Então, Paulo, mas veja os cálculos...
Um plano de saúde, dos mais baratos, custa R$60,00 para um jovem, de até 18 anos e R$300,00 para um idoso. Se tentar fazer algo mais barato do que isso nem a própria ANS deixa, porque é quebradeira na certa. E o que vemos, na maioria dos planos? Inchaço da carteira, sem o respectivo aumento dos centros médicos, longas esperas para consultas, descredenciamentos...
E é sério, estas empresas arrecadam quantia, em reais, equivalente ao orçamento do SUS.
Como podemos querer que o Estado atenda 146 milhões de pessoas, de forma decente, se as próprias empresas, que dispõem da mesma quantia mal conseguem atender um quarto deste contingente? E outro detalhe: pessoas que tem plano de saúde, em geral, são as de maior poder aquisitivo, que comem melhor, que dormem melhor; enfim, com melhor qualidade de vida. Ou seja, para os planos particulares, o filé, e para o Estado o osso!
No tocante à Educação é a mesmíssima coisa... Qualquer estudo que você pegar, irá mostrar que não dispomos nem de R$2 mil anuais por aluno.
Quanto custa uma destas escolas particulares mais tranqueiras?
E, novamente, cobram altas mensalidades para atender o alunado que tem revistas em casa, pais mais escolarizados... Enquanto o Estado fica com os filhos das mães adolescentes da periferia, com formação deficiente desde o ventre ou da primeira infância, que trazem problemas de fora da sala de aula que vão muito além da educação, e que precisam ser resolvidos por uma série de políticas públicas, que dependem de impostos, de solidariedade... E que se não forem efetivamente melhoradas gerarão maior "custo Brasil" com segurança, mais violência, menor capacidade de gerar bens e serviços de qualidade, por falta de mão de obra, etc.
Ou seja, querendo ou não, o país depende das políticas públicas, mantidas pelos impostos.
É verdade que a saúde e a educação privadas são complementares, mas daí a dizer que pagamos muito imposto, que o serviço público não merece a grana que a ele é destinado, vai uma longa distância...
Eu até deveria estar dormindo, vez que acordo bem cedinho... mas ficaria com dor na consciência em ver propagado este ideário da velha mídia, do pessoal do "estado mínimo", dos que reclamam dos impostos sem reparar nas necessidades nem no que é efetivamente feito para o povo com o dinheiro.
Há corrupção? Sim!
Há problema de gerenciamento? Sim!
Porém há também muito atendimento às necessidades da população e, diante disso, acho sem sentido este negócio de IMPOSTÔMETRO.. Um discursinho da Associação Comercial, bastante vazio, ao menos do ponto de vista do interesse do povão, mas infelizmente repetido à exaustão, de forma inconsequente.
Grato pelo apoio fraternal, que é recíproco e vai até aqueles com opiniões diferentes, que fomentam o debate das ideias.