Sds, Tio Chota
Contos do Chinelin
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OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
- tio chota
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Re: Contos do Chinelin
Esse conto devia chamar "Crônica da vida real" , parabens meu caro chinelovisky.
Sds, Tio Chota
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Re: Contos do Chinelin
Nelson Rodrigues escrevia "A vida como ela é..."
O Chinelo está escrevendo "A putaria como ela é..."
Parabéns, Chinelo !!!
O Chinelo está escrevendo "A putaria como ela é..."
Parabéns, Chinelo !!!
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Re: Contos do Chinelin
Nos deparamos com esta situação frequentemente.
Parabéns parceiro!
Abraço.
Parabéns parceiro!
Abraço.
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Re: Contos do Chinelin
Por isso não vou pra zona... Prefiro viver na ignorância e evitar decepções....
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Re: Contos do Chinelin
São os 90 dias de greve, camarada _Born!
A cabeça só funciona em função de panfleto, reunião, mobilização, passeata...
Quem sabe quando a greve acabar ou pra quando o carnaval chegar a inspiração volta!
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Re: Contos do Chinelin
Recordar é viver...Crônica escrita em janeiro de 2009!
Hoje, Dedico-a ao meu amigo _Born!
Pra não dizer que não falei das flores
Final de ano para Josimar é sempre muito difícil. Perdera a mãe numa anti-vespera de natal. O pai morrera subitamente na noite de reveillon. Ademais, fora num dezembro chuvoso que Josimar chegara de Pedra Azul, norte mineiro para morar e trabalhar em Belo Horizonte.
Lembranças de tempos turvos. Nessa época, Josimar fazia da marquise das Lojas Americanas na rua São Paulo sua residência. Seus pertences não passavam de uma pequena mala com algumas mudas de roupa e uma sacola com livros. Josimar gosta de ler.
Ficara cerca de três meses desempregado, pedia dinheiro no farol, comia o que sobrava do jantar do restaurante Vagalume, na avenida Olegário Maciel.
Josimar sabia ler e bem. Fizera o primário em Pedra Azul e tomara gosto pela leitura graças a Dona Mércia, sua professora primária. Nunca tinha dinheiro para comprar o jornal e queria ver os classificados de emprego. No fim da noite, quando a banca do Seu Agenor estava prestes a fechar, Josimar pedia para dar uma olhada nos classificados dos jornais que sobravam do dia. Seu Agenor era um homem generoso, nunca negava.
Numa dessas lidas vê o seguinte anúncio “ CONSTRUTORA DE GRANDE PORTE ADMITE 20 SERVENTES. URGENTE. SEGUNDA-FEIRA 08HS. Rua Rodrigues Caldas, 293.” . Uma das 20 vagas foi de Josimar, não se exigia muito, não era necessária experiência prévia.
Com o salário de servente na Construtora Arco, que era uma miséria, Josimar alugou um quarto na “Pensão para Rapazes” da rua Além Paraíba. Fazia sua quentinha no restaurante da Dona Dolores na mesma rua e ainda sobrava uma merreca para uma cervejinha e um torresminho no Buteco do Balaco, na Av. Santos Dumont, o seu predileto.
A vida melhorara sensivelmente, acabara de completar 19 anos e nesse tempo conhecera a Zona. O famoso “Sobe e desce”. A inconfundível rua Guaicurus.
Fora levado por um colega de trabalho numa sexta-feira após o expediente e depois desse dia passou a ir todo dia na Zona. Aos poucos foi trocando o bar do Balaco pela cantina da Tia Júlia no 3º andar do Hotel Imperial. O Imperial era o seu predileto, pois ali existia mulheres diferenciadas: gordas, velhas e feias, com o preço variando entre R$ 3,00 e R$ 5,00.
Freqüentava diariamente também o Hotel Brilhante, a Pensão Mineira, o Cabeça de Boi e o Aurora, podia fazer sol ou fazer chuva. Fizera muitos amigos e esvaziava o saco em média 04 vezes por semana. Parte substancial de seu soldo era direcionado a alimentar esse prazer/vício.
Morena, preta, mulata, oriental, ruiva, loira, albina...mulheres de tudo quanto é jeito, cor, peso, altura e credo. Em 02 anos Josimar ganhou o apelido de “Rei da Zona”, outros o chamavam de “King of King”.
Josimar continuava lendo Machado de Assis na biblioteca Pública da Praça da Liberdade e comendo putas na rua Guaicurus. Um dia resolveu comprar um caderno e fazer dessa brochura uma espécie de “Diário de Putaria”. A partir daquela data ele anotaria no caderno toda mulher que ele “fudesse” na zona, colocando suas impressões e características.
No dia que comprou o caderninho anotou dois nomes. Pâmela: Hotel Brilhante, peituda, cheirosa, boquete fraco, antipática. Jussara: Hotel Maravilhoso, preta, baixinha, corcunda, chupadeira.
