MST - Movimento dos sem terra

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#436 Mensagem por Tricampeão » 16 Out 2009, 21:11

Roy Kalifa escreveu:Qual o regime que se quer destruir agora ? O regime democratico ?
Vocês querem voltar para as trevas novamente ?
O que se chama de regime democrático nada mais é que um conjunto de instituições articuladas, formando um sistema mais ou menos coerente. Dessas instituições, algumas certamente já passaram da hora de ser destruídas, outras ainda aguentam uma meia-sola, outras ainda podem ser consideradas adequadas aos nossos problemas atuais. A resposta à sua pergunta depende apenas de se queremos continuar dando o mesmo nome ao sistema após fazermos as alterações necessárias, ou se inventaremos outro. Não acho que valha a pena perder tempo discutindo a nomenclatura mais apropriada. É mais importante identificar os problemas das instituições existentes, e como eles poderiam ser resolvidos. E, muito importante,
Dr. Jalim Rabei escreveu:sem "idealismos".

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#437 Mensagem por Tricampeão » 16 Out 2009, 21:30

kank escreveu:apenas algumas duvidas

vcs sabem quem é o maior proprietario de terras do Brasil?


resposta: A união


vcs sabem em que condição estão a maioria destas terras?

resposta: praticamente abandonadas


se a união é a maior dona de Terras do Brasil e grande parte delas esta abandonada e improdutiva o pq usar a area que alguem esta produzindo pra fazer reforma agraria?

essa eu deixo pra quem gosta do mst responder


Se o objetivo do MST é conseguir terra para assentar as familias o pq invadir uma area que esta produzindo tem segurança e com certeza vai ter problema na justiça, quando temos areas abandonadas como era esta antes da cutrale invadir e grilar e que a união não fez nada?
se o objetivo do MST é simplesmente area para produzir o pq não grilar parte da terra da união que esta abandonada e ninguem vai reparar em menos de trinta anos como ocorreu com a cutrale

Infelizmente vcs não enxergam o obvio o objetivo dos lideres do MST não é terra é politica




e digo mais se é tudo da união pq eu vou tirar o João que ja esta produzindo la pra dar pro Zé
Se o João ja tem condição a união deveria ver uma forma de vender esta terra pra ele e fazer reforma agraria com o resto
A União não devia ser o maior proprietário de terras do Brasil. Devia ser o único. A terra nunca deveria ser vendida para proprietários particulares, e sim cedida para exploração comercial, quando e onde fosse do interesse do país.
É assim que se faz com os outros recursos escassos, como o subsolo, o espectro de radiofrequências e a propriedade intelectual.
O problema é que a terra começou a ser explorada há muitos anos, em épocas onde ninguém conhecia o manejo adequado dos recursos estratégicos. As leis que regulam o seu uso datam, portanto, desses tempos primitivos e vêm se mantendo até hoje. Estão, por isso, totalmente defasadas com relação às necessidades da sociedade atual.

Com relação ao uso das terras improdutivas/abandonadas da União para assentamentos, é exatamente isso que o MST está defendendo no caso em discussão. O problema, não sei se você se lembra, é que a Cutrale invadiu essas terras, recusa-se a sair, devastou a mata nativa e tentou jogar a opinião pública contra o MST, utilizando-se dos serviços dos meios de comunicação avassalados.

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#438 Mensagem por Tricampeão » 16 Out 2009, 21:42

Chinelo Havaiana escreveu:Democracia não é só poder votar de 02 em 02 anos....
Nazrudin escreveu:O Brasil é uma Democracia e uma das melhores da América Latina.
Uma definição operacional de "democracia" seria interessante para ninguém discutir à toa. Quem arrisca uma?
Nazrudin escreveu:Não existe regime perfeito e a construção é um processo que não se acaba.
Exatamente. Magistral. É por isso que não se pode afirmar que a Democracia, seja lá o que for, será capaz de resolver todos os problemas da humanidade e que um dia não terá que ser jogada na lata de lixo da História.

