MST - Movimento dos sem terra

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Roy Kalifa
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#571 Mensagem por Roy Kalifa » 01 Fev 2010, 13:54

Mas seria melhor ainda se o movimento fosse mais radical e partisse para a guerrilha.
Agora o Tricampeão mostrou a sua verdadeira face. Prega a luta armada. Mais uma vez ? Já vimos onde este filme nos leva. Quem gosta de cacetete no cú também vai adorar...
Guerrilha significará mais mortes (bem mais) do que já temos hoje. Quanto mais vagabundo do MST morto, melhor...

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Clinton
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#572 Mensagem por Clinton » 01 Fev 2010, 17:10

Tricampeão escreveu:Os métodos atuais vêm dando mais certo que os antigos, portanto sou a favor deles.
Mas seria melhor ainda se o movimento fosse mais radical e partisse para a guerrilha.
Sem querer, é claro, ensinar os companheiros do MST a conduzir sua luta. Essa decisão pertence a eles.
Maravilha! Guerrilha no campo entre campesinos e produtores rurais. Excelente oportunidade para o Brasil se tornar uma República de Bananas e jogar por terra todo o trabalho que vem sendo feito há anos (inclusive pelo Lula) para tornar o Brasil um país desenvolvido e exportador de bens.

Com a luta no campo e a vitória do MST poderemos finalmente distribuir a terra ao proletariado, expulsar os grandes produtores/exportadores e mostrar ao mundo a pujança de nossa agricultura daí em diante.

Frequentemente me pergunto como é possível pessoas racionais levarem a sério propostas tão estapafúrdias, vazias e utópicas. Se querem um exemplo mais próximo, basta analisar a Venezuela e os resultados da estúpida política de expropriações que o Hugo Chavez vem adotando. Inflação alta, falta de alimentos, falta de água e luz e manipulação da informação. Até hotel de luxo o maluco já expropriou. É tão insano, ignorante e maldoso que sequer se deu ao trabalho de estudar Economia e constatar que a política de congelamento de preços só resultou em desabastecimento geral aqui mesmo no Brasil, durante o governo Sarney.

Aliás, guardem o que digo: mais dia, menos dia, diante das dificuldades enfrentadas o Hugo Chavez declarará guerra a algum país, provavelmente a Colômbia. Nada melhor do que uma guerra para atiçar o patriotismo de um país e distrair a atenção sobre os reais problemas existentes. Sobre este tema, vide o que fizeram os militares argentinos em 1982, ao declarar a Guerra das Malvinas contra os ingleses.

Bernard Shaw já dizia que quem não foi comunista aos 18 anos é porque nunca teve coração e quem continua comunista aos 30 é porque não tem cabeça.

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Roy Kalifa
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#573 Mensagem por Roy Kalifa » 01 Fev 2010, 17:24

cacetete
Corrigindo: Cassetete.

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Roy Kalifa
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#574 Mensagem por Roy Kalifa » 01 Fev 2010, 17:30

Será que o caro Trica também defende, que além da guerrilha, o MST deva ter um braço terrorista ?
Assim teríamos a nossa versão da Farc e/ou Sendero Luminoso.

Acho que objetivo deste topico foi alcançado: Os simpatizantes do MST torcem para que o movimento ponha em pratica as suas teorias na marra, na força e no grito.
Vão fracassar. Estamos de olho.

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Tricampeão
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#575 Mensagem por Tricampeão » 01 Fev 2010, 22:11

Tsk tsk.
Parece que as pessoas cuja única fonte de informação é o Jornal Comprado Nacional têm graves problemas de atenção ou de memória.
O Tricampeão já havia "mostrado a sua verdadeira face" há 20 páginas atrás.
phpbb/phpbb2/view ... 14#1185414
Quem está chegando agora ou não prestou atenção à discussão na época, favor voltar e ler o que foi postado. Não podemos ficar dando voltas em torno do mesmo assunto ou não saímos do lugar, certo?

