certo transtorno. Algo em mim fugiu da normalidade. A visão de uma vagina, mesmo que a de um ser tão desagradável, me trouxe à mente pensamentos lascivos. Lutei contra tais pensamentos, na esperança vã de que a razão sobrepujasse a emoção. Não! Não poderia fazer isso! A desgraçada era feia demais! Bebi mais um trago de cerveja e enquanto colocava o fumo na seda, preparando mais um cigarro, procurei me concentrar novamente na pescaria.
O diálogo entre os dois continuou, até que ela foi ao banheiro.
- Maldito, vamos passar a vara nessa pretinha!
- Tá maluco, Pedro? A filha da puta é feia como o demônio!
- Quê isso, cara! Tudo bem que ela é feia, mas já comi coisa pior! E está dando mole!
- Esquece! A desgraçada é tão feia que meu pau não vai nem subir! E porra, tem um aspecto de suja, deve feder pra caralho!
Pedro continuou tentando me convencer, no que continuei irredutível. Interrompemos a conversa quando a pobre infeliz voltou.
Algumas cervejas depois, Pedro largou o caniço no chão, puxou Ethelvina, levantou sua blusa e chupou rapidamente seus peitos pequenos, flácidos e feios. Aqueles seios que muito haviam de ter amamentado os pobres diabinhos não me apeteceram, mas aquela cena de promiscuidade na rua, com transeuntes ao longe, me excitaram. Ouvi um grito de fúria. Olhei em volta mas não vi nada de anormal. Pedro e Ethelvina não esboçaram qualquer reação, fazendo-me concluir que o grito vinha de dentro da minha cabeça. Era o putanheiro rompendo seus grilhões, afastando completamente a razão. Nesse instante tive uma ereção. Fui traído pelo meu próprio membro! E todos sabem que o sangue que irriga os corpos cavernosos do pênis saem do cérebro, nos deixando com limitada capacidade de raciocínio.
Não tive como fugir. Aceitei a idéia de que teria de traçar aquela negrinha nojenta. E quando a infeliz tornou a ir ao banheiro acertei com Pedro:
- Desisto! Vamos comer essa vagabaunda! Quando voltar vamos carregá-la para outro lugar e passaremos a vara!
- Ueh, mudou de idéia?
- Meu irmão, não faça muitas perguntas senão acabo pensando na merda que estou prestes a fazer e desisto. Depois de todas essas cervas já estou começando a achá-la menos feia, quase bonitinha. Vamos arregaçar essa crioulinha!
Inicialmente Ethelvina se fez de difícil. Claro, uma "moça de família" como ela não poderia se entregar a dois depravados. Além do mais, poderia ser perigoso. Mas víamos o desejo em seus olhos negros. E não tardou para que nos encontrássemos dentro do carro, em busca um lugar deserto.
***
Obviamente não levaríamos a miserável a um motel. E não tínhamos idéia de onde ir, visto que Pedro era novo na cidade e eu um forasteiro. Ficamos à mercê da vadia, que nos guiava pelas ruas da cidade como que a caminho do inferno.
Seguindo nossa guia, começamos a subir um morro. Mas não era uma favela. De repente pisei no freio. À nossa frente, um gramado bem cuidado dava em uma escadaria de concreto à frente de uma construção branca, com grandes portas de madeira pintadas na cor azul e, no alto, uma grande cruz. Perguntei para Ethelvina para onde deveria seguir e ela respondeu:
- Siga por essa rua na lateral da igreja.
- Mas esse rua tem saída? Parece levar aos fundos da igreja!
- É para os fundos da igreja que nós vamos!
- Está maluca? Não é movimentado? Não vamos ser pegos em flagrante pelo padre?
- A igreja está fechada. É tranquilo. Relaxa.
