MST - Movimento dos sem terra

Espaço destinado a conversar sobre tudo.

Regras do fórum
Responder

Resumo dos Test Drives

FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 0 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 0Não 0
Oral Sem:Sim 0Não 0
Beija:Sim 0Não 0
OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Nazrudin
Forista
Forista
Mensagens: 7313
Registrado em: 22 Mai 2005, 19:50
---
Quantidade de TD's: 441
Ver TD's

#526 Mensagem por Nazrudin » 09 Nov 2009, 11:13

Escrevi que a PROPOSTA é a de uso menor, além da produtividade é claro. Não gosto de colar noticias, embora leia todas sem preconceito, mas uma que usa o Greenpeace como referencia e outra da agricultura sustentável não podia ser muito diferente. Amparar artigo com a referência a "estudos" também não acresecnta muito porque tem "pesquisa" para tudo quanto é "lado".

Mas interessante que o proprio artigo da uma pista do que esta acontecendo e isso pouco tem a ver com o Trangenico. Fala na ja conhecida seleção natural das ervas daninhas ao uso do herbicida. No caso o glifosato.

Isso eu observo na pratica na terra da familia. Plantamos milho para silagem e os inços aumentam a cada ano. Acredito ter algo a ver com a mudança climatica, com invernos cada vez mais amenos na região. Antes o inverno rigoroso com geadas, tinha num efeito de equibrador das pragas em geral. Até borrachudo que nunca teve tem aparecido.

Mas o calor tambem nao tras só efeitos negativos. E certamente nao é obra da Monsanto.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tiozinho50
Forista
Forista
Mensagens: 887
Registrado em: 29 Out 2007, 21:37
---
Quantidade de TD's: 50
Ver TD's

#527 Mensagem por Tiozinho50 » 09 Nov 2009, 14:47

Nazrudin escreveu:Escrevi que a PROPOSTA é a de uso menor, além da produtividade é claro. Não gosto de colar noticias, embora leia todas sem preconceito, mas uma que usa o Greenpeace como referencia e outra da agricultura sustentável não podia ser muito diferente. Amparar artigo com a referência a "estudos" também não acresecnta muito porque tem "pesquisa" para tudo quanto é "lado".

Mas interessante que o proprio artigo da uma pista do que esta acontecendo e isso pouco tem a ver com o Trangenico. Fala na ja conhecida seleção natural das ervas daninhas ao uso do herbicida. No caso o glifosato.

Isso eu observo na pratica na terra da familia. Plantamos milho para silagem e os inços aumentam a cada ano. Acredito ter algo a ver com a mudança climatica, com invernos cada vez mais amenos na região. Antes o inverno rigoroso com geadas, tinha num efeito de equibrador das pragas em geral. Até borrachudo que nunca teve tem aparecido.

Mas o calor tambem nao tras só efeitos negativos. E certamente nao é obra da Monsanto.

Caro Nazrudin, procurei me valer de varias fontes, que tem em comum o fato de não lucrarem com a venda ou não de transgênicos. Se vc prefere confiar na Monsanto é um direito seu.

O aumento do calor pode não ser obra da Monsanto, embora seja conseqüência do inconseqüente modelo capitalista de exploração dos recursos naturais , mas os fatos mencionados nos artigos que citei não são mera decorrência de alterações climáticas, e estão diretamente relacionados com a Monsanto, que comercializa o herbicida em questão em flagrante exercício ilegal conhecido como “venda casada”.

Não confunda seleção natural, que segundo Darwim decorre da sobrevivência natural do mais apto, com resistência a um agrotóxico que decorre da desastrosa intervenção humana sobre o meio ambiente pelo uso de produtos tóxicos.

Existem alternativas mais inteligentes, baratas e menos agressivas ao meio ambiente do que o uso de agrotóxicos a exemplo do controle natural de pragas, que alem de não contaminar o meio ambiente, não provoca resistência das ervas daninhas e demais pragas.

Ademais, o monopólio da Monsanto sobre os transgênicos e seu herbicida específico (Roundup), deixa o agricultor a cabresto dessa empresa, é um caminho sem volta já que a terra fica impossibilitada por anos de voltar a agricultura convencional.

O plantio de transgênicos está diretamente ligado ao uso do glifosato (Roundup), agrotóxico altamente mutagênico, que alem de alterar o DNA humano causando câncer, infertilidade e outras doenças é o provável responsável pela diminuição de diversas espécies de anfibios.
Novos estudos expõem danos do glifosato
Por Stephen Leahy

Estudos científicos somam provas do impacto na saúde humana e animal do herbicida Roundup, usado para eliminar plantações de coca na Colômbia.

TORONTO, 11 de junho (Tierramérica).- A fumigação aérea, financiada pelos Estados Unidos, de plantações colombianas de coca perto da fronteira com o Equador, afetou severamente o DNA da população local, revelaram cientistas da Pontifícia Universidade Católica do Equador, em Quito. Mostras de sangue de 24 equatorianos, que vivem a uma distância de até três quilômetros da fronteira setentrional, apresentaram aberrações de cromossomos entre 600% e 800% superiores aos das pessoas que vivem a 80 quilômetros, afirma o estudo.