Para quem já passou da fase de acreditar no William Bonner e valoriza as fontes de informação confiáveis, recomendo a leitura do estudo seguinte
http://www.cnj.jus.br/images/imprensa/ ... tembro.pdf
Belo trabalho de pesquisa executado pelo CNJ, e que mostra a situação da luta pela terra no Brasil.
Os colegas que desejam que o MST continue baixando a cabeça e servindo de saco de pancada para a imprensa venal, a polícia corrupta, o Judiciário leniente e os diretores do agronegócio que colecionam metralhadoras Uzi, torçam para que os integrantes do MST não o leiam.
Principalmente a página 24, que mostra quantos casos de homicídio em situações de conflito fundiário foram julgados nos últimos 20 anos.
Principalmente a página 24, que mostra que, no desenvolvido estado de São Paulo, que seus habitantes orgulham-se de estar situado no Primeiro Mundo, exatamente ZERO julgamentos foram realizados. Nos últimos VINTE anos. Apesar de ter havido 14 ocorrências no período.

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#576 Mensagem por kank » 02 Fev 2010, 13:01

sem querer ficar voltando no assunto mas ja foi demonstrado que este numero de 14 mortes esta ate abaixo da curva e veja o numero de crimes julgados que vera que 14 em vibte anos tambem esta na curva
a segurança esta uma merda mas é para todos

Brasil: taxa de homicídios por 100 mil habitantes segundo as regiões
e estados da federação

1999 2000
Sudeste
30,73 29,80

São Paulo
35,79 34,19
fonte

http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br ... ugares.PDF

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Roy Kalifa
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#577 Mensagem por Roy Kalifa » 02 Fev 2010, 14:45

Guerrilha seria uma idéia ultrapassada, de comunistas antigos.

Não vejo, hoje em dia, mais espaço para este tipo de coisa.

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#578 Mensagem por Nazrudin » 02 Fev 2010, 18:27

Roy Kalifa escreveu:Guerrilha seria uma idéia ultrapassada, de comunistas antigos.

Não vejo, hoje em dia, mais espaço para este tipo de coisa.
É claro que existe, aqui na América do sul uma bobeada e fundo do poço rapidinho.

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#579 Mensagem por Tricampeão » 02 Fev 2010, 19:53

kank escreveu:sem querer ficar voltando no assunto mas ja foi demonstrado que este numero de 14 mortes esta ate abaixo da curva e veja o numero de crimes julgados que vera que 14 em vibte anos tambem esta na curva
14 crimes julgados em 20 anos? Foram ZERO crimes julgados em 20 anos. 14 foi o número de homicídios ocorridos.
14 homicídios para a população de São Paulo está abaixo da média nacional apenas porque, nas cidades, o índice de criminalidade é muito elevado.
A causa desse índice de criminalidade elevado é principalmente o fato de que, devido à situação vigente no campo, muitas pessoas migram para as cidades e não conseguem emprego nem moradia.
Em outras palavras, em São Paulo os crimes simplesmente mudam de lugar.

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#580 Mensagem por Chinelo Havaiana » 03 Fev 2010, 07:51

O MST nunca teve e não tem na sua linha programática a questão da luta armada como forma de atuação no processo de transformação social.

Nascido da barrigada da movimentação da recente CUT e da Igreja Católica no sul do país, o MST sempre foi REFORMISTA. Levantou e ainda levanta a bandeira da Reforma Agrária e se sustenta na teoria do nacional-desenvolvimentismo.

Sempre foi carta fora do baralho a possibilidade do MST organizar uma guerrilha rural no país com o objetivo de alcançar a aliança operária-camponesa, cidade/campo e tomar o poder no país.

Atuou sempre a reboque do Partido dos Trabalhadores e suas tendências. Vide o esforço colossal da direção do MST nas eleições presidenciais de 2002.

Em suas cartilhas defendem as ocupações e as fazem. Radicalizam até onde é possível radicalizar. Agora, luta armada, meus caros, precisa-se de muito mais ingredientes do que radicalização.

Se bem que o Stélide na sua ultima entrevista descartou a tática das ocupações e tomadas de terra.

Se quiserem levar a conversa a sério no que tange a organização da luta pela terra no país, sugiro a leitura do sitio eletrônico www.resistenciacamponesa.com/ de uma organização chamada LCP - Liga dos Camponeses Pobres.