Em 01 ano seu caderno já tinha 147 nomes. De A à Z. Era o passatempo predileto de Josimar. Passaram-se 05 anos de sua chegada a BH e podia-se dizer que a vida estava se estabilizando. Fora promovido para meio-oficial na construtora o que o possibilitou alugar um barracão de 03 cômodos no bairro Concórdia. Comia melhor, pagava as contas em dia e o resto putaria.
Os nomes no caderninho só aumentavam e era dezembro. Logo dezembro que não trazia boas lembranças a Josimar. Mas era dezembro e chovia muito. Décimo terceiro no bolso e ele resolveu inovar. “Vou chamar uma puta mais bacana aqui no barraco”.Comprou um jornal popular e foi até o setor de Relax e decidiu por Iasmim: Loira safada. Prazer total. Completa. R$ 100,00. 9999-9999. Ligou e a puta foi educada dizendo que chegava em meia-hora.
Meia-hora pra dar uma arrumada no barraco, trocar a roupa de cama e tomar uma ducha. A barba ficaria pra próxima. 40 minutos e ele abre a porta do barraco. Nada de mais. Iguais a essa ta cheio lá na Guaicurus, ele pensou.
- Meu bem, o pagamento é adiantado e eu vou ter que lhe cobrar o táxi, pois tive que quase atravessar toda a cidade para chegar aqui. R$ 30,00 está de bom tamanho!
Josimar abriu a carteira e entregou R$ 130,00 a vadia. Despiram-se e ela começou com um boquete profundo e molhado. Primeiro round foi rápido, talvez por nervosismo. Josimar foi para a ducha. O caderninho de anotações que levava na capa o nome “Diário de Putaria” estava escancarado na mesinha ao lado da cama. Iasmim, puta curiosa, não titubiou e começou a folhear o caderno. Josimar saiu do banho e pegou Iasmim lendo e dando altas gargalhadas.
- Ué, engraçado, você anota todas as saídas suas?
- Sim, algum problema?
- Nenhum, só é engraçado. Você sabia que tem uns caras na Internet que fazem isso. Eles relatam como foi o programa. Já tem dois relatos meu por lá.
- Não entendo de Internet.
Voltaram para a cama. Dessa vez, Josimar demorou um pouco mais para gozar. Despediram-se com beijinhos no rosto e ele pode observar a cara de nojo que a puta fazia ao observar o seu barraco humilde.
Ele pegou seu caderninho, abriu na letra Y, decidiu que colocaria Yasmim (pois a letra Y estava vazia). Yasmim. Jornal Estado de Minas. Engole Porra. Anal. Estrias. Não sabe quem foi Machado de Assis.
Hoje, Dedico-a ao meu amigo _Born!
Pra não dizer que não falei das flores
Final de ano para Josimar é sempre muito difícil. Perdera a mãe numa anti-vespera de natal. O pai morrera subitamente na noite de reveillon. Ademais, fora num dezembro chuvoso que Josimar chegara de Pedra Azul, norte mineiro para morar e trabalhar em Belo Horizonte.
Lembranças de tempos turvos. Nessa época, Josimar fazia da marquise das Lojas Americanas na rua São Paulo sua residência. Seus pertences não passavam de uma pequena mala com algumas mudas de roupa e uma sacola com livros. Josimar gosta de ler.
Ficara cerca de três meses desempregado, pedia dinheiro no farol, comia o que sobrava do jantar do restaurante Vagalume, na avenida Olegário Maciel.
Josimar sabia ler e bem. Fizera o primário em Pedra Azul e tomara gosto pela leitura graças a Dona Mércia, sua professora primária. Nunca tinha dinheiro para comprar o jornal e queria ver os classificados de emprego. No fim da noite, quando a banca do Seu Agenor estava prestes a fechar, Josimar pedia para dar uma olhada nos classificados dos jornais que sobravam do dia. Seu Agenor era um homem generoso, nunca negava.
Numa dessas lidas vê o seguinte anúncio “ CONSTRUTORA DE GRANDE PORTE ADMITE 20 SERVENTES. URGENTE. SEGUNDA-FEIRA 08HS. Rua Rodrigues Caldas, 293.” . Uma das 20 vagas foi de Josimar, não se exigia muito, não era necessária experiência prévia.
Com o salário de servente na Construtora Arco, que era uma miséria, Josimar alugou um quarto na “Pensão para Rapazes” da rua Além Paraíba. Fazia sua quentinha no restaurante da Dona Dolores na mesma rua e ainda sobrava uma merreca para uma cervejinha e um torresminho no Buteco do Balaco, na Av. Santos Dumont, o seu predileto.
A vida melhorara sensivelmente, acabara de completar 19 anos e nesse tempo conhecera a Zona. O famoso “Sobe e desce”. A inconfundível rua Guaicurus.
Fora levado por um colega de trabalho numa sexta-feira após o expediente e depois desse dia passou a ir todo dia na Zona. Aos poucos foi trocando o bar do Balaco pela cantina da Tia Júlia no 3º andar do Hotel Imperial. O Imperial era o seu predileto, pois ali existia mulheres diferenciadas: gordas, velhas e feias, com o preço variando entre R$ 3,00 e R$ 5,00.