Os moradores da fronteira examinados estiveram expostos ao herbicida comum glifosato – que a empresa norte-americana Monsanto patenteou sob o nome de Roundup – pelas aspersões aéreas ordenadas por Bogotá a partir de 2000, como parte do Plano Colômbia antidrogas e contra-insurgente financiado por Washington. Os equatorianos apresentaram imediatamente dores intestinais e vômitos, diarréia, dores de cabeça, tonturas, aturdimento, ardor nos olhos ou na pele, visão embaçada, dificuldade para respirar e brotoeja, diz o estudo, que será publicado na revista científica brasileira Genetics and Molecular Biology, da Sociedade Brasileira de Genética

Porém, o dano encontrado no DNA (ácido desoxirribonuclêico) das pessoas analisadas pode ativar o desenvolvimento de câncer e outras anomalias que provocam aborto espontâneo, segundo o pesquisador César Paz y Miño, diretor de Genética Molecular Humana na Universidade Católica do Equador e principal autor da pesquisa. Em geral, todas as pessoas apresentam algum grau de dano genético por exposição a radiação ultravioleta, poluição do ar ou produtos tóxicos, entre outros fatores. Contudo, dos 24 analisados, nenhum fumava, tomava bebida alcoólica ou remédios não prescritos, nem empregava em seu trabalho herbicidas ou pesticidas que pudessem ter causado o problema observado, disse Paz y Miño ao Terramérica.

A concentração de Roundup, 20 vezes superior ao máximo recomendado pelas normas norte-americanas, pode ser a razão de seu efeito genotóxico (capaz de causar mutação genética) nos indivíduos expostos, acrescentou o cientista. As amostras de sangue foram tomadas pelo médico espanhol Adolfo Maldonado, da não-governamental Ação Ecológica, que desde o início da década estuda problemas sanitários, econômicos e sociais de populações equatorianas afetadas pelas fumigações feitas pela Colômbia.

Desde 2000, Washington financia as fumigações colombianas de coca, matéria-prima da cocaína, da qual a Colômbia é primeiro produtor mundial, e nos últimos três anos gastou mais de US$ 1,3 bilhão no combate ao narcotráfico. No ano passado, a Direção Antinarcóticos da Policia Nacional Colombiana fumigou 171.613 hectares de coca e papoula, segundo o Informe sobre a Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos, divulgado em março pelo Departamento de Estado norte-americano.

As aspersões aumentam a cada ano, desde 2000. Em 2006, foram 24% superiores às do ano anterior. Três unidades de fumigação aérea, financiadas e operadas por Washington, trabalham em tempo integral na Colômbia, e uma quarta entrou em operação em 2006, diz o Informe. A aspersão “segue rígidas medidas ambientais, controladas por várias agências do governo da Colômbia”, afirma. Quanto a problemas sanitários, “o Instituto Nacional Colombiano de Saúde não verificou um único caso de efeitos adversos para a saúde humana vinculados à fumigação com glifosato”, assegura.

Paz y Miño refuta essa afirmação. Além de seu estudo, pesquisas da Universidade de Los Andes e da Universidade Nacional da Colômbia “dão conta de dano causado pelas fumigações aéreas nos colombianos”, afirmou. Desde 1994, vários estudos mostram impactos do Roundup nas pessoas e na natureza, acrescentou o cientista. O Roundup é uma mistura de glifosato e outros produtos que aumentam a penetração do herbicida ou estimulam seus efeitos tóxicos. Somente o glifosato – ingrediente ativo – foi completamente testado pelas autoridades norte-americanas quanto aos seus impactos sanitários e ambientais.

Em 2005, cientistas franceses, liderados por Gilles-Eric Seralin, afirmaram que algumas horas de exposição ao Roundup, a uma concentração dez vezes menor do que a encontrada no uso agrícola, eram tóxicas para células da placenta humana. Em maio, Seralin informou sobre novas descobertas, segundo as quais, mesmo diluído até dez mil vezes, o Roundup alterava a produção hormonal das células placentárias. “Este trabalho pode ajudar a compreender melhor os abortos espontâneos, nascimentos prematuros e malformações sexuais em recém-nascidos”, disse Seralin em um comunicado.
Em abril deste ano, danos no DNA foram documentados por cientistas turcos da Universidade de Mersin. Mesmo em concentrações de cinco a 15 partes por milhão, o Roundup afetou o material genético dos peixes, afirmaram. “Não há dúvidas de que as fumigações estão matando os anfíbios na Colômbia”, disse Rick Relyea, biólogo da Universidade de Pittsburgh, dos Estados Unidos. Em 2005, Relyea documentou que o Roundup era letal para as rãs. Mais de 90% dos girinos morreram após serem expostos a pequenas doses de polioxietil amina (POEA), parte da fórmula do Roundup que ajuda o glifosato a penetrar nas folhas das plantas.