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#439 Mensagem por Tricampeão » 16 Out 2009, 21:51

Dr. Jalim Rabei escreveu:Isto aí é um bando de subversivos. (...) As questões sociais e de reforma agrária são apenas pano de fundo para outros interesses.
Roy Kalifa escreveu:O MST quer fazer valer os seus ideais, que como foi dito com muita sabedoria, não é terra é sim politico e ideologico.
Exatamente o que eu escrevi. O MST já abandonou a fase de reivindicações passivas, porque viu que não levavam a nada, e passou à ação.
O velho e conhecido processo de formação da consciência através da prática, por que já passaram diversos movimentos sociais em épocas e lugares diversos.
Sem "idealismos".
Como assinalou o companheiro Chinelim, e eu também já havia escrito, o MST ainda se encontra relativamente atrasado. Mas o importante é que está em movimento.

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#440 Mensagem por florestal » 17 Out 2009, 02:29

Sarney defende MST e diz que não pode haver "demonização" dos sem-terra

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou a tribuna nesta quarta-feira para sair em defesa do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e das políticas agrárias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Sarney, não pode haver a "demonização" nem a "criminalização" do MST.

Sarney disse ainda que os sem-terra são "vítimas da frustração" e que os conflitos entre os representantes do MST e os empresários do campo precisam ser atacados pelos Três Poderes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 8264.shtml
"A nova e a velha elite se uniram"

Para Leôncio Martins Rodrigues, o desfiar de escândalos não punidos é fruto da aliança entre os grupos de Lula e de Sarney

Farra das passagens aéreas, CPIs paralisadas, nepotismo cruzado, lideranças afastadas que voltam e continuam mandando, atos secretos... Mesmo estudiosos experientes se espantam com o desfiar interminável de más notícias na vida pública brasileira.
...
A política brasileira é o que é, no momento, diz ele, devido à união entre duas elites, a nova e a velha. Os ex-plebeus ascendentes, ao invés de expulsar as velhas oligarquias, como costuma ocorrer na História, aliaram-se a elas.
...
Como explicar tantos escândalos no Congresso, que culminaram com os "atos secretos" e o desgaste do presidente da Casa, José Sarney? O explícito apoio do presidente Lula- que assim paga a força que lhe deu Sarney no mensalão - configura a união de duas elites. O líder das oligarquias tradicionais do Nordeste junta-se ao líder das novas classes ascendentes.

Não é estranha, essa fusão entre classes historicamente contrárias? A união foi possível porque os "novos" aderiram rapidamente ao projeto dos "velhos", de fazer da política uma escada para obter proveitos pessoais, enriquecimento e desfrute puro e simples do poder. É algo de fato original. Entre nós, a ascensão dos plebeus não significou a expulsão dos velhos oligarcas. Eles se entenderam, e chegamos aonde estamos.

O sr. imagina quando o País verá a luz no fim do túnel? Confesso que não veja saída a curto prazo. Os que poderiam mudar não têm interesse nisso. Reina a solidariedade entre toda a classe política. Mas há uma coisa que eles temem, a única: é não se reeleger. Portanto, só no longo prazo, com a educação do eleitorado, podemos esperar algo novo.

Como a oposição definirá seu discurso eleitoral no ano que vem, num cenário em que o governo Lula continua com apoio imenso? A definição de um discurso próprio para 2010 não é tarefa fácil para os oposicionistas. Lula tem apoio de sindicatos, da classe operária organizada e das camadas pobres - quer dizer, os desorganizados. Ele distribuiu recursos e não se esqueceu das classes médias. E o aspecto extraordinário de sua atuação é que ele conta com generosas doações de grupos empresariais. E esse é um fator essencial nas disputas eleitorais.

Quer dizer que a oposição tem poucas chances? Não, significa apenas que ela tem pela frente uma tarefa hercúlea. Os ventos da política, porém, costumam mudar, às vezes rapidamente. No Brasil, já vimos a ascensão e queda relativamente rápida de partidos e lideranças.

Adversários dizem que Lula fez um grande estrago ao despolitizar a opinião pública com um discurso personalista. Qual o peso real dessa queixa? Lula tem alguma responsabilidade nisso mas há outros fatores que influenciam as mudanças políticas - especialmente a composição social das elites. Eu entendo que, por razões do próprio desenvolvimento do capitalismo e pelo crescimento das classes médias, caminhamos em direção à consolidação de uma sociedade de massas nascida de um sistema eleitoral com participação total. Esse é um cenário com o qual deveremos contar para os anos vindouros. Terão maiores chances os partidos que lidarem melhor com essa massificação. Minha impressão é que o PT saiu na frente.
...
Lula livrou-se do PT e ficou acima dos partidos. Aonde essa estratégia vai levá-lo? É uma estratégia dirigida para a manutenção do poder. Por isso, o grande arco partidário que ele montou deve continuar, ao menos enquanto ele tiver os altos índices de aprovação.