Freqüentava diariamente também o Hotel Brilhante, a Pensão Mineira, o Cabeça de Boi e o Aurora, podia fazer sol ou fazer chuva. Fizera muitos amigos e esvaziava o saco em média 04 vezes por semana. Parte substancial de seu soldo era direcionado a alimentar esse prazer/vício.
Morena, preta, mulata, oriental, ruiva, loira, albina...mulheres de tudo quanto é jeito, cor, peso, altura e credo. Em 02 anos Josimar ganhou o apelido de “Rei da Zona”, outros o chamavam de “King of King”.
Josimar continuava lendo Machado de Assis na biblioteca Pública da Praça da Liberdade e comendo putas na rua Guaicurus. Um dia resolveu comprar um caderno e fazer dessa brochura uma espécie de “Diário de Putaria”. A partir daquela data ele anotaria no caderno toda mulher que ele “fudesse” na zona, colocando suas impressões e características.
No dia que comprou o caderninho anotou dois nomes. Pâmela: Hotel Brilhante, peituda, cheirosa, boquete fraco, antipática. Jussara: Hotel Maravilhoso, preta, baixinha, corcunda, chupadeira.
Em 01 ano seu caderno já tinha 147 nomes. De A à Z. Era o passatempo predileto de Josimar. Passaram-se 05 anos de sua chegada a BH e podia-se dizer que a vida estava se estabilizando. Fora promovido para meio-oficial na construtora o que o possibilitou alugar um barracão de 03 cômodos no bairro Concórdia. Comia melhor, pagava as contas em dia e o resto putaria.
Os nomes no caderninho só aumentavam e era dezembro. Logo dezembro que não trazia boas lembranças a Josimar. Mas era dezembro e chovia muito. Décimo terceiro no bolso e ele resolveu inovar. “Vou chamar uma puta mais bacana aqui no barraco”.Comprou um jornal popular e foi até o setor de Relax e decidiu por Iasmim: Loira safada. Prazer total. Completa. R$ 100,00. 9999-9999. Ligou e a puta foi educada dizendo que chegava em meia-hora.
Meia-hora pra dar uma arrumada no barraco, trocar a roupa de cama e tomar uma ducha. A barba ficaria pra próxima. 40 minutos e ele abre a porta do barraco. Nada de mais. Iguais a essa ta cheio lá na Guaicurus, ele pensou.
- Meu bem, o pagamento é adiantado e eu vou ter que lhe cobrar o táxi, pois tive que quase atravessar toda a cidade para chegar aqui. R$ 30,00 está de bom tamanho!
Josimar abriu a carteira e entregou R$ 130,00 a vadia. Despiram-se e ela começou com um boquete profundo e molhado. Primeiro round foi rápido, talvez por nervosismo. Josimar foi para a ducha. O caderninho de anotações que levava na capa o nome “Diário de Putaria” estava escancarado na mesinha ao lado da cama. Iasmim, puta curiosa, não titubiou e começou a folhear o caderno. Josimar saiu do banho e pegou Iasmim lendo e dando altas gargalhadas.
- Ué, engraçado, você anota todas as saídas suas?
- Sim, algum problema?
- Nenhum, só é engraçado. Você sabia que tem uns caras na Internet que fazem isso. Eles relatam como foi o programa. Já tem dois relatos meu por lá.
- Não entendo de Internet.
Voltaram para a cama. Dessa vez, Josimar demorou um pouco mais para gozar. Despediram-se com beijinhos no rosto e ele pode observar a cara de nojo que a puta fazia ao observar o seu barraco humilde.
Ele pegou seu caderninho, abriu na letra Y, decidiu que colocaria Yasmim (pois a letra Y estava vazia). Yasmim. Jornal Estado de Minas. Engole Porra. Anal. Estrias. Não sabe quem foi Machado de Assis.
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Re: Contos do Chinelin
Muito boa a crônica, como sempre... e agradeço sinceramente pela dedicatória.Chinelo Havaiana escreveu:Recordar é viver...Crônica escrita em janeiro de 2009!
Hoje, Dedico-a ao meu amigo _Born!
Pra não dizer que não falei das flores
Final de ano para Josimar é sempre muito difícil. Perdera a mãe numa anti-vespera de natal. O pai morrera subitamente na noite de reveillon. Ademais, fora num dezembro chuvoso que Josimar chegara de Pedra Azul, norte mineiro para morar e trabalhar em Belo Horizonte.
Lembranças de tempos turvos. Nessa época, Josimar fazia da marquise das Lojas Americanas na rua São Paulo sua residência. Seus pertences não passavam de uma pequena mala com algumas mudas de roupa e uma sacola com livros. Josimar gosta de ler.
Ficara cerca de três meses desempregado, pedia dinheiro no farol, comia o que sobrava do jantar do restaurante Vagalume, na avenida Olegário Maciel.
