Em dia sem chuva ele gastava cinqüenta minutos do centro até a sua casa no Bairro Ressaca em Contagem. Com chuva podia desistir da vida. Eram no mínimo 02 horas exprimido no “balaio”.
A chuva foi diminuindo gradativamente e Juarez resolveu fazer uma hora no baixo meretrício, a inconfundível e inigualável Rua Guaicurus. Sem maiores pretensões, se achasse coisa boa ele esvaziaria a bolsa escrotal; caso contrário, faria hora assistindo uns pornôs que passam nos telões do Hotel Cine, na Rua São Paulo.
Deixou para passar por último no Hotel Brilhante. Lá se costuma achar peixe graúdo. Dito e feito. No primeiro andar do poleiro achou algo que valeria seus últimos 20 mangos que habitavam sua carteira.
Na porta do quarto a prostituta balbuciou as mesmas frases que ela repete no mínimo umas cem vezes ao dia.
_Sarrinho, chupetinha, três posições. 20 reais. Vamos amor!
Enquanto a puta falava, Juarez fixou seus olhos nos peitos da profissional. Grandes e ainda resistentes aos efeitos da Lei de Newton da gravitação universal. A bunda não estava visível, mas parecia ser interessante.
Juarez pulou para dentro da masmorra. Despiu-se e deitou na cama, sem cerimônias. A puta que se encontrava só de calcinha acendeu um incenso e pegou o preservativo. Começou com um sarrinho sem vergonha, roçando o belo par de seios pelo tórax de Juarez. Ele despertou e recebeu uma bela chupada, apesar do preservativo sabor tuti-fruti. Depois do boquete a trivialidade imperou. Juarez acabou gozando com a prostituta pulando em sua pica. Ele não fez questão nem de perguntar o nome da puta.
Foi chegar em casa perto das 22hs. Contabilizou o dia como uma boa segunda-feira, apesar do dilúvio.
Em julho, Juarez recebeu o adiantamento de 50% do seu décimo terceiro. Ele tinha uns dias de férias para tirar. Reservou uma parte da grana para passear em Poços de Caldas e o resto ele decidiu investir em uma garota de programa, das chamadas Top’s.
Pensou em ir à New Sagitarius, mas a última experiência de dois anos atrás foi negativa. Dessa vez, resolveu encarar uma free-lance com privê próprio. Ficou quase duas horas pesquisando nos ditos melhores sites especializados e por fim, decidiu-se pela Michelle Fantini. Nas fotos uma morena cavala, peitões, cabelos negros e lisos, belo sorriso.
No telefone foi super educada. Cachê de 250 reais e duas horas de prazer completo. Estava disponível no momento.
Juarez disse chegar em no máximo 20 minutos e foi pontual. Michelle Fantini abriu a porta do flat de camisola sexy. De fato era uma morena cavala, dona de um belo par de seios. Mas o susto que Juarez levou foi indescritível. Batata! A tal puta top de 250 reais era a mesma que ele comeu há dois meses por 20 reais na Rua Guaicurus. Não havia sombras de dúvidas.
A putinha Michelle que já deu para mais de mil na zona e não recordou da fisionomia de Juarez. Porém, reparou o semblante dele diferente ao ter avistado sua pessoa.
_ O que foi gatinho? Não gostou de mim?
_ Não é isso!
_ É que no subindo no elevador agora meu celular tocou e apareceu um imprevisto. Desculpe-me, mas não poderei ficar.
_ Tudo bem. Algumas cobram taxas de visita, mas eu não faço isso. Volte quando puder.
Desceu pelas escadas mesmo. O porteiro do flat ficou sem entender, ao vê-lo saindo do prédio afoito. Entrou no carro e bateu uma pontinha de arrependimento. “Será que aqui o atendimento dela seria bem diferenciado? Abriu os vidros do carro, empurrou a fitinha inseparável da coletânea de Bob Dylan e pensou melhor:” É, não tem cabimento mesmo, como pagar R$250 numa prostituta que cobra vintão na Zona”.