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#581 Mensagem por kank » 03 Fev 2010, 11:16

tricampeão
14 crimes julgados em 20 anos? Foram ZERO crimes julgados em 20 anos. 14 foi o número de homicídios ocorridos.
14 homicídios para a população de São Paulo está abaixo da média nacional apenas porque, nas cidades, o índice de criminalidade é muito elevado.
A causa desse índice de criminalidade elevado é principalmente o fato de que, devido à situação vigente no campo, muitas pessoas migram para as cidades e não conseguem emprego nem moradia.
Em outras palavras, em São Paulo os crimes simplesmente mudam de lugar.
não acho que ninguem deveria ser assassinado mas

acho que não me fiz entender, caso vc pegue um grupo de pessoas aleatoriamente mas com o mesmo numero de integrantes dos sem terra no estado de são paulo (podem ser auxiliares de escritorios, enfermeiras o que for)
em vinte anos vc terra um numero maior do que os 14 assassinatos este numero esta abaixo da media

tendo em vista que para cada 100 mil habitantes do estado de são paulo 35,79 foram assassinado no ano de 1999 e melhoramos muito passando para 34,19 no ano de 2000




e caso vc pegue o numero de crimes julgados por crimes relatados vera que ficam muitos casos sem julgamento então o seu numero 14 em 20 anos não me parece nada fora da media

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Tricampeão
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#582 Mensagem por Tricampeão » 03 Fev 2010, 16:29

Chinelo Havaiana escreveu:O MST nunca teve e não tem na sua linha programática a questão da luta armada como forma de atuação no processo de transformação social.

Nascido da barrigada da movimentação da recente CUT e da Igreja Católica no sul do país, o MST sempre foi REFORMISTA. Levantou e ainda levanta a bandeira da Reforma Agrária e se sustenta na teoria do nacional-desenvolvimentismo.

Sempre foi carta fora do baralho a possibilidade do MST organizar uma guerrilha rural no país com o objetivo de alcançar a aliança operária-camponesa, cidade/campo e tomar o poder no país.

Atuou sempre a reboque do Partido dos Trabalhadores e suas tendências. Vide o esforço colossal da direção do MST nas eleições presidenciais de 2002.

Em suas cartilhas defendem as ocupações e as fazem. Radicalizam até onde é possível radicalizar. Agora, luta armada, meus caros, precisa-se de muito mais ingredientes do que radicalização.

Se bem que o Stélide na sua ultima entrevista descartou a tática das ocupações e tomadas de terra.

Se quiserem levar a conversa a sério no que tange a organização da luta pela terra no país, sugiro a leitura do sitio eletrônico www.resistenciacamponesa.com/ de uma organização chamada LCP - Liga dos Camponeses Pobres.
Certamente, durante o governo Lula o MST vem se contendo. Com a reeleição, acredito que continua manso. Como você citou, houve até um certo retrocesso, com um esforço para manter as ações estritamente dentro da lei. Mas, sem resultados, não dá para continuar na mesma linha. O Stédile não é dono do MST.
A passagem à luta armada, evidentemente, não pode acontecer sem preparação. Vejo dois passos preliminares como necessários: primeiro, a aproximação dos movimentos sociais urbanos; segundo, a desobediência civil.

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#583 Mensagem por Tricampeão » 03 Fev 2010, 16:50

kank escreveu:acho que não me fiz entender, caso vc pegue um grupo de pessoas aleatoriamente mas com o mesmo numero de integrantes dos sem terra no estado de são paulo (podem ser auxiliares de escritorios, enfermeiras o que for)
em vinte anos vc terra um numero maior do que os 14 assassinatos este numero esta abaixo da media

tendo em vista que para cada 100 mil habitantes do estado de são paulo 35,79 foram assassinado no ano de 1999 e melhoramos muito passando para 34,19 no ano de 2000

e caso vc pegue o numero de crimes julgados por crimes relatados vera que ficam muitos casos sem julgamento então o seu numero 14 em 20 anos não me parece nada fora da media
Se você continuar seu procedimento estatístico e pegar um grupo de vítimas de assassinato aleatoriamente (pode ser de auxiliares de escritório ou de enfermeiras), verá que a taxa de impunidade não chegará perto de 100%, como acontece quando o grupo é de trabalhadores rurais. Isso mostra que existe uma intenção subjacente ao fato, que ele não é aleatório.
E isso acontecer em São Paulo, e não em Roraima, mostra que a impunidade acontece porque os mandantes são poderosas empresas do agrocrime, que alugam políticos para atuar em seu favor. Em Roraima, os mandantes são simples fazendeiros, e esses acabam cedo ou tarde sendo confrontados pela Justiça.