***
Atrás da igreja também era gramado. Do lado da igreja contrário ao lado por onde entramos havia um cemitério, com sepulturas de mármore, granito ou até mesmo concreto. Sobre algumas sepulturas podíamos ver alguns vasos com plantas mortas e ressecadas. Em frente às portas dos fundos da igreja havia uma estrutura de concreto com quatro ou cinco metros de altura e, sobre essa estrutura, uma réplica em menor escala do Cristo Redentor, contemplando o mar de maneira imponente.
Saímos todos do carro e, como que possuídos, começamos uma bela fornicação. A infeliz não cheirava muito bem, mas seu odor devia ser menos desagradável do que nosso cheiro forte de peixe (malditos bagres!).
Pois bem, estávamos todos de pé, e enquanto eu tirava a blusa de Ethelvina, desnudando novamente seus seios pelancudos que mais pareciam ovos fritos, Pedro lhe tirava as calças, mostrando uma bunda preta cheia de marcas. Não fosse o frenesi em que eu me encontrava teria achando aquela cena dantesca. Não perdi tempo e abocanhei os ovos fritos, digo, peitos. Chupei vigorosamente cada peito, sentindo a pele murcha em minha boca. Enquanto isso, Pedro já com a bermuda na altura dos pés, sarrava naquela bunda redonda cheia de marcas.
Pedro virou a diaba e, com um golpe rápido, puxou sua cabeça e colocou-a para lhe chupar. Percebia-se que a piranha fazia com gosto. Enquanto isso era minha vez de sarrar por trás, até que peguei sua mão e a puz a me punhetar. Ethelvina pôs-se a chupar e punhetar ambos, alternadamente. Enquanto isso ela nos olhava com um expressão de quem se sentia a maior meretriz do mundo.
Então Pedro segurou-a pelas ancas e penetrou fundo, de uma vez só, fazendo-a gemer discretamente com meu membro em sua boca. E assim, dando estocadas fortes em Ethelvina por trás que, por sua vez, me chupava vigorosamente que ficamos um bom tempo.
Chegou minha vez. Virei a negrinha e penetrei por trás, também estocando violentamente. Me servi daquela boceta preta enquanto Ethelvina mamava Pedro.
Próximo turno. Ethelvina vira novamente e Pedro volta ao bate estaca em sua boceta. Nos servíamos alternadamente daquela mulher como se não fosse um objeto. Era apenas um monte de carne que usávamos para satisfazer nossa sede por boceta.
Quando Pedro se satisfez, retirei o preservativo e botei-a novamente para me mamar. Chupou e punhetou com vontade, até que dei-lhe uma bela gozada nos peitos.
Após o gozo, tive uma visão que não me agradou. Ainda ofegante, olhei para aquela carne à minha frente, aquele ser miserável e desprovido de beleza, esfregando meu esperma nos seios flácidos com expressão de grande satisfação, e tive asco. Por quê ela estava tão satisfeita? Deveria estar satisfeita? Pelo ponto de vista dela, creio que sim. Mas quem disse que o ponto de vista dela importava? Eu não estava satisfeito! Havia gozado, mas com o fim do frenesi fiquei com raiva de Ethelvina. Tudo que eu queria era jogar aquela desgraçada morro abaixo! Levantei minha bermuda e fui andando em direção ao carro.
- Ei, você não vai me deixar aqui toda suja não né?
Juro que era tudo que eu queria! Devia ter arrancado com o carro, deixando para trás aquela coisa medonha nua e com os seios repugnantes cobertos por esperma. Mas não o fiz com receio de que a vagabunda fizesse algum escândalo e alguém aparecesse. Ou vai que outro dia esbarro com a infeliz acompanhado da patroa... Peguei uma flanela imunda no carro e joguei em cima da dela.
- Nossa, isso está sujo!
- Mas é com isso que você vai se limpar. Ou então fique suja, você escolhe. Mas se decidir ficar suja não entrará no meu carro.