Experiências com rãs norte-americanas mostraram que “mais de 80% dos adultos expostos ao Roundup em proporções normais morreram em um dia”. Não há dados sobre os impactos da fumigação em anfíbios colombianos. Essas descobertas levaram o congresso dos Estados Unidos a exigir, em 2006, garantias de que os mangues colombianos não seriam fumigados, disse Relyea ao Terramérica. Entretanto, a maioria das rãs vive em pequenos pântanos que não são facilmente detectáveis do ar, e muitas espécies se encontram em árvores e pastagens, acrescentou.

Como o Roundup é o herbicida mais usado no mundo, pode ser um fator que explique a drástica diminuição das populações de rãs, mas não há provas concludentes, afirmou Relyea.


Por outro lado, são claras as evidências do efeito das fumigações na fronteira equatoriana, assegurou Paz y Miño. Foram documentados destruição de cultivos legais, morte de gado, animais domésticos e peixes, além dos impactos na saúde humana. Seu grupo de pesquisas está terminando uma nova série de estudos sobre os efeitos do glifosato, apenas com o POEA, em insetos e células humanas cultivadas in vitro. “Posso adiantar que estamos encontrando dano genético”, afirmou.

http://www.ecoeacao.com.br/index2.php?o ... =1&id=2235

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tricampeão
Forista
Forista
Mensagens: 13803
Registrado em: 22 Set 2005, 16:06
---
Quantidade de TD's: 56
Ver TD's

#528 Mensagem por Tricampeão » 09 Nov 2009, 20:47

Acho que o marujo Nazruddin está confundindo um pouco as coisas, por tratar-se de seara estranha.
A manipulação transgênica da Monsanto tem o objetivo de criar organismos resistentes ao glifosato, para que os agricultores possam usar o herbicida deles em maiores quantidades. Essas sementes são chamadas de RR (Roundup Ready).
Existem sementes transgênicas baseadas no Bacillus thuringiensis, que têm outro objetivo: o bacilo produz uma toxina que funciona como agrotóxico. Essas sementes são chamadas de BT.
Só existem esses dois tipos de sementes transgênicas, até o momento. Nenhuma, como se vê, busca aumentar a produtividade. É preciso um esforço de adulteração conceitual para enxergá-las dessa forma.
As sementes RR, evidentemente, aumentam o uso de agrotóxicos.
As sementes BT também, com a diferença de que o agrotóxico já vem junto (e não é da Monsanto, é da Dow Chemical).
A soja transgênica é RR. Não existe soja BT. Nunca existirá. A Monsanto, obviamente, não o permitiria.
Sementes BT existentes: algodão, milho, batata.

Mais uma pílula de informação agropecuária do Tricampeão.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

florestal
Forista
Forista
Mensagens: 3306
Registrado em: 08 Ago 2004, 09:15
---
Quantidade de TD's: 127
Ver TD's

MST

#529 Mensagem por florestal » 10 Nov 2009, 04:34

O petismo não é sério, ele manipula dados e informações com a finalidade de obter adesão as suas causas. O petismo se coloca também contra os avanços da ciência e da técnica, rejeitando de forma fundamentalista as inovações tecnológicas, para fazer valer a sua atrasada visão política. Os transgênicos são necessários para equacionar o problema da fome no mundo e não merecem ficar a mercê de elucubrações petistas. As multinacionais da alimentação podem e devem ser fiscalizadas pelos governos, mas sem serem impedidas de pesquisarem e inovarem. A humanidade sempre caminhou assim, esse é o caminho a seguir, sem nenhuma rejeição do novo e do moderno.

O MST transformou-se em um agrupamento de pessoas que se reunem para obter e desviar verbas públicas, não mais possuem nenhum interesse em resolver as questões nacionais, entre as quais avulta a exclusão social de inúmeros brasileiros. Pior, passaram também a destruir empresas produtivas que geram riquezas e que, se bem fiscalizadas, poderiam auxiliar nesse processo de superação da exclusão social.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Avatar do usuário
Nazrudin
Forista
Forista
Mensagens: 7313
Registrado em: 22 Mai 2005, 19:50
---
Quantidade de TD's: 441
Ver TD's

#530 Mensagem por Nazrudin » 10 Nov 2009, 08:34

Tricampeão escreveu:Acho que o marujo Nazruddin está confundindo um pouco as coisas, por tratar-se de seara estranha.
A manipulação transgênica da Monsanto tem o objetivo de criar organismos resistentes ao glifosato, para que os agricultores possam usar o herbicida deles em maiores quantidades. Essas sementes são chamadas de RR (Roundup Ready).
Existem sementes transgênicas baseadas no Bacillus thuringiensis, que têm outro objetivo: o bacilo produz uma toxina que funciona como agrotóxico. Essas sementes são chamadas de BT.
Só existem esses dois tipos de sementes transgênicas, até o momento. Nenhuma, como se vê, busca aumentar a produtividade. É preciso um esforço de adulteração conceitual para enxergá-las dessa forma.
As sementes RR, evidentemente, aumentam o uso de agrotóxicos.
As sementes BT também, com a diferença de que o agrotóxico já vem junto (e não é da Monsanto, é da Dow Chemical).
A soja transgênica é RR. Não existe soja BT. Nunca existirá. A Monsanto, obviamente, não o permitiria.
Sementes BT existentes: algodão, milho, batata.