A classe média brasileira está perdendo seu papel, de ponto de equilíbrio entre ricos e pobres? Há um certo consenso, na sociologia política, de que as classes médias são um fator de equilíbrio social e político. Mas, na realidade, há muitas classes médias, seja pelo critério de renda, de atividade profissional ou de nível de cultura. Por exemplo: os intelectuais tendem a ter um comportamento político muito diferente dos pequenos proprietários, a "pequeno-burguesia vacilante" do marxismo. Os primeiros tendem a ser revolucionários e os segundos, conservadores. Na verdade, é difícil predizer o papel das classes médias.
http://portal.pps.org.br/portal/showData/152430

O gesto do MST não leva a nada, é a destruição pura e simples de bens pertencentes a empresa do capital produtivo, deve ser condenado pois prejudica o país e nada acrescenta na luta dos excluídos pela transformação da sociedade.

Estamos diante da falsa esquerda, que não sabe como fazer um movimento que produza transformações sociais e que é base eleitoral do atual governo, que significa a simbiose da velha oligarquia com o populismo de esquerda.

O MST representa o que de mais atrasado existe no pensamento político, é a aliança entre o fundamentalismo religioso cristão criado pela Teologia da Libertação e os grupos trotskistas visionários, que possuem uma visão idílica do socialismo. Esses grupos atentam contra os símbolos da modernidade, sua visão de acabar com a miséria é a de transformar todos em miseráveis.

Como carecem de uma teoria política que norteie seu movimento, são grandes as probabilidades de passarem a se apropriar e desviar dinheiro público. Nesse sentido, a CPI do MST que o Congresso pretende instalar é importantíssima, no sentido de estancar a sangria de recursos públicos que provavelmente estão sendo desviados.

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#441 Mensagem por Chinelo Havaiana » 17 Out 2009, 13:52

Digo e afirmo, aqui poucos passam fome de verdade.

Aqui onde? Nosso País? Topa um andada pelo Vale Jequitinhonha?
É um Brasil com vários Brasis!

Então a tua ideia de Democracia é uma classe apenas (vamos nivelar por baixo?), algum tipo de ilusão de uma classe só?
Uma sociedade onde as pessoas vivam do fruto do seu trabalho e que tenha trabalho para todos e não essa exploração. A existência de Senhores como Eike Batista é que gera essa colossal desigualdade social. Ele tem o patrimônio de 20 bilhões e o Raimundinho do Papelão (andarilho da região da Zona de BH) não tem nem dentes. Não venha com o papo de que o Eike trabalhou e mereceu e o Raimundinho é vagabundo.

Eu não sou defensor do MST, tenho sérias críticas a sua direção, sua linha política e ideológica...mas venho mais uma vez saudar a ação na CUTRALE.

Os cabra são uns machos.

O Florestal entende que esse tipo de ação não leva a nada em relação as necessárias transformações sociais. Mas é retrocesso?

Como o Trica disse eles estão em movimento e quem não se movimenta não sente os grilhões que os prendem (Rosa Luxemburgo).

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#442 Mensagem por Nazrudin » 17 Out 2009, 14:17

Aqui. No Brasil. Não nego a fome nem a pobreza, a ponho sob perspectiva. De quem? minha. Entendo que o Vale do Jequitinhonha deve ser algo como Lake Providence nos EUA. Nos EUA e Europa a pobreza fica em torno de 3-4%, na Russia 7%, na China 18%, mas os critérios que definem a pobreza não são absolutos. Desses pobres, cerca de 20% vivem abaixo da linha da pobreza e costumam passar fome , normalmente de forma sazonal. Isso é no mundo todo. Um universo dentro de um mundo.

Nunca chamei o Raimundinho de vagbundo. Quem é esse cara? Nem sei se o Eike merece a grana que tem. A cada um o que é seu... Mas eu, e pelo jeito esse Raimundinho, não podemos negar que o Eike joga bem as regras do jogo, tem a chamada inteligencia economica e não se intimida de usa-la. Em cada época da humanidade certas qualidades se tornam mais importantes.

Cabra-macho? Quem não tem o que perder costuma ser muito macho. Nesse aspecto reconheço que muitos ali no MST são mais carentes do que eu e vc. Mas Os bandidos costumam operar pela mesma lógica.