Josimar sabia ler e bem. Fizera o primário em Pedra Azul e tomara gosto pela leitura graças a Dona Mércia, sua professora primária. Nunca tinha dinheiro para comprar o jornal e queria ver os classificados de emprego. No fim da noite, quando a banca do Seu Agenor estava prestes a fechar, Josimar pedia para dar uma olhada nos classificados dos jornais que sobravam do dia. Seu Agenor era um homem generoso, nunca negava.
Numa dessas lidas vê o seguinte anúncio “ CONSTRUTORA DE GRANDE PORTE ADMITE 20 SERVENTES. URGENTE. SEGUNDA-FEIRA 08HS. Rua Rodrigues Caldas, 293.” . Uma das 20 vagas foi de Josimar, não se exigia muito, não era necessária experiência prévia.
Com o salário de servente na Construtora Arco, que era uma miséria, Josimar alugou um quarto na “Pensão para Rapazes” da rua Além Paraíba. Fazia sua quentinha no restaurante da Dona Dolores na mesma rua e ainda sobrava uma merreca para uma cervejinha e um torresminho no Buteco do Balaco, na Av. Santos Dumont, o seu predileto.
A vida melhorara sensivelmente, acabara de completar 19 anos e nesse tempo conhecera a Zona. O famoso “Sobe e desce”. A inconfundível rua Guaicurus.
Fora levado por um colega de trabalho numa sexta-feira após o expediente e depois desse dia passou a ir todo dia na Zona. Aos poucos foi trocando o bar do Balaco pela cantina da Tia Júlia no 3º andar do Hotel Imperial. O Imperial era o seu predileto, pois ali existia mulheres diferenciadas: gordas, velhas e feias, com o preço variando entre R$ 3,00 e R$ 5,00.
Freqüentava diariamente também o Hotel Brilhante, a Pensão Mineira, o Cabeça de Boi e o Aurora, podia fazer sol ou fazer chuva. Fizera muitos amigos e esvaziava o saco em média 04 vezes por semana. Parte substancial de seu soldo era direcionado a alimentar esse prazer/vício.
Morena, preta, mulata, oriental, ruiva, loira, albina...mulheres de tudo quanto é jeito, cor, peso, altura e credo. Em 02 anos Josimar ganhou o apelido de “Rei da Zona”, outros o chamavam de “King of King”.
Josimar continuava lendo Machado de Assis na biblioteca Pública da Praça da Liberdade e comendo putas na rua Guaicurus. Um dia resolveu comprar um caderno e fazer dessa brochura uma espécie de “Diário de Putaria”. A partir daquela data ele anotaria no caderno toda mulher que ele “fudesse” na zona, colocando suas impressões e características.
No dia que comprou o caderninho anotou dois nomes. Pâmela: Hotel Brilhante, peituda, cheirosa, boquete fraco, antipática. Jussara: Hotel Maravilhoso, preta, baixinha, corcunda, chupadeira.
Em 01 ano seu caderno já tinha 147 nomes. De A à Z. Era o passatempo predileto de Josimar. Passaram-se 05 anos de sua chegada a BH e podia-se dizer que a vida estava se estabilizando. Fora promovido para meio-oficial na construtora o que o possibilitou alugar um barracão de 03 cômodos no bairro Concórdia. Comia melhor, pagava as contas em dia e o resto putaria.
Os nomes no caderninho só aumentavam e era dezembro. Logo dezembro que não trazia boas lembranças a Josimar. Mas era dezembro e chovia muito. Décimo terceiro no bolso e ele resolveu inovar. “Vou chamar uma puta mais bacana aqui no barraco”.Comprou um jornal popular e foi até o setor de Relax e decidiu por Iasmim: Loira safada. Prazer total. Completa. R$ 100,00. 9999-9999. Ligou e a puta foi educada dizendo que chegava em meia-hora.
Meia-hora pra dar uma arrumada no barraco, trocar a roupa de cama e tomar uma ducha. A barba ficaria pra próxima. 40 minutos e ele abre a porta do barraco. Nada de mais. Iguais a essa ta cheio lá na Guaicurus, ele pensou.
- Meu bem, o pagamento é adiantado e eu vou ter que lhe cobrar o táxi, pois tive que quase atravessar toda a cidade para chegar aqui. R$ 30,00 está de bom tamanho!
Josimar abriu a carteira e entregou R$ 130,00 a vadia. Despiram-se e ela começou com um boquete profundo e molhado. Primeiro round foi rápido, talvez por nervosismo. Josimar foi para a ducha. O caderninho de anotações que levava na capa o nome “Diário de Putaria” estava escancarado na mesinha ao lado da cama. Iasmim, puta curiosa, não titubiou e começou a folhear o caderno. Josimar saiu do banho e pegou Iasmim lendo e dando altas gargalhadas.
- Ué, engraçado, você anota todas as saídas suas?
- Sim, algum problema?
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- Não entendo de Internet.
Voltaram para a cama. Dessa vez, Josimar demorou um pouco mais para gozar. Despediram-se com beijinhos no rosto e ele pode observar a cara de nojo que a puta fazia ao observar o seu barraco humilde.