Mais uma pílula de informação agropecuária do Tricampeão.
SEAra? hehehe.
Confundir as coisas é comigo mesmo. Sem querer fazer nenhum tipo de adulteração conceitual, a informação sobre o aumento de produtividade, no caso milho, eu me lembro de ter lido em artigos em inglês, com análise do aumento de produtividade, kg/ha, apresentação de tabelas, registros, metodos cientificos, tudo nos conformes. E claro que pode ser uma falácia....

Uma pesquisa rapida no google traz uma noticia tendenciosa para exemplificar: http://www.portaldoagronegocio.com.br/c ... p?id=29104

Artigo curto, escrito em linguagem fácil, de uma professora pesquisadora genetica da UFRGS, sobre transgenicos: http://super.abril.com.br/saude/medo-tr ... 3720.shtml

Pronto, me rendi. Comecei com o recorta e cola...

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Peter_North
Forista
Forista
Mensagens: 4809
Registrado em: 24 Jun 2005, 15:01
---
Quantidade de TD's: 190
Ver TD's

#531 Mensagem por Peter_North » 10 Nov 2009, 16:32

Tiozinho50 escreveu:a soja transgênica já está causando arrependimento aos incautos que se atiraram de corpo e alma na novidade
Tiozinho, eu estaria sendo injusto se disesse que tu obviamente nunca plantou nada e não faz a menor idéia do trabalho envolvido em fazer uma safra "vingar"? Ah, e podemos deixar de lado as piadas sobre plantar mandioca nas putas, combinado?
Tiozinho50 escreveu:O Rio Grande do Sul é atualmente o maior foco de contaminação transgênica no Brasil: dos cerca de 83 mil agricultores que plantaram soja transgênica na safra 2003/2004, mais de 81 mil estão no Estado gaúcho. A soja transgênica começou a ser plantada ilegalmente no Estado em 1998, após ter sido contrabandeada da Argentina
É isso aí, às vezes dá orgulho do estado onde nasci. Só tem uma coisa: começou em 1998? Pfff, antes disso eu já contrabandeava semente pela fronteira, ali em Quaraí. Oh yeah, eu fiz a minha parte.

Sabem, quando eu vejo no supermercado um produto com um rótulo "orgânico" eu o evito e compro outro, que seja transgênico. É muito melhor e é mais barato. Orgânico é muito mais caro, mas eu não me importo com os trouxas comprando essas porcarias, sobra mais transgênico para mim. Sabem, eu acho que todo produto deveria claramente dizer na embalagem "Orgânico" ou "transgênico". facilitava a minha vida. Esses dias trouxe uma alface para casa e só depois que abri a embalagem vi que era orgânico. Que nojo!

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Peter_North
Forista
Forista
Mensagens: 4809
Registrado em: 24 Jun 2005, 15:01
---
Quantidade de TD's: 190
Ver TD's

#532 Mensagem por Peter_North » 10 Nov 2009, 16:38

Nazrudin escreveu:Isso eu observo na pratica na terra da familia. Plantamos milho para silagem e os inços aumentam a cada ano.
Oh meu deus, tu PLANTA???? Onde já se viu! Seu criminoso insensível. Em nome do socialismo e do PT, vamos imediatamente mandar um bando de sem-terra depredar a sua propriedade. Oras, onde já se viu, plantar. E pior ainda, falando sobre agricultura com conhecimento de causa. Isso é totalmente contrário à tradição da esquerda, seu sem-coração. Só falta me dizer que estudou. Não sabe que a moda é ser que nem o Lula?
Tiozinho escreveu:Existem alternativas mais inteligentes, baratas e menos agressivas ao meio ambiente do que o uso de agrotóxicos a exemplo do controle natural de pragas, que alem de não contaminar o meio ambiente, não provoca resistência das ervas daninhas e demais pragas.
É, ddefinitvamente o Tiozonho nunca plantou nada. Te digo uma coisa, vai cuidar de uma plantação com controle natural de pragas pra tu ver oque é bom, e para ver o quanto vai custar produzir assim. Depois vem falar aqui, e já aproveita e dá o teu depoimento sobre como é viver no campo ao invés de na cidade com todos os confortos da vida moderna.

Vocês malas de esquerda nunca ouviiram falar na Revolução Verde? Viva os agrotóxicos, viva os transgênicos, pois sem eles já teríamos morrido de fome.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Peter_North
Forista
Forista
Mensagens: 4809
Registrado em: 24 Jun 2005, 15:01
---
Quantidade de TD's: 190
Ver TD's

#533 Mensagem por Peter_North » 10 Nov 2009, 16:40

Tricampeão escreveu:Só existem esses dois tipos de sementes transgênicas, até o momento. Nenhuma, como se vê, busca aumentar a produtividade. É preciso um esforço de adulteração conceitual para enxergá-las dessa forma.
Então, já que a produtividade é a mesma, por favor me diga porque alguém usa transgênicos.