***
Entramos no carro e liguei o som alto, para não ter que ouvir a voz daquele entojo. Acelerei sobre as ruas de paralelepípedos na ânsia de me livrar daquela enviada de Satã. Cada segundo perto de Ethelvina parecia uma eternidade de sofrimento. Até que baixei o som e perguntei onde deixá-la. A filha da puta ainda queria ir para algum boteco conosco! Que audácia! Pedro, que compartilhava do meu sentimento, me olhou com desespero nos olhos. Rapidamente falei que ela não poderia seguir conosco e que a deixaria no boteco mais próximo. Antes de descer do carro Ethelvina disse:
- Posso pedir uma coisa a vocês?
Pensei comigo mesmo: "Caralho, só faltava essa! A vagabunda agora vai pedir dinheiro! Uma escrota dessas cobrar por sexo é demais! Se vier pedir dinheiro vou escurraçá-la do carro..."
- Fala logo, desembucha.
- Vocês se importam de deixar duas cervejas pagas pra mim?
Eu, louco para me livrar daquele suplício, saquei R$ 5 do bolso e lhe dei, reiterando a máxima que diz que sexo de graça não existe.
Tivemos uma profunda sensação de alívio quando Ethelvina saiu do carro e entrou no botequim. Estávamos livres daquele demônio.
***
Eu dirigia e conversávamos sobre o ocorrido. Um cheiro forte de boceta envadia minhas narinas. Como chegar na casa de Pedro nessas condições? Eu tinha certeza que minha "patroa" sentiria o cheiro. O cheiro de peixe era forte, mas o cheiro de boceta o sobrepujava. Minhas mãos (sem falar na minha púbis) me denunciariam. Mas eu tinha um plano: pararíamos em algum boteco e eu lavaria as mãos (e porque não o saco?) no banheiro.
Chegando no botequim, corri para o banheiro. Me fodi! O lavabo ficava fora do banheiro, próximo à porta! Fodeu! Fodeu! Fodeu! Certamente era alguma maldição, a Maldição de Ethelvina! Fui até o balcão e pedi uma cerveja pensar no que fazer. Nesses momentos de grande tensão não há nada melhor do que alguns cigarros e um pouco de álcool para nos fazer relaxar um pouco e raciocinar melhor. Mas toda vez que levava o copo à boca ficava quase tinha uma vertigem com aquele odor forte. Pedro, que aparentava inabalável calma, falava sem parar, como de costume. Mas eu já estava desesperado. Meu cérebro trabalhava incessantemente em busca de uma solução até que encontrei uma a qual eu só recorreria caso não conseguisse encontrar outra mais satisfatória: mergulhararia no mar até o odor desaparecer.
Até que algo me chamou a atenção e tive uma idéia brilhante, algo que me salvaria. O dono do estabelecimento fatiava limões enquanto preparava uma caipirinha para um de seus clientes. É isso! O limão! Limões são eficientes em remover odores. Imediatamente pedi ao sujeito uma banda de um daqueles limões. Corri até o banheiro, espremi o suco e esfreguei as mãos uma na outra, e as duas no saco. Estava salvo!
***
Chegamos à casa de Pedro eufóricos e bêbados, fazendo uma grande algazarra, como sempre voltávamos de nossas pescarias. Nossas senhoras, assim que nos viram, exclamaram:
Patrícia (patroa do Pedro) - A pescaria foi boa, hein!
Maldito - Se foi!
Patrícia - Sei não, Manuela, eles estão muito animados para o meu gosto. Acho que estavam aprontando alguma!
Pedro - Mas é claro que estávamos! Estávamos pescando piranha!
Maldito - É isso aí! Estávamos pescando piranha!
Patrícia - Não duvido que estivessem realmente atrás de piranhas!
Manuela (minha patroa) - Deixa de ser boba, Patrícia, veja como estão cheirando a peixe! Estão nojentos! Estavam realmente pescando! Você acha que alguma mulher iria querer algo com esses dois nessas condições?
Patrícia - Não duvido, esses dois não prestam! Até parece que você não os conhece. Além do mais, tem vagabunda pra tudo...