Ele pegou seu caderninho, abriu na letra Y, decidiu que colocaria Yasmim (pois a letra Y estava vazia). Yasmim. Jornal Estado de Minas. Engole Porra. Anal. Estrias. Não sabe quem foi Machado de Assis.
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Re: Contos do Chinelin
kkkk ótima essa do Josimar.
quero uma pra mim também!
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Re: Contos do Chinelin
Depois de um longo e tenbroso inverno, um pouco da inspiração voltou.
Não ficou muito bão, mas agradeço desde já a paciência.
A puta e o garçom
Lucinéia acendeu um cigarro. Olhou ao redor. Da janela do “Utopia Bar” ela observou o termômetro da Praça Raul Soares. Cravavam 16º. Passavam das 00:00hs e nenhum cliente ainda naquela noite fria.
“Cliente é coisa de puta rica. A gente espera é macho mesmo”. Lucinéia lembrou da velha Joselita que fazia ponto na Rua Jaguarão, no Bonfim. A velha Joselita, com aquele jeito tosco de puta velha e gasta, fazia falta. Depois de cinqüenta anos na “função” contraiu câncer no pulmão. Complicado, eram quase três maços de San Marino por dia.
Leonardo, o ajudante de garçom, que estava por ali passando o pano no balcão, veio com um café requentado e ofereceu à Lucinéia, oferecendo também seu famoso sorriso de dentes arrebentados.
“Obrigado meu filho... Eu estava precisando” – Leonardo puxou uma cadeira e sentou, aproveitando o pouco movimento da casa.
Lucinéia sempre se simpatizou com o garoto e nunca o tratou com desdém como a maioria da meninas que passavam por ali fazendo ponto. Quando o Seu Henrique estava por ali, ele era respeitado.
Henrique Biondini Filho era o dono do bar/puteiro. Cobrava pelo uso das mesas. E pasmem, se as raparigas com seus respectivos machos passassem ali sentados mais de dez minutos sem consumir nada, automaticamente ele mandava o Leonardo colocar uma garrafa de cerveja, cobrando o valor da mesma.
Lucinéia olhou para dentro da bolsa, notando que estava quase sem cigarros em sua carteira.
“Leozinho meu filho, você me dá uma carteira de Plaza por favor, daqueles extra-filtro. Vou fazer umas orações brabas e pedir a Deus que me livre dessa porra de vicio”.
Lucinéia guardou o cigarro na bolsa, olhou para o relógio do celular. Meia noite e quinze e até agora nenhum cliente por ali. Aquela semana estava sendo bem ruim para ela. Olhou para o lado de fora do bar e encostou-se na lateral da porta, tendo cuidado para não sujar sua camisa de modinha com a graxa que tinha nas laterais. Um dos sinais que tinha no cruzamento mais a frente estava com defeito e mesmo assim quase não se via um carro por ali.
Era quase uma da manhã quando entrou no bar um cara gordo, daqueles bem gordo mesmo. Lucinéia já conhecia a figura de outros carnavais. Era o Senhor Delcídio, advogado tributarista famoso em toda Belo Horizonte. Putanheiro nato, o Doutor Delcídio adorava agradar as meretrizes com presentes e mimos. Acenou levemente para Lú e foi direto para o balcão. Pediu um Martini duplo. Em menos de 10 segundos ele já se aproximou de uma loira de farmácia. Lucinéia acendeu mais um cigarro.
O relógio anunciou 02 horas da matina e nada. Quando deram 03 horas, Lucinéia levantou-se e gritou:
“ Hoje é Hoje!
Nesse horário o senhor Henrique dormia no balcão, Leozinho lavava uns copos na pia e até o senhor Delcidio já tinha ido embora.
“ Seu Henrique, cansei. Hoje a vaca foi pro brejo. Vou-me embora já.
E, faça-me o favor, libere o Léozinho para descer comigo até o centro. Coitado do rapaz, já passou da hora dele ir e esse Centrão aí pra baixo num ta brinquedo não.
Três e quinzes da matina, saíram os dois e tiveram que ir abraçadinhos. “Tá fazendo um frio do cão”.
Leonardo era o cabra mais tímido que existia no mundo. Ele era tímido até com puta. Ele travava perto de qualquer meretriz, principalmente perto de Lú, da qual ele nutria um sentimento inexplicável. Da praça Raul Soares até a Av. Paraná, onde era o ponto de Lucinéia, ele não disse uma palavra. Pra variar, Lucinéia não parava de falar, só reclamando da vida.
“Minha Nossa Sinhora, pagando pra trabalhar! Ninguém merece!
Chegando ao ponto de ônibus, Lucinéia começou uma ladainha impressionante.
Não é possível que eu vou para casa sem um puto, contanto moedinha pro balaio. É foda!
Na lata, ela disse:
Porra, Léozinho, quanto é que seu Henrique te paga?
Depende.
Dependo do quê, diabo!
Semana boa ele me dá 150, 200.
Véio miserento!
E você, não se diverte não? Não troca o óleo não meu filho?