Uma dica: É porque a produtividade é melhor.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Roy Kalifa
Forista
Forista
Mensagens: 3840
Registrado em: 25 Mai 2008, 18:37
---
Quantidade de TD's: 128
Ver TD's

#534 Mensagem por Roy Kalifa » 10 Nov 2009, 17:27

Seis membros do MST tiveram a prisão preventiva decretada pela invasão e destruição de uma fazenda do Pará no dia 03/11.

Até que enfim a justiça está sendo feita neste país.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tiozinho50
Forista
Forista
Mensagens: 887
Registrado em: 29 Out 2007, 21:37
---
Quantidade de TD's: 50
Ver TD's

#535 Mensagem por Tiozinho50 » 28 Nov 2009, 16:48

Testemunha de acusação contra suspeito de assassinato de irmã Dorothy é baleada

28.11.09 - 17:24

Uma das principais testemunhas de acusação contra um dos investigados pelo assassinato da irmã Dorothy Stang sofreu um atentado no último dia 26, no município de Anapu, no Pará. Apesar de ter levado diversos tiros nas pernas, na cabeça e na boca, Roniery Bezerra Lopes não morreu, e está em estado grave, internado em um hospital da região.

A informação foi passada hoje à Agência Brasil pela Irmã Jane Dwyer, da mesma congregação da irmã Dorothy.

O atentado foi cometido menos de três horas após Roniery ter recebido intimação da Justiça para ser testemunha de acusação contra Regivaldo Pereira Galvão, no caso que investiga fraudes, uso de laranjas e falsificação de documentos para esconder a grilagem do lote 55, local onde a Irmã Dorothy foi assassinada e centro dos conflitos agrários na região.

Durante o julgamento pela morte da Irmã Dorothy, Regivaldo havia alegado não ter nenhum tipo de vínculo com o lote 55. No entanto, em 2008 ele passou a dizer ser o dono do lote, apresentando à Polícia Federal diferentes versões sobre como teria adquirido as terras.

Um inquérito foi aberto e a PF acabou comprovando a falsificação documental, o que levou à abertura de novo processo em fevereiro de 2009 contra Regivaldo, para quem Roniery trabalhava.

Apesar de ainda não ter sido notificado sobre atentado, a assessoria do MPF (Ministério Público Federal) no Pará informou que Roniery participava das negociações envolvendo a área.

Muitos detalhes sobre o atentado ainda precisam ser esclarecidos. Apenas a irmã Jane se dispôs a dar detalhes, a partir de conversas que teve com outras pessoas.

"Ele [Roniery ] recebeu a intimação entre as 18 e 19 horas, e o atentado ocorreu por volta das 21 horas", explica a irmã Jane. "A informação que tive foi de que foram muitos disparos afetando inclusive a espinha. Quanto ao tiro na boca, é uma prática comum daqui para passar uma mensagem clara a quem faz denúncias", acrescenta a religiosa que, assim como Dorothy, tem origem norte-americana.

Irmã Jane disse que, no momento do atentado, Roniery estava acompanhado de uma mulher e uma criança. "Parece que era a esposa dele, que também levou um tiro mas, ao que fui informada, ela não corre risco de vida. A criança fugiu e se escondeu no matagal". A religiosa disse, ainda, ter sido polícia quem o levou ao hospital.

Para evitar novos atentados, o nome do hospital não foi informado.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 8996.shtml

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#536 Mensagem por Carnage » 29 Nov 2009, 15:42

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=22794
Kátia, que é inimiga do MST e quer derrubar governadora, compra terra no grito e não planta nada

20/novembro/2009 23:21


A Carta Capital que chega hoje às bancas traz reportagem de Leandro Fortes (*), na pág. 26 , sobre um “golpe contra camponeses: reforma agrária às avessas tirou terras de pequenos agricultores e as entregou a figurões como a senadora Kátia Abreu”.

A reportagem mostra como empresários – entre eles a Senadora Kátia e o irmão – compraram na bacia das almas terras de pequenos proprietários que conseguiriam provar a posse da terra, se houvesse uma Justiça diferente da que existe no estado de Tocantins.

A Senadora Kátia Abreu contou com a inestimável colaboração do governador tucano de Tocantins, Siqueira Campos.

Além das peripécias legais que ajudaram a Senadora a comprar 1,2 mil hectares por menos de R$ 8, o hectare, há o agravante de as terras que pertenciam ao pequeno proprietário Juarez Vieira Reis, de Campos Lindos, e hoje pertence a ela, não produzirem nada.

É um latifúndio improdutivo, que passará a ser objeto de reforma agrária, assim que o Governo atualizar os critérios de aferição da produtividade da terra – como pleiteou o MST.

Deve ser esse um dos motivos por que a Senadora parece mover uma ofensiva militar contra o MST, sob a forma de uma CPI.

Os malabarismos legais que permitiram o trem-da-alegria que resultou nessa apropriação de terras são objeto de um pedido de intervenção federal em Tocantins, por um procurador federal, Álvaro Manzano.

