Aos 15 anos decorava as músicas do Odair José, tática rasteira pra conquistar o cu de qualquer empregadinha doméstica que atravessasse o seu caminho. Aos 18 foi a uma casa de swing, não comeu ninguém, contentou-se em ser chupado por duas putas ao mesmo tempo e foi embora depois de dar uns cascudos numa mocréia que tentou enfiar o dedo no seu rabo. Começava a nascer ali uma incipiente formação, um ogro juvenil, um ogrinho como repetia seu pai, um orgulhoso forista fundador do gpguia, no tempo em que os bops ainda eram girinos.
Com o tempo, encheu o saco de msn, orkut e todas essas merdas. Decidiu desbravar o mundo da putaria, registrou-se num fórum de putaria, o mesmo que seu pai ajudou a fundar, nos tempos em que bop era apenas onomatopéia para estouro de pipoca e bucetas encharcadas. Criou um nick poderoso, Peter Forh, e fez amizades com os foristas mais confiáveis, aqueles que não usavam emotions nos tds, não mandavam flores pras putas e nem recitavam poesias enquanto passavam porra na cara das putas como se fosse um creme hidratante da natura, coisa nojenta de tão meiga. Seus amigos não eram desse tipo, eram maus, tinha nicks de impacto: Maulevo, Bonde, Verme, Cuticuti...hã, não, esse não...
Mas o mundo às vezes não é compreensível. Não custou a perceber que alguns de seus amigos eram farsas, cordeiros em nicks de lobo. Alguns até tentavam parecer ogros como ele, mas na verdade eram lendas criadas no imaginário coletivo dos foristas novatos. Na escuridão dos inferninhos revelavam-se doces namoradinhos sob montanhas de gel no cabelo. Alguns eram tão sensibilíssimos que se ofendiam se alguém lhe dissessem que acabara de comer uma gorda. "Ela é apenas fofinha", repetia o bop sob a pele de ogro. E o que dizer de um de seus ídolos, que certa vez preparou um miojo pra puta em uma fria madrugada de inverno? Inconcebível. Mesmo sendo um miojo, isso não é coisa que ogro faça, resmungava indignado.
Seu nome ganhou fama nacional. Putas cochichavam cada vez que ele entrava num puteiro: "Lá vem o cara que faz ATUM"!, dizia uma. "Nâo é atum, sua anta, é ATOM!", dizia a outra.
Foristas incautos iam a festas com camisetas escritas: "Peter Forth é foda". Dizem que até o Obama num famoso puteiro em São Francisco teria dito a respeito dele: "Esse é o cara!".
Mas o mundo às vezes não é mesmo compreensível. Certa vez, Forth conheceu uma puta de Cascavel, conhecida cidade paranaense. O nome da cidade revelou-se profético. A puta o envenenou com a toxina da paixão irracional. Fodia como uma égua louca no cio (embora eu nem faça idéia de como fode uma égua louca no cio, mas, segundo meu amigo Chacal, parece que é uma coisa de louco mesmo). Engolia toda a porra disponível, dava o cu com gosto e pedia mais, fodia em todas as posições imagináveis, beijava com nenhuma outra, fazia tudo o que Forth pedia, era uma louca desvairada na cama, só não rasgava dinheiro, que antes de ser louca era puta.
Peter Forth tremeu na base. Um sentimento estranho tomava conta no lugar do que antes era só necessidade de prazer animal. Começou a perder o foco, seu trabalho não rendia, as putas não mais o satisfaziam, a louca de Cascavel dominava seu pensamento. Viajou pra Cascavel, pernoitou em Cascavel e, um dia, a morte anunciada, casou em Cascavel.
Não largou a putaria, porque pensava sempre no seu velho pai, que sempre lhe dizia: "Marvin, agora é pra valer (não, não, isso é uma música dos Titãs)....Hã, bem, não importa o que seu pai dizia. O fato é que o ogro virou bop, e hoje frequenta os BOPA (Bops anônimos) nas noites de lua cheia, que é quando os ogros uivam de amor, e as putas morrem de rir...