E mais na lata ainda, alfinetou:
Me dá cinquentinha aí e vamos tirar uma no motel ali. Caprichado pra chegado.
Leornardo gaguejou, gaguejou e conseguiu balbuciar que só tinha 20 conto, que seu Henrique só iria acertar na sexta e que no mais ele tava com uma promessa na Igreja.
Uai, 20 conto vale um boquete! Mas no motel eu não vou não! Tô no inferno, abraço o capeta, argumentou Lucinéia.
Leozinho ficou estático.
Ponto de ônibus semi-deserto, ela ordenou: passa os vintinho pra cá e abaixa as calças. E olha que tinha um certo movimento na Av. Paraná. Mas era uns dois mendigos brigando e do outro lado da avenida um casal que esperava também o ônibus sentido bairro.
Leozinho abaixou as calças e sentou-se. Nada da Jeba endurecer. Lucinéia começou a punhetar e já perdendo a paciência dizia:
Porra, essa merda sua não vai ficar dura não?
Leozinho travava mais ainda. Com muito custo a jeba subiu e a rapariga iniciou os trabalhos. Sem camisola, maravilha!
Chupando, punhetando, mordendo as bolas e nada do menino gozar.
De repente, um barulho de ônibus. Lucinéia tira a rola da boca e quando dá conta o 5534 (seu ônibus) passa com as luzes apagadas e sem parar.
Porra, Caralho...Motorista filadaputa...
Leozinho, sem entender nada, e com o pau duro no meio da av. Paraná.
Acabou gozando na punheta. Lucinéia ainda fez uma exigência. Ele tinha que ficar com ela no ponto até a chegada do próximo balaio as 05hs da madruga. Ficaram abraçadinhos por causa do frio.
Não ficou muito bão, mas agradeço desde já a paciência.
A puta e o garçom
Lucinéia acendeu um cigarro. Olhou ao redor. Da janela do “Utopia Bar” ela observou o termômetro da Praça Raul Soares. Cravavam 16º. Passavam das 00:00hs e nenhum cliente ainda naquela noite fria.
“Cliente é coisa de puta rica. A gente espera é macho mesmo”. Lucinéia lembrou da velha Joselita que fazia ponto na Rua Jaguarão, no Bonfim. A velha Joselita, com aquele jeito tosco de puta velha e gasta, fazia falta. Depois de cinqüenta anos na “função” contraiu câncer no pulmão. Complicado, eram quase três maços de San Marino por dia.
Leonardo, o ajudante de garçom, que estava por ali passando o pano no balcão, veio com um café requentado e ofereceu à Lucinéia, oferecendo também seu famoso sorriso de dentes arrebentados.
“Obrigado meu filho... Eu estava precisando” – Leonardo puxou uma cadeira e sentou, aproveitando o pouco movimento da casa.
Lucinéia sempre se simpatizou com o garoto e nunca o tratou com desdém como a maioria da meninas que passavam por ali fazendo ponto. Quando o Seu Henrique estava por ali, ele era respeitado.
Henrique Biondini Filho era o dono do bar/puteiro. Cobrava pelo uso das mesas. E pasmem, se as raparigas com seus respectivos machos passassem ali sentados mais de dez minutos sem consumir nada, automaticamente ele mandava o Leonardo colocar uma garrafa de cerveja, cobrando o valor da mesma.
Lucinéia olhou para dentro da bolsa, notando que estava quase sem cigarros em sua carteira.
“Leozinho meu filho, você me dá uma carteira de Plaza por favor, daqueles extra-filtro. Vou fazer umas orações brabas e pedir a Deus que me livre dessa porra de vicio”.
Lucinéia guardou o cigarro na bolsa, olhou para o relógio do celular. Meia noite e quinze e até agora nenhum cliente por ali. Aquela semana estava sendo bem ruim para ela. Olhou para o lado de fora do bar e encostou-se na lateral da porta, tendo cuidado para não sujar sua camisa de modinha com a graxa que tinha nas laterais. Um dos sinais que tinha no cruzamento mais a frente estava com defeito e mesmo assim quase não se via um carro por ali.
Era quase uma da manhã quando entrou no bar um cara gordo, daqueles bem gordo mesmo. Lucinéia já conhecia a figura de outros carnavais. Era o Senhor Delcídio, advogado tributarista famoso em toda Belo Horizonte. Putanheiro nato, o Doutor Delcídio adorava agradar as meretrizes com presentes e mimos. Acenou levemente para Lú e foi direto para o balcão. Pediu um Martini duplo. Em menos de 10 segundos ele já se aproximou de uma loira de farmácia. Lucinéia acendeu mais um cigarro.
O relógio anunciou 02 horas da matina e nada. Quando deram 03 horas, Lucinéia levantou-se e gritou:
“ Hoje é Hoje!
Nesse horário o senhor Henrique dormia no balcão, Leozinho lavava uns copos na pia e até o senhor Delcidio já tinha ido embora.
“ Seu Henrique, cansei. Hoje a vaca foi pro brejo. Vou-me embora já.