Deve ser por isso, também, que a Senadora do latifúndio improdutivo tenta o impeachment da Governadora Ana Julia, do Pará, porque ela não tinha como atender pedido de Gilmar Dantas (**): agir imediatamente para desocupar terras ocupadas.

Como se sabe, o MST ocupou terras de Daniel Dantas no Pará, onde ele, por cima, finge criar gado e, por baixo, explora riquezas mineiras.

Leandro Fortes também informa que o Corregedor do Conselho Nacional de Justiça vai divulgar relatório que demonstra como em Tocantins os processos judiciais contra poderosos andam com a celeridade inversa à dos HCs de Dantas no Supremo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Leandro Fortes publicou na Carta Capital uma reportagem sobre os negócios particulares do Gilmar Dantas (*), como empresário de cursos de pós-graduação em Direito à distância. Pós graduação à distância, isso mesmo, amigo navegante. Fortes também mostrou como a família Mendes manda em Diamantino, Mato Grosso. Manda e desmanda. E publicou entrevista em que a Governadora Ana Julia conta como foi o telefonema que recebeu de Gilmar Dantas para desocupar logo terras no Pará. Por causa da primeira reportagem a Carta Capital e Leandro são processados.

(**) Repare, amigo navegante, como notável jornalista do Globo (do Globo !) se refere a Ele.

Clique aqui para ler “Gilmar não se conforma e quer tomar o lugar de Lula” .

Ministro Peluso não sabe como redigir relatório que deu a Lula o direito de decidir sobre Cesare Battisti. É fácil.”

E “Senador do grampo chama Supremo de covarde” .

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#537 Mensagem por Carnage » 29 Nov 2009, 15:44

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 1713,0.php
Quarta-Feira, 25 de Novembro de 2009 | Versão Impressa
Incra quer usar fazendas de Dantas para reforma agrária
De Sanctis autoriza vistoria nas áreas sob justificativa de 'interesse social'
Fausto Macedo


O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está de olho nas fazendas do banqueiro Daniel Dantas, alvo da Operação Satiagraha. Em ofício à Justiça Federal, a procuradora-chefe do Incra, Gilda Diniz dos Santos, pediu autorização para vistoriar os imóveis e verificar a possibilidade de destinação das terras ao Programa Nacional de Reforma Agrária.

A vistoria foi autorizada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal em São Paulo, "em razão da existência de legítimo interesse social". O Ministério Público Federal deu parecer favorável à inspeção.

O Incra invoca "princípios da justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento da produção" e alega "atendimento da função social da propriedade, atribuindo-lhes (às fazendas) valor de mercado". A procuradora assinala em petição de três páginas que "para o cumprimento da sua incumbência institucional, o Incra intervém na estrutura fundiária do País, vistoriando os imóveis rurais com o objetivo de verificar o cumprimento da função social da propriedade, desapropriando por interesse social, para fins de reforma agrária, aqueles que não atendem ao preceito constitucional". Segundo o Incra, "essa atuação resulta na democratização e na desconcentração da propriedade de terras no País".

Todo o complexo agropecuário de Dantas - 27 fazendas e 453 mil cabeças de gado - está sob regime de sequestro judicial desde julho. A Santa Bárbara controla, por meio da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, todas as propriedades. As fazendas que caíram na malha judicial estão espalhadas por quatro Estados: 23 no Pará, duas em Mato Grosso, uma em Minas e uma em São Paulo. "São Estados com forte histórico de conflitos fundiários, sobretudo o Pará, no qual ocorreu o massacre de Eldorado de Carajás, em 1996, na região conhecida como curva do "S", proximidades da cidade de Marabá, onde o Grupo Opportunity possui mais de 50 imóveis rurais, segundo a Comissão Pastoral da Terra do Sul e Sudeste do Pará", afirma a procuradora.

O Incra diz que a meta é "apaziguar os crescentes embates na região, decorrentes da estrutura fundiária, de modo a verificar se os imóveis têm vocação para destinação à reforma, bem como se observam função social da propriedade".

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#538 Mensagem por Carnage » 29 Nov 2009, 15:45

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... elisburgo/
25/11/2009 - 16:25
O massacre de Felisburgo

Por PAULO KAUTSCHER – SÃO GONÇALO – RJ

5 anos do Massacre de Felisburgo


Em 20 de novembro de 2004, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e seus jagunços invadiram o acampamento Terra Prometida, no município mineiro de Felisburgo, assassinaram cinco trabalhadores rurais Sem Terra e deixaram mais de 20 gravemente feridos. O Massacre de Felisburgo, que completa cinco anos, é considerado um retrato da atualidade da violência no campo, da impunidade da Justiça e da paralisação da Reforma Agrária.

Para lembrar esta data e reafirmar nosso compromisso na luta o MST/MG e os Setores de Comunicação, Cultura e Direitos humanos do MST apresentam o vídeo documentário FELISBURGO, com a duração de 10”36”’.

