Hammermart escreveu:Dick Laurent escreveu:Hammermart escreveu:Dick Laurent escreveu:Hammermart escreveu:Acho que se está fazendo uma certa confusão por aqui. Não vejo porquê uma GP tenha de atender alguém que lhe cause repulsa por alguma característica física definida de antemão, como a falta de um braço ou uma perna. Isso se ela não anunciar que atende sim essas pessoas, como parece ser o caso citado aqui. Daí, é outra estória.
De todo modo, acho muito melhor que ela não atenda do que preste um serviço insatisfatório. Claro que uma GP que tenha um excesso de restrições pessoais não vai fazer muito sucesso, mas isso é um problema que cabe à ela equacionar.
A nível de um serviço que envolve alta interação física, assim como num envolvimento pessoal, acho que cada um tem suas próprias reações psicológicas que devem ser respeitadas. A questão do preconceito é limitada à exposição pública dessa opinião, mas não à sua prática pessoal. Assim, não é crime ter gostos e preferências pessoais, é crime fazer a apologia dos mesmos.
Então, um programa com uma gp é uma relação pessoal? Porque se você perguntar pra qualquer gp ela dirá que se trata apenas de um serviço, uma relação comercial, que o cliente não passa de mais um número na conta bancária dela.
Então acho que alguns realmente estão fazendo confusão aqui. Se é uma prestação de serviço, o gosto pessoal fica em segundo plano, ou melhor, é irrelevante - se eu pago tenho direito de ser atendido não importa se sou negro, branco, judeu, obeso, amputado, desfigurado, cadeirante, etc.... Daqui a pouco vai ter forista defendendo que a puta tem o direito de atender somente aqueles que sejam bonitos segundo sua opinião; porque não os clientes se apresentarem para as putas e não o contrário.
Agora o fato da puta atender de modo insatisfatório porque não "foi com a cara do cliente", isso nada tem a ver com o cliente ou sua condição física, e sim com a má disposição da vadia ou com os mimos com os quais ela foi acostumada.
Apesar de concordar com a opinião de que a lei tem seus limites no que diz respeito a punir condutas preconceituosas (uma pessoa não pode ser punida pelo que é, mas sim pelo que faz; ou seja, posso não suportar gays, mas, perante a lei não posso exibir isso publicamente, não posso vetar o direito deles de ir e vir, não posso passar do sentimento de ódio à agressão) mas, peguemos o exemplo de uma seleção para uma vaga de emprego; se numa empresa de 200 empregados eu só contratar brancos, apesar de não explicitar isso nos anúncios, e de aceitar candidatos negros(só pra disfarçar), isso configura o quê? Por que diabos você acha que existem cotas tanto para negros em universidades públicas, quanto para deficientes em empresas? Duvido que alguma dessas instituições admita publicamente que não admitem esses nichos da população. Uma coisa é a escolha pessoal - você optar por alguém que vá fazer parte do seu circulo amoroso (namorada, amante, esposa) ou social (amigos e conhecidos). No campo do trabalho (com quem você vai trabalhar, a quem você vai oferecer seus serviços, quem você vai contratar) o único critério é o, digamos, técnico; se a pessoa atende aquele critério, não importa sua opinião pessoal, subjetiva sobre ela, ela pagando você atende.
O mesmo princípio deveria valer para o mundo da putaria: o cara pagou tem de ser atendido; não importa se, no âmbito pessoal, a puta só gosto de loiros, brancos de olhos azuis e malhados. Não interessa o que ela gosta. Se ela quiser escolher ela que vá para uma balada e arranje um otário pra bancá-la.
Não sou idiota e sei que a regulação dessa atividade é impraticável, até mesmo porque ela vive num limbo legal. O que me incomoda é a posição pró-puta que alguns putanheiros assumem.
Quando digo que um programa com GP envolve um "serviço pessoal", talvez eu esteja usando palavras que não têm o mesmo significado para você, mas acho que a maioria das pessoas entende o que quero dizer. Comparar um programa com GP com um serviço de restaurante, onde quem puder pagar come, me parece inadequado. No restaurante o cozinheiro prepara a comida, o garçom serve ao cliente e é só.
Não vai beijar ou fazer sexo com o cliente, isso não te parece muito mais "pessoal"?