E, faça-me o favor, libere o Léozinho para descer comigo até o centro. Coitado do rapaz, já passou da hora dele ir e esse Centrão aí pra baixo num ta brinquedo não.
Três e quinzes da matina, saíram os dois e tiveram que ir abraçadinhos. “Tá fazendo um frio do cão”.
Leonardo era o cabra mais tímido que existia no mundo. Ele era tímido até com puta. Ele travava perto de qualquer meretriz, principalmente perto de Lú, da qual ele nutria um sentimento inexplicável. Da praça Raul Soares até a Av. Paraná, onde era o ponto de Lucinéia, ele não disse uma palavra. Pra variar, Lucinéia não parava de falar, só reclamando da vida.
“Minha Nossa Sinhora, pagando pra trabalhar! Ninguém merece!
Chegando ao ponto de ônibus, Lucinéia começou uma ladainha impressionante.
Não é possível que eu vou para casa sem um puto, contanto moedinha pro balaio. É foda!
Na lata, ela disse:
Porra, Léozinho, quanto é que seu Henrique te paga?
Depende.
Dependo do quê, diabo!
Semana boa ele me dá 150, 200.
Véio miserento!
E você, não se diverte não? Não troca o óleo não meu filho?
E mais na lata ainda, alfinetou:
Me dá cinquentinha aí e vamos tirar uma no motel ali. Caprichado pra chegado.
Leornardo gaguejou, gaguejou e conseguiu balbuciar que só tinha 20 conto, que seu Henrique só iria acertar na sexta e que no mais ele tava com uma promessa na Igreja.
Uai, 20 conto vale um boquete! Mas no motel eu não vou não! Tô no inferno, abraço o capeta, argumentou Lucinéia.
Leozinho ficou estático.
Ponto de ônibus semi-deserto, ela ordenou: passa os vintinho pra cá e abaixa as calças. E olha que tinha um certo movimento na Av. Paraná. Mas era uns dois mendigos brigando e do outro lado da avenida um casal que esperava também o ônibus sentido bairro.
Leozinho abaixou as calças e sentou-se. Nada da Jeba endurecer. Lucinéia começou a punhetar e já perdendo a paciência dizia:
Porra, essa merda sua não vai ficar dura não?
Leozinho travava mais ainda. Com muito custo a jeba subiu e a rapariga iniciou os trabalhos. Sem camisola, maravilha!
Chupando, punhetando, mordendo as bolas e nada do menino gozar.
De repente, um barulho de ônibus. Lucinéia tira a rola da boca e quando dá conta o 5534 (seu ônibus) passa com as luzes apagadas e sem parar.
Porra, Caralho...Motorista filadaputa...
Leozinho, sem entender nada, e com o pau duro no meio da av. Paraná.
Acabou gozando na punheta. Lucinéia ainda fez uma exigência. Ele tinha que ficar com ela no ponto até a chegada do próximo balaio as 05hs da madruga. Ficaram abraçadinhos por causa do frio.
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Re: Contos do Chinelin
Du caralho CH. Curti demais, dei altas risadas. Mas engraçado, acho que conheço algumas pessoas desse conto. Bom, mas deve ser mera coincidência.
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Re: Contos do Chinelin
De férias né...vai aí uma tentativa de adaptação de conto.
É dedicado ao meu grande amigo mohamedsilva, vulgo natanbhz.
Talvez Jung explique
Amor de verdade o Doutor Delcídio teve só por Eustáquia. Advogado Tributarista dos mais famosos do Brasil ele não conseguiu gostar de outra mulher. Viúvo na véspera de completar 45 anos de vida, sem filhos, Delcídio jurou para si mesmo não arranjar outra companheira.
Por 20 anos, o Doutor Delcídio não recebeu nem os amigos em seu apartamento de quatro quartos no Bairro Funcionários, imóvel decorado pela mulher, Eustáquia, nos bons tempos de vida e saúde, antes que um nefasto câncer cerebral lhe fragilizasse aos poucos. A rotina de solidão parecia não incomodar o advogado. Às 6h, já de pé desde as cinco, ele ia até a padaria para buscar o pão e comprar o jornal do dia. Mesmo letrado e culto Doutor Delcídio gostava de comprar o jornalzinho Super de 25 centavos. E, assim, seguiam os dias.
Na manhã do aniversário de 65 anos, o advogado tributarista foi à padaria como de costume. Já em casa, durante a leitura do jornal, Delcídio foi tocado por um pequeno anúncio. Pensou consigo mesmo: “Ah quer saber, Dona Eustáquia que me perdoe, vou quebrar essa viuvez e comer uma ninfetinha”. Ligou para o número do classificado e combinou o programa com uma tal de Rosa Cristina. “Fogosa e safada. 18 aninhos. Liberal. BB grande – R$150,00” – dizia o papel. Retirou do guarda-roupa a calça social, uma camisa de malha italiana e os suspensórios. Preferiu ligar do celular do que do número fixo e perguntou se a moçoila se importava de ir a sua residência. Tudo acertado para aquela noite.