ASSISTA O VÍDEO CLICANDO NO LINK ABAIXO

http://blip.tv/file/2791848

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#539 Mensagem por Carnage » 13 Dez 2009, 19:42

Entrevista com Stédile feita pela Rede TV, em vídeo:

http://www.redetv.com.br/portal/jornali ... aspx?73381 -

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#540 Mensagem por Carnage » 20 Dez 2009, 17:31

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... olvimento/

Reforma Agrária, democracia e desenvolvimento

Atualizado e Publicado em 14 de dezembro de 2009 às 15:46

Precisamos definir com clareza qual o meio rural que queremos para um Brasil que deixou para trás as sucessivas crises econômicas, que voltou a crescer, gerar empregos e, o que é mais importante, a diminuir as nossas históricas desigualdades. Queremos um campo com gente ou um campo sem gente? Queremos monocultura ou produção diversificada? Queremos alimentos saudáveis ou estamos dispostos a arriscar a saúde de todos? A conservação de nossa biodiversidade ou sua destruição? Terra para poucos ou terra para muitos? O artigo é de Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário.

por Guilherne Cassel, em Carta Maior
Guilherme Cassel é ministro do Desenvolvimento Agrário.


No dia cinco de dezembro, a Folha de S.Paulo publicou dois textos que deveriam se posicionar contra e a favor da Reforma Agrária. Se a boa intenção era jogar luz sobre um tema difícil e controverso, o resultado não poderia ter sido pior. Os dois autores desenvolveram seus textos a partir de um mesmo erro metodológico: abordaram a reforma agrária a partir de seu posicionamento sobre o MST. Confundiram reforma agrária com MST. Um, com devoção quase religiosa ao movimento e o outro, movido por um rancor incontido. Como sempre, “as aparências enganam aos que odeiam e aos que amam”. Esta postura só serve para interditar a possibilidade de um debate consequente e livre de sectarismos. Um debate que deveria nos auxiliar a compreender os desafios contemporâneos de um desenvolvimento rural sustentável, e sobre qual reforma agrária é boa para a nação e como viabilizá-la.

Por maior que seja a importância que se queira dar ao MST, a reforma agrária nem de longe se reduz a ele. Seja porque não é o único ator do tema fundiário (Contag, Fetraf, CNS e dezenas de movimentos também o são), seja porque seus erros ou acertos não dispensam a necessidade de um debate sobre a questão agrária brasileira do ponto de vista dos interesses da nação. É necessário ir além do rancor ou da devoção dos autores ao MST. A reforma agrária passa pelo julgamento da estrutura agrária e seus efeitos e não pelo julgamento do MST.

É preciso compreendermos e superarmos duas matrizes de pensamento que organizam os sentimentos e entendimentos de alguns setores, e ver como estas matrizes, por ultrapassadas e insuficientes, travam o desenvolvimento do debate sobre a Reforma Agrária no Brasil.

A primeira delas acreditou – e acredita! – que poderíamos nos desenvolver com um campo sem gente. A ilusão da chamada revolução verde e a intensidade da modernização conservadora levaram muita gente a considerar que o desenvolvimento científico e tecnológico seria capaz de garantir a produção suficiente para alimentar o planeta, a partir de uma combinação de latifúndios altamente mecanizados e utilização intensiva de insumos químicos. Daí, a conclusão evidente: o problema da produção estaria resolvido, a nação não precisaria de reforma agrária, a terra poderia estar concentrada nas mãos de poucos e lugar de gente seria na cidade. Este modelo, aplicado no Brasil a partir de década de sessenta, por mais de trinta anos, mostrou resultados desastrosos: milhões de famílias foram obrigadas a deixar o campo por falta de política agrícola, a violência urbana alcançou níveis impressionantes, tivemos alta na inflação de preços dos alimentos e provocamos danos quase irreversíveis ao meio-ambiente.

A segunda matriz de pensamento está associada às reflexões de setores da esquerda dos anos 50 e 60. Aí, a reforma agrária impunha-se como necessidade histórica, como pré-condição para o crescimento econômico capitalista. Este enfoque, muito economicista, descartou alternativas que poderiam levar à superação do subdesenvolvimento. Os movimentos sociais que a defendiam passaram a se ver como portadores de uma imposição econômica histórica incontornável e não de uma bandeira política objeto de disputas na sociedade.

A própria história recente do país demonstrou o engano desta visão. Hoje, sabemos que é possível, sim, crescermos sem Reforma Agrária e que esta não é nem será fruto de uma inevitabilidade histórica, mas, ao acontecer, acontece como fruto de uma escolha da sociedade, como parte das definições sobre que tipo de desenvolvimento nós queremos para nosso país.

Este é o ponto de partida: definir com clareza qual o meio rural que queremos para um Brasil que deixou para trás as sucessivas crises econômicas, que voltou a crescer, gerar empregos e, o que é mais importante, a diminuir as nossas históricas desigualdades. Queremos um campo com gente ou um campo sem gente? Queremos monocultura ou produção diversificada? Queremos alimentos saudáveis ou estamos dispostos a arriscar a saúde de todos? A conservação de nossa biodiversidade ou sua destruição? Terra para poucos ou terra para muitos?

