"Hoje é dia de puta" - Autor: Mike Logan

[Fortimbrás]

Estou abrindo o GPGuia, em busca de putaria
Quero puta não só gostosa, mas também esperta e fogosa
Um, dois, três, cem, cinco mil TDs
Onde procurar? Onde achar? Em que acreditar?
Essa parece ideal. Vou ligar

“200, nada de anal, no meu ou no seu local. Amor?”
E agora? Será que vou, ou não vou?
Com aqueles peitos que apontam para o céu
E aquele bundão encantador
Vou sim, sim, sim!!!

Contando uma mentira qualquer, pego as chaves e vou-me embora
Desconfia de algo? Sabe de algo? Não, não importa agora
Um quarto, digo, um quarto por favor

Cadê, cadê ela que não aparece
Será bonita? Será feia? Será esquisita?
Que tremedeira, que suor é esse,
Que não deveria estar aqui
O sinal! Ela chegou, está bem ali

“Oi amore, tudo bem?”
Sim, tudo, vamos lá, quero te ver
Língua na língua, minhas mãos na bunda dela
A língua quer descer

Estou sentando na cama e segurando seus peitos
Que delícia é chupar, sugar, mamar esses mamilos
“Ai amore, ele tá babando muito, vou chupar de camisinha, tá?”
Estapear ou não estapear, eis a questão
Não, hoje não

Estou vendo-a me chamar
“Vem, vem me comer, vem me comer agora”
Sinto a buceta quente e apertada, sinto o atrito na entrada
O penduricalho em seu umbigo arranha minha barriga
Caralho!
Na cara, na cara, isso mesmo, quero gozar na sua cara

“Ai, ai, que meleca, me sujou toda!”
Lá vai ela, correndo para o chuveiro se lavar
E lá vou eu, seguindo aquele corpo esbelto com os olhos
A visão das curvas que fazem meu pau levantar

Estou jogando a grana em sua bolsa
“Beijinho, beijinho, na bochecha pra não borrar o batom”
Até qualquer dia gostosa, foi muito bom!
Mentira, foi uma foda quase medíocre, quase ruim

E essa senhora, por que me olha assim?
Que será que pensa?
Será que percebe que estou ainda com gosto de puta na boca?
Preciso contar essa experiência tola. Contar não
Postar, postar enquanto ainda relembro
O saudável gosto de puta em minha boca.

[Fortimbrás]

O mais novo membro da APL é o pioneiro a se enveredar pela poesia.

Quem sabe eu não vasculho aquele caderno do Aquiles pra ver se acho alguma coisa interessante pra postar aqui...

Mike, seja bem vindo.

[Nazrudin]

Muito bom, bela inauguração da poesia putanhística. Vou contribuir... "no meio do caminho tinha uma puta, tinha uma puta no meio do caminho.. chutar ou não chutar... eis a questão..."
Realmente putaria também é cultura. Fortim, convida o JC e cria uma área para postagem de arte gráfica putanhesca... Dá para separar por milênio e começar com a rupestre...

[Fortimbrás]

Olha só o que aquele fila da puta do Aquiles fez com esse poema do Drumond.... Essa versão ele dedicou a todas as putas que pegou, pouco antes de morrer.


Resíduo

Das putas fica um pouco.
Do meu salário. Do teu brioche.
Dos gritos ensaiados. Do cu rosa
ficou um pouco.

Ficou um pouco de porra,
contida no meu cacete.
Nos olhos de teu ar
de ternura treinada ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pau,
que teu branco traseiro
engoliu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
e muitos pedidos, reiterados e impacientes:
"Goza, gato.
Goza pra mim, gato..."

Mas, das putas fica um pouco.
Da peitaria siliconada,
de duas montanhas de gel nas mamas,
do maço
― vazio ― de cigarros, ficou um pouco.

Pois de toda puta fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
mordendo e abrindo minha braguilha.
De teu infalível PPP
um pouco ficou, um pouco
no bolso rasgado,
sem dinheiro, e das picas mudas, que sobem.

Ficou um pouco de porra
no pires de porcelana,
dragão tatuado nas nádegas brancas,
ficou um pouco
de minhas rugas na vossa buça.

Se de toda puta fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no flat
que leva ao pico, no sofá,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Moema,
um pouco de mim nos Jardins?
nos fiofós alugados?
no (fundo do) poço?
Um pouco fica , ainda, oscilando
na embocadura da xavasca
e meu caralho não a evita,
um pouco: está nos relatos.

De toda tilanga fica um pouco.
Não muito: da bebedeira,
cuja pinga é uma fonte absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
que furta meu relógio
trocado por três fileiras brancas.
Fica este pescoço de cisne,
este segredo senil...

De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo (este sacolão, sempre ele!).
Cabelo na minha jaqueta,
de tudo ficou um pouco;
das bocas na chapeleta minha,
simplório coito, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
capote melado, cigarro barato, cópula
consentida ... mediante bagatela.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh, abre os vidros de loção barata
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as vergalhadas ritmadas
e sob as pelugens oxigenadas e os perfumes
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as massagens tailandesas e sob o sarcasmo
e sob a porra e sob o vômito
e sob o soluço, o orgasmo apressado , o gemido fingido
e sob os testículos e sob a bucetinha escarlate
e sob as hipotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob as locadoras de buceta e sob meu pau ainda duro
e sob os gozos, da perfídia e das gafes,
fica sempre um pouco de tudo.

Às vezes um botão (rosa). Às vezes um rato.

[Mike Logan]

Valeu pelas boas vindas pessoal. Sempre gostei dessa área escondida aqui, mas só agora tive coragem de escrever alguma coisa. E arriquei logo um dos gêneros mais delicados para o putanheiro, a poesia. Os admiráveis versos do Aquiles logo acima mostram que é um gênero que merece ainda ser bastante explorado pela literatura putanhística.