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Carnage
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#584 Mensagem por Carnage » 05 Fev 2010, 23:51

http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/ ... fator-mst/
O fator MST

A prisão de nove lideranças do MST, no interior de São Paulo, algumas das quais filiadas ao PT, foi o ponto de partida de uma estratégia eleitoral virtualmente criminosa e extremamente profissional, embora carente de originalidade. Trata-se de perseguição organizada, de inspiração claramente fascista, de líderes de um movimento que diz respeito à vida e ao futuro de milhões de brasileiros, que revela mais do que o uso rasteiro da política. Revela um tipo de crueldade social que se imaginava restrita a políticos do Brasil arcaico, perdidos nos poucos grotões onde ainda vivem, isolados em seus feudos de miséria, uns poucos coronéis distantes dos bons modos da civilização e da modernidade.

No entanto, o rico interior paulista, repleto de terras devolutas da União griladas por diversas gerações de amigos do rei, tem sido um front permanente dessa guerra patrocinada pela extrema direita brasileira perfilada hoje, mais do que nunca, por trás da bela fachada do agronegócio e sua propalada importância para a balança comercial brasileira. Falar-lhes mal passou a ser de mau alvitre, um insulto a uma espécie de cruzada dourada cujo efeito colateral tem sido a produção de miséria e cadáveres no campo e, por extensão, nas cidades. É nosso mais grave problema social e o mais claramente diagnosticável, mas nem Lula chegou a tanto.

Assim, na virada de seu último ano de mandato, o presidente parece ter afrouxado o controle sobre a aliança política que lhe permitiu colocar, às custas de não poucos danos, algumas raposas dentro do galinheiro do Planalto. Bastou a revelação do pacote de intenções do Plano Nacional de Direitos Humanos, contudo, para as raposas arreganharem os dentes sem medo, fortalecidos pela hesitação de Lula em enquadrá-los sob o pretexto de evitar crises inevitáveis. A reação do ministro Nelson Jobim, da Defesa, ao PNDH-3, nesse sentido, foi emblemática e, ao mesmo tempo, reveladora da artificialidade dessa convivência entre forças conservadoras e progressistas dentro do governo do PT, um nó político-ideológico a ser desatado durante a campanha eleitoral, não sem traumas para a candidata de Lula, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.

Com a ajuda de Jobim, a velha sanfona anticomunista voltou a soltar os foles e se engajou nesse desarranjo histórico que tem gerado crises artificiais e um consequente show de péssimo jornalismo. Tocou-se, então, o triste baião anti-Dilma das vivandeiras, a arrastar os pés nas portas dos quartéis e a atiçar as sentinelas com assombros de revanchismo e caça às bruxas, saudosos do obscurantismo de tempos idos – mas, teimosamente, nunca esquecidos –, quando bastava soltar bestas-feras fardadas sobre a sociedade para calá-la. Ao sucumbir à chantagem de Jobim e, por extensão, à dos comandantes militares que lhe devem subordinação e obediência, Lula piscou.

No lastro da falsa crise militar criada por Jobim, com o auxílio luxuoso de jornalistas amigos, foi a vez de soltar a voz o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, cujo arrivismo político iniciou-se na ditadura militar, à qual serviu como deputado da Arena (célula-tronco do DEM) e presidente do INPS no governo do general Ernesto Geisel, até fazer carreira de ministro nos governos Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Essa volatilidade, no entanto, sempre foi justificada por conta de um festejado “perfil técnico” de Stephanes. Trata-se de um mistério ainda a ser desvendado, não a capacidade técnica, mas as intenções de um representante político do agronegócio dentro governo Lula, uma posição institucional baseada em alinhamento incondicional à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comandada pelo senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins.

