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Boris Casoy é “uma vergonha”
Primeiro vídeo: ao encerrar o Jornal da Band da noite de 31 de dezembro de 2009, dois garis de São Paulo aparecem desejando feliz ano novo ao povo brasileiro. Na sequência, sem perceber o vazamento de áudio, o fascistóide Boris Casoy, âncora da TV Bandeirantes, faz um comentário asqueroso: “Que merda... Dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... Dois lixeiros... O mais baixo da escala do trabalho”.
Segundo vídeo: na noite seguinte, o jornalista preconceituoso pede desculpas meio a contragosto: “Ontem durante o programa eu disse uma frase infeliz que ofendeu os garis. Eu peço profundas desculpas aos garis e a todos os telespectadores”. Numa entrevista à Folha, porém, Boris Casoy mostra que não se arrependeu da frase e do seu pensamento elitista, mas sim do vazamento. “Foi um erro. Vazou, era intervalo e supostamente os microfones estavam desligados”.
Do CCC à assessoria dos golpistas
Este fato lastimável, que lembra a antena parabólica do ex-ministro de FHC, Rubens Ricupero – outras centenas de comentários de colunistas elitistas da mídia hegemônica infelizmente nunca vieram ao ar –, revela como a imprensa brasileira “é uma vergonha”, para citar o bordão de Boris Casoy, com seu biquinho e seus cacoetes. O episódio também serve para desmascarar de vez este repugnante apresentador, que gosta de posar de jornalista crítico e independente.
A história de Boris Casoy é das mais sombrias. Ele sempre esteve vinculado a grupos de direita e manteve relações com políticos reacionários. Segundo artigo bombástico da revista Cruzeiro, em 1968, o então estudante do Mackenzie teria sido membro do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), o grupo fascista que promoveu inúmeros atos terroristas durante a ditadura militar. Casoy nega a sua militância, mas vários historiadores e personagens do período confirmam a denúncia.
Âncora da oposição de direita
Ainda de 1968, o direitista foi nomeado secretário de imprensa de Herbert Levy, então secretário de Agricultura do governo biônico de Abreu Sodré – em plena ditadura. Também foi assessor do ministro da Agricultura do general Garrastazu Médici na fase mais dura das torturas e mortes do regime militar. Em 1974, Casoy ingressou na Folha de S.Paulo e, numa ascensão meteórica, foi promovido a editor-chefe do jornal de Octávio Frias, outro partidário do setor “linha dura” dos generais golpistas. Como âncora de televisão, a sua carreira teve início no SBT, em 1988.
Na seqüência, Casoy foi apresentador do Jornal da Record durante oito anos, até ser demitido em dezembro de 2005. Ressentido, ele declarou à revista IstoÉ que “o governo pressionou a Record [para me demitir]... Foram várias pressões e a final foi do Zé Dirceu”. Na prática, a emissora não teve como sustentar seu discurso raivoso, que transformou o telejornal em palanque da oposição de direita, bombardeando sem piedade o presidente Lula no chamado “escândalo do mensalão”.
Nos bastidores da TV Bandeirantes
Em 2008, Casoy foi contratado pela TV Bandeirantes e manteve suas posições direitistas. Ele é um inimigo declarado dos movimentos grevistas e detesta o MST. Não esconde sua visão elitista contra as políticas sociais do governo Lula e alinha-se sempre com as posições imperialistas dos EUA nas questões da política externa. O vazamento do vídeo em que ofende os garis confirma seu arraigado preconceito contra os trabalhadores e tumultuou os bastidores da TV Bandeirantes.
Entidades sindicais e populares já analisam a possibilidade de ingressar com representação junto à Procuradoria Geral da República. Como ironiza Beto Almeida, presidente da TV Cidade Livre de Brasília, seria saudável o “Boris prestar serviços comunitários por um tempo, varrendo ruas, para ter a oportunidade de fazer algo de útil aos seus semelhantes”. Também é possível acionar o Ministério Público Federal, que tem a função de defender os direitos constitucionais do cidadão junto “aos concessionários e permissionários de serviço público” – como é o caso das TVs.
Na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro, Walter Ceneviva, Antonio Teles e Frederico Nogueira, entre outros dirigentes da Rede Bandeirantes, participaram de forma democrática dos debates. Bem diferente da postura autoritária das emissoras afiliadas à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), teleguiadas pela Rede Globo. Apesar das divergências, essa participação foi saudada pelos outros setores sociais presentes ao evento. Um dos pontos polêmicos foi sobre a chamada “liberdade de expressão”. A pergunta que fica é se a deprimente declaração de Boris Casoy faz parte deste “direito absoluto”, quase divino.
http://blog.sylviomicelli.jor.br/2010/0 ... -pra-sair/
Ei, Casoy! Pede prá sair!
Que ótima forma de começar o Ano Novo! Comentando uma terrível gafe de um colega de profissão. Colega que não gosto mas, afinal, faz parte da minha pseudo-categoria.