A experiência brasileira recente está orientada por uma visão contemporânea de reforma agrária, que reconhece a importância do acesso à terra, mas não se restringe a ela. As políticas diferenciadas para a agricultura familiar abarcam o crédito para custeio e investimento, o seguro de preços e de renda, preços mínimos, canais de comercialização – como o programa de aquisição de alimentos e as compras da alimentação escolar -, ações de fortalecimento do associativismo e do cooperativismo, de promoção da autonomia econômica das mulheres rurais e garantia de acesso à assistência técnica. São políticas que produzem um claro fortalecimento econômico e social das populações rurais, criando melhores condições para ampliar os horizontes de seu protagonismo. Uma visão consagrada, por exemplo, na Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), realizada em Porto Alegre em 2006.

Esta reforma agrária contemporânea reconhece acima de tudo, a diversidade do rural brasileiro que não é composto apenas por “com” e “sem” terra; somos mais ricos e diversos. Existem homens e mulheres “sem título” no norte e nordeste, ribeirinhos, quilombolas, indígenas, varzeteiros, extrativistas, pescadores, todos com uma história singular, demandando, com legitimidade, políticas públicas específicas que lhes garanta o direito à terra para viver e produzir com dignidade.

A diversidade de públicos exige uma diversidade de políticas fundiárias. Em sete anos mais de 170 mil famílias receberam título de propriedade por intermédio da regularização fundiária; 74 mil famílias tiveram acesso a terra via o programa de crédito fundiário; 4.300 famílias de quilombolas foram reconhecidas e tituladas. Na Amazônia, o Programa Terra Legal iniciou recentemente suas ações voltadas para recuperar terras griladas e para que 300 mil posseiros tenham direito à terra. Durante os últimos sete anos foram assentadas 550 mil famílias em mais de 44 milhões hectares em todo o país.

São números impressionantes. A publicação dos dados do Censo Agropecuário 2006 mostrou que a agricultura familiar responde com eficiência e rapidez às políticas públicas. Mostra, de forma clara, como ter uma agricultura familiar forte e produtiva é uma vantagem comparativa para o Brasil. É na agricultura familiar que encontramos diversificação produtiva, mais trabalho, mais produção e mais renda por hectare. Reverteu-se a tendência do esvaziamento do campo. Entre 1985 a 1995/1996 desapareceram 941 mil estabelecimentos agropecuários; de 1996 a 2006 houve um crescimento inédito: 315 mil novas unidades. E o melhor da história: enquanto entre 1985 a 1995/1996 o esvaziamento foi principalmente entre os pequenos estabelecimentos (perderam 9 milhões de hectares), em 2006 são os pequenos com até 100 ha que voltam a crescer em número (quase 130 mil novos estabelecimentos agropecuários) e em área ( mais 115 mil hectares), enquanto os grandes com mais de 1.000 ha são os que estão reduzindo em número e área (menos 12,9 milhões de hectares !). Ou seja, não só os grandes estão ficando menores, como estão perdendo terreno para a agricultura familiar.

Esta visão ampliada sobre a reforma agrária está sintonizada com uma visão de desenvolvimento rural que integra cidadania, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. Expressa uma percepção ampliada sobre o rural ao reconhecer que, na grande parte dos municípios brasileiros, a dinâmica econômica e social está vinculada a agricultura e que seu desenvolvimento envolve a articulação territorial de atividades agrícolas e não-agrícolas, processamento agroindustrial e serviços.

As questões não estão todas resolvidas. O reconhecimento destes avanços não exclui a necessidade de superarmos problemas, especialmente aqueles relativos a concentração excessiva de terras, a conservação da biodiversidade, a insistente existência de trabalho escravo, a ameaça da estrangeirização do nosso território, a dependência tecnológica imposta por algumas empresas transnacionais e a necessidade de definirmos estratégias permanentes de segurança e soberania alimentar.

A democratização da estrutura fundiária demanda uma ampla legitimidade social para exigir o cumprimento da função social da propriedade da terra, subordinando o direito de propriedade às exigências constitucionais nos quesitos trabalhista, econômico, social e ambiental. Legitimidade que precisa se traduzir em força social, inclusive, para aprovar a proposta de limite do tamanho da propriedade.

A construção de uma maioria social pró-reforma agrária passa pelo esforço político e pedagógico de convencimento de muitos sobre as vantagens para o país de uma estrutura fundiária desconcentrada e de uma agricultura familiar mais forte e ocupando de forma associativa parcelas importantes das cadeias produtivas. Um esforço para vincular a reforma agrária com o aprofundamento da democracia brasileira. E para isso dois erros podem ser evitados. O primeiro seria considerar que isso adviria simplesmente das proclamações de um movimento social e da cobrança de apoio às suas ações. O segundo erro seria renegar as desigualdades vigentes e desqualificar aqueles que seguem lutando por um Brasil mais justo.

Nesta virada da agenda política nacional a reforma agrária pode e deve estar no âmbito do debate do desenvolvimento como uma das expressões de um novo Brasil. O lugar da reforma agrária é o da boa disputa democrática de um projeto de futuro para o país.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Responder

Voltar para “Assuntos Gerais - OFF Topic - Temas variados”