Com Kátia, Stephanes ensaiou um animado jogral e conseguiu, até agora, boicotar a mudança dos índices de produtividade agrícola para fins de reforma agrária – um tiro certeiro no peito do latifúndio, infelizmente, ainda hoje não desferido por Lula. Depois, a dupla partiu para cima do PNDH-3, ambos procupadíssimos com a possibilidade de criação de comitês sociais a serem montados para mediar conflitos agrários deflagrados por ocupações de terra. Os ruralistas liderados por Kátia Abreu e Ronaldo Caiado se arrepiam só de imaginar o fim da tradicional política de reintegração de posse, tocada pelos judiciários e polícias estaduais, como no caso relatado nesta matéria de CartaCapital. A dupla viu na proposta um incentivo à violência no campo, quando veria justamente o contrário qualquer menino bem educado nas escolas geridas pelo MST. São meninos crescidos o suficiente para saber muito bem a diferença entre mediadores de verdade e os cassetetes da Polícia Militar.

O governo Lula já havia conseguido, em 2008, neutralizar um movimento interno, tocado pelo Gabinete de Segurança Institucional, interessado em criminalizar o MST taxando o ato de invasão de terra de ação terrorista. Infelizmente, coisas assimainda vêm da área militar. O texto do projeto foi engavetado pela Casa Civil por obra e graça da ministra Dilma Rousseff. Lula, contudo, não quer gastar o último ano de uma era pessoal memorável comprando briga com uma turma que, entre outros trunfos, tem uma bancada de mais de uma centena de congressistas e a simpatia declarada do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Assim, distraído, o presidente deixou que Jobim e Stephanes envenenassem o processo político às vésperas das eleições, com óbvios prejuízos para a candidatura Dilma, bem no começo da briga com José Serra, do PSDB, o governador que por ora se ocupa em prender militantes do MST e do PT enquanto toca terror em assentamentos cheios de mulheres e crianças, no interior de São Paulo, com seu aparato de segurança pública.

O MST existe há 25 anos e é o mais importante movimento social de base da história do Brasil. A crítica à sua concepção socialista e a eventuais desvios de conduta de alguns de seus participantes é, deliberadamente, ultradimensionada no noticiário para passar à sociedade, sobretudo à dos centros urbanos, a impressão de que seus militantes são vândalos nutridos pelo comunismo e outras reflexões sociológicas geniais do gênero.

A luta do MST é, basicamente, a luta contra o latifúndio e a concentração fundiária nas mãos de uma elite predatória, violenta e vingativa. Essa é a origem de todos os problemas da sociedade brasileira desde a sua fundação, baseada em capitanias hereditárias, em 1532. Nenhum governo teve a coragem necessária, até hoje, para tomar medidas efetivas para acabar com o latifúndio e, assim, encerrar com esse ciclo cruel de concentração de terras no campo brasileiro, responsável pelo inchaço das periferias e pela violência contra trabalhadores rurais, inclusive torturas e assassinatos, com o periódico beneplácito da Justiça e das autoridades constituídas, muitas das quais com campanhas eleitorais financiadas pelos grupos interessados em manter este estado de coisas.

A luta contra o latifúndio não é a luta contra a propriedade privada, essa relação também foi contruída de forma deliberada e tem como objetivo tirar o verdadeiro foco da questão. A construção desse discurso revelou-se um sofisma baseado na a inversão dos valores em jogo, como em uma charada de um mundo bizarro: a ameaça social seria a invasão (na verdade, a distribuição) de terras, e não a concentração no campo, o latifúndio. E isso é vendido, assim, cru, no horário nobre.

É uma briga dura, difícil. Veremos se Dilma Rousseff, em cima do palanque, será capaz de comprá-la de novo.

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Peter_North
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#585 Mensagem por Peter_North » 06 Fev 2010, 15:31

Carnage escreveu:http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/ ... fator-mst/

A prisão de nove lideranças do MST, no interior de São Paulo, algumas das quais filiadas ao PT
Todas as lideranças do MST são filiadas ou ligadas ao PT ou a outro partideco de esquerda. Vagabundo gosta da companhia dos seus pares.

Há desculpa para as massas de manobra do MST, mas para seus líderes não. É um monte de bandido vagabundo.

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