E o serviço da GP pode sim ser insatisfatório se ela tiver restrições psicológicas a características do cliente, então para que o serviço seja bom acho preferível que ela simplesmente não atenda alguém que vai ficar descontente.
Só para exemplificar, se uma GP tiver uma reação muito forte contra fazer um programa com loiros, sei que ela não pode explicitar isso formalmente, mas acho melhor que ela não atenda loiros mesmo.
Há muitas provedoras de serviços sexuais, se alguma fizer muitas restrições ela provavelmente vai ter problemas para subsistir e o mercado, nesse sentido, resolverá o problema por si mesmo. E isso será problema dela resolver, afinal a vida é de cada um ou cada uma.
A questão do preconceito você colocou bem, o que é proibido é explicitar socialmente. Se eu não gostar de ter amigos negros, por exemplo, não tem lei que me faça ter. Agora, não posso ficar ofendendo em público negro algum por ser negro, só na minha própria cabeça.
Essa fixação de cotas para certos grupos de pessoas, seja de cunho racial, de deficiências físicas ou qualquer outro é algo que me parece ainda não existe no Brasil, mas é notório em países como os Estados Unidos. Tem seus defensores e contrários, não é uma verdade absoluta. Obteve consenso suficiente para se transformar em lei por lá, mas frequentemente se questiona se o resultado social é ou não desejável, o que, obviamente, é subjetivo. Parece óbvio que ao mesmo tempo que protege essas categorias minoritárias, também contribui para eternizar o preconceito.
Curioso que (e olha que pelo seu comentário e mesmo alguns outros que já escutei de putas) o termo pessoal para você signifique (ou se limite) ao contato físico. Pessoal para mim é sinônimo de íntimo. E no seu íntimo, uma pessoa pode fazer a escolha que quiser. Aí se encaixa o argumento dos limites da aplicação das leis contra o preconceito. O que há de íntimo ou pessoal no contato entre uma puta e um cliente? As putas mesmas o definem como um serviço, um trabalho, um ganha pão, que o fazem só por dinheiro. Essa é uma das definições de trabalho assalariado, então, é claro que a minha comparação procede. Lutadores de judô, boxe e vale-tudo tem muito contato físico mas não dá pra dizer que eles tem uma relação íntima ou pessoal; se fosse o caso um lutador branco teria direito a escolher apenas adversários brancos por ter aversão a negros? Um médico tem muito contato físico com os pacientes (pegue o caso de um cirurgião) isso significa que eles tem uma relação pessoal ou íntima? Um médico teria o direito (eu julgo o princípio da coisa) a se negar a atender um negro, um aidético, um criminoso porque tem aversão a essas categorias de pessoas? Acho que a princípio não, né? Daria até processo.
Agora o argumento de que beijar ou fazer sexo é algo pessoal (íntimo) vindo de um putanheiro ou de puta me soa ingênuo ou, pior, cínico. Parece-me (e desculpe a comparação mas a sutileza não é meu forte) um traficante falando sobre honestidade; ele já abandonou essa virtude há muito tempo então seria mais adequado assumir que aquilo não significa nada para ele.
Sobre o tema das cotas concordo em partes com você: não resolve o problema. Penas mais duras ou um número maior de cadeias ou mesmo julgar e condenar alguém não resolve o problema da criminalidade mas duvido que alguém seja contra condenar um criminoso. As cotas são só uma remediação, um sinal do sistema legal e da sociedade (já que sem um certo consenso na sociedade uma lei dessa não saíria do papel) de que o racismo é errado e logo não não será mais tolerado. Se esses setores não estão dispostos a aceitar isso de forma voluntária, vai ser na marra mesmo. É claro que uma mudança no modo de pensar das pessoas, uma mudança cultural, vai levar anos, gerações, mas é preciso começar de algum lugar. E já começou: não só com relação aos negros mas aos homossexuais, mulheres.... hoje dificilmente um ato de preconceito (principalmente os explícitos) passam impunes, se não legalmente, perante uma execração pública.
