Muito marketing, chamado de "filme mais chocante dos últimos tempos".
Palhaçada esse negócio da censura à película no Rio de Janeiro.
O nome do filme deveria ser "A Serbian Comedy".
As supostas cenas "mais fortes" não trazem nada de tão abominável (os "momentos snuff" do "Emanuelle in America", que Joe D'Amato fez mais de 30 anos antes, continuam muito mais fortes que essa tralha sérvia inteira). Além disso, vamos combinar que momentos dignos das obras da Troma, como o sujeito que é morto com um caralho enfiado no olho, não ajudam nada. Pelo menos, "A Serbian Film" revelou-se bem mais divertido do que eu imaginava. Confesso que esperava algo mais grosseiro e gratuito, estilo "Irreversível" ou aquelas sangreiras da série "Guinnea Pig". Mas o trabalho do estreante Spasojevic surpreende porque ele tenta contar uma historinha razoavelmente interessante que justifique a barbárie no ato final. Eu até achei a trama muito melhor ANTES que toda a brutalidade finalmente entrasse em cena. Porque, quando o sangue começa a rolar, a opção do diretor em querer ser fodão e "super-chocante" acaba levando a cenas absurdamente apelativas, idiotas até, como o tal "newborn porn".
Só não vá na onda de certos críticos e nem acredite muito nas entrevistas do diretor sobre como "A Serbian Film" é uma história sobre a situação atual da Sérvia. Na verdade, este é mais um caso de muito barulho por nada, de cachorrinho que late demais mas não morde. E muito parecido com o filme norte-americano "8mm", de Joel Schumacher - inclusive a figura do cineasta maluco de "A Serbian Film" é uma cópia xerox do personagem interpretado por Peter Stormare no filme ianque. Se você está com medo do filme sérvio por tudo que leu por aí, não se preocupe que há muito de exagero e pouco de verdade nos relatos. Para quem já viu pérolas como "Cannibal Holocaust" e "Antropophagous" (que também tem violência contra fetos, mas de forma muito mais convincente), o tal "filme mais chocante dos últimos tempos" parecerá quase inofensivo. Cômico, até, em seus exageros e absurdos. Mas, definitivamente, não é para todos os públicos.