Ontem, véspera de Ano Novo, o jornalista Bóris Casoy, após uma reportagem do Jornal da Band que ele ancora na Rede Bandeirantes de televisão, comentou em tom cínico e malicioso as imagens exibidas durante uma reportagem, que mostravam uma dupla de garis dando felicitações de Ano Novo. Eis a reprodução de sua fala: “Que merda… dois lixeiros desejando felicidades… do alto de suas vassouras… dois lixeiros… o mais baixo da escala do trabalho…”
Pois bem. De todas as pessoas do mundo do jornalismo, Casoy seria a última, a tecer qualquer comentário preconceituoso. Casoy é de origem judia, uma das etnias mais perseguidas do mundo. Ele, quando criança, foi vitimado pela poliomielite e só começou a andar após os nove anos de idade. Ou seja, apenas esses dois fatos já deveriam dar a ele uma humildade que nem o homem, nem o profissional têm.
Mas é plenamente compreensível. Bóris Casoy é um dos mais importantes e dignos representantes da burguesia brasileira. Quase um porta-voz dos que acham que estão a salvos em assistí-lo, ao invés de optarem pelo Jornal Nacional da Rede Globo. E quando uso burguesia, aqui, passo longe do discurso panfletário utilizado politicamente.
Casoy foi secretário de Imprensa de diversos representantes da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido que deu sustentação ao Regime Militar. Entre 1968 e 1972, auge da ditadura no país, Casoy passou pela Secretaria de Agricultura paulista, pelo Ministério da Agricultura e pela prefeitura paulistana. É apontado com um dos responsáveis pelas “grandes transformações” do jornal Folha de São Paulo e pelo sucesso da coluna Painel na década de 80. E está em diversos canais de TV, há mais de duas décadas, sempre “formando opinião”.
O mais preocupante no comentário que Casoy fez, e que vazou na era da informação total, é que ele reflete o pensamento da mesma burguesia que lhe dá o status de conteúdo. Ele até pediu desculpas hoje. O problema não é o Casoy falar bobagem. Ele pensa assim. Mesmo pedindo desculpas é isso que ele pensa… E desculpas televisivas não apagam o pensamento que se tem.
Encerro aqui utilizando-me de dois bordões famosos do jornalista. E rogo que ele aproveite a oportunidade para se aposentar. “É preciso passar o Brasil a limpo”, não é mesmo? E vamos aproveitar os garis para que a sujeira não fique debaixo do tapete. Do contrário “isto é uma vergonha”.
Espero que o Grupo Bandeirantes manifeste-se sobre o assunto de forma clara para que seu jornalismo, até sério e respeitável, não seja jogado na vala comum. E que o jocoso programa CQC, da mesma emissora, não seja corporativo e coloque o dedo na ferida, assim como faz com outros vídeos e situações inusitados.
Carta aberta à população (do Sindicato dos Garis e Varredores)
Garis de São Paulo são humilhados duas vezes
Não bastasse a frase desrespeitosa: “Que m …: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”, captada pelo áudio aberto no encerramento de uma saudação de Feliz 2010 de garis e varredores, no dia 31 de Dezembro de 2009, na TV Bandeirantes, hoje (4/01/10), ao tentar entregar uma carta à Boris Casoy e à TV Bandeirantes, os diretores do Siemaco foram mais uma vez humilhados.
Uma jornalista que se apresentou como Albertina e se disse chefe de redação não quis, sequer, assinar o protocolo de recebimento. Não autorizou, inclusive, que os diretores do Siemaco, o Sindicato dos Garis e Varredores, entrassem nas dependências da TV Bandeirantes.
Atitude que confirma que a desculpa de Boris Casoy não passou de uma formalidade e que prevalece o preconceito e o tratamento desrespeitoso com a categoria, com os seus representantes legais e com os trabalhadores e trabalhadoras da limpeza urbana de São Paulo.
Por isso, publicamos esta “Carta aberta à população”, em busca de atitudes menos preconceituosas e para insistir na adoção de hábitos democráticos. Pois, os garis e varredores de São Paulo queriam provar para a TV Bandeirantes e para Boris Casoy que não aceitam a classificação desrespeitosa: “O mais baixo na escala do trabalho”.
O preconceito e a afronta aos mínimos hábitos democráticos se confirmam pelas atitudes da TV Bandeirantes em não receber nossa carta de protesto e pelo tratamento desrespeitoso da jornalista Albertina, subordinada a Boris Casoy.
Eis a íntegra da carta que tentamos entregar ao apresentador Boris Casoy e que fomos obrigados a protocolar na TV Bandeirantes, que também não nos recebeu:
“São Paulo, 4 de Janeiro de 2010
De: Sindicato dos Garis de São Paulo
Para: TV Bandeirantes e Boris Casoy
Fazemos questão de registrar, formalmente, nossa indignação com a frase do apresentador Boris Casoy, da TV Bandeirantes, no dia 31 de dezembro de 2009, quando afirmou: “Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”.
Não aceitamos as desculpas do apresentador, que foram meramente formais ao ser pego ao manifestar o que pensa e que, infelizmente, reforça o preconceito de vários setores da sociedade contra os trabalhadores garis e varredores, responsáveis pela limpeza da nossa Capital.
O esforço que os trabalhadores e trabalhadoras fazem, apesar de enfrentarem atitudes preconceituosas como a expressa por Boris Casoy, muito nos orgulha pois sabemos que somos parte integrante da preservação da saúde pública de nossa querida São Paulo.
Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP, Sindicato dos Garis e Varredores de São Paulo.”