Um dia de Primavera
No meio da manhã, depois ler o jornal e se arrumar, o tarado sai de casa.
Cabelos grisalhos bem cortados, o pé da nuca raspado na navalha, bigode sempre aparado. Ninguém desconfia que o senhor de idade, aposentado, não passa de um sem-vergonha.
Quando fecha o portão da casa, plantada no meio da cidade e cercada de prédios, ele geme. Pé na rua ele sabe que adentrou em um novo universo, onde sempre se perde. Ali adiante duas mulheres de tailler passam por ele que pára e as cumprimenta com a cabeça. Uma delas diz bom dia para o Senhor inofensivo (bundinha? já que ta oferecendo não vou me fazer de rogado... uhnnnn...). Torce a cabeça e prossegue.
Vai caminhando devagar, uma figura austera e insuspeita. Vê a alemã da quitanda com os seios fartos. - Duas ameixas, Dona Clara, fazendo a gentileza (parece que vai saltar na minha cara... neném qué mamá...). Obrigado. Ela arruma o cabelo e devolve o troco sorrindo. O tarado pega as frutas e segue em frente.
Nas ruas que margeiam o Centrão é mais fácil se controlar, mas agora não tem volta, as alamedas cheias de árvores não o protegem mais. Põe os óculos escuros, respira fundo e quase engole o caroço com o primeiro raio de sol (aiiii... filhinha... não faz assim com o papai...). A garota era um clichê de filme japonês, meião branco, sapatinho, saia xadrez... (só faltou um pirulito na boquinha... qué... qué?). Desvia o olhar que é para não se complicar.
Passa uma com a calça jeans bem justa (balão de festa de aniversário... explode na minha cara... safada...). Uma senhora vai lhe cruzar a frente, na contagem os passos do sapatinho, toc toc, toc toc... (uhn... cheirosa pra caraleo... aposto que passou óleo perfumado até na bucetinha... essa eu chupo até o caroço...). Uma guarda municipal com os cabelos amarrados em trança (arra égua... te sovo de relho danada!). Uma ruiva, cabelos soltos ao vento igual o vestidinho (qué mata o véio? cada pintinha é um beijinho... de língua onde for rosinha...). Afunda no calçadão do Centrão e seu olhar se dissolve. Agora ele vê em porções.
Uma multidão de pernas de fora (assim eu não agüento... nem é verão ainda... essas potranquinhas fazem para bulir comigo...). Pézinhos em sandalhinhas, unhas pintadinhas de vermelho (uia! uma bitoquinha...uma cosquinha... meu pau fica duro... rimo na tua xotinha.). De sainhas, vestidinhos, as flores da primavera desabroxadas em seu esplendor (érréhh... suas cadelinhas... é calorzinho na periquitinha... né?). Ali na frente os shortinhos minúsculos apertando as tenras carnes (así no mamacita... quiero te ver gritar... aaaai papito!). De repente é cercado por uma multidão de amazonas de todos os tipos, formas e cores (assim vocês me matam... eu me rendo... CHUPO TODAS!!! já to salivando, que querem de mim? OLHA...OLHA... aquela alí...). Consegue entrar na galeria quando já estava sufocando.
Sobe as escadas para não dar bandeira. Na frente da porta toca a campainha. De lingerie a morena (... gostosa!) diz para ele entrar e se sentar que ela vai chamar as outras meninas.
- Carece não. Pega a mão dela e põe no pau. - Ta vendo como ele ta duro, não vamos perder tempo! (assim eu morro...).
No meio da manhã, depois ler o jornal e se arrumar, o tarado sai de casa.
Cabelos grisalhos bem cortados, o pé da nuca raspado na navalha, bigode sempre aparado. Ninguém desconfia que o senhor de idade, aposentado, não passa de um sem-vergonha.
Quando fecha o portão da casa, plantada no meio da cidade e cercada de prédios, ele geme. Pé na rua ele sabe que adentrou em um novo universo, onde sempre se perde. Ali adiante duas mulheres de tailler passam por ele que pára e as cumprimenta com a cabeça. Uma delas diz bom dia para o Senhor inofensivo (bundinha? já que ta oferecendo não vou me fazer de rogado... uhnnnn...). Torce a cabeça e prossegue.
Vai caminhando devagar, uma figura austera e insuspeita. Vê a alemã da quitanda com os seios fartos. - Duas ameixas, Dona Clara, fazendo a gentileza (parece que vai saltar na minha cara... neném qué mamá...). Obrigado. Ela arruma o cabelo e devolve o troco sorrindo. O tarado pega as frutas e segue em frente.
Nas ruas que margeiam o Centrão é mais fácil se controlar, mas agora não tem volta, as alamedas cheias de árvores não o protegem mais. Põe os óculos escuros, respira fundo e quase engole o caroço com o primeiro raio de sol (aiiii... filhinha... não faz assim com o papai...). A garota era um clichê de filme japonês, meião branco, sapatinho, saia xadrez... (só faltou um pirulito na boquinha... qué... qué?). Desvia o olhar que é para não se complicar.
Passa uma com a calça jeans bem justa (balão de festa de aniversário... explode na minha cara... safada...). Uma senhora vai lhe cruzar a frente, na contagem os passos do sapatinho, toc toc, toc toc... (uhn... cheirosa pra caraleo... aposto que passou óleo perfumado até na bucetinha... essa eu chupo até o caroço...). Uma guarda municipal com os cabelos amarrados em trança (arra égua... te sovo de relho danada!). Uma ruiva, cabelos soltos ao vento igual o vestidinho (qué mata o véio? cada pintinha é um beijinho... de língua onde for rosinha...). Afunda no calçadão do Centrão e seu olhar se dissolve. Agora ele vê em porções.
Uma multidão de pernas de fora (assim eu não agüento... nem é verão ainda... essas potranquinhas fazem para bulir comigo...). Pézinhos em sandalhinhas, unhas pintadinhas de vermelho (uia! uma bitoquinha...uma cosquinha... meu pau fica duro... rimo na tua xotinha.). De sainhas, vestidinhos, as flores da primavera desabroxadas em seu esplendor (érréhh... suas cadelinhas... é calorzinho na periquitinha... né?). Ali na frente os shortinhos minúsculos apertando as tenras carnes (así no mamacita... quiero te ver gritar... aaaai papito!). De repente é cercado por uma multidão de amazonas de todos os tipos, formas e cores (assim vocês me matam... eu me rendo... CHUPO TODAS!!! já to salivando, que querem de mim? OLHA...OLHA... aquela alí...). Consegue entrar na galeria quando já estava sufocando.
Sobe as escadas para não dar bandeira. Na frente da porta toca a campainha. De lingerie a morena (... gostosa!) diz para ele entrar e se sentar que ela vai chamar as outras meninas.
- Carece não. Pega a mão dela e põe no pau. - Ta vendo como ele ta duro, não vamos perder tempo! (assim eu morro...).