Desculpe se não dou importância a citação da Rosinha. Agora quem não quer saber de intelectuais sou eu. :D

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#443 Mensagem por Chinelo Havaiana » 17 Out 2009, 15:48

não podemos negar que o Eike joga bem as regras do jogo, tem a chamada inteligencia economica e não se intimida de usa-la. Em cada época da humanidade certas qualidades se tornam mais importantes.
Chegamos ao X da questão: as regras do jogo!

Denomina-se quebrar (infringir) essas regras do jogo como R E V O L U Ç Ã O!

A grande dificuldade consisti em ainda "como fazer essa Revolução".

Uma coisa é necessário fazer com urgênica: ver quem está vestindo a camisa de qual time nesse grande jogo, de qual lado cada um está?

Pode-se de dizer que os "cabra-macho do MST", o Raimundinho, o Chinelo Havaiana e possívelmente o nobre amigo com quem dialogo estão de um lado radicalmente oposto ao lado do Eike Batista, da famíla Sarney, da famíla Lula da Silva (OI/Brasil Telecon) e etc e tal...

O que dizer ao Raimundinho quando ele me perguntar se "as coisas serão sempre como são"?

Dançar conforme a música? Exigir que ele use sem intimidação a sua inteligência econômica? Calma Raimundo, aos poucos o Ali-Lulá está colocando as regras do jogo a favor de nós pobres?

Volto a dizer: Falar em democracia, igualdade e justiça social sem falar em superar o capitalismo como modo de produção histórico não passa de fraseologia ôca, desculpe se usei mais uma vez como referência um intelectual!
8)

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Re: MST

#444 Mensagem por Tricampeão » 17 Out 2009, 21:31

florestal escreveu:O gesto do MST não leva a nada, é a destruição pura e simples de bens pertencentes a empresa do capital produtivo
O que derrubou a ditadura militar, no Brasil da década de 70, foram as ações dos operários da indústria, que ocupavam as fábricas e destruíam o capital "produtivo".
Quando isso começou a acontecer, os industriais que patrocinavam o regime entenderam que estavam tomando prejuízo e trataram de mudar o modelo.
Evidentemente, não sem antes tentar, sem sucesso, o caminho da repressão policial.
Os políticos boiolas do MDB, que ficavam batendo papo nas tribunas e falando mal do governo, nunca conseguiram fazer o Brasil avançar nem meio passo no caminho da liberdade.
Foi a ação ilegal dos operários da indústria, no Brasil da década de 70, que fez cair a máscara dos industriais "produtivos".
Foi a ação ilegal dos operários da indústria, no Brasil da década de 70, que mostrou que os industriais "produtivos", que falavam de democracia e liberdade o tempo todo, sempre tiveram nas suas mãos o poder para derrubar a ditadura militar, e não o faziam porque não era do seu interesse.
Foi a ação ilegal dos operários da indústria, no Brasil da década de 70, que fez cair a máscara da imprensa "livre".
Foi a ação ilegal dos operários da indústria, no Brasil da década de 70, que mostrou que a imprensa "livre", que apoiava a ditadura militar quando era do interesse do capital "produtivo", voltou-se imediatamente contra ela quando o capital "produtivo" retirou seu apoio.
O que os operários da indústria fizeram naquela época é exatamente o mesmo que o MST está começando a fazer agora.
Claro, os politiqueiros safados que se dizem de esquerda não vêm com bons olhos o povo tomar nas suas próprias mãos a responsabilidade pela mudança das condições sociais intoleráveis.
Eles acham que o povo precisa deles para alguma coisa.
Eles acreditam que suas lamúrias ajudam o povo a avançar na luta contra a opressão.
Eles querem acreditar que suas análises pífias contribuem alguma coisa para o povo entender melhor a conjuntura política e social.
Eles precisam acreditar que não são apenas um bando de ignorantes manipulados pela imprensa venal de forma a divulgar idéias falsas a respeito do processo de transformação social, e, dessa forma, manter o povo na perplexidade e na imobilidade.
Felizmente, os movimentos sociais logo percebem que esses sicofantas devem ser simplesmente ignorados.

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#445 Mensagem por leteseu » 18 Out 2009, 09:20

Tri, bons argumentos. Pessoalmente, apesar de ser um pequeno burguês também vinculado ao setor "produtivo", eu pensava em algo parecido com teus argumentos. Todavia sempre fico em conflito em função das estratégias sociais, neste caso as de destruição de bens, e a necessidade de não fomentarmos a violência. Como definir o limite?