Na cozinha, caprichou no preparo do prato fino, francês, aprendido em livro chique de gastronomia, presente de seu grande amigo Roberval, professor de história em escolas da periferia de BH e metido a intelectual marxista. Fez a barba e banhou-se demorado, como há muito não fazia. Vestiu a roupa alinhada e esperou pela hora do compromisso. Pontual, pelo interfone, Rosa Cristina anunciou a presença. Da portaria ao 12º andar, um pulo. Não demorou para a moça de olhos grandes, vestido e batom vermelhos, de corpo magro, ganhar a porta. Feliz, Delcidio tratou-a com a delicadeza que costumava tratar Eustáquia.
Ofereceu o jantar. Os dois não foram de muitas palavras. Comeram, beberam o bom vinho português e dançaram a música “emoções” de Roberto Carlos. Ao fim da canção, Delcidio abraçou a prestadora de serviços sexuais com carinho sincero. Beijou-lhe a testa e agradeceu: “Obrigado”. O relógio ainda não tinha pontuado 22h, quando sacou do bolso o dinheiro e entregou-o a jovem mulher. Ela, sem entender, quis saber: “O senhor não vai querer...?”
É dedicado ao meu grande amigo mohamedsilva, vulgo natanbhz.
Talvez Jung explique
Amor de verdade o Doutor Delcídio teve só por Eustáquia. Advogado Tributarista dos mais famosos do Brasil ele não conseguiu gostar de outra mulher. Viúvo na véspera de completar 45 anos de vida, sem filhos, Delcídio jurou para si mesmo não arranjar outra companheira.
Por 20 anos, o Doutor Delcídio não recebeu nem os amigos em seu apartamento de quatro quartos no Bairro Funcionários, imóvel decorado pela mulher, Eustáquia, nos bons tempos de vida e saúde, antes que um nefasto câncer cerebral lhe fragilizasse aos poucos. A rotina de solidão parecia não incomodar o advogado. Às 6h, já de pé desde as cinco, ele ia até a padaria para buscar o pão e comprar o jornal do dia. Mesmo letrado e culto Doutor Delcídio gostava de comprar o jornalzinho Super de 25 centavos. E, assim, seguiam os dias.
Na manhã do aniversário de 65 anos, o advogado tributarista foi à padaria como de costume. Já em casa, durante a leitura do jornal, Delcídio foi tocado por um pequeno anúncio. Pensou consigo mesmo: “Ah quer saber, Dona Eustáquia que me perdoe, vou quebrar essa viuvez e comer uma ninfetinha”. Ligou para o número do classificado e combinou o programa com uma tal de Rosa Cristina. “Fogosa e safada. 18 aninhos. Liberal. BB grande – R$150,00” – dizia o papel. Retirou do guarda-roupa a calça social, uma camisa de malha italiana e os suspensórios. Preferiu ligar do celular do que do número fixo e perguntou se a moçoila se importava de ir a sua residência. Tudo acertado para aquela noite.
Na cozinha, caprichou no preparo do prato fino, francês, aprendido em livro chique de gastronomia, presente de seu grande amigo Roberval, professor de história em escolas da periferia de BH e metido a intelectual marxista. Fez a barba e banhou-se demorado, como há muito não fazia. Vestiu a roupa alinhada e esperou pela hora do compromisso. Pontual, pelo interfone, Rosa Cristina anunciou a presença. Da portaria ao 12º andar, um pulo. Não demorou para a moça de olhos grandes, vestido e batom vermelhos, de corpo magro, ganhar a porta. Feliz, Delcidio tratou-a com a delicadeza que costumava tratar Eustáquia.
Ofereceu o jantar. Os dois não foram de muitas palavras. Comeram, beberam o bom vinho português e dançaram a música “emoções” de Roberto Carlos. Ao fim da canção, Delcidio abraçou a prestadora de serviços sexuais com carinho sincero. Beijou-lhe a testa e agradeceu: “Obrigado”. O relógio ainda não tinha pontuado 22h, quando sacou do bolso o dinheiro e entregou-o a jovem mulher. Ela, sem entender, quis saber: “O senhor não vai querer...?”
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- tio chota
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Re: Contos do Chinelin
Seria o Dr. Delcídio, uma adaptação de nosso camarada "Ussamas"
De qualquer forma, o conto é muito bom , com a qualidade CH .
SDs, Tio Chota
De qualquer forma, o conto é muito bom , com a qualidade CH .
SDs, Tio Chota
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Re: Contos do Chinelin
pqp...esse tá fudido.
rs
gps do classificado do super de 0,25...só de pensar que comprei esse jornal ontem e liguei especulando uma ninfetinha chamada késsia...rs
a distinta queria 150 para atender no catre dela.
lá na quitinete ela queria 200 mais o tx...é de fuder...
deusmelivreeguarde
rs
gps do classificado do super de 0,25...só de pensar que comprei esse jornal ontem e liguei especulando uma ninfetinha chamada késsia...rs
a distinta queria 150 para atender no catre dela.
lá na quitinete ela queria 200 mais o tx...é de fuder...
deusmelivreeguarde
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