Peter_North escreveu:(...) com o perdão do roubo, permita-me dizer que inobstante muitos aqui insistiam em entender assim, não sou de forma alguma defensor do PSDB, mesmo porque tenho lá minhas controvérsias com os quadros desse partido. Mas acho de uma pobreza de espírito imensa ver a energia que se gasta criticando apenas o PSDB, quando a grande massa de políticos "off PSDB", especialmente o PT, é de uma envergadura moral bem pior. A armadilha está muito claramente montada: criticar tão-somente o PSDB é um salvoconduto para que o PT faça o que bem entenda.
Ora, meu velho, ao menos pela minha cabeça jamais passou que você fosse um defensor do PSDB.
Mesmo porque sempre achei que a sua afinidade política fosse mais com partidos como a
Democracia Cristã do Chile nos anos 1970, que apoiou o golpe liderado por Pinochet. Só para esclarecer aos demais:
DITADURA CHILENA FOI DAS MAIS SANGUINÁRIAS E ASSASSINAS DA AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XX
15/04/2009
Por André Pelliccione
Governo que comandou o Chile com mão de ferro durante 17 anos, a ditadura militar liderada pelo general Augusto Pinochet foi uma das mais sanguinárias, corruptas e brutais da América Latina no século XX. Durante seu governo, mais de 3 mil pessoas foram assassinadas sob tortura pelos órgãos de repressão e o exército chileno. A ditadura chilena também torturou e matou milhares de outros militantes, dentro e fora do país. Militar, o pai da atual presidente do Chile, Michele Bachelet (foto), também foi uma das vítimas da ditadura. No exterior, o regime contou com a colaboração das ditaduras da Argentina, do Uruguai e do Brasil, montando a famigerada ‘Operação Condor’, destinada a perseguir militantes de esquerda em outros países.
Augusto Pinochet chegou ao poder através de um golpe militar contra o governo do presidente constitucional Salvador Allende, no dia 11 de setembro de 1973, quando o Palácio de La Moneda (‘a Moeda’, em Português) foi cercado por tropas do exército e bombardeado pela Força Aérea. As primeiras agressões à democracia naquele fatídico 11/09 começaram nas primeiras horas da manhã, por iniciativa da Armada (Marinha) Chilena, comandada por um dos principais conspiradores, o almirante Toríbio Merino.
Sitiado em La Moneda pelas tropas golpistas, o presidente Allende , após horas de heróica e brava resistência ao lado de um fiel grupo de seguidores, cumpriu sua promessa de ‘governar até o fim’ e ‘não renunciar ao mandato que o povo lhe dera’. Suicidou-se na tarde do dia 11, sem entregar-se aos fascistas que o combatiam.
Torturas e prisões em massa
Milhares de pessoas foram presas e torturadas logo nas primeiras horas após o golpe. Transformado em centro de torturas e execuções, o Estádio Nacional do Chile foi palco da destruição, física e psicológica, do cantor e compositor comunista Victor Jara, entre vários outros militantes que tiveram suas vidas burtalmente ceifadas pela ditadura.
O golpe de 11 de setembro de 1973 foi apoiado tacitamente pelos governos dos Estados Unidos e da Inglaterra, países imperialistas que, na época, tiveram contrariados poderosos interesses de suas corporações transnacionais.
Contrariando interesses do imperialismo
Entre outras medidas que contrariaram abertamente os interesses imperialistas no Chile e na América Latina, as políticas econômica e social praticadas pelo governo Allende (1970-1973) nacionalizaram as minas de cobre, promoveram a reforma agrária e estimularam, em Santiago e outras importantes cidades do país, como Valparaíso, a formação dos chamados ‘cordões industriais’: organismos controlados diretamente por operários, camponeses e militantes com a finalidade de ‘integrar’ e ‘garantir’ a produção e distribuição de alimentos e produtos básicos numa determinada área geográfica. Nas cidades atuavam ainda os Comandos Comunitários, com funções semelhantes.
Além dos cordões industriais, o processo chileno baseava-se na formação das comunidades agrícolas, responsáveis pela discussão, junto aos camponeses, da necessidade de uma reforma agrária controlada pelos trabalhadores, com a produção voltada para as necessidades sociais e econômicas do país, e não para especulação.
Sabotagens e ações encobertas
A reação dos setores empresariais e de direita nacionais e estrangeiros, vinculados ao imperialismo, não se fez tardar. A produção e o abastecimento das cidades passou a ser constantemente sabotada por locautes (greves patronais) de caminhoneiros e outros setores estratégicos, muitas das quais financiadas diretamente por organizações empresariais e pelo governo dos EUA, através da CIA (Agência Americana de Inteligência e Espionagem) nas chamadas ‘operações encobertas’, ou covert actions’. Segundo o cientista político Moniz Bandeira, em seu livro ‘Formula para o Caos – A Derrubada de Salvador Allende’ (Editora Civilização Brasileira, 2008), essas ‘operações’ também incluíram atentados terroristas e assassinatos.
Nos meios de comunicação — a maioria controlada por grandes financistas e latifundiários chilenos — estimulavam-se diariamente críticas histéricas ao governo socialista, algumas pedindo abertamente a intervenção golpista contra Allende.