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#446 Mensagem por mohamedsilva » 18 Out 2009, 10:05

Interessante reportagem.
Com um dos grandes expoente da politica brasileira.

""Caiado: MST é ‘Farc brasileira’ mantida pelo governo

Informa o Portal Terra:

“O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), comparou nesta terça-feira o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por causa da destruição numa lavoura de laranjas no interior de São Paulo. ‘O MST é as ‘Farc brasileira’ mantida pelo Cassel [Ministro do Desenvolvimento Agrário] e financiada com dinheiro público”, disse.

Segundo ele, o ato demonstra a violência e a ousadia do movimento que não teme qualquer punição, por contar com total apoio do governo federal. O líder acusou o governo de, por meio do ministro de Desenvolvimento Agrário, ter atuado de forma a retirar 45 assinaturas e impedir a instalação da CPI do MST. Caiado disse que novas assinaturas são colhidas para que uma CPI seja instalada.“

Obviamente, este blogueiro não concorda com a afirmação de que o MST chega ao ponto de se assemelhar às FARCs. Esta declaração do Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) tem um tom de exagero.

Porém, ressalvado este ponto, este blogueiro se vê obrigado a respaldar alguns posicionamentos do Deputado Caiado.

É, sim, verdade que o MST, atualmente, se beneficia da proximidade com o governo federal. Este blogueiro, inclusive, já comentou que é curioso o fato de um Movimento tão atuante nos tempos de Fernando Henrique Cardoso ter amainado sua agressividade na era Lula.

Não há dúvida de que Movimento social sofre um processo de cooptação, onde a ponte entre o governo e o Movimento é feita, pelo lado do governo, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, e, pelo lado do MST, pelos líderes do Movimento.

Contudo, o pior da história não é a impunidade dos abusos que o MST comete ou o fato de o Movimento fingir que diversos problemas foram resolvidos, quando não foram, apenas por ser o Presidente, atualmente, um aliado.

O pior é que as reais reivindicações dos trabalhadores sem terra, muitas delas muito justas e devidas, são deixadas de lado. Os que realmente sofrem, os que realmente necessitam de auxílio governamental de alguma espécie, são alijados.

Os líderes do Movimento se esquecem da causa e fazem política pura e simples, tornando o MST um simples braço do governo que não olha devidamente por aqueles que são a causa de sua existência.

Além disso, vale ressaltar que o Ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado por Guilherme Cassel, existe apenas para fazer essa ponte. A agricultura é comandada pelo Ministério da Agricultura que, por sua vez, é comandado por um Reinhold Stephanes que cede às pressões do agronegócio, sendo, portanto, também merecedor de críticas.

Por que termos duas estruturas e um gasto estatal duplo? Por que o governo não pode dispor de um simples Ministério justo, onde o diálogo entre os latifundiários e os sem terra é fomentado e mediado, comandado por um Ministro sério e imparcial? Ao contrário disso, o governo cria duas estruturas e apenas ameniza, “empurrando com a barriga”.

Por fim, vale ressaltar, como já foi feito neste blog, que a CPI do MST é extremamente necessária. As investigações acerca da atuação paramilitar do Movimento e dos repasses de recursos advindos dos nossos bolsos para ONGs ligadas ao Movimento são de explícito interesse público.

Não deveria o governo, apenas por se ver aliado do Movimento, trabalhar contra uma CPI desse âmbito, afinal, mais do que aliado do MST, o que já é por si só questionável, deve o governo federal ser aliado do cidadão brasileiro e, consequentemente, da preservação de seus impostos e de suas propriedades.

Acerta Ronaldo Caiado ao defender que novas assinaturas sejam coletadas. A CPI do MST é importantíssima e não deve ser criticada por ninguém. Os que sabem que há o que ser investigado elogiarão. Os que discordam da hipótese de que há irregularidades não devem temer, afinal, quem não deve não teme.

Enquanto a CPI não sai, nosso dinheiro continua escoando para ONGs ligadas ao MST que nada fazem de produtivo, os dois ministérios continuam sendo parciais, o governo continua “empurrando com a barriga” e o MST continua deixando os verdadeiros sem terra de lado e condicionando suas ações aos interesses do governo atual, sendo que, fosse o governo comandado pela oposição, as manifestações seriam constantes.""