Mais uma vez sem querer incluir hostilidade em nosso debate, me parece que sua argumentação sobre o que é pessoal ou íntimo para um "putanheiro" ou "puta" incorpora uma visão equivocada. E esse equívoco vem de uma certa rigidez no conceito de quem são essas pessoas. Acho que você os enxerga de um modo muito radical, em suas "ocupações" ou "profissões" e esquece o fato de que seres humanos são mais complexos e mesmo falhos. Um engenheiro não é só engenheiro, às vezes ele passa por problemas de saúde, psicológicos, financeiros e assim vai, e tem outras necessidades não ligadas à engenharia.
Não é porque saio ocasionalmente com GPs que preciso me definir como "putanheiro", como se essa fôsse quase uma definição de quem sou. E uma GP pode, e muitas o fazem, tirar a maior parte de sua renda dessa atividade, mas isso não impede que ela manifeste algumas preferencias pessoais, preconceitos ou o que quer que seja na atividade "profissional" dela. Não digo que isso seja certo ou errado, mas é certamente humano. E, na minha visão, ao invés de prestar um serviço ruim para alguém que esteja nessas condições que lhe causam repulsa, acho muito melhor que ela simplesmente recuse o serviço, polidamente.
E mesmo nessas atividades que você exemplificou, há sim muito preconceito e ação sobre ele. Já ouvi falar de muitos atletas, lutadores de judô, inclusive, que evitam lutar com alguém de alguma raça que não lhes agrada. Mas o fazem veladamente, às vezes isso até os impede de participar de competições em que venham a ter de fazê-lo. Há atores e atrizes que recusam papéis em que teriam de beijar alguém de uma raça pela qual sentem repulsa, claro que isso também só ocorre se eles estiverem em condições de recusar oportunidades, mas nesse aspecto é o mesmo com as GPs, depende se a repulsa ou o dinheiro falam mais alto.
Hostilidade? Não. Ai vem de novo aquele equívoco que muitos cometem ao me conhecerem ou lerem minhas opiniões. Tenho uma tendência a defender com vigor minhas posiões, não significa necessariamente que quero impô-las. Estamos apenas argumentando e adoro quando encontro um adversário a altura.
O que quero dizer é que, sim, uma pessoa tem o direito de manifestar suas preferências pessoais memso em atividades profissionais mas o que me incomoda é quando algumas pessoas, aperentemente, defendem que isso não mereça uma punição. Como já ouvi de muito dono de puteiro escravo de puta que a garota não é obrigada a atender e que ele não pode fazer nada quanto a isso. Claro que pode, o estabelecimento é dele. Ele pode simplesmente suspender ou demitir a garota. Assim a "liberdade de arbítrio" de todos é respeitada: a garota atnede quem quer e o dono do lugar contrata quem atende as necessidades do lugar. tem a ver com sua argumentação sobre as condições profissionais para se optar sobre o que se quer ou não fazer. Uma atriz, um residente médico ou um lutador iniciante, devido a sua pouca experiência, talvez não tenham como pular fora caso queiram (ou até têm mas não querem optar por isso).
Agora acho estranho que alguém que freqüente o meio tenha preconceito contra o mesmo, se dizendo não putanheiro, como de fosse uma ofensa.
É claro que existe o fator humano: uma puta pode se sentir violada ao "ter" de atender determinado cliente. E há o inverso também: o cliente pode se sentir ofendido ao, mesmo tendo condições de pagar o programa, ser recusado por uma vadia. O estranho é o partido que alguns foristas tomam das putas, como se as duas posições (gp que não atende cliente e cliente que é recusado tivessem valores muito diferentes). Para mim uma puta que se recusa insistentemente a atender determinados clientes, baseada na sua raça, tipo físico ou deficiência e não em critérios técnicos, como, por exemplo, ser portador de alguma dst, é tão agressiva quanto o suposto cliente que queira "obrigá-la" a servi-lo.
Não digo que pessoas tem de ser como máquinas, realizando seu serviços indiferentes aos próprios anseios ou às cicunstâncias, o que digo é que cada um vê o seu lado; e se a puta se sente no direito de ignorar a situação do cliente, por que o cliente tem de se preocupar com a situação dela ou suas vontades?
Sobre sua colocação sobre os defeitos humanos, é verdade; o fato de ser um bom profissional ou mesmo uma puta não impede que a pessoa seja preconceituosa ( ou pata alguns seletiva) e isso não me exlcuí; não tenho paciência ou compreensão com putas que escolhem quem vão atender com base nas suas preferências pessoais. Sou intolerante, portanto humano.