Unidade Popular e a caracterização do Chile
Produto de uma coalizão de forças progressistas e de esquerda com segmentos pequeno-burgueses e de parte da classe média chilena, o governo de Allende ascendeu ao poder pelo voto e assentava na chamada Unidade Popular (UP), tendo à frente os partidos Socialista e Comunista (liderado por Luis Corvalán), além de organizações como o Movimiento de Ação Popular Unitária (MAPU) e a Izquierda Cristiana (IC). Fora da UP, o tencionamento à esquerda era feito pelo Movimiento de Izquierda Revolucionária (MIR), de inspiração castrista, e por setores do próprio Partido Socialista, liderado pelo Senador Carlos Altamirano, que preconizavam a luta armada para sustentar o governo Allende e fazê-lo avançar no aprofundamento de suas reformas. O pressuposto era o de que o Chile vivia uma situação ‘revolucionária’ ou ‘pré-revolucionária’, marcada pela dualidades de poderes e crescente debilidade das instituições-chave do Estado, como as forças armadas.
Na opinião de Moniz Bandeira, este teria sido o ‘grande equívoco’ de compreensão do processo chileno por parte dos setores mais à esquerda da UP, que, segundo o autor, ‘não souberam perceber a diferença entre uma conjuntura de ‘ascenso de massas’ e uma situação efetivamente ‘revolucionária’. Para Moniz, as instituições básicas do Estado, como as forças armadas, não estavam fracionadas e divididas ideologicamente de forma irreversível, como se supunha à época.
Via Chilena ao socialismo e fracasso de acordo
Uma das principais discussões conceituais e polêmicas que se fazia à época do governo Allende era a da ‘via chilena para o socialismo’, segundo a qual era possível, através de um processo cumulativo de profundas reformas econômicas e sociais, alterar substancialmente as estruturas da sociedade chilena, sem que fosse necessária uma ruptura institucional, como se verifica na forma clássica das insurreições revolucionárias. Esta era a perspectiva da maioria dos integrantes da UP.
Três semanas antes do golpe militar, e após mais um locaute de caminhoneiros, Allende tentou um ‘acordo de governabilidade’ com setores da Democracia Cristã (DC), do ex-presidente Eduardo Frei (1964-1970), representante dos interesses empresariais e de parcela expressiva da burguesia chilena, com maioria no parlamento. As conversações, no entanto, fracassaram porque a DC exigiu a reversão de todas as medidas econômicas de caráter popular já implementadas por Allende. A Democracia Cristã passou, a partir daí, a trabalhar ainda mais intensamente no apoio ao golpe.
Erro fatal na nomeação de Pinochet
Em meio à turbulência política, imediatamente após o lockout de caminhoneiros Pinochet foi nomeado por Allende comandante do Exército Chileno, a conselho do general legalista Carlos Prats — posteriormente assassinado pela ditadura, em Buenos Aires —, que o considerava ‘um militar leal’ às instituições.
Foi o golpe de misericórdia para o governo Allende. Cada vez mais debilitado econômica e politicamente, o governo foi pouco a pouco sendo minado em sua base de apoio dentro e fora da UP. À direita, pela preparação do golpe em gestação, e que teve em Pinochet, no almirante Merino e na CIA seus principais articuladores. À esquerda, pela perda de autoridade ante processos — como os cordões industriais, as assembléias populares e as comunas campesinas — que já não mais controlava, num contexto de total desorganização da produção. O governo Allende pereceu em 11 de setembro de 1973 sem que pudesse articular uma resistência popular em larga escala.
Neoliberalismo da ditadura
No plano econômico, a ditadura chilena reverteu praticamente todas as principais medidas e políticas nacionalizantes do governo deposto, abrindo a economia do país às multinacionais e estabelecendo relações de total subserviência aos EUA e ao imperialismo. Em certo sentido, muitas das medidas ultraliberalizantes na área econômica, e que posteriormente seriam adotadas em outros países latino-americanos, foram experimentadas inicialmente no Chile de Pinochet.
Uma das situações mais absurdas sobre Pinochet foi sem dúvida o fato de o ditador ter morrido em 2006 sem ir a julgamento internacional pelas atrocidades cometidas em seu regime.
Como mancha e vergonha na história do Brasil, cumpre lembrar que o governo Médici foi o primeiro do Cone Sul a reconhecer oficialmente a ditadura chilena.
Toda vez que leio os seus posts, vejo apenas o mesmíssimo discurso e a mesmíssima atitude agressiva e maldisfarçada na suposta defesa da modernidade econômica e da democracia.
Tal como fazia a Democracia Cristã, acusando Allende de incompetente e de "instalar a ditadura comunista" no Chile, quando o que se instalou no Chile de Pinochet em nada se pareceu com democracia.
Pois é, nunca me pareceu que você fosse defensor do PSDB... cá entre nós, meu velho, sua campanha em favor do Serra é só pra despistar, não é?
O que fica claro como cristal na medida em que você veio postar aqui nesse tópico, por exemplo, para não dizer absolutamente nada sobre o tema do tópico, mas tão-só para me fazer contraponto.
Veja, então, se é capaz de dissipar essa minha impressão sobre você, tomando um rumo diferente de discurso ou com outra postura, digamos assim, menos beligerante.
Será você capaz disso e vai preferir continuar com o seu recorta e cola ininterrupto?