E contra fatos não há argumentos.

A principal diferença entre as FARC e o MST é que aquelas já entraram no ramo dos sequestros e do tráfico de drogas. O bando de Stedille, por enquanto, não…

No mais, são irmãos siameses. Ambos querem o fim do mercado, da propriedade e a instauração de um regime comunista no Brasil. Não sou eu quem diz isso, mas os documentos assinados pelos líderes do movimento.

Há também sensíveis diferenças entre o Brasil e a Colômbia: aqui, os terroristas são financiados pelo governo, enquanto lá são combatidos com firmeza.


http://contracommunismum.blogspot.com/

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#447 Mensagem por Carnage » 18 Out 2009, 16:27

Putz... Utilizar argumentos do Caiado é 1 milhão de vezes pior do que eu trazer aqui os textos dos "blogueiros vendidos". É de doer...

E o Tricampeão é fodão mesmo! Puta texto!

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#448 Mensagem por Tricampeão » 18 Out 2009, 20:10

Carnage escreveu:Putz... Utilizar argumentos do Caiado é 1 milhão de vezes pior do que eu trazer aqui os textos dos "blogueiros vendidos". É de doer...
Pelo que entendi, o natan citou um blogueiro, que por sua vez citou o Ronaldo Caiado.
O pior é que veio logo depois da intervenção do leteseu. Acho que todos vão entender por que eu vou responder somente a este último e deixar o Caiado pro florestal comentar.
leteseu escreveu:Pessoalmente, apesar de ser um pequeno burguês também vinculado ao setor "produtivo", eu pensava em algo parecido com teus argumentos. Todavia sempre fico em conflito em função das estratégias sociais, neste caso as de destruição de bens, e a necessidade de não fomentarmos a violência. Como definir o limite?
Lembrando em primeiro lugar que a força é apenas um meio válido para a ação de transformação social, mas não é a única, diria que essa pergunta oferece vários níveis de dificuldade.
É fácil respondê-la num plano bastante geral: é legítimo usar da violência estritamente necessária, e não além disso.
A lei reconhece o direito de se usar a violência em várias situações, não existindo um limite absoluto; este depende das circunstâncias. Se alguém me ameaça numa discussão em um bar, por exemplo, posso me defender, mas caberá à autoridade judiciária determinar se eu me excedi ou não no uso da força. Dependendo da ameaça a que eu estava sujeito, posso até matar e alegar legítima defesa; ou posso me ferrar apenas por ter dado um empurrão no cara.
Quando se transcendem os limites da lei, a situação fica muito mais complicada. Não há uma autoridade exterior para julgar se o recurso à violência foi ou não justificado. Ou melhor, existe: aquilo a que poderíamos chamar, por simplificação, de opinião pública. Vou usar essa expressão por ser conhecida, mas ela não é exata, pois não se trata aqui apenas de opinião, mas de um conjunto complexo de atitudes de um conjunto heterogêneo e numeroso de seres humanos.
O julgamento da opinião pública depende de demasiados fatores para ser previsível. Os operários brasileiros da década de 70 tiveram sucesso, e movimentos similares em lugares e épocas diferentes falharam. Por isso justifica-se a cautela dos movimentos sociais com relação ao emprego da força e à infração das leis.
Nada de se estranhar. Toda mudança sempre traz incertezas e turbulências, e uma mudança radical evidentemente trá-las muito maiores. Seria ótimo que toda melhoria pudesse ser feita sem ruptura institucional, mas até hoje não se construiu um sistema onde isso pudesse acontecer.
Com relação à desobediência às leis, existe um critério que acho que pode ser considerado seguro: só é válido infringir-se uma lei quando esta for injusta ou inadequada. Sonegar imposto de renda e querer que os outros continuem pagando, como fazem os ricões, é claramente errado, por exemplo. O direito a desobedecer leis injustas é reconhecido na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Tudo isso, é claro, considerando-se o caso dos operários brasileiros da década de 70, em luta contra a ditadura militar, que destruíam propriedade legal de outrem. O caso Cutrale é mais fácil; estando os laranjais da Cutrale em situação irregular, e não existindo na lei nenhuma proteção à propriedade ilegal, sua destruição pelo MST não levanta nenhum problema legal ou moral.

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#449 Mensagem por florestal » 19 Out 2009, 02:19

Chinelo Havaiana escreveu:O Florestal entende que esse tipo de ação não leva a nada em relação as necessárias transformações sociais. Mas é retrocesso?
Eu entendo que esse movimento é um movimento de inspiração religiosa (procure no Google Pastoral da Terra e verá que foi a única entidade que defendeu a ação), não é um movimento transformador, um movimento transformador vai colocar reivindicações e não agiria dessa forma.

Anteriormente o MST já havia demonstrado seu desapreço pelas instituições ao invadir o Congresso; antes já havia atacado uma empresa agrícola de alta tecnologia no RS. Um movimento de orientação marxista jamais cometeria esses erros; primeiro porquê atacar a modernidade é falso, o marxismo absorve a modernidade e busca reivindicar no novo ambiente. O marxismo, por exemplo, não pode ser contra os transgênicos, como foi o Bové, aquele pequeno proprietário francês que atacou a Monsanto no RS, quando da reunião do Fórum Social, outro embuste criado pelos petistas. O marxismo não é contra as inovações criadas pelas ciência e a técnica, portanto não é também contra o agronegócio.

Atacar o Congresso é colocar em risco a democracia conquistada a duras penas, é nesse ambiente democrático que poderemos transformar o Brasil se criarmos movimentos sociais e partidos políticos comprometidos com essa mudança, com orientação política clara e correta. Tanto o MST, quanto o PT já morreram politicamente. Fica claro que não possuem propostas de mudança da sociedade brasileira, resta ao povo ir entendendo isso, coisa que acontecerá paulatinamente. Esse ato do MST é desespero de causa, já que ele não tem a solução dos problemas do campo, coisa que a teoria social da Igreja não fornece, então passa a apelar para ações descabidas como essa.

*

A propósito, você também fala em revolução brasileira; o caminho da revolução brasileira é nacional e democrática, ou seja, trata-se de enfrentar o imperialismo com uma política econômica que privilegie a empresa nacional, que reoriente a economia, hoje voltada aos interesses do capital financeiro. Posteriormente uma revolução democrática, que abra caminho aos brasileiros a educação e saúde de qualidade. O socialismo seria conquistado com o aprofundamento da democracia, em um processo histórico, não se confundindo mais com o modelo da Revolução Russa de 1917, de planejamento centralizado e supressão da propriedade privada.

A palavra revolução aqui é utilizada como um grande número de mudanças em um espaço relativamente curto de tempo.

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leteseu
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#450 Mensagem por leteseu » 19 Out 2009, 06:57

Tri,

Obrigado pela gentil partipação. Não gosto de discutir idéias políticas no Gpguia pois na maoria das vezes a coisa supera a razoabilidade, o que não é teu caso aqui.

Argumentas que a tal Cutrale estaria ilegamente desenvolvendo sua atividade econômica naquela área. Até onde eu li, e posso estar errado, a referida empresa discute judicialmente a posse (ou propriedade) da terra e a ocupa mediante decisão judicial liminar, que aguarda trânsito em jugado do mérito. Se isso for de fato verdade não me parece que a tal Cutrale exploraria de forma ilegal a terra.

Além disso, considerando que a tal Cutrale eventualmente seja praticante de uma ilegalidade quem autorizaria terceiros, neste caso o MST, à fazer justiça no lugar do Estado? Parece-me temeroso imaginar que esta conduta possa se aproximar muito das milícias fascistas.

O mundo é violento, as condutas são fascistas e qualquer força é totalitária por definição. Nada podemos fazer quanto à isso. Porém, em minha opinião, penso que são as micropolíticas que promovem mudanças efetivas. No melhor estilo de Deleuze e Guatarri, que viveram o turbilhão de 68, aposto nas revoluções moleculare muito mais do que nas ditas sociais. Parece-me mais salutar promover pequenas e intensas alterações no desejo do que sair destruindo casas. São as casas do desejo de cada um que precisam de sabotagem. Desejo aí se aproxima muito do que tu chamas de opinião pública, eu creio.

O que me causa espanto é esta lógica dualista do MST que inspirada num maniqueísmo ultrapassado coloca os operários da terra no lado dos mocinhos e os donos de terra no lado dos bandidos. Sou um total ignorante nos aspectos que envolvem a dita reforma agrária mas algo no meu íntimo diz que é tão imoral destruir lares quando explorar ilegalmente a terra.